tag:blogger.com,1999:blog-57399573403254866782024-03-13T01:00:48.559-07:00OS MARINHEIROS DE NAUS.COMFazendo a História.
Adquirir conhecimentos pesquisar e compartilhar.Luiz Ernani P.Fariahttp://www.blogger.com/profile/01849766702750665715noreply@blogger.comBlogger56125tag:blogger.com,1999:blog-5739957340325486678.post-57805237525158056282012-03-09T05:12:00.000-08:002012-03-09T05:12:28.805-08:00Trabalho de Conclusão do Curso Licenciatura em HistóriaLUIZ ERNANI PEREIRA DE FARIA<br />
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LUTAS E CONQUISTAS DOS MOVIMENTOS INCLUSIVOS DA DÉCADA DE 80 DO DEFICIENTE VISUAL E O REFLEXO NA SOCIEDADE GLOBALIZADA<br />
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UNICASTELO São Paulo<br />
2011<br />
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LUIZ ERNANI PEREIRA DE FARIA<br />
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LUTAS E CONQUISTAS DOS MOVIMENTOS INCLUSIVOS DA DÉCADA DE 80 DO DEFICIENTE VISUAL E O REFLEXO NA SOCIEDADE GLOBALIZADA<br />
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UNICASTELO São Paulo<br />
2011<br />
LUTAS E CONQUISTAS DOS MOVIMENTOS INCLUSIVOS DA DÉCADA DE 80 DO DEFICIENTE VISUAL E O REFLEXO NA SOCIEDADE GLOBALIZADA<br />
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Luiz Ernani Pereira de Faria <br />
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RESUMO<br />
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O presente artigo tem como objetivo mostrar as lutas e as conquistas dos direitos dos deficientes visuais na década de 80, garantindo a sua inclusão na sociedade brasileira da época e seus reflexos na sociedade brasileira contemporânea, globalizada. Elas mostram a união dos deficientes visuais buscando seu direito à educação, ao mercado de trabalho e ao mundo digital, globalizado, sendo capazes de falar e decidir por si mesmas sobre suas necessidades. Apesar dos avanços nas lutas e nas novas tecnologias para a inclusão do deficiente visual, ainda há barreiras sociais, econômicas, legais e culturais para que esta ocorra plenamente.<br />
Palavras-chave : Movimentos inclusivos.Deficiente visual.Sociedade globalizada.<br />
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1 INTRODUÇÃO<br />
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A inclusão das pessoas com deficiência visual está associada aos seus movimentos de lutas sociais. No Brasil esses movimentos surgem e se organizam a partir de 1980. Estes nos revelam como foram tratados nas sociedades em que viveram e as suas consecutivas maneiras de serem vistos. Faremos aqui uma breve apresentação da luta dos direitos destas pessoas perante a sociedade brasileira para serem aceitas e compreendidas, bem como o seu acesso à sociedade atual, ou seja, a sociedade da informação, globalizada, fundamentada no avanço tecnológico.<br />
Na tentativa de compreender/conhecer quem é o deficiente, vários autores analisam historicamente os indivíduos com deficiência e como têm sido sua atuação e inclusão na sociedade. Da eliminação na Antigüidade, passando pela tolerância cristã, até a consideração de cidadãos com os mesmos direitos na atualidade, houve uma infinidade de termos para designar tais pessoas, porém, pouco se avançou na superação de preconceitos e estigmas historicamente enraizados.<br />
Na antiguidade, as pessoas com deficiência mental, física e sensorial eram apresentadas como aleijadas, mal constituídas, fracas, anormais ou vergonhosas. Muito da população ignorante olhava o nascimento dessas como um castigo de Deus, e aqueles que eram supersticiosos as enxergavam dotadas de poderes especiais de feiticeiros ou de bruxos. Percebemos então, como depravação da raça humana, o período em que predominava o princípio da eugenia, ou seja, dos métodos que visavam melhorar o patrimônio genético de grupos humanos, onde estes deficientes eram excluídos e completamente abandonados ou eliminados.<br />
A história do deficiente visual não foge a regra, mas seus conceitos foram passando por transformações sucessivas, conforme as crenças, valores culturais, concepção de homem e transformações sociais que ocorrem em diferentes momentos históricos da humanidade.<br />
Veremos então como se deu esse processo de inclusão das pessoas portadoras de deficiência visual, suas lutas e conquistas no começo, através de movimentos internacionais e nacionais, para podermos entender melhor como esse veio a acontecer, buscando garantir perante a legislação vigente os direitos legais desses portadores visuais, visando uma melhor e maior participação ativa na sociedade em que vivemos, e fazer com que esses sejam orientados e usufruam dos meios de comunicações sociais que lhe são disponíveis numa sociedade da informação, globalizada.<br />
2 Lutas e conquistas no processo de inclusão das pessoas com deficiência visual e sua situação hoje na sociedade globalizada <br />
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A luta pela mobilização das pessoas deficientes, incluindo os deficientes visuais, e suas reivindicações é fato marcante na história do nosso país. Por demasiado longo tempo, essas pessoas vinham sendo tratadas como se fossem incapazes de falar ou decidir por si mesmas sobre suas necessidades ou como se elas não tivessem a coragem de denunciar publicamente injustiças a que vinham sendo submetidas a título de constituírem apenas uma minoria dentro da população geral. Luta que antes era dos pais desses deficientes, que buscavam um espaço para eles perante a sociedade, pois suas questões estavam ligadas somente perante a religião ou a medicina, onde os religiosos e os profissionais da saúde eram seus porta–vozes. <br />
A história do movimento de pessoas com deficiência visual no Brasil contém uma enorme quantidade de fatos, realizações, frustrações, sucessos e fracassos, e, sobretudo muitas lutas, muitas horas de trabalho duro e muitos objetivos atingidos e por atingir. A legislação brasileira, até a década de 1980, tinha um caráter basicamente assistencialista e paternalista, ratificando a visão e a prática com as quais geralmente vinham sendo tratadas as questões envolvendo as pessoas portadoras de deficiência visual. <br />
No Brasil começaram a surgir alguns movimentos de luta que buscavam se organizar para fazer valer seus direitos sociais no início de 1980-1981, período este que coincide com o início da abertura política que permitiu o debate de vários temas e a organização de diversos setores da comunidade. Os movimentos sociais, antes silenciados pelo autoritarismo, ressurgiram como forças políticas. Vários setores da sociedade gritaram com sede e com fome de participação: negros, mulheres, índios, trabalhadores, sem-teto, sem-terra e, também, as pessoas com deficiência visual. Esse processo se reflete na Constituição Federal promulgada em 1988. A Assembléia Nacional Constituinte (1987-1988), envolvida no espírito dos novos movimentos sociais, foi a mais democrática da história do Brasil, com canais abertos e legítimos de participação popular. Os novos movimentos sociais, dentre os quais o movimento político das pessoas com deficiência visual saiu do anonimato, uniram esforços, formaram novas organizações, articularam-se nacionalmente e criaram estratégias de luta para reivindicar igualdade de oportunidades e garantias de direitos (LANNA JÚNIOR, 2010)<br />
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No início da década de 1980, esses movimentos eram politicamente contrários ao caráter de caridade que marcou historicamente as ações voltadas para esse público. Estava em jogo a necessidade, por muito tempo reprimida das pessoas com deficiência visual serem protagonistas na condução das suas próprias vidas. <br />
Em 1980 em Brasília realiza-se o Primeiro Encontro Nacional de Entidades de Pessoas Deficientes, com cerca de cem mil participantes, em que foram traçadas as estratégias do movimento em âmbito nacional e surgiu a Coalizão Nacional de Entidades de Pessoas Deficientes. Esse vem se expandir internacionalmente, filiando cegos á União Mundial de Cegos (UMC) e à União Latino-Americano de Cegos (Ulac). A organização desses movimentos vem sendo travada para que sejam reconhecidos e atendidos seus direitos, sendo que entre esses foi conquistado o direito à educação, amparada sobre as Leis de Diretrizes de Base (LDB) Lei nº 9.394/96 e pela Constituição Federal de 1988 (OLIVEIRA et alli ,2010).<br />
Outro fator relevante foi a decisão da ONU de proclamar em 1981 como o Ano Internacional das Pessoas Deficientes (AIPD), sob o tema “Participação Plena e Igualdade”. O advento do AIPD colocou as pessoas com deficiência no centro das discussões, no mundo e também no Brasil (LANNA JÚNIOR, 2010).<br />
Segundo Lanna Junior (2010), em alguns estados, reuniões foram sendo organizadas, sobretudo Rio de Janeiro, São Paulo e Brasília, para que fossem criadas metas nacionais para os movimentos, que foram se organizando em associações, constituídas de seus respectivos representantes. Ao se organizarem como movimento social, as pessoas com deficiência visual buscavam o amadurecimento de suas demandas para aumentar o potencial de suas reivindicações, além de fazer nascer o sentimento de pertencimento a um grupo, a consciência de que os problemas eram coletivos, e, portanto, as batalhas e as conquistas deveriam visar ao espaço público. Essa organização era composta por pessoas deficientes em sua maioria, vinculadas numa luta de todos para todos, numa perspectiva de direitos humanos para todos, que vem ser alcançada no século XX.<br />
Segundo o ultimo Censo do IBGE há hoje no Brasil mais de 17 milhões de pessoas com deficiência visual. No dia 13 de dezembro é comemorado o Dia Nacional do Cego, por meio do Decreto nº 51.405/61, publicado no Diário Oficial da União em 26 de julho de 1961, Um dia que marca a luta pela inclusão e pelos direitos dessas pessoas. <br />
Esta data foi criada em decorrência da necessidade de incentivar a solidariedade, mundialmente estabelecida no princípio da Declaração Universal dos Direitos Humanos, que preserva o direito fundamental de igualdade e solidariedade entre todos dentro da mesma sociedade (SOUZA, 2008).<br />
Mas as lutas desses movimentos apesar de muito avanço continuam presentes nos dias atuais, na sociedade da informação, da globalização. Este novo modelo de organização das sociedades assenta num modo de desenvolvimento social e econômico onde a informação, como meio de criação de conhecimento, desempenha um papel fundamental na produção de riqueza e na contribuição para o bem-estar e qualidade de vida dos cidadãos, sem discriminação e distinção em qualquer nível. <br />
Os séculos XX e XXI trouxeram muitos avanços importantes para as pessoas com deficiência visual, sobretudo com relação às novas tecnologias que surgem neste mundo globalizado. No mundo das tecnologias da informação e da comunicação não é possível ainda a idéia de que as pessoas com deficiência visual possam ser consideradas, como noutros tempos, objetos das políticas de assistência social. Hoje graças às mudanças tecnológicas verificadas nas últimas duas décadas, no que diz respeito à globalização da economia e das atividades humanas, as pessoas devem ser vistas como seres humanos, capazes de exercer seus direitos políticos, civis, sociais, culturais e econômicos (PIMENTEL, 2011).<br />
Hoje encontramos pessoas com deficiência visual trabalhando, estudando, se divertindo, da mesma forma que as pessoas que não têm a deficiência (SOUZA, 2008). Fatores como programas e políticas públicas de inclusão digital podem contribuir com a redução da exclusão social, além de uma mudança na maneira da sociedade encarar os deficientes visuais e a evolução dos recursos assistivos. Os recursos assistivos que tem sido utilizado na inclusão dos deficientes visuais são produtos, instrumentos, estratégias, serviços e práticas, especialmente produzidos ou geralmente disponíveis, para prevenir, compensar, aliviar ou neutralizar a deficiência, incapacidade ou desvantagem, melhorando a autonomia e a qualidade de vida (SILVA, 2010).<br />
A alta tecnologia, um destes recursos assistivos, tem sido uma grande aliada dos cegos. A noção de acesso universal promovida por esta alta tecnologia é a possibilidade para todos os cidadãos do planeta, qualquer que seja seu grau de competência e habilidade digital e sua situação geográfica e socioeconômica, de criar e utilizar de forma autônoma ou por meio de mediação as redes de comunicação e informação e assim buscar, encontrar e introduzir na internet informações úteis para as suas necessidades e expectativas. Portanto, soluções como, por exemplo, um software que lê um site, muito mais do que proporcionar a inclusão digital, promovem a inclusão do deficiente visual na sociedade. A escrita digital, graças a esta tecnologia da sociedade da informação, por meio do computador, dá oportunidade para este deficiente de compartilhar do mesmo signo das pessoas que enxergam, nos processos de comunicação, garantindo-lhe o acesso ao conhecimento.<br />
Para o deficiente visual o computador é utilizado de uma forma especial e todos os avisos são realizados por meio de efeitos sonoros. Um deles, instalado nele, permite que as mensagens enviadas, por e-mail, sejam convertidas em áudio, para que ele consiga ouvi-las e respondê-las. Para o jovem a tecnologia pode ajudar a abrir portas, pois saber mexer em computador é requisito básico para ter um bom emprego (SOUZA, 2008).<br />
Com o desenvolvimento e o acesso da informática, o desejo dos deficientes visuais por oportunidade de trabalho foi conquistado através da Lei de Cotas (n° 8.213) para Deficientes nas Empresas, que desde 1991 está em vigor no Brasil e determina que todas as empresas brasileiras com mais de cem funcionários devem ter de 2% a 5% de deficientes contratados no seu quadro de funcionários. Apesar deste sistema estar carregado da antiga visão assistencialista, da capacidade laborativa reduzida e falta de noção sobre cidadania, em nossa sociedade ele ainda é necessário para que as pessoas apostem nestes profissionais, descobrindo o seu potencial, diminuindo barreiras.<br />
Infelizmente, a média brasileira de cumprimento da Lei é hoje de 15%, pois na maioria das vezes as empresas encontram dificuldades para cumprir esta lei, afinal nem todos os candidatos possuem o nível de formação que atenda as exigências de qualificação das vagas, pois 18% das 24,6 milhões de pessoas com deficiência têm até sete anos de estudo. O investimento em educação para as pessoas com deficiência visual tem sido bem maior do que anos atrás, onde estes deficientes não eram inseridos nas escolas regulares e muito menos cogitados para o trabalho, antes eram encaminhados para alguma atividade ocupacional. Através dos movimentos de luta por direitos, na criação de leis favoráveis e da revolução tecnológica, esta realidade passou por uma expressiva transformação, onde os deficientes visuais passaram a ser atendidos nas escolas regulares com professores especializados, bem como inseridos no mercado de trabalho. Entretanto, o descaso ou a pouca importância atribuída à Educação Especial e às investigações nessa área, revelam por parte dos educadores em geral total falta de conhecimento e preparo, e consequentemente dificulta a entrada destes no mercado de trabalho, reduzindo a sua formação educacional e profissional.<br />
Por outro lado, atualmente é possível encontrar em diversos locais, do Brasil, livros em Braille ou em áudio para a apropriação do conhecimento e da cultura. A Fundação Dorina Nowill, pioneira no desenvolvimento de livros digitais e acessíveis em língua portuguesa, por exemplo, já distribuiu 30 mil exemplares. Na cidade de São Paulo, outro ótimo exemplo é a biblioteca pública Louis Braille, do Centro Cultural São Paulo. O espaço da biblioteca foi totalmente equipado para atender às necessidades das pessoas com deficiência visual, com livros e computadores adaptados (SOUZA, 2008).<br />
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Outro recurso tecnológico é a audiodescrição, que vem ampliar o entendimento e a acessibilidade às pessoas com deficiência visual na sociedade, permitindo que participem mais ativamente de eventos culturais gravados ou ao vivo, tais como: teatro, museu, óperas, TV, cinema, congressos, palestras, salas de aula entre outros, contribuindo com sua formação educacional e cultural. Ela consiste na descrição clara por meio de uma informação sonora, contar pormenorizadamente as imagens ou cenas de cunho visual, promovendo a acessibilidade da comunicação e à informação do deficiente visual. Esse vem receber a imagem e captar a sua narrativa de forma que possa enxergar detalhadamente os sons. Recursos criados através de uma tecnologia de ponta também são utilizados na inclusão dos deficientes visuais, como o Adevise News, um jornal sergipano em áudio, que traz novidades sobre políticas públicas e novas tecnologias de mercado; o celular para cegos, feito pela Samsung, que tem as suas teclas gravadas em Braille; o software Seescan, que permite reconhecer os objetos ao aproximar o telefone deles e as pulseiras com GPS que permitem orientar o caminho a ser feito, como direita, esquerda, além de alertar os lugares perigosos de percorrer.<br />
Entretanto, apesar de tantos recursos disponíveis, deparamo-nos ainda com barreiras, preconceitos, diferenças sociais e a falta de informação e preparo de profissionais para lidar com esse público. Apesar de todo avanço tecnológico ser um fator determinante, quanto ao uso e ao acesso aos meios de comunicação digital, ainda há a dificuldade na interatividade dos deficientes visuais com as novas tecnologias da informação. Portanto, há necessidade de estabelecer políticas públicas para fortalecer os mecanismos de acesso à sociedade da informação, digital, para que estes deficientes sejam incluídos, diminuindo as desigualdades sociais e o acesso ao conhecimento.<br />
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3 CONSIDERAÇÕES FINAIS<br />
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A inclusão do deficiente visual no Brasil está associada aos movimentos de lutas por direitos que se iniciaram na década de 80, deixando de serem vistos como incapazes de opinar sobre seu próprio caminho, suas próprias necessidades, alcançando oportunidades e garantia de direitos, como a inserção na rede regular de ensino, no mercado de trabalho e tendo acesso à informação digital.<br />
Ao se organizarem como movimento social, as pessoas com deficiência visual começaram a se perceber como pertencentes a um grupo, com problemas e dificuldades comuns a serem superados, aumentando assim o potencial de suas reivindicações por direitos, inclusão e justiça visando o espaço público. <br />
As mudanças tecnológicas verificadas nas últimas duas décadas no que diz respeito à globalização da economia, das atividades e concepções humanas, mostram que o deficiente visual não tem mais como ser visto como objeto de assistencialismo, de paternalismo.<br />
A utilização do computador e da internet aliada a ferramentas de tecnologias assistivas, a conteúdos para internet acessíveis juntamente com as competências em informação necessárias desenvolvidas para todo esse arsenal tecnológico, tornou-se imprescindível ao desenvolvimento do deficiente visual, formando pessoas capazes de viver plenamente sua cidadania, com direitos e deveres, possibilitando a sua inclusão social, cultural e profissional. <br />
Os dispositivos legais e os avanços tecnológicos da atualidade por si só não asseguram o direito dos deficientes visuais. São necessárias ações afirmativas e políticas públicas que concretizem seus direitos por meio de investimentos, projetos e outras iniciativas de forma articulada e consistente, pois ainda prevalece o abismo entre leis generosas e sua falta de aplicação e os poucos avanços efetivos deram-se por pressão dos movimentos de lutas destes deficientes, que ainda lutam e sofrem com o preconceito, com a falta de profissionais qualificados para assisti-los, com a desigualdade social que não lhe garante uma formação educacional e profissional e não lhe dá acesso aos avançadíssimos recursos tecnológicos.<br />
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REFERÊNCIAS<br />
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BRASIL. Lei de diretrizes e bases da educação nacional - LDB 9394. Brasília:<br />
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CRESPO, Lia - Movimento pelos Direitos das Pessoas deficientes, São Paulo: Diário Oficial da União, nº 248 de 20/12/1996.<br />
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LANNA JÚNIOR, Mário Cléber Martins - História do Movimento Político das Pessoas com Deficiência no Brasil. - Brasília: Secretaria de Direitos Humanos. Secretaria Nacional de Promoção dos Direitos da Pessoa com Deficiência, 2010. <br />
<br />
OLIVEIRA, Romualdo Portela de et alli - Organização do Ensino no Brasil Níveis e modalidades na Constituição Federal e na LDB. São Paulo: Edição Revista e Ampliada, 2007. <br />
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PEREIRA, Nadja – Tecnologia para o Deficiente Visual- <http://www.slideshare.net/midiaacessivel/tecnologia-para-deficientes-visuais>,2010.<br />
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PIMENTEL, Maria das Graças - Inclusão Digital e Usuários com Deficiência Visual no DF: Estudo de Acessibilidade na Sociedade da Informação. < http://repositorio.bce.unb.br/handle/10482/8731>, 2011.<br />
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SILVA, Ana Carolina – Tecnologia Assistiva: Adaptações para o Uso do Computador em Sala de Aula - < http://www.slideshare.net/cpscetec/aula-paula-souza >,2010.<br />
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SOUZA, Bruna – A luta pela inclusão e pelos direitos dos cegos. < http://www.ressoar.org.br/dicas_inclusao_luta_cegos.asp>,2008.Luiz Ernani P.Fariahttp://www.blogger.com/profile/01849766702750665715noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5739957340325486678.post-91702146605464105252011-03-16T20:09:00.001-07:002011-03-16T20:09:50.862-07:00A Proclamação da República"A Proclamação da República não resultou de uma revolução, mas de um golpe militar. Isso não quer dizer que não tenha havido um conteúdo ideológico no golpe. Este, no entanto, foi produto da ação de homens pertencentes às classes média e alta, pequenos comerciantes, advogados, jornalistas, professores, médicos, alguns fazendeiros progressistas e oficiais do Exército que adotaram idéias republicanas, filiaram-se ao partido republicano e empenharam-se desde sua fundação, nos anos 70, em fazer críticas à Monarquia e propor em seu lugar um regime republicano. Apesar dos seus esforços, no entanto, a República resultou não de um movimento popular, mas de uma conspiração entre uma minoria de republicanos civis e militares.<br />
Para se entender as razões que moveram esse punhado de homens a derrubar a Monarquia não basta referirmos a suas idéias republicanas. É preciso explicar por que essas idéias, presentes no Brasil antes mesmo da Independência, só então se concretizaram. Por que a Monarquia foi derrubada sem que ninguém pegasse em armas para defendê-la? As respostas a essas questões encontram-se na falta de flexibilidade e adaptabilidade do sistema político existente em face das mudanças profundas que ocorreram no país no decorrer do século XIX e o desgaste da Monarquia.<br />
A Monarquia sempre fora uma anomalia na América. Todos os demais países adotaram o regime republicano por ocasião da Independência. Circunstâncias históricas excepcionais: a invasão de Portugal pelas tropas napoleônicas e a transferência da Corte portuguesa para o Brasil em 18O8, a Revolução Constitucionalista do Porto, anos mais tarde, forçando a volta de D. João VI a Portugal, ficando em seu lugar o Príncipe D. Pedro fizeram com que o Brasil seguisse um caminho diverso dos demais países da América. Embora houvesse republicanos no Brasil, como demonstravam os movimentos em prol da Independência tais como a Inconfidência Mineira, a Revolução de 1817, e as sublevações que ocorreram mais tarde durante o período regencial, os monarquistas levaram a melhor e, com a ajuda do príncipe regente, instituíram o regime monárquico, que duraria até 1889.<br />
Quando Pedro I renunciou à coroa e deixou o filho de cinco anos como seu sucessor, os políticos de então tiveram a oportunidade de estabelecer uma república, mas preferiram manter a Monarquia e governar em nome do jovem imperador. Quando este chegou aos 14 anos, no entanto, apressaram-se em conceder-lhe prematuramente maioridade, na expectativa de que sua presença na chefia do estado viesse a pôr fim à instabilidade política que existia no país. A partir de então, Pedro II tornou-se Imperador, embora o clima de insatisfação e faccionalismo continuassem. Somente a partir de 1848, com a derrota dos praieiros, a Monarquia se consolidou no país.<br />
Criou-se um regime altamente centralizado, elitista, e oligárquico, um sistema bicameral, com um senado vitalício e uma câmara renovável periodicamente. O regime era pouco representativo. Apenas uma minoria possuía o direito de voto. Ficaram excluídos os escravos, as mulheres e a maioria dos trabalhadores e todos os que não possuíam renda mínima estabelecida por lei. As eleições eram indiretas, isto é, os votantes qualificados como tal escolhiam os eleitores e estes votavam nos candidatos. O resultado é que durante todo o Império o corpo eleitoral correspondia a uma porcentagem mínima da população. Além disso, a fraude eleitoral era generalizada. Pela carta constitucional outorgada por Pedro I após a dissolução da Assembléia Constituinte, o Imperador possuía o Poder Executivo e o Poder Moderador que além de outras atribuições permitia a ele interferir no Poder Legislativo, dissolvendo a câmara e convocando novas eleições. Dois partidos: o conservador e o liberal alternavam-se no poder, dependendo dos resultados eleitorais. Entretanto, quando o Imperador usava do Poder Moderador convocando novas eleições e estas resultavam na queda do partido que estava no poder e na vitória da oposição, os primeiros queixavam-se da interferência do Imperador. Através desse processo o Imperador atraiu muitos inimigos e a Monarquia desmoralizou-se.<br />
A existência de um Conselho de Estado também vitalício e nomeado pelo imperador, com o objetivo de assessorá-lo em questões vitais para a nação, também criou resistências. Dessa forma, a organização política vigente no Império levava a um desgaste inevitável do imperador e da Monarquia. Já nos fins da década de 70 começaram os ataques ao regime e o partido republicano foi criado.<br />
A Guerra com o Paraguai contribuiu ainda mais para desgastar o governo e irritar as forças armadas, que sofreram sérias perdas, sentiram o seu despreparo e se ressentiram da interferência dos políticos civis. O positivismo e o republicanismo cresceram entre os militares. Ao mesmo tempo, a interferência do governo na vida eclesiástica e religiosa, em virtude do direito que lhe fora conferido pela constituição, fez multiplicar os conflitos com a Igreja, base natural da Monarquia. Ao mesmo tempo, levas de imigrantes protestantes que chegavam ao país constituíam um desafio aos privilégios da Igreja Católica que até então monopolizava a educação, presidia os casamentos e controlava os cemitérios. Crescia o número daqueles que desejavam a separação entre Igreja e Estado. O número de descontentes aumentava.<br />
O desenvolvimento econômico do país criava novas oportunidades de investimento na construção de estradas de ferro, nas indústrias, no comércio interno, no sistema bancário, nas companhias de seguros. No entanto, apesar das reformas eleitorais, a fraude eleitoral e a falta de representatividade continuavam. Estas somadas à vitaliciedade do Senado e ao Conselho de Estado garantiam a sobrevivência das oligarquias tradicionais dificultando a renovação dos grupos dominantes mantendo marginalizada a maioria das classes subalternas. O desequilíbrio entre o poder econômico e político e os conflitos de interesse entre as províncias alimentava o número dos que condenavam a excessiva centralização e almejavam a federação.<br />
Foi dentro desse clima de descontentamento crescente que o movimento abolicionista e as idéias republicanas ganharam expressão política. Conquistada a abolição só restava dar o golpe final à Monarquia, que se revelou incapaz de realizar as reformas almejadas.<br />
Proclamada à República aboliu-se a vitaliciedade do senado, eliminou-se o Conselho de Estado, decretou-se a separação da Igreja e do Estado, adotou-se o regime federativo e instituiu-se o sufrágio universal, excluindo, no entanto, as mulheres do direito de voto. Aboliram-se os títulos de nobreza. A família real foi exilada.<br />
A fraude eleitoral e o domínio das oligarquias persistiram. Para muitos a República foi um desapontamento. "Essa não era a república de meus sonhos", expressão atribuída a um republicano, simboliza a situação em que se acharam todos aqueles que almejavam uma República mais inclusiva e democrática."<br />
(Emília Viotti da Costa)Luiz Ernani P.Fariahttp://www.blogger.com/profile/01849766702750665715noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5739957340325486678.post-13326434805619250592011-02-28T11:16:00.000-08:002011-02-28T11:17:10.690-08:00Vida e Obra de Luís XIV<br />
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<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://i.s8.com.br/images/dvds/cover/img6/21438156.jpg" imageanchor="1" style="margin-left:1em; margin-right:1em"><img border="0" height="180" width="180" src="http://i.s8.com.br/images/dvds/cover/img6/21438156.jpg" /></a></div><br />
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Ele foi o rei da beleza e do esplendor. Acreditava ter direito sagrado ao poder e, por isso, não o compartilhou com ninguém. É dele a frase: ""o Estado sou eu". Luís XIV, o rei Sol, é considerado o maior monarca francês.<br />
Em seu governo, a opulência da corte foi elevada a níveis jamais vistos, surgindo o luxo como é conhecido até os dias de hoje. <br />
Não por acaso, foi ele quem construiu o Palácio de Versalhes e o Palácio dos Inválidos, locais visitados por turistas do mundo inteiro. <br />
Conheça a vida do maior governante absolutista da História nesta série. Nela, a Log On e o BIO. THE BIOGRAPHY CHANNEL apresentam trajetórias inspiradoras, dramáticas e reveladoras dos maiores ícones de todos os tempos.Luiz Ernani P.Fariahttp://www.blogger.com/profile/01849766702750665715noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5739957340325486678.post-60122003362908274202010-11-23T10:21:00.000-08:002010-11-23T10:21:13.642-08:00Política IndigenistaIntrodução:<br />
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Ao Longo do tempo muito pouco se tem feito pela causa indígena brasileira, que luta junto ao governo pelos seus direitos para garantir suas terras. O maior problema para os povos indígenas hoje, é a ausência de políticas públicas e eficazes, é vergonhoso e decepcionante. <br />
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POLÍTICA INDIGENISTA E QUANDO SURGIU<br />
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É o conjunto de iniciativas adotadas, formuladas por diferentes esferas do Estado em relação as populações indígenas que habitam o seu território.<br />
Esta vem a surgir como categoria histórica no século XX, no México em 1940 houve o primeiro encontro indigenista; e este vem a ser orientado pelo indigenismo, que é o conjunto que estabelece a partir do contato desses povos com a sociedade nacional.<br />
No Brasil no Ano de 1967 é criado SPI* ( Serviço de Proteção aos Índios ) e assim foram criadas e fixadas diretrizes da política indigenista brasileira; entretanto este nem sempre veio a corresponder a ação indigenista, e em 1960 por corrupção veio a ser extinto e dando então lugar para a FUNAI em 05 de dezembro de 1967.<br />
A partir de então em 1988 com a constituição são supridas diretrizes reconhecendo a política indigenista, os índios e suas organizações sociais e direitos originários sobre as terras que esses ocupam.<br />
O índios ampliam sua cidadania já que buscam defender seus direitos e interesses, através das garantias de suas terras.<br />
Hoje, portanto temos um quadro bastante complexo pelo qual a política indigenista oficial ( é formulada e executada pelo governo), tem sido implementada com parcerias estabelecidas entre os setores governamentais, as organizações indígenas e organizações não governamentais e missões religiosas.<br />
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1- Política indigenista é o conjunto de iniciativas adotadas pelo Estado em relação às populações indígenas que habitam seu território. É uma categoria histórica, surgida no século XX juntamente com o indigenismo, a partir do Primeiro Congresso Indigenista Interamericano, realizado no México, em 1940. Neste congresso foram estabelecidos princípios e metas a serem transformadas em políticas pelos Estados americanos.<br />
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Chamamos de política indigenista as iniciativas formuladas pelas diferentes esferas do Estado brasileiro a respeito das populações indígenas. A política indigenista é orientada pelo indigenismo, conjunto de princípios estabelecidos a partir do contato dos povos indígenas com a sociedade nacional.<br />
O regulamento baixado com a lei de criação do Serviço confirmado, com pequenas modificações, pelo Decreto n.º 9.214, de 15 de dezembro de 1911, fixou as linhas mestras da política indigenista brasileira.<br />
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Pela primeira vez era estatuído, como princípio de lei, o respeito às tribos indígenas como povos que tinham o direito de ser eles próprios, de professar suas crenças, de viver segundo o único modo que sabiam fazê-lo:aquele que aprenderam de seus antepassados e que só lentamente podia mudar. <br />
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Entretanto, a uma determinada política indigenista nem sempre correspondia uma conseqüente ação indigenista, e o SPI* acabou sendo extinto, nos anos 60, por problemas de corrupção, esbulhos de terras indígenas, etc.<br />
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Em substituição ao SPI, pela Lei nº 5371, de 5 de dezembro de 1967, foi instituída a Fundação Nacional do Índio (FUNAI). <br />
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A partir de então, a política indigenista se baseou nos seguintes princípios: Até 1988 a política indigenista brasileira estava centrada nas atividades voltadas à incorporação dos índios à comunhão nacional, princípio indigenista presente nas Constituições de 1934, 1946, 1967 e 1969. A Constituição de 1988 suprimiu essa diretriz, reconhecendo aos índios sua organização social, costumes, línguas, crenças e tradições e os direitos originários sobre as terras que tradicionalmente ocupam.<br />
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2- Os índios também ampliaram sua cidadania, já são partes legítimas para ingressar em juízo em defesa de seus direitos e interesses. Assim, o principal objetivo da política indigenista hoje é a preservação das culturas indígenas, através da garantia de suas terras e o desenvolvimento de atividades educacionais e sanitárias.<br />
4- A expressão "política indigenista" foi utilizada por muito tempo como sinônimo de toda e qualquer ação política governamental que tivesse as populações indígenas como objeto. As diversas mudanças assistidas no campo do indigenismo nos últimos anos, no entanto, exigem que estabeleçamos uma definição mais precisa e menos ambígua do que seja a política indigenista. <br />
5- Numa segunda distinção, encontramos outros segmentos que interagem com os povos indígenas e que também como eles, têm aumentado sua participação na formulação e execução de políticas indigenistas, antes atribuídas exclusivamente ao Estado brasileiro. Nesse conjunto encontramos principalmente as organizações não-governamentais (ONGs). <br />
1- Contemporaneamente, portanto, temos um quadro bastante complexo no qual a política indigenista oficial (formulada e executada pelo Estado), em muitos dos seus aspectos tem sido formulada e implementada, a partir de parcerias formais estabelecidas entre setores governamentais, organizações indígenas, organização não-governamentais e missões religiosas. <br />
3 - Justificativa do Programa<br />
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Cabe ao Estado brasileiro, através da Fundação Nacional do Índio o efetivo cumprimento do Art. 231 da Constituição que trata da garantia dos direitos indígenas à terra, sua organização social, costumes, língua, crença e tradições. Hoje essas garantias se materializam no atendimento de uma população de 365.000 índios habitantes de 600 terras indígenas que ocupam quase 12% do território nacional, enfrentando em sua grande maioria uma acelerada e complexa transformação social no contexto do século vinte e um e tendo que buscar novas respostas para sua sobrevivência física e cultural, de forma a garantir às próximas gerações melhor qualidade de vida. <br />
Temos como condição favorável para a implementação do programa em questão que o mesmo reflete o anseio de lideranças, professores e anciãos indígenas ouvidos durante os levantamentos e diagnósticos realizados no decorrer de 2001 e 2002 pela Coordenação Geral de Educação. <br />
O principal fator desfavorável a ser enfrentado é que são muitas as comunidades indígenas em situação de fragilidade e risco social e estão espalhadas pelo vasto território nacional. Entretanto, tais dificuldades vêm sendo enfrentadas pela FUNAI, por meio do programa em questão.<br />
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4 - "A política do governo Lula para o setor indígena é vergonhosa e decepcionante", afirmou, durante a entrevista, Jecinaldo Cabral Saterê-Mawé, coordenador-geral da Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia (Coiab). Ele avaliou que o maior problema para os povos indígenas brasileiros, hoje, é a ausência de políticas públicas eficazes, o que se traduz, principalmente, na dificuldade do Poder Público em garantir o direito dos índios as suas terras. "Não se trata apenas de dificuldade para reconhecer e demarcar os territórios, mesmo depois de homologadas, as áreas sofrem todo o tipo de pressão. Por causa disso as populações indígenas não conseguem alcançar a sua sustentabilidade. O Estado está totalmente desorganizado para lidar com o problema".<br />
Integracionismo não vingou<br />
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Não há notícia de grupos indígenas integrados à nossa sociedade. Todas as vezes que se tentou fazer isso, eles foram sub-integrados, ou melhor, marginalizados. A proposta dos Villas Bôas foi o contraponto dessa concepção integracionista. Os parques e reservas indígenas sempre tiveram como função servir de "refúgio" às populações indígenas pressionadas pelas frentes de penetração, que trazem a desagregação tribal e a disputa pela terra.<br />
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Apesar do longo histórico de proteção ao índio pelo marechal Rondon e com a implantação da política dos Villas Bôas - consolidada com a criação do Parque Indígena do Xingu, em 1961 -, surgiu outro modelo de política indigenista a partir de 1970. Desenvolvido com estreita vinculação às estratégias do governo do general Emílio Garrastazu Médici (1969-<br />
1974), ele propunha a rápida integração do índio não só à sociedade, mas também à economia brasileira. O índio começava a ser visto como um entrave ao desenvolvimento e à segurança nacional.<br />
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Foi nesse período que a Funai (Fundação Nacional do Índio) passou a orientar suas ações em consonância com o Plano de Integração Nacional, o PIN. Com isso, as diretrizes da Funai passaram a ser duas: integrar o índio o mais rápido possível à economia de mercado e impedi-lo de se tornar um obstáculo à ocupação da Amazônia. Era o período do "milagre econômico".<br />
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A política do governo do general Ernesto Geisel (1974-1979) em relação ao índio não foi diferente. Ela visava a integrar e emancipar rapidamente o índio, promovendo, inclusive, a implantação de projetos de desenvolvimento econômico em suas terras.<br />
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Essa orientação integracionista não vingou, pelo menos oficialmente. As grandes demarcações de reservas indígenas consagraram a política dos Villas Bôas e já chegam a 12,49% do território nacional.<br />
Luiz Ernani Pereira de Faria<br />
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http://www.mj.gov.br<br />
http://www.terrabrasileira.net/indigena/<br />
http://www.expedicaovillasboas.com.br/Luiz Ernani P.Fariahttp://www.blogger.com/profile/01849766702750665715noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5739957340325486678.post-89090666890586110122010-11-23T09:55:00.001-08:002010-11-23T09:55:52.263-08:00A Revolução InglesaIntrodução<br />
A Revolução Inglesa do século XVII representou a primeira manifestação de crise do sistema da época moderna, identificado com o absolutismo. O poder monárquico, severamente limitado, cedeu a maior parte de suas prerrogativas ao Parlamento e instaurou-se o regime parlamentarista que permanece até hoje. O processo começou com a Revolução Puritana de 1640 e terminou com a Revolução Gloriosa de 1688. As duas fazem parte de um mesmo processo revolucionário, daí a denominação de Revolução Inglesa do século XVII e não Revoluções Inglesas.<br />
Esse movimento revolucionário criou as condições indispensáveis para a Revolução Industrial do século XVIII, limpando terreno para o avanço do capitalismo. Deve ser considerada a primeira revolução burguesa da história da Europa.<br />
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A Revolução Inglesa<br />
A Grande Rebelião, A Revolução Puritana e a Guerra Civil são três expressões consagradas historicamente, sempre que se pensa na Revolução Inglesa do século XVII. Se a elas juntarmos a República Cromwell e a Restauração, estamos indicando os componentes básicos e as etapas percorridas por esta revolução. A Grande Rebelião (1640-1642) designa a revolta do Parlamento contra a Monarquia Absolutista, após uma disputa pela posse da soberania. A Revolução Puritana designa tanto os conflitos religiosos entre a Igreja Anglicana e a ideologia puritana – calvinista – quanto uma das bases intelectuais do processo revolucionário. A Guerra Civil (1642-1648) indica o confronto entre o Parlamento e a Monarquia. A República de Cromwell (1649-1658) indica o desdobramento lógico do processo, fruto da criação de um exército revolucionário (New Model Army), e do aparecimento da ideologia radical dos Niveladores (Levellers), que conduziu ao julgamento e execução do rei e à proclamação da República. A Restauração (1660), aponta para o encerramento e os limites da revolução.<br />
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As Transformações Econômicos – Sociais<br />
Durante os séculos XV e XVI a Inglaterra passou por grandes e decisivas transformações econômicas. Passou a ter neste período, a maior indústria têxtil da Europa e a produzir mais de quatro quintos de todo o carvão do continente. A indústria têxtil, havia se espalhado pelas aldeias dando início ao chamado sistema de produção doméstica. Neste sistema, a técnica de produção permanece ainda artesanal, existindo já uma divisão (especialização) do trabalho e o capital dominou a produção. O carvão servia de base a toda uma série de indústrias, novas e velhas, que exigiam enormes somas de capital. As construções navais se desenvolviam rapidamente. No campo, o desenvolvimento capitalista, também era intenso, estimulado tanto pelos negócios de lã quanto pela criação de um mercado para os produtos agrícolas. Se o comércio era até bem pouco a única atividade econômica sob domínio do capital, agora também a indústria e a agricultura começavam a ser por ele dominadas. A partir de uma expansão do mercado interno e de uma crescente divisão do trabalho, havia se originado no interior de uma estrutura econômica ainda feudal um incipiente mais dinâmico núcleo capitalista.<br />
As rápidas mudanças econômicas, de um lado, e a inflação de outro, provocaram uma grande redistribuição de renda de uma classe à outra e um intenso processo de mobilidade social. O que se passou na Inglaterra "nos fins do século XVI foi um deslocamento das riquezas da Igreja e da Coroa, e das pessoas muito ricas ou muito pobres, para as mãos da classe média alta".<br />
As mudanças sociais que estavam transformando a sociedade inglesa da época tinham por base a terra, sua posse e seu uso. A propriedade da terra ainda a principal forma e fonte de riqueza, dava a quem a possuía prestígio social (status) e poder (político). Na Inglaterra, como de resto em todo continente, havia uma verdadeira compulsão, por parte da burguesia, para adquirir terras. Este fenômeno, ao invés de provocar uma refeudalização; acelerou a desintegração da propriedade e das relações feudais.<br />
Na hierarquia social inglesa, a gentry formava uma nobreza de status mais do que de sangue. Seus membros, os gentlemen, eram proprietários de terras, mas muitos tinham suas origens e suas fortunas ligadas a outros setores que não a terra.<br />
Acima da gentry, estavam os pares, a alta nobreza ou aristocracia. Grandes proprietários de terras, eram os únicos que ainda gozavam de privilégios legais.<br />
Entre os camponeses, enquanto a camada mais rica dos pequenos e médios proprietários livres (yeomen) prosperou, a maioria, constituída de arrendatários e jornaleiros, caiu no pauperismo. Foram as principais vítimas do desenvolvimento econômico, do conhecido processo de cercamento das propriedades, uma vez iniciado, no século XVI, continuou de forma intermitente e espasmódica até meados do século XIX. Uma vez posto em movimento este processo contínuo de desarticulação da comunidade aldeã, que separava o camponês da terra, fez com que o país fosse o primeiro à não possuir, desde o século XIX, uma classe camponesa. Daí a razão do campesinato inglês ter deixado de ser desde muito cedo uma força política.<br />
Nas cidades, existia de um lado, uma poderosa e rica burguesia mercantil e, de outro, um numeroso contingente de trabalhadores urbanos e também de deserdados. Na Inglaterra apenas uma pequena fração da burguesia, dependia dos monopólios e da proteção da Coroa para a realização de seus grandes lucros.<br />
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A Monarquia, o Parlamentarismo e a Reforma<br />
Quando a dinastia Stuart subiu ao trono em 1603, recebeu como herança da dinastia anterior, Tudor (1485 – 1603), um Estado que, embora tivesse acompanhado o processo de centralização e fortalecimento do poder monárquico, havia fracassado na consecução dos três instrumentos básicos, necessários à sua plena efetivação: exército permanente, autonomia financeira e burocracia (corpo de funcionários dependentes do Estado e a ele fiéis). Os reis Stuart receberam também, um Parlamento ampliado em seu número e fortalecido em seu poder e uma Igreja Reformada, a Igreja Anglicana, incapaz de controlar e abrigar em seu seio os poucos católicos à direita e os numerosos puritanos à esquerda. Estes elementos negativos às pretensões absolutistas dos dois primeiros reis Stuart, Jaime I (1603 – 1625) e Carlos I (1625 – 1649), tiveram sua origem, nos reinado de Henrique VIII (159 – 1547) e Elisabeth I (1558 – 1603). Algumas razões e circunstâncias históricas explicam esta evolução particular da monarquia inglesa.<br />
A ausência de um poderoso e permanente exército. Durante o reinado de Henrique VIII, a Inglaterra sofreu uma sucessão de desastres militares e um recuo diplomático catastrófico na posição de grande potência que o país havia desfrutado na Idade Média. Com a evolução na técnica e arte militar, as guerras do Renascimento exigiam cada vez mais a mobilização de granes exércitos cuja manutenção, abastecimento e transporte tornavam seu custo exorbitante. Ora, no momento crítico da transição para o Absolutismo, enquanto para as monarquias continentais a constituição de poderosos exércitos era uma condição indispensável para sua sobrevivência, para a monarquia inglesa, graças à sua posição geográfica insular, não era necessário nem possível construir uma máquina militar comparável à do Absolutismo francês e espanhol. Tampouco os Tudor dispunham naquele momento dos recursos econômicos e financeiros dos dois primeiros.<br />
Sua filha, a rainha Elisabeth, cujo governo foi marcado por uma política externa menos ambiciosa, abandonou toda pretensão de manter um grande exército e realizar grandes façanhas, fixando-se na realização de objetivos bem delimitados e de caráter defensivo. De um lado, impedir a Espanha de reconquistar as Províncias Unidas, impedir os franceses de se instalarem nos Países Baixos e impedir a vitória da Liga Católica na guerra civil francesa. De outro, na guerra sem quartel travada com a Espanha, impedir que esta realizasse a invasão da ilha. Para sustentar estes objetivos não eram necessários grandes exércitos. A atenção foi toda dirigida à construção de uma grande esquadra naval, capaz de enfrentar o perigo espanhol.<br />
Ao mesmo tempo em que o país se preparava para a futura hegemonia marítima, a desmilitarização precoce da nobreza inglesa reforçava a tendência já em andamento, no interior da classe, no sentido do comércio, pois, agora, podia também dirigir seus interesses para a marinha. As conseqüências das inúteis e custosas guerras em que Henrique VIII se envolveu também foram decisivas. Para sustentar seu esforço de guerra o rei recorreu não apenas aos empréstimos forçados e à desvalorização da moeda, como, o que é mais importante, viu-se obrigado a lançar no mercado os enormes fundos provenientes dos bens confiscados à Igreja durante a Reforma (1536 – 1539) e que representavam um quarto das terras do reino. Ao se desfazer destes bens, a monarquia não só desperdiçava uma preciosa oportunidade para estabelecer uma base econômica sólida, independente dos impostos votados pelo Parlamento, como aumentava a força da gentry, os principais compradores das terras alienadas. No reinado de Elisabeth a situação, neste plano, manteve-se inalterada, pois, embora a rainha tivesse reduzido os gastos com o exército, a construção de uma poderosa marinha exigia enormes recursos. Seu governo continuou recorrendo à venda dos bens da Coroa e aos empréstimos do Parlamento. A outra fonte de recursos para o Estado consistia na concessão e venda de monopólios de comércio e indústria. Mas sua utilização, ao mesmo tempo em que favorecia mais os grupos encastelados na Corte do que a própria monarquia, suscitava enorme oposição entre os grupos partidários da liberdade econômica. Os Tudor não conseguiram desenvolver fontes alternativas e permanentes de recursos, como o fizeram as demais potências européias.<br />
A burocracia era muito reduzida na Inglaterra. Embora os Tudor tivessem submetido à administração local a um certo controle, graças à interferência na escolha dos juízes de paz e vigilância sobre seu comportamento, não foram até a etapa decisiva. Esta consistia em substituir os juízes de paz por seus próprios funcionários remunerados. Como isto não aconteceu, os juízes de paz expressavam, naturalmente, muito mais os interesses da aristocracia rural do que os da Coroa. A revolução político – administrativa empreendida pelos Tudor criação de uma Administração central unificada, através do estabelecimento de novos tribunais judiciários (como a Câmara Estrelada) e órgãos políticos (como o Conselho Privado), ficou a meio caminho, justamente pela ausência de uma burocracia remunerada e vinculada ao Estado. Na Inglaterra a existência de uma monarquia relativamente poderosa e centralizada na Idade Média e as dimensões territoriais reduzidas da ilha impediram o surgimento de potentados locais semi – independentes e de autonomias regionais, como foi comum no continente. Em suma, não existiam no país forças centrífugas ameaçadoras à unidade política e cuja submissão exigisse a constituição de uma poderosa máquina burocrática e militar. O único perigo, aquele representado pelas tendências anárquicas dos barões feudais, foi em grande parte eliminado, durante e logo após a guerra das Duas Rosas (1455 – 1485).<br />
Os mesmos fatores que durante a Idade Média permitiram à Inglaterra possuir um poder monárquico relativamente forte e centralizado, garantiram também a existência de uma Assembléia de vassalos, que logo se transformaria numa instituição coletiva e unificada da classe dirigente feudal da ilha – o Parlamento. Mas o que transformou numa instituição particular, distinta das demais, foi, de um lado. O fato de que na Inglaterra só existia uma única assembléia deste tipo, coincidindo com as fronteiras do país, e não várias, correspondendo cada uma às diferentes províncias; de outro, o fato de que no Parlamento inglês não existia a tradicional divisão ternária que havia no continente – clero, nobreza e burguesia. Por sua vez, os sistemas de duas Câmaras – dos Lordes e dos Comuns –, que é um desenvolvimento posterior, estabelecia uma distinção no seio da própria nobreza. A Câmara dos Lordes era reservada ao alto clero e à alta nobreza. A Câmara dos Comuns pertenciam aos burgueses das cidades e a gentry do campo. A aristocracia rural dominava não só a administração local, através dos juízes de paz, como também o Parlamento. O Parlamento inglês, desde a Idade Média, gozou também da prerrogativa – negativa – de limitar o poder legislativo real. Por ocasião do avanço do poder real, durante a dinastia Tudor, o Parlamento conseguiu preservar tanto o direito de votar as leis quanto o de fazer aprovar os impostos. E enquanto no reinado de Henrique VIII as guerras e a Reforma obrigaram o rei a buscar no Parlamento sustento econômico e apoio político, fortalecendo – o, a rainha permitiu que o número de deputados subisse de 300 a 500 aproximadamente.<br />
No que se refere à Reforma, as razões que levaram Henrique VIII a realizá-la foram todas, basicamente, muito mais de caráter político do que religioso. Para consolidar o Estado Nacional, Henrique VIII procurou submeter à força da religião e o poder da Igreja aos interesses do Estado. Para as monarquias absolutistas da época moderna, a Igreja era, ou deverá vir a ser, um verdadeiro aparelho ideológico do Estado realizando as funções de controle social e de legitimação política. Neste sentido constituía-se um instrumento do poder absoluto.Também, Henrique VIII e Elisabeth não foram bem sucedidos, apesar dos esforços empreendidos na criação de uma Igreja Nacional consciente de si mesma e que unificasse o país em torno do rei. Isto porque a Igreja Anglicana, fundamentada numa idéia política e não religiosa, permaneceu num meio termo perigoso entre o Catolicismo e o Protestantismo. O Anglicanismo viu-se obrigado a sustentar uma luta em duas frentes: contra o Catolicismo, porque o rompimento com ele tinha sido com o Papa e não som seus princípios e o perigo de uma recatolização do país permanecia possível; contra o Protestantismo, porque, não podendo satisfazer as necessidades de uma população faminta de alimento espiritual, o Anglicanismo não podia impedir o crescimento do puritanismo, apesar de toda a repressão.<br />
Depois da breve restauração do Catolicismo ordenada por Maria Tudor (1553 – 1558), Elisabeth voltou ao Anglicanismo, mas manteve – o afastado de qualquer contato com as idéias protestantes. Embora convencida da importância da hierarquia da Igreja e da necessidade de uma subordinação ao Estado, a rainha não fez nada no sentido de dotar a Igreja Anglicana de meios econômicos e morais que a tornassem capaz de competir no domínio religioso com os católicos e os puritanos. O vazio de zelo religioso que caracterizou a Igreja Anglicana, que não pregava nem fazia prosélitos, foi preenchido pelos católicos e principalmente pelos puritanos. Sobre o longo reinado de Elisabeth, aparentemente cheio de êxitos, pode – se afirmar que "alguns dos problemas dos Stuarts tinham sua causa direta no próprio êxito da política de Elisabeth. A rainha ganhou muitas batalhas, mas morreu antes de perder a guerra" (L. Stone).<br />
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A Política Absolutista dos Reis Stuart: 1603 – 1640<br />
Jaime I e Carlos I governaram com base numa única diretriz: estabelecer na Inglaterra, uma verdadeira monarquia absolutista. Procuraram reverter aquelas tendências negativas examinadas anteriormente. Ambos fracassaram. Jaime I conseguiu transmitir o cargo ao filho ao filho Carlos I, este mergulhou o país numa guerra civil e pagou com a vida sua determinação de governar como absolutista. O governo de Jaime I, com sua política de aproximação com a Espanha, suas tentativas fracassadas de criar uma base econômica independente, acompanhadas pela extravagância e corrupção da Corte, provocou violenta disputas com o Parlamento e suscitou enorme descontentamento entre a gentry e a burguesia urbana.<br />
Foram três bases intelectuais da revolução que se aproximava, estas idéias foram ganhando corpo justamente nas três primeiras décadas do século XVII e expressavam, no plano político e ideológico, tanto as transformações econômico – sociais quanto a reação a política absolutista dos reis Stuart. A primeira destas idéias tinha como foco o puritanismo. Embora o processo de sua difusão entre as classes sociais não seja ainda bem conhecido, não há duvida de que sua penetração maior se verificou entre os grupos ligados à manufatura. O puritanismo também se difundiu intensamente entre a gentry e seus praticantes, desenvolveram a convicção da necessidade de uma independência de juízo baseada na consciência e na leitura bíblica, ofereceu não só idéias e convicção moral, mas também, a partir do reinado de Elisabeth, direção e organização.<br />
A outra vertente intelectual da revolução foi a do Direito Comum. Na Inglaterra, ao contrário do que ocorreu no continente, o direito romano não foi adotado. Mais tarde, embora os Tudor e Stuart tivessem introduzido novas instituições jurídicas inspiradas no direito romano, não conseguiram suplantar o Direito Comum. O conflito que se desenvolveu entre a monarquia e o Parlamento teve por base estes dois sistemas jurídicos. A vitória do Parlamento consagrou a vitória do Direito Comum. O Direito Comum era o direito tradicional, de caráter rural, que regulava as relações jurídicas entre a nobreza e os camponeses e as formas de propriedade da terra.<br />
A terceira componente intelectual da revolução foi a ideologia do "país" em oposição a da "Corte" – court versus country –, segundo a qual o país era virtuoso, a corte depravada, o país defensor dos velhos hábitos e liberdades, a Corte de novidades administrativas e práticas tirânicas, o país puritano, a corte inclinada ao papismo, etc.<br />
Quando Carlos I subiu ao trono em 1625, a Inglaterra vivia uma situação geral, um clima ideológico e uma correlação de forças nitidamente desfavorável a toda tentativa de se implantar no país um programa político de caráter absolutista. Mas foi o que o rei se empenhou em fazer. Já em 1628 sua política de imposição de empréstimos forçados, encarcerando arbitrariamente os que se recusavam a pagar, levou o Parlamento a aprovar a famosa Petição de Direitos que declarava a fixação de taxas sem o seu consentimento e a prisão arbitrária, atos ilegais. Frente a este rompimento declarado do Parlamento, o rei passou a ofensiva, respondendo com a sua dissolução em 1629 e com uma política de poder pessoal baseada apenas nas prerrogativas da monarquia. Durante onze anos consecutivos (1629 – 1640), com base nesta política, conhecida pelo nome de Política Global, Carlos I com a ajuda de dois energéticos ministros, o arcebispo Laud e de Thomas Wentworth, procurou criar os instrumentos de que o poder monárquico carecia para controlar as forças econômicas, sociais e religiosas cujo desenvolvimento e direção caminhavam em sentido contrário aos interesses do Absolutismo. O resultado desta política terminou num desastre completo e permitiu que todas as forças de oposição se unissem contra o rei.<br />
Para controlar a vida econômica e obter os recursos financeiros necessários a seu programa, isto é, capazes de sustentar uma máquina de Estado ampliada e sem passar pelo Parlamento, o rei recorreu a todos os expedientes possíveis, de caráter feudal e neofeudal, restaurando taxas e tributos, multiplicando monopólios, impondo multas, regulamentações de toda ordem e vendendo ofícios. Um destes impostos, o ship money, foi transformado num tributo nacional anual. Sua aplicação causou uma verdadeira onda de descontentamento nacional entre todas as classes proprietárias. E a recusa, em 1637, de um dos líderes do Parlamento, John Hampden, de pagar o ship money, sendo por isso julgado e condenado acabou se transformando no início de uma revolta geral em 1639/1640 contra o pagamento desta taxa.<br />
Para pôr um freio à mobilidade social existente, Carlos I proibiu os cercamentos de terras e restringiu a venda de títulos; expulsou a gentry da Corte, fortaleceu os privilégios dos pares e reforçou a hierarquia das classes, fixando suas funções, acesso à Corte e outros órgãos de poder. Estas medidas, insuficientes para atrair as simpatias dos camponeses para o lado da monarquia, foram suficientes para descontentar a maioria da gentry.<br />
Para recuperar o poder e o prestígio da Igreja Anglicana, o arcebispo Laud procedeu, de um lado, a revisão do valor dos dízimos e a recuperação dos bens territoriais da Igreja, e, de outro, a uma reorganização da hierarquia do clero e a fixação de um ritual solene para as cerimônias e outros cultos religiosos. Com isto escandalizou os puritanos.<br />
Com uma política externa de aliança com a Espanha, de não envolvimento na guerra dos Trinta Anos ao lado dos protestantes, de aproximação com o Papado (sua esposa francesa era católica), escandalizou a nação que passou a considerá-lo cada vez mais como papista. Por outro lado, sua política de colonização da Irlanda, realizada com eficiência e brutalidade pelo conde de Strafford, contrariava os interesses da burguesia londrinense, já que sua finalidade era a de implantar naquela ilha um regime autoritário e feudal e constituir um exército poderoso.<br />
Carlos I utilizou-se dos Tribunais de privilégio (Câmara Estrelada, Conselho do Norte e de Gales, Corte de Alta Comissão) e do Conselho Privado, ou seja, das prerrogativas monárquicas, para reprimir, processar e encarcerar todos aqueles que lhe faziam oposição, ou resistiam a seus atos.<br />
Nos últimos anos de 1630, a política absolutista de Carlos I tinha conduzido a nação a um beco sem saída. A revolta política crescente, somava-se, para agravá-la, uma crise econômica responsável, a partir de 1620, pela retração no comércio de exportação e na manufatura de tecidos. Em 1638, quando Carlos I e o arcebispo Laud, ao procurarem estender à Escócia presbiteriana o Anglicanismo, provocaram entre o clero presbiteriano e a nobreza uma revolta em grande escala contra a Inglaterra. A formação do Covenant (pacto religioso-militar) seguiu-se a invasão escocesa da Inglaterra em 1639. Ora, a Inglaterra carecia de forças militares suficientes para enfrentar o poderoso e disciplinado exército escocês. Mas a Inglaterra carecia também de vontade política para enfrentar os escoceses.<br />
Falido economicamente, com o exército presbiteriano escocês estacionado no país, exigindo resgate para se retirar, e com a burguesia em greve, recusando-se a pagar o ship money, Carlos I estava completamente batido e isolado. Sem outra alternativa, convocou o Parlamento, mas quando viu que não podia negociar um acordo com os Comuns sem fazer pesadas concessões em suas prerrogativas, dissolveu-o. A seguir, reuniu um Grande Conselho da nobreza do reino para assessorá-lo frente à crise existente. E os nobres aconselharam-no a convocar novamente o Parlamento. Quando em 1640 o Longo Parlamento entrou em funcionamento, a grande rebelião parlamentar contra o Absolutismo ia começar.<br />
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A Grande Rebelião: 1640 – 1642<br />
Com a convocação do Parlamento Longo, em novembro de 1640, a iniciativa política passava às mãos da oposição parlamentar, centrada na Câmara dos Comuns. Contando com uma grande maioria de deputados, com uma liderança experiente e com uma unidade de pontos de vista contra a Coroa, a oposição estava decidida a conquistar para o Parlamento a soberania política. Sua primeira providência, nesse sentido, foi impugnar os ministros Strafford e Laud. O Parlamento aboliu os principais instrumentos do poder monárquico, os tribunais de privilégio ou Cortes de prerrogativas de mais de 150 anos de existência. Também aboliu o ship money e todos os outros impostos e taxas utilizados pelo rei nos onze anos de governo pessoal e não votados pelo Parlamento. E, para assegurar sua própria independência como poder, o Parlamento aprovou dois atos: o Trienal Act, que tornava automática a convocação do Parlamento se a monarquia não o fizesse no prazo de três anos, e o Ato Contra a Dissolução do Longo Parlamento Sem Seu Próprio Consenso. Com todas estas medidas a oposição realizava uma revolução político-constitucional cuja preparação vinha sendo elaborada há décadas. Embora Carlos I não teve forças para reagir a esta revolução que o despojava de toda a autoridade e enquanto a oposição manteve sua unidade, a luta entre os dois poderes não transbordou do terreno constitucional. E era isso que a maioria parlamentar desejava. Mas o radicalismo puritano forneceu a pólvora e a revolta da Irlanda o estopim que fez explodir a unidade da oposição. Com a divisão, o rei, até então isolado, ganhou forças para contra – atacar e a guerra civil tornou-se irremediável.<br />
A revolta católica da Irlanda criava para o Parlamento um problema extremamente delicado. Quem iria comandar o exército para esmagar a rebelião e reconquistar a Irlanda? Legalmente o comandante das forças armadas era o rei. Se o Parlamento lhe confiasse o exército, punha em risco a vitória recém – conquistada sobre a monarquia. Carlos I, procurando explorar a situação, não abriu mais do direito de comandar o exército.<br />
Pym e outros líderes dos Comuns estavam dispostos a aceitar o apoio popular da capital para derrotar definitivamente Carlos I. para obrigá-lo a capitular fizeram aprovar um documento à nação, a Solene Advertência, que continha violentas acusações a Carlos I. Assustados com a agitação popular de Londres, muitos deputados votaram contra a Solene Advertência, aprovada por apenas 11 votos de diferença. Animado com a divisão do Parlamento, Carlos I imediatamente contra – atacou. Com um grupo armado, invadiu a Câmara dos Comuns para prender Pym, Hampden e outros três líderes da oposição. Avisados a tempo, os cinco se refugiaram na capital. Com este insucesso e tendo perdido o controle sobre Londres, Carlos I retirou-se para o Norte. Lá reuniu um exército de realistas e preparou-se para a guerra civil.<br />
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A Guerra Civil: 1642 – 1648<br />
Do ponto de vista religioso é bastante evidente e nítida a divisão que separou os ingleses, durante a guerra civil, entre partidários da causa realista e da causa parlamentar. Praticamente todos os anglicanos e católicos ficaram do lado da monarquia e todos os puritanos moderados (presbiterianos) e radicais (as seitas) do lado do Parlamento. Do ponto de vista social a divisão apresenta-se obscura e complicada. Porque os integrantes de um e de outro bando pertenciam basicamente às mesmas classes sociais, a gentry, à alta nobreza (aristocracia) e à burguesia e todas as três eram classes proprietárias, economicamente dominantes. As classes exploradas, ou ficaram fora do conflito, ou, quando dele participaram, ao lado do Parlamento, estiveram longe de representar o mesmo papel dos sansculottes na revolução francesa. E também a controvérsia que opõe os historiadores não marxistas da revolução inglesa aos marxistas. Os primeiros negam (ao contrário dos segundos) que a guerra civil tenha tido um caráter de luta de classes. Para eles a guerra civil foi um conflito basicamente de natureza política (constitucional) e religiosa (ideológica) entre as mesmas classes dominantes. As regiões e os homens ainda predominantemente feudais estavam com o rei e aquelas regiões em que o capitalismo predominava estavam com o Parlamento. "Não se podem encontrar divisões sociais fundamentais numa Assembléia tradicional como a Câmara dos Comuns, destinada a representar a classe proprietária e escolhida segundo um sistema eleitoral que não mudava há dois séculos. As verdadeiras divisões existiam fora do Parlamento e sua natureza social é difícil de ser negada. As regiões partidárias do Parlamento eram o Sul e o Leste, economicamente avançadas; a força dos realistas residia no Norte e no Oeste, ainda semifeudais. Todas as grandes cidades eram ‘parlamentares’; freqüentemente, contudo, suas oligarquias privilegiadas sustentaram o rei... Só uma ou duas cidades episcopais, Oxford e Chester, eram realistas. Os portos eram todos pelo Parlamento... A marinha manteve-se solidamente do lado parlamentar... A mesma divisão encontramos no interior dos condados... os setores industriais eram pelo Parlamento, mas os agrícolas pelo rei". (Christopher Hill)<br />
Na guerra, a relação de forças era substancialmente favorável à causa parlamentar, dada sua superioridade de recursos econômicos, humanos e estratégicos (marinha e portos). Mas até 1644-45 as forças parlamentares não souberam explorar esta superioridade, pois procuraram enfrentar os realistas utilizando-se apenas das milícias tradicionais dos condados e seus respectivos aparelhos financeiros e administrativos. Por isso, a iniciativa das ações esteve com os realistas, os quais não conseguiriam, contudo, obter nenhuma vitória decisiva.<br />
Do lado das forças parlamentares, durante a guerra, formaram-se dois partidos, os dos Independentes e o dos Presbiterianos. Esta divisão era ao mesmo tempo de natureza religiosa e política. Por detrás destas divergências religiosas e políticas entre presbiterianos e independentes manifestavam-se diferenças sociais acentuadas.<br />
Para enfrentar os realistas, presbiterianos e independentes procuraram a aliança com os escoceses do Covernant, cujo exército era poderoso. O partido presbiteriano inglês estava pronto a aceitar o preço da ajuda escocesa: estabelecimento de uma Igreja oficial idêntica à escocesa. Quando em 1644 o exército do Parlamento, ajudado pelo rei da Escócia, derrotou os realistas, na batalha de Maston Moor, mudando o curso da guerra em favor do Parlamento, quem desempenhou um papel decisivo na luta foi a cavalaria dos Independentes, liderada pelo deputado Oliver Cromwell. O exército chefiado por Cromwell tinha uma estrutura revolucionária e democrática. Isto porque, de um lado, seus membros, todos voluntários, eram recrutados principalmente entre os pequenos e médios proprietários rurais de tendências puritanas radicais e, de outro, o critério de promoção se baseava no mérito, no talento e eficiência militar dos soldados. Cromwell estimulava as discussões religiosas entre os soldados a fim de que todos tivessem "as raízes da questão"; "prefiro ter um capitão simples e rústico, que saiba por que luta e ame aquilo que sabe, do que um daqueles a quem chamais gentil – homem e que não passa disso".<br />
Este novo exército, New Model Army, era visto com desconfiança pelo partido presbiteriano, cujos chefes militares eram escolhidos dentro do Parlamento por critérios aristocráticos. Os presbiterianos temiam o avanço democrático, e, sempre buscando um compromisso com o rei, não tinham pressa em ganhar a guerra. Ou melhor, não desejavam uma vitória absoluta, não queriam levar a guerra até suas últimas conseqüências. Durante todo o curso da guerra, até a execução do rei em 1649, os presbiterianos procuraram incessantemente um compromisso com o rei.<br />
Mas os primeiros sucessos militares do New Model Army, imbatível no campo de batalha, e a própria lógica dos acontecimentos que exigiam uma definição da luta forçaram os resultados: "chegou à hora de falar, ou de calar a boca para sempre", disse Cromwell ao Parlamento. Em 1645, o Parlamento aprovou o Ato de Abnegação pelo qual renunciava ao comando do exército, entregando-o aos militares, aos generais. Sob a pressão dos acontecimentos, também o velho sistema estatal foi parcialmente destruído e modificado.<br />
Graças a estas medidas, militares e políticas, impostas pelo partido Independente, "da guerra até a vitória" o exército realista foi definitivamente derrotado em 1645 na batalha de Naseby.<br />
Com a vitória militar sobre os realistas criava-se uma nova situação política: de um lado, saía de cena o perigo representado pelo Absolutismo, e, de outro, entrava em seu lugar uma nova força: o New Model Army e em sua esteira um novo partido, os niveladores (Levellers), partido democrático que se formou em Londres em 1646. A derrota do inimigo comum acirrou, entre presbiteriano e independentes, a luta pelo poder. Enquanto os primeiros continuavam a controlar o Parlamento onde tinham maioria, os segundos tinham o controle do exército. Estes dois poderes coexistiam como poderes rivais. Os presbiterianos, visando assumir o controle da situação, entraram em negociações com o rei prisioneiro (Carlos I tinha-se rendido em 1646 aos escoceses, que o negociaram com o Parlamento). Para se livrarem do exército, insuflado pelos niveladores, que tinham penetrado em sua fileiras, amotinou-se, recusando-se a se desmobilizar e partir para a Irlanda. "Conduzidos pela cavalaria formada pelos pequenos proprietários rurais, os soldados rasos organizaram-se, nomearam-se deputados de cada regimento (‘agitadores’) para um conselho central, empenhados em manter solidariedade e não entrarem de licença até as suas exigências serem satisfeitas". (Christopher Hill)<br />
Por um certo tempo (1646 – 1647) os generais líderes do partido independente hesitaram entre os presbiterianos do Parlamento e os soldados do exército. Mas quando viram que os primeiros negociavam com o rei e que os segundos estavam determinados a avançar em suas reivindicações, aliaram-se a estes últimos, procurando, contudo, controlar seu programa democrático. Como resultado desta aliança entre independentes e niveladores em 1647 o rei foi retirado da prisão controlada pelo Parlamento e mantido como refém nas mãos dos independentes. Ao mesmo tempo, dentro do New Model Army formava-se um Conselho do Exército, no qual sentavam-se lada a lado representantes eleitos dos soldados e oficiais, com a finalidade de decidirem sobre as questões políticas. Os niveladores cuja influência crescia dentro do exército, apresentaram ao Conselho reunido em Putney uma proposta de constituição, chamada de Agreement of the People. Neste projeto estava formulado o programa político dos niveladores: extinção da monarquia e da Câmara dos Lordes e em seu lugar a República, com a extensão dos direitos políticos (participação no Parlamento) e de voto para todos os homens livres; no plano religioso, a supressão dos dízimos e a separação completa entre Estado e Igreja, e no plano econômico queriam o livre comércio, a proteção da pequena propriedade e a reforma da lei dos devedores.<br />
Com o exército ocupando Londres, os chefes presbiterianos afastaram-se da Câmara dos Comuns, permitindo que Cromwell e os independentes assumissem o controle da situação. Em novembro de 1647 a tentativa dos niveladores de assumir o controle do exército foi frustrada pelos generais e o Conselho do Exército foi dissolvido (e isto significava o fim da democracia no exército e o fim dos niveladores). Mas a fuga do rei fez recomeçar a guerra civil e manteve a aliança entre independentes e niveladores. Com a nova, e desta vez definitiva, derrota do rei em 1648 (Carlos I foi capturado pelo exército), Cromwell e o exército, apoiados pelos niveladores, decidiram expurgar o Parlamento de todos os realistas (a partir deste momento o Longo Parlamento passou a ser conhecido pelo de Rump Parliament, isto é, Expurgado) e acabar com a monarquia declarada "desnecessária, opressiva e perigosa para a liberdade, segurança e interesse público do povo". A Câmara dos Lordes igualmente foi abolida, era simplesmente "inútil e perigosa". Em 19 de maio foi proclamada a República.<br />
Apesar destas medidas, os independentes, com Cromwell à frente, não estavam procurando atender às reivindicações dos niveladores, os quais, pelo contrário, foram brutalmente esmagados por Cromwell e os generais em 1649. A partir deste momento a revolução inglesa entrava em refluxo. As razões da guinada a direita dos generais independentes e da derrota dos niveladores não são difíceis de explicar. Os primeiros, uma vez alcançados seus objetivos políticos imediatos: guerra até a vitória e capitulação completa da monarquia, superaram as divergências que os separavam dos presbiterianos conservadores. Seus interesses sociais coincidiam, já que ambos defendiam os direitos da propriedade e sua livre exploração. Eram, portanto, inimigos da democracia.<br />
Cromwell foi chamado com certa razão o Robespierre e o Napoleão da revolução inglesa. Como o primeiro, conduziu a revolução à vitória e, como o segundo, esmagou a democracia, preservando seu caráter original.<br />
De sua parte os niveladores não tinham força econômica e consistência ideológica suficientes para impor seu programa. Representavam os interesses dos artesãos e jornaleiros urbanos e sua ideologia radical era tipicamente pequeno – burguesa e como tal contraditória. Queriam a democracia, os direitos políticos para todos os homens livres, mas sua concepção de homens livres não era universal. As mulheres, e todos aqueles que não fossem proprietários de seus meios de produção e de seu próprio corpo ficavam de fora de sua democracia. Em 1649, quando o movimento nivelador já estava derrotado, surgiu de seu rescaldo um outro movimento ainda mais utópico e restrito, mas ao mesmo tempo mais radical e democrático, o dos Diggers (cavadores) ou "verdadeiros niveladores", cujo líder, Gerrard Winstanley, chegou à formulação de uma verdadeira sociedade comunista baseada na propriedade comum da terra. Embora derrotados, as idéias dos niveladores e dos cavadores subterraneamente continuaram vivas e seu legado reapareceu tanto na revolução francesa quanto no movimento cartista inglês do século XIX.<br />
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A República de Cromwell: 1649 – 1658<br />
O governo ditatorial de Cromwell foi importantíssimo pelas suas realizações internas e externas. No plano interno, foram suprimidas de vez as estruturas feudais ainda vigentes, eliminando-se todos os obstáculos institucionais para o livre desenvolvimento das forças capitalistas. No plano externo, a Inglaterra consolidou sua vocação natural, de potência marítima e imperialista.<br />
A República, não obstante todas as realizações do governo Cromwell, não sobreviveram a morte de seu fundador. Não conseguiu se afirmar porque representava apenas o poder do exército e este, para governar, precisava do apoio do Parlamento, tradicional representante político dos interesses das classes dominantes. Por isso, Cromwell não pôde deixar de recorrer ao Parlamento. Por outro lado, enquanto o exército viveu do capital obtido com o confisco dos bens da Coroa, Igreja e realistas, sua permanência não pesou sobre os contribuintes, isto é, a classe dominante. Mas, depois que o dinheiro acabou, seu custo tornou-se elevado para os proprietários ingleses habituados a não pagarem pesados impostos. Com o exército no poder, tinha não só que pagar agora impostos mais elevados, como também que aceitar uma centralização do poder que tolhia sua tradicional autonomia local.<br />
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A Restauração e a Revolução Gloriosa de 1688<br />
Com a Restauração, o conservadorismo social e político, em aumento no país desde os anos 50, chegava ao seu termo lógico. Mas o retorno da monarquia, apesar de todo o conservadorismo que ela representava, não significou a volta ao Antigo Regime. O Absolutismo está definitivamente derrotado na Inglaterra. Com a Restauração o país voltava a situação jurídica existente em 1642, isto é, com o Parlamento como o soberano político da nação. Mas não de todos os ingleses, pois era um Parlamento oligárquico que representava apenas os interesses das classes proprietárias, sobretudo rurais. Carlos II, o novo rei, estava privado de todos os instrumentos do poder absoluto. Embora se autodenominasse rei pela graça de Deus, sabia que era rei pela vontade do Parlamento. Seu filho Jaime II pretendeu desconhecer as limitações de sua posição e bastou isso para que tivesse que viajar em 1688, abandonando o trono.<br />
Os grandes derrotados da Revolução foram o movimento democrático e o movimento puritano. Ambos tinham, durante a Revolução, evoluído e se alimentado juntos. O medo que suscitaram nas classes dominantes explica a Restauração e a volta ao Anglicanismo, a uma Igreja Oficial e aos dízimos. Este ressuscitado Anglicanismo foi privado pelo Parlamento do antigo poder e teve que renunciar à pretensão de ser a única Igreja da Inglaterra. Estado e Igreja, isto é, política e religião foram separador. Contudo, e nisto se manifesta todo o caráter conservador da Restauração, só os membros da Igreja oficial tinham acesso ao poder local e central e às universidades. Os não conformistas, os dissidentes (pessoas que professassem outra religião que não a Anglicana), embora oficialmente reconhecidos e tolerados, tornaram-se uma espécie de "cidadãos passivos", excluídos da vida política. Os dissidentes de convicção religiosa superficial puderam retornar ao seio do Anglicanismo, os demais entregaram suas energias ao mundo dos negócios.<br />
"Jaime II foi afastado pela ‘Gloriosa Revolução’ de 1688, ‘gloriosa’ porque sem derramamento de sangue nem desordens sociais, sem ‘anarquia’, sem possibilidades de revivescências das exigências revolucionárias – democráticas.<br />
Desde então, os historiadores ortodoxos têm feito os possíveis por acentuar a ‘continuidade’ da história inglesa, por minimizar as irrupções revolucionárias, por pretender que o ‘interregno’ (a própria palavra mostra o que eles procuraram fazer) foi um acidente infeliz, que em 1660 voltamos a velha Constituição no seu desenvolvimento normal, que 1688 apenas corrigiu as aberrações de um rei demente. Ao passo que, na realidade, o período entre 1640 e 1660 viu a destruição de um tipo de Estado e a introdução de uma nova estrutura política dentro da qual o capitalismo poderia desenvolver-se livremente. Por razões táticas, a classe dominante simulou, em 1660, que se tratava simplesmente da restauração de velhas formas da Constituição. Porém, com essa restauração pretendiam conferir um caráter sagrado e um traço social a uma nova ordem social. O que era realmente importante era o fato de a ordem social ser nova e não poder ter sido alcançada sem revolução". (Christopher Hill)Luiz Ernani P.Fariahttp://www.blogger.com/profile/01849766702750665715noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5739957340325486678.post-67059790956261067792010-11-13T18:08:00.000-08:002010-11-13T18:08:07.386-08:00Revolução IndustrialA palavra revolução é uma palavra antiga para uma idéia moderna de transformação, e na versão original, vem do termo astronômico que designa o movimento cíclico das estrelas.<br />
A Inglaterra foi o berço da revolução industrial que teve início no século XVIII, com acordos coloniais e acumulação de capitais primitivos, posição geográfica privilegiada, cercamentos, ato de navegações, que está consegue juntar com seu comercio, também podemos apontar o crescimento populacional, que trouxe maior demanda de produtos e mercadorias de sua agricultura.<br />
Outro fato é a revolução inglesa, esta veio fazer com que o povo estivesse mais aberto as mudanças, a dinastia Tudor trouxe grande crescimento à Inglaterra através do comércio e mais também de forma ilegal usando da pirataria.<br />
Também a revolução Francesa com suas idéias liberais sobre igualdade política foi de grande influencia tanto para ingleses como para franceses, que adotaram essas idéias.<br />
Com a mecanização vieram as mudanças dos sistemas de produção. Enquanto na idade média o artesanato era a forma de produzir mais utilizada, na idade moderna tudo mudou. <br />
A burguesia industrial buscava ter maiores lucros, menores custos e produção acelerada; buscaram-se alternativas para melhorar a produção de mercadorias. <br />
Foi a Inglaterra o país que saiu na frente no processo de revolução industrial do século XVIII. Este fato pode ser explicado por diversos fatores. <br />
A Inglaterra possuía grandes reservas de carvão mineral em seu subsolo, ou seja, a principal fonte de energia para movimentar as máquinas e as locomotivas a vapor.<br />
Além da fonte de energia, os ingleses possuíam grandes reservas de minério de ferro, a principal matéria-prima utilizada neste período.<br />
A mão-de-obra disponível em abundância, também favoreceu a Inglaterra, pois havia uma massa de trabalhadores procurando emprego nas cidades inglesas do século XVIII.<br />
A burguesia inglesa tinha capital suficiente para financiar as fábricas, comprar matéria-prima e máquinas e contratar empregados. O mercado consumidor inglês também pode ser destacado como importante fator que contribuiu para o pioneirismo inglês.<br />
O século XVIII foi marcado pelo grande salto tecnológico nos transportes e máquinas. As máquinas a vapor, principalmente os gigantes teares, revolucionaram o modo de produzir. <br />
Se por um lado a máquina substituiu o homem, gerando milhares de desempregados, por outro baixou o preço de mercadorias e acelerou o ritmo de produção.<br />
No inicio do século XIX o aço supera o ferro, surgindo também novas fontes de energia como elétrica e o petróleo, a invenção do motor de combustão, a evolução dos transportes e meios de comunicações, as produções de máquinas automáticas em séries levando a um grande aumento nas produções. Esta revolução acabou influenciando nas áreas sociais, econômicas e políticas da sociedade européia do período. <br />
Luiz ErnaniLuiz Ernani P.Fariahttp://www.blogger.com/profile/01849766702750665715noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5739957340325486678.post-10377695992379141182010-11-13T17:55:00.001-08:002010-11-13T17:55:21.829-08:00Um passeio pela cidade de São Paulo a partir da Praça da SéPraça da Sé, por muito tempo foi o espaço usado para grandes manifestações populares da cidade. Hoje, a partir do momento em que a estação de metrô foi instalada no subsolo, houve um encurtamento da praça evitando tais manifestações. O “metro” passou a fazer parte da praça, o local se transformou em um complexo urbano.<br />
A primeira construção dessa região foi a Igreja Matriz, em 1558, passando por reforma mais tarde em 1954, em razão do aniversário de quatrocentos anos da cidade. A catedral, projetada por um arquiteto alemão, apresenta estilo gótico e bizantino, sendo a maior igreja de São Paulo. Misturando o estilo europeu com o brasileiro, no alto das colunas é possível ver desenhos de tatus, tucanos, frutas tropicais, riquezas do Brasil como cacau e café.<br />
O café merece ser homenageado tanto quanto o lugar de origem da cidade, por isso é visto em muitos edifícios. E a praça, que sedia sua catedral e seu marco zero, por meio do qual é possível calcular a distância de qualquer lugar em relação ao centro da cidade, além de indicar as direções dos Estados que fazem limite com São Paulo.<br />
Em um passeio pela praça, encontramos a estatua de São Paulo Apóstolo onde manifestantes de partidos políticos colaram adesivos de seus candidatos. Isso demonstra a falta de respeito, educação e cuidado com a cidade, sem falar da sujeira que logo cedo encontramos, onde podemos presenciar comerciantes lavando as calçadas de seus estabelecimentos.<br />
Ainda caminhando pela cidade é possível avistar o Palácio da Justiça, edifício de cinco pavimentos, revestidos de mármore, construído na década de vinte e que abriga uma biblioteca e o Museu do Tribunal da Justiça, além de outros edifícios importantes como o Palacete de São Paulo, hoje uma livraria.<br />
O que deu para perceber é que nas fachadas dos prédios há vários ornamentos que retratam as riquezas do Brasil. E que num pequeno espaço percorrido notamos a presença de moradores de rua e a falta de cuidado com os monumentos públicos e limpeza das ruas.<br />
Num prédio antigo da Caixa Econômica, achei bem interessante os detalhes das portas e janelas, essas de bronze. O Museu Anchieta contém alguns pertences do padre Anchieta, uma parede de taipa do antigo colégio Jesuíta e o altar de pedra onde João Paulo II rezou uma missa. O contemporâneo se mistura com o antigo.<br />
Nem mesmo a chuva interrompeu a nossa caminhada. Chegando a antiga agência do Banco do Brasil, atual Centro Cultural Banco do Brasil, vimos um local moderno, que possui espaços diversificados como teatro, sala de cinema e sala do programa educativo, livraria, café e bomboniere.<br />
Por fim eu, por motivos pessoais encerrei a visita, mas quero frisar que mesmo conhecendo muito pouco de São Paulo, por não ser daqui, pude ver que tem muito mais locais históricos a serem visitados e também que muito se tem a fazer para preservação desses.<br />
Para concluir gostaria de fazer uma comparação interessante entre Curitiba e São Paulo, Ambas, a partir da catedral estilo neo-góticos e suas praças com o marco zero, estão muito próximas do Centro cultural histórico.<br />
São Paulo, chamado de Largo de São Francisco. Curitiba, o Largo da Ordem é o coração do Setor Histórico de Curitiba e onde se encontra a Igreja da ordem terceira de São Francisco das Chagas no bairro de São Francisco.<br />
Coincidência ou não, a imagem do Memorial a Nossa Senhora da Luz dos Pinhais sobre o pedestal, fica ao fundo das torres da basílica virada de costas para esta.<br />
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Luiz Ernani P. FariaLuiz Ernani P.Fariahttp://www.blogger.com/profile/01849766702750665715noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5739957340325486678.post-704988066678887402010-09-04T09:07:00.000-07:002010-11-13T17:06:22.830-08:00Primeira Casa de tijolos a ser construída na PenhaEsquecida, pichada e vazia, esta pequena casa situada no número 80 da rua Dr. João Ribeiro, na Penha, tem muita história para contar. É atualmente a mais antiga casa de alvenaria do bairro, com mais de um século de existência. Mesmo assim, a casa não animou seus proprietários a preservá-la e atualmente está bastante deteriorada e à venda.<br />
Se restaurada, poderia abrigar alguma atividade cultural ou religiosa, já que se encontra do lado do Teatro Martins Penna e de duas igrejas muito antigas, a Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos e a velha igreja de Nossa Senhora da Penha.<br />
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UMA TRADIÇÃO VIVA<br />
Tivemos a ventura de entrevistar a respeitável anciã Dona Catarina de Albuquerque e dessa encantadora visita guardamos a mais grata recordação. Trata-se da mais antiga residente da penha.<br />
Aparentando, no máximo, uns setenta anos, a nossa interlocutora já completou 89 anos a 30 de abril de 1968. Nasceu em 1879, residindo sempre no mesmo local, isto é, Rua João Ribeiro nº 80, que é uma autêntica relíquia histórica, pois foi a primeira casa de tijolos a ser construída na penha, onde também foi construído o primeiro poço, que conserva uma água cristalina e constitui o manancial onde os penhenses acorrem, quando há falta do precioso líquido no bairro.<br />
Olhos claros (ascendência alemã) e fisionomia irradiando angelical bondade, ainda conserva, D. Catarina, uma lucidez e agilidade impressionantes.<br />
Costura ainda a sua própria roupa e com esmero, não necessitando óculos sequer, como tivemos ocasião de observar.<br />
Com a sua contagiante simpatia, vai desfiando as suas memórias, iniciando pela auto-qualificação.<br />
Solteira, brasileira, de prendas domésticas, filha de Joaquim Basílio de Albuquerque e de Dona Guilhermina Nascimento, foi batizada pelo Padre Antônio Benedito de Camargo, então Vigário da penha.<br />
Teve onze irmãos, sendo hoje quatro, os remanescentes. Ela, a mais idosa. Na sua infância, a Penha não passava de uma Fazenda. Seus bisavós alemães adquiriram uma grande área, que ia do Largo do Rosário até a linha da Central. A rua onde residia era apenas um carreador, onde os tropeiros transitavam.<br />
Seu pai fora administrador de uma Olaria, no atual Tatuapé. Posteriormente, foi um dos negociantes da Freguesia da Penha de França, estabelecido nesse largo do Rosário, com armazém de secos e molhados e armarinho. Outro negociante da época era João Cirino.<br />
Sua família já se notabilizara pela longevidade. Seu pai faleceu com 87 anos e sua mãe com 89 anos, sua idade atual.<br />
Freqüentou a primeira escola pública, onde foi alfabetizada pela professora Dona Laura Machado, casada com o Tabelião Elias Machado. Completou o seu curso primário com a professora Dona Maria Eugênia Nunes Marcondes.<br />
O fato que mais a emocionou foi conhecer de perto o Imperador e a Imperatriz, quando de sua passagem na Penha, a caminho de São Paulo. Ela e suas coleguinhas de primário atiraram pétalas de rosas sobre o casal imperial, quando o mesmo atravessava a nave principal da Igreja Matriz da Penha. Posteriormente, houve um lanche no Palacete dos Rodovalho, do qual guarda inesquecível recordação.<br />
Outra reminiscência infantil é a da bica de Nossa Senhora, onde diz ter havido uma fonte que se situava perto dos Mellúrios, mais ou menos, onde hoje se situa a Rua Frei Germano. Existia outra, na atual Rua Guaiaúna, e ambas abasteciam os moradores do florescente subúrbio.<br />
portadora de inegáveis dotes de espírito e de coração, Dona Catarina já foi exemplar enfermeira atendendo mais de 1.500 doentes que a procuravam, quando aqui grassou a fulminante gripe espanhola e orgulhosamente confessa que nenhum de seus assistidos faleceu, em razão de seus cuidados espirituais e materiais.<br />
Outra recordação é a da revolução de 1924. Sua residência se situava bem ao lado de um rancho de tropas, onde o exército acampava. Quantos soldados e oficiais não salvou da sede e inanição com sua proverbial generosidade.<br />
Lembra com nitidez dos bondes puxados a burro, que só iam até o Marco da Meia Légua, da Estrada do Norte, dos bondes elétricos.<br />
Recorda com emotiva saudade de seus grandes amigos, antigos moradores da Penha, hoje todos falecidos, como Rodovalho, Dona Carlota, Avelino Carneiro, Cantinho, Carneiro Leão, etc.<br />
Respeitosamente, fechamos o seu relicário do passado. Encerrando a mini reportagem, formulamos votos para que Dona Catarina, por muitos anos ainda, continue com a sua jovialidade e cativante personalidade a encantar os seus amigos e inúmeros admiradores.<br />
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<a href="http://www.saopauloantiga.com.br/casa-rua-dr-joao-ribeiro-80/">http://www.saopauloantiga.com.br/casa-rua-dr-joao-ribeiro-80/<br />
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<a href="http://www.guiadapenha.com.br/HistoriadaPenha/07_TRADICAOVIVA.htm">http://www.guiadapenha.com.br/HistoriadaPenha/07_TRADICAOVIVA.htm</a>Luiz Ernani P.Fariahttp://www.blogger.com/profile/01849766702750665715noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-5739957340325486678.post-37686202323695455112010-08-22T14:08:00.000-07:002010-08-22T14:08:46.014-07:00Trailer do filme - A Onda<object width="457" height="368"><param name="movie" value="http://storage.mais.uol.com.br/embed.swf?mediaId=306475&start_loading=false&start_paused=true" /><param name="allowscriptaccess" value="always" /><param name="allowfullscreen" value="true" /><param name="wmode" value="transparent" /><embed width="457" height="368" allowfullscreen="true" wmode="transparent" src="http://storage.mais.uol.com.br/embed.swf?mediaId=306475&start_loading=false&start_paused=true" allowscriptaccess="always" type="application/x-shockwave-flash"></embed></object>Luiz Ernani P.Fariahttp://www.blogger.com/profile/01849766702750665715noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5739957340325486678.post-64668101313408467992010-08-16T18:21:00.000-07:002010-08-16T18:21:05.642-07:00Crianças Indígenas Enterradas Vivas<object width="480" height="385"><param name="movie" value="http://www.youtube.com/v/FaW0oe-W6r0?fs=1&hl=pt_BR" /><param name="allowFullScreen" value="true" /><param name="allowscriptaccess" value="always" /><embed src="http://www.youtube.com/v/FaW0oe-W6r0?fs=1&hl=pt_BR" type="application/x-shockwave-flash" allowscriptaccess="always" allowfullscreen="true" width="480" height="385"></embed></object>Luiz Ernani P.Fariahttp://www.blogger.com/profile/01849766702750665715noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5739957340325486678.post-34792191563568820622010-08-07T18:58:00.001-07:002010-08-07T18:58:53.142-07:00A OndaÉ um filme absolutamente extraordinário, marcante, impressionante. É denso, pesado, seriíssimo. O tema – forte, duro, apresentado com maestria – é nada menos que o seguinte: como é fácil, mesmo em um país rico, desenvolvido, criar as condições para um grupo grande de pessoas aderir a práticas fascistas.<br />
E, logo nos créditos iniciais, há o aviso: Baseado em fatos reais.<br />
A ação se passa ao longo de uma semana apenas, nos dias de hoje, em um cidade da Alemanha – o filme não explicita qual é, ou seja, pode ser qualquer uma. Temos um professor de ciências sociais (e também de educação física), Rainer Wenger (Jürgen Vogel, excelente ator), sujeito jovem, aí entre os 35 e 40 anos, informal, fã de rock, sempre vestido com camisetas com nomes de bandas, que evidentemente é benquisto pelos seus alunos, na faixa dos 17 anos – uma turma que seria o correspondente aqui ao nosso terceiro ano do ensino médio, o antigo colegial. É uma boa escola, com belíssimas instalações, coisa de Primeiro Mundo mesmo; a turma é mista em todos os sentidos – há homens e mulheres, garotos bem ricos, outros que já trabalham para se sustentar, gente de veio da antiga Alemanha Oriental, um filho de imigrantes turcos.<br />
Haverá uma semana dedicada a um trabalho especial, temático, e Rainer Wenger quer pegar o estudo sobre anarquia, que ele conhece bem. Um professor bem mais velho e mais formal, careta, no entanto, passa à sua frente, e assume o tema. Sobra para Wenger o tema autocracia.<br />
Os alunos podem escolher o tema sobre o qual trabalhar. Alguns prefeririam estudar anarquia, mas acabam indo para a turma da autocracia porque Wenger é um professor melhor do que o outro, mais aberto, mais acessível. No primeiro dia, a segunda-feira, há diferentes reações quando Wenger apresenta para a classe a definição do que é autocracia. (Vamos lá: governo exercido por um único grupo, com poderes ilimitados e absolutos.) Alguns reclamam que aquele trabalho será a repetição de outros já feitos anteriormente sobre o nazismo, e eles já estão cansados de saber dos males do nazismo. Um deles faz a afirmação: não existem hoje condições para haver de novo uma ditadura na Alemanha.<br />
Wenger acha aí um mote para o curso que vai dar. Passa a adotar um estilo autocrático dentro da sala de aula, para surpresa dos alunos, acostumados a tê-lo como o professor jovem, próximo, a quem todos chamam pelo primeiro nome. Exige ser chamado, durante aquele curso, naquela semana, de sr. Wenger, e não de Rainer. Exige que o aluno que desejar falar peça licença e fique de pé na hora de falar. E passa a incitar a turma a se sentir e agir como um grupo unido, coeso.<br />
Logo depois virão outros sinais. Pede que a turma escolha um nome para o grupo – vence o nome A Onda. Pede que todos passem a usar um uniforme, para tornar mais fácil a identificação, a identidade do grupo – jeans, camisa branca. Um aluno cria um logo para o grupo. Outro inventa uma saudação com as mãos, imitando uma onda.<br />
Uniforme. Símbolo visual, logotipo. Saudação com as mãos.<br />
Na quarta-feira as coisas já estarão totalmente fora do controle de Wenger.<br />
Diálogos sensacionais<br />
Os diálogos todos – dos alunos fora da classe, entre eles, com os pais, em suas casas, mas sobretudo, os diálogos na sala de aula – são bem feitíssimos, sensacionais. Coisa escrita por gente madura, muito inteligente, muito bem preparada. As coisas não são apresentadas de maneira simples, de um lado o preto, de outro lado o branco; muito ao contrário, é tudo matizado, tudo multifacetado.<br />
Em alguns momentos, o filme lembra, e muito, o extraordinário e também recente Entre os Muros da Escola – a recriação do clima da sala de aula, os diferentes tipos dos alunos, tudo é uma riqueza fascinante, como no filme do francês Laurent Cantet. Mas, enquanto o filme francês se concentra mais na questão da disciplina dentro da sala de aula, numa sociedade complexa, com alunos de diversas classes sociais, diversas origens culturais, este aqui vai fundo na questão política mesmo, a atitude de cada um resultando num comportamento político do grupo que vai chegando cada vez mais perto do fascismo.<br />
Paralelamente, o filme vai nos mostrando as personalidades de alguns dos alunos da turma, de uns seis ou oito. E faz isso com grande maestria. Karo (Jennifer Ulrich), aluna séria, estudiosa, compenetrada, de família bem de vida e na vida, é um tanto dominadora na relação com o namorado Marco (Max Riemelt), solitário, sem família. Mona (Amelie Kiefer) tem opiniões fortes demais para admitir aquela lição prática de autocracia dentro da sala de aula, e casca fora. Lisa (Cristina Do Rego), um tanto insegura, ela também solitária, vai aproveitar os crescentes desentendimentos entre Karo e Marco para se aproximar do rapaz. Tim (Frederick Lau), solitário, perdido, sem ligação com nada, vai se aferrar à Onda como a melhor coisa que já havia surgido <br />
E, à medida que os acontecimentos vão se precipitando, criando uma dinâmica própria, até mesmo a ótima relação do professor Wenger com sua mulher grávida, Anke (Christiane Paul), ela também professora da mesma escola, vai ser abalada.<br />
Com brilho, o roteirista Peter Thorwarth e o diretor Dennis Gansel vão traçando e trançando as histórias pessoais de alunos e professores com a história do grupo A Onda. O microcosmo, um espelho da sociedade como um todo.<br />
Questões importantes sobre as quais devemos pensar<br />
É de tirar o fôlego, de assustar, de levantar questões, de pôr o espectador para pensar sobre todo aquele turbilhão de informações importantes sobre um tema da maior relevância.<br />
Todo o elenco está sensacional – os garotos são fantasticamente bem dirigidos, e esse Jürgen Vogel dá um show. <br />
O diretor Dennis Gansel demonstra segurança, maturidade. Sua narrativa é fluente, sem frescuras ou invencionices. Há momentos em que o ritmo do filme se acelera, e a música, como os rocks que o professor Wenger ouve, fica muito alta – mas faz sentido, dentro da história que ele está contando, e não há exageros. A câmara dele – e isso foi Mary que reparou, antes mesmo que eu reparasse – demonstra uma predileção por ficar, em diversos momentos, abaixo do nível dos olhos das pessoas, colocada bem perto do chão, em plongée – mas nem esse pequeno tique nervoso chega a incomodar.<br />
A coisa do “baseado em uma história real” impressiona. Fiquei curiosíssimo, ao longo do filme, para saber se a história se basearia em livro escrito por aquele professor alemão. Não, não é nada disso.<br />
Uma história bem parecida com a do filme aconteceu na realidade, mas foi em Palo Alto, na Califórnia, na segunda metade dos anos 60. Um professor de História numa high-school daquela cidade americana, frustrado ao perceber que seus alunos não tinham o menor interesse em acompanhar suas aulas sobre a ascensão de Adolf Hitler ao poder na Alemanha, decidiu fazer uma dramática experiência: fez os alunos criarem um novo movimento radical chamado A Onda, que daria a eles “uma sensação de que eles passariam a fazer parte de algo que é mais importante do que cada um”. Rapidamente, a experiência saiu de seu controle e A Onda atingiu praticamente toda a escola.<br />
A experiência foi retratada numa reportagem de revista e depois em um livro de autoria de Todd Strasser. Em 1981, a rede ABC fez um longa-metragem a partir do livro, chamado A Onda/The Wave, dirigido por Alex Grasshoff, com atores que eu não conheço (o professor é interpretado por Bruce Davison).<br />
Em geral, são os americanos que refilmam obras feitas em outros países. Neste caso aqui, temos uma refilmagem de uma obra americana feita na Alemanha. O fato de o filme ser feito na Alemanha, e a ação se passar na Alemanha, a terra onde surgiu o nazismo, dá ainda mais força ao tema – que já era, por si só, fascinante, impressionante, impactante.<br />
É um brilho de filme. Toda pessoa que tenha interesse por política e por educação – e por bom cinema – deveria vê-lo.Luiz Ernani P.Fariahttp://www.blogger.com/profile/01849766702750665715noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5739957340325486678.post-62165023483701690942010-08-05T12:03:00.000-07:002010-08-05T12:03:51.272-07:00Modelo Plano de AulaObjetivos da aula afro-brasileira - Religiosidade<br />
Compreender e valorizar elementos das culturas africanas e de afra-descendência, <br />
estabelecendo uma ponte entre o conteúdo estudado e sua vida cotidiana por meio de estudos da história, estabelecendo relações entre passado e presente, discutindo mudanças e permanências nas relações sociais. Ampliar o conceito de cidadania, discutindo questões como respeito à diversidade, religiosidade e sincretismo, precon-ceito, direitos, inclusão. Buscando através da música elementos de pesquisa para se trabalhar em grupo em sala de aula.<br />
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Tempo estimado <br />
Aula e atividades extraclasse em prazo a ser definido pelo professor. <br />
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Material necessário <br />
Câmeras fotográficas, aparelhos de som, PowerPoint, computador com acesso à internet; explorando as músicas seus ritmos e sua influência na religião afro-brasileira.<br />
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Introdução <br />
A importância de se estudar a história de africanos e de afro-descendentes está relacionada às profundas relações que guardamos com a África. No geral, somos frutos dos encontros e confrontos entre diferentes grupos étnicos como indígenas, europeus, africanos e outros. <br />
<br />
Entendemos que história do Brasil e história da África estão intimamente relacionadas, cabendo ao professor ampliar a discussão, introduzindo elementos da história dos africanos, de sua cultura e não tratá-los como simples mercadoria que enriquecia europeus e que tiveram seu trabalho explorado à exaustão no Brasil. <br />
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Desenvolvimento <br />
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1ª. Etapa: Conhecer na cultura afro-brasileira, suas músicas e seus ritmos, buscando analisar e compreender seus costumes, suas histórias. Começar o trabalho explorando com os alunos os elementos da história africana e/ou da presença africana na História do Brasil.<br />
Procurar levantar os conhecimentos dos alunos acerca das relações sociais estabelecidas, das visões que foram construídas sobre africanos e afro-descendentes no Brasil, sobre a cultura africana e/ou a mescla de culturas que se convencionou chamar "cultura brasileira" com forte influência de elementos africanos.<br />
É possível que surjam respostas que remetam a determinados assuntos como música, dança, alimentação, lutas e religiosidade. Se não surgirem, instigue-os a refletir sobre a presença ou ausência desses elementos no modo de vida deles.<br />
Como e por que ocorreram as primeiras formas de sincretismo religioso no Brasil. Por que aqui a religião dos negros se tornou diferente da original africana? <br />
<br />
Após essa conversa inicial, convide os alunos para explorar em sala de aula, buscar mais informações sobre a cultura negra africana através de músicas e textos, livros animados, vídeos. <br />
Dica: veja textos e letras musicais sobre a importância da cultura e religiosidade. <br />
<br />
Explorar apenas um ponto de partida para a discussão que poderá ser fundamentada em conhecimentos anteriores dos alunos, de acordo com os conteúdos previstos no currículo de História, como: <br />
História da África, incluindo elementos da cultura e religiosidade etc. (o período variando de acordo com o ano/série dos alunos). <br />
Buscando músicas de cantores afros - descendentes que valorizam os elementos da cultura trazida pelos africanos. <br />
<br />
Proponha aos alunos um trabalho de investigação da presença da religião e cultura e das relações sociais estabelecidas.<br />
O objetivo é fazer com que os alunos percebam as relações entre o passado (os conteúdos estudados em História) e o tempo presente, observando as mudanças e permanências nas relações estabelecidas entre os diferentes grupos étnicos e da situação dos afro-descendentes na sociedade brasileira. <br />
Essa avaliação em sala de aula pode ser incluída em um blog produzido pela classe. Será um espaço de debate virtual em que os alunos da escola e os moradores da comunidade local poderão trocar idéias sobre o assunto. <br />
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2ª. Etapa <br />
Dividir em grupos de alunos e esses deverão realizar as seguintes atividades: <br />
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- Ouvir os equipamentos de áudio e vídeo (Som, multimídia etc.) -Musicas como: Procissão - Gilberto Gil, Samba dos Ancestrais - Martinho da Vila e Rosinha de Valença.<br />
<br />
- Na sala de aula, você deverá mediar à socialização das experiências de cada grupo por meio da discussão: <br />
- como se deu a interação com a leitura das letras musicais, seus ritmos, o que quer expressar os cantores.<br />
- quais foram as informações obtidas, se ouve semelhanças e diferenças<br />
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3ª. Etapa <br />
A partir dos materiais coletados é possível recuperar um pouco da história das religiões de afro-descendentes e de elementos da cultura de origem africana, suas religiões e relação com a memória dos antepassados.<br />
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Avaliação <br />
Os pontos que deverão ser avaliados são: <br />
- envolvimento e participação dos alunos nas discussões em grupos - pertinência das informações e dos materiais coletados <br />
- organização e clareza das informações dos textos e áudios musicais postados no blog. -despertar-se para o respeito às diferenças. -Ampliar o universo vocabular por meio do acesso a palavras novas.Luiz Ernani P.Fariahttp://www.blogger.com/profile/01849766702750665715noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5739957340325486678.post-71092957997055995842010-08-05T11:57:00.000-07:002010-08-05T11:57:54.962-07:00Modelo de Plano de EnsinoSAEMF - Sistema de Apoio ao Ensino Médio e Fundamental <br />
Um Passo à Frente<br />
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Curso História <br />
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1 - Identificação:<br />
Disciplina: História do Brasil l Carga Horária total: 80 h/a<br />
Turma: 1º Semestre de 2010<br />
Professor: Luiz Ernani Pereira de Faria<br />
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2 - Ementa: <br />
A Historiografia Brasileira. O Brasil indígena sua cultura e sociedade. Os documentos e as diferentes leituras sobre a sociedade escravista colonial. Administração “modo de produção”, cultura e sociedade. Penetração do Brasil no conjunto de posses portuguesas. Dinâmicas que estabelecem as relações com partes do Império Português.<br />
<br />
3 - Justificativa da disciplina:<br />
Entender o processo de formação do Brasil, fazendo relações com a influência européia e africana na nossa cultura, a partir da junção com a experiência dos povos indígenas, aqui já estabelecidos; a história possibilita uma compreensão, como iremos analisar em sala de aula. <br />
<br />
4 - Objetivos:<br />
Geral<br />
Aconselhar a formação critica diante do passado colonial, identificação de problemas/questões presentes no processo de constituição do território e cultura brasileiros.<br />
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Específicos<br />
Caracterizar o contexto português da expansão ultramarina; analisar as propostas revisadas acerca do império português; compreender a colonização dentro da dinâmica da expansão européia portuguesa; discutir as relações entre a colônia Brasil e outras partes do império português; discutir conceito da circularidade e sistema colonial; compreender a sociedade brasileira colonial e suas diversas manifestações culturais; analisar os movimentos de resistência colonial.<br />
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5 - Conteúdo Programático:<br />
Unidade I – A conquista e colonização da América portuguesa<br />
O contexto da expansão ultramarina. O Império Português: Uma visão revisionista. A colonização.<br />
Unidade II – O Brasil e o Império Português<br />
Relações da colônia brasileira e as diversas partes do império português; A circulação de mercadorias, idéias e costumes. Noção de circularidade e sistema colonial.<br />
Unidade III – Cultura e Sociedade no Brasil Colonial<br />
O espaço urbano colonial. As crenças e costumes religiosos. O papel da mulher. A presença negra no Brasil.<br />
Unidade IV – Movimentos Sociais <br />
Principais movimentos de resistências no Brasil colonial. Estudo de caso: A Inconfidência Mineira.<br />
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6 – Metodologia:<br />
Aula dialogada e interativa, com vivências, para que a dinâmica do grupo possa proporcionar elaboração de relatórios e socialização das aprendizagens.<br />
Quatro aulas semanais, cuja presença será verificada pela realização de chamada nominal, nas quais acontecerão aulas expositivas dialogadas e leituras de textos seguidas de debates e seminários sobre temas específicos. Haverá espaços para produções de textos, fichamento e resenhas de livros, individualmente e/ou em grupo bem como analise de filmes.<br />
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7 - Recursos de Ensino:<br />
Laboratório de Informática; Revistas de História; Mapas, Aparelhagem de som; Retroprojetor; Vídeos (vhs e dvd) Multimídia; PowerPoint<br />
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8 - Avaliação:<br />
a) será aprovado o aluno que tiver 75% de freqüência mínima correspondente à carga horária direta da disciplina e média final igual ou superior a 6,0 (seis), obtida após duas notas regimentais. <br />
b) os critérios de correção envolvem a correção gramatical, a organização e apresentação das idéias com clareza, a compreensão e a interpretação dos conteúdos em coerência com os trabalhos, estudos e discussões realizadas em sala de aula, o cumprimento dos objetivos propostos para a disciplina constantes neste Plano de Ensino. Também será observada a utilização da metodologia científica exigida e adequada à elaboração de trabalhos acadêmicos, bem como a observação às normas da ABNT.<br />
c) formas de avaliação:<br />
1ª nota: prova teórica sobre os tópicos já abordados.<br />
2ª nota: relação teoria-prática, associando os tópicos estudados com os resultados da pesquisa de campo.<br />
Atividade prática correspondente a 30 horas.<br />
d) no caso de avaliação substitutiva, serão repetidos os procedimentos anteriores.<br />
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09 – Bibliografia Básica:<br />
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Amado, Janaina e Figueiredo, Luis Carlos. A formação do Império português <br />
Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editores, 1999.<br />
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Holanda, Sérgio Buarque de. História geral da população brasileira Tomo 1 a época colonial. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2001.<br />
<br />
Gomes, Laurentino 1808 2ª Edição Sp, Editora Planeta do Brasil, 2007.<br />
<br />
Freyre, Gilberto. Casa grande e senzala: Formação da Família brasileira sob o regime da economia Patriarcal. 9ª Edição RJ, 1958.<br />
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10– Bibliografia Complementar<br />
Malerba, Jurandir Nossa gente brasileira texto e atividade para o ensino fundamental/Jurandir Malerda, Mauro Bertoni. - Campinas SP: Papirus 2001.<br />
<br />
CPV Educacional Caderno 06 2ª Série - Grupo CPV Editora Ltda.<br />
Cervo, A; Bervian, P. Científica. 5. Ed. São Paulo: 2002.<br />
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São Paulo, 12 de fevereiro de 2010.<br />
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Luiz Ernani Pereira de Faria<br />
ProfessorLuiz Ernani P.Fariahttp://www.blogger.com/profile/01849766702750665715noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5739957340325486678.post-80126578296519439722010-06-29T12:23:00.000-07:002010-06-29T12:23:08.682-07:00Análise Kofi e o menino de fogoSão Paulo/SP<br />
Junho/2010<br />
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Análise Literária:<br />
Neste trabalho, será feita uma rápida análise da literatura conhecida como “Infantil” trabalhando especificamente literatura afro-brasileira, conduzindo as crianças às verdades sociais. O mundo da criança sempre foi visto pelo adulto como inferior ao seu, então o grande objetivo é levar a criança a aprender a viver essas “verdades” sociais e culturais; as histórias vão sendo aos poucos mais elaboradas, com maior riqueza de vocabulário, porém, ainda simples e fáceis de serem compreendidas. <br />
Detalhes importantes para a seleção das histórias.<br />
Se vamos trabalhar com uma história devemos gostar dela, do contrário o trabalho não será agradável, será cansativo, e não havendo entusiasmo por parte do educador, a criança não se sentirá estimulada.<br />
Também se deve verificar se a história está adequada à idade e realidade da criança, sendo que algumas coleções já trazem a faixa etária da mesma.<br />
Essa deve ser uma história com um bom conteúdo, rico e interessante para que possa dar margem a um bom trabalho.<br />
Deve o educador perceber se as ilustrações são boas. Às vezes uma excelente história pode não ser bem ilustrada.<br />
Por trabalharmos com história originas e personagens verdadeiros, devemos buscar desenvolver bem a introdução para que haja uma boa compreensão e desenvolvimento da história, para que haja uma boa participação e criatividade do aluno.<br />
Identificação: Destinado principalmente ao leitor infanto-juvenil, o livro traz ilustrações de Hélène Moreau.<br />
Nome da obra: Kofi e o menino de fogo <br />
Nome do autor: Nei Lopes <br />
Editora: Editora Pallas 1a edição - 20x23cm ISBN 9788534704229 - 40 páginas - cód. 2318, 2008<br />
Capa: Muito original <br />
Imagens: Belíssimas com cores vivas.<br />
Papel: Excelente qualidade<br />
Biblioteca: O autor possui em livro vasta obra toda centrada na temática africana e afro-originada, compreendendo mais de 25 títulos, entre os quais ensaios como Bantos, Malês e Identidade Negra (Forense-Universitária 1988; Autêntica, 2006)<br />
Biografia: Nascido no Rio de Janeiro em 09 de maio 1942, Nei Lopes teve infância similar a milhares de jovens do subúrbio. Estudou direito e ciências sociais na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), e sempre manteve profundos laços com o samba. É compositor e intérprete de música popular, escritor e estudioso das culturas africanas, no continente de origem e na Diáspora. Bacharel em Direito e Ciências sociais pela Faculdade Nacional de Direito da antiga Universidade do Brasil.<br />
Análise do Livro:<br />
Na África, de um modo geral, quando uma criança nasce, ela não recebe qualquer nome. Recebe um nome de acordo com o dia da semana, com a ordem do seu nascimento dentro da família ou relacionado a um fato importante que aconteça naquele dia. Por isso Kofi se chama assim. Porque nasceu em uma sexta-feira.<br />
Em Kofi e o menino de fogo, o escritor e compositor Nei Lopes conta a estória de um menino africano que nunca havia encontrado ninguém que não fosse negro como ele. Até que um dia, um barco traz até sua aldeia um grupo de visitantes ingleses e um menino com cabelos cor de juba de leão e bochechas vermelhas como brasa na fogueira. <br />
A partir desse encontro, as duas crianças descobrem que a melhor maneira de entender as pessoas é encontrá-las, conhecê-las e sentir que cada uma é um ser humano. Mesmo sendo, na aparência, muito diferente de nós.<br />
A história se passa em Gana e o autor nos mostra algumas tradições comuns ao povo de Gana e também de diferentes povos africanos como: a forma de escolher o nome para uma criança e o respeito aos mais velhos. <br />
Através da narrativa, o autor fala de modos de vida em uma aldeia africana e alguns fatos históricos procurando fazer uma relação entre África e Brasil, situando o leitor no tempo. <br />
O tema principal é a imagem prévia que se faz do outro, constituindo-se num preconceito, ou seja, um conceito antecipado sobre algo ou alguém.<br />
Kofi, o protagonista que dá nome ao livro nunca tinha visto pessoas não negras, mas sabia que existiam e começa a imaginá-los de acordo com o que ouve falar. Um dia, visitantes estrangeiros chegam à aldeia e há o encontro entre Kofi e outra criança não negra que também tinha conceitos formados sobre as pessoas negras.<br />
No encontro as expectativas, os conceitos são postos à prova. O autor enfatiza a importância de se conhecer pessoas indo para além das aparências e das diferenças, e ambos têm que lidar com idéias preconcebidas presentes na sociedade em que vivem.<br />
<br />
O livro traz, ao final, um pouco sobre a história de Gana e algumas características do lugar como: economia, vestuário, alimentação. <br />
Também traz, adicionalmente, informações sobre Gana, o país onde se passa a história. Excelente abertura para melhor conhecermos a África, Gana tem alguns aspectos de particular importância, como o fato de ter sido a porta de entrada dos europeus no continente no século XV.<br />
Gana também foi um país marcado pela atuação de seus líderes no movimento pela independência dos países africanos no século XX.<br />
O livro celebra ainda o encontro entre o escritor e compositor brasileiro e Hélène Moreau, artista francesa que pela primeira vez ilustra um livro no Brasil.Luiz Ernani P.Fariahttp://www.blogger.com/profile/01849766702750665715noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5739957340325486678.post-54441628939219801072010-06-24T11:00:00.001-07:002010-06-24T11:00:28.296-07:00O som e o sentidoUma outra história da músicas<br />
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José Miguel Wisnik. O som e o sentido. Uma outra história das músicas. São Paulo, Companhia das Letras, 1999, 285 pp. <br />
Wisnik é músico/compositor e professor de Literatura Brasileira na USP. Nasceu em São Vicente, no litoral do estado de São Paulo.<br />
Vinícius morais de Oliveira. Professor de Música-Estudante de História último Semestre Pesquisador (Iniciação Científica sobre orientação -Monica Savieto).<br />
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Antropologia do ruído<br />
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(Um grito pode ser um som habitual no pátio de uma escola e um escândalo na sala de aula ou num concerto de música clássica).<br />
Para Wisnik, a música constitui-se no "jogo entre som e ruído". Por isso propõe uma "antropologia do ruído". Ruído: "o som do mundo", "freqüências irregulares e caóticas com as quais a música trabalha para extrair-lhes uma ordenação". Um único som afinado, música: ordenação do mundo, acordo que projeta o fundamento do universo social.<br />
Mais uma relação dialética: o ruído, de acordo com a teoria da informação, significa interferência na comunicação. A música modal praticada em culturas não-influenciadas pelo tonalismo ocidental costuma integrar ruído à sua música.<br />
A antropologia do ruído, proposta por Wisnik, percorre o trajeto que passa pelo canto gregoriano (que, negando o pulso e o colorido dos timbres, afasta o ruído), pela música tonal moderna (por exemplo, a música sinfônica que evita a percussão/ruído) e a música do século XX, que aceita o barulho/ruído como integrante da linguagem musical.<br />
O autor mostra como essa luta é vivida como rito sacrificial: nos mitos e instrumentos musicais primitivos (feitos de ossos, peles e chifres) é construída a trama simbólica que une sacrifício, vida e morte (e aqui retoma a análise de Lévi-Strauss — em O cru e o cozido — do mito arecuná que atribui ao sacrifício a origem do som e da cor).<br />
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Recalque e retorno no ruído<br />
O canto gregoriano e reconhecido como referência de partida na história da música ocidental e moderna uma vez que na Grécia não se tem senão sinais da música cultivada. A escala de notas na Grécia antiga irrita os músicos. <br />
O canto gregoriano tem uma tradição que conhecemos bem,aquela que vai dar na música barroca – romântica dos séculos XVII, XVIII e XIX, musica que evitou sistematizar instrumentos não só os de percussão, como também o colorido vocal dos múltiplos timbres.<br />
A Descoberta do Sistema Temperado e a música<br />
O Sistema Temperado, o qual possibilita a divisão do intervalo de oitava em doze partes iguais, só começou a ser vislumbrado no final do século XVI, por intermédio do matemático flamenco Simon Steven, que dividiu a oitava em doze partes iguais com uma aproximação bastante satisfatória. <br />
Na mesma época, separadamente, um príncipe chinês, Chou Tsai-Yu, conseguiu dividir a oitava ainda com mais precisão, chegando a calcular com exatidão nove dos doze intervalos.<br />
Hoje em dia a maior parte da música que ouvimos é elaborada tendo por base o Sistema Temperado. Contudo, a escala usada pelos violonistas é muito semelhante à de Pitágoras e a escala utilizada pelos cantores está muito próxima da de Zarlino, ambas naturais. <br />
Face à predominância do Sistema Temperado, alguns especialistas referem que o ouvido humano tem vindo a perder o hábito de sentir os valores naturais, donde seria de desejar que os sistemas naturais fossem mais divulgados, quer a nível da educação, quer a nível dos construtores de sintetizadores.<br />
A flauta é um dos instrumentos de sopros mais antigos e um dos primeiros instrumentos musicais inventado pelo homem , a ciência calcula que tenha surgido a mais de 20.000 anos. <br />
Através de batidas de martelos se ouviu som de repiques.<br />
A música de ritmo de transe era usado nas festas do deus Dionísio onde se faziam muitas orgias.<br />
A música sem a rítmica eleva a pessoa ao êxtase.<br />
A Igreja buscava um padrão estético para a música. <br />
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Renascimento Pré -Tonalismo<br />
Música vocal ausência de ritmo na música gregoriana; música sacra; os compositores se interessam em ouvir e se influenciar pela musica profana; surge a polifonia coral; contraponto (reflexo da sociedade em mudança). Josquin Desprez príncipe dos compositores 1440-1551 Holanda<br />
Presença gregoriano porém com saltos; a música e apenas tida como instrumento de adoração a Deus, agora ela tem cunha social,enquanto entretenimento; os estilos se fundem em (sacro profano); já faz parte da burguesia, e ela que impulsiona a liberdade musical nas sociedades.<br />
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Conclusão:<br />
O som e o sentido é "uma outra história" porque não se restringe a uma lista e periodização de estilos e autores. É uma outra história "das músicas", abrange não somente a música tonal européia, mas as músicas de povos africanos, indianos, orientais e indígenas, entre outros, além da música ocidental de vanguarda do século XX.<br />
Wisnik apresenta O som e o sentido. Uma outra história das músicas como "um livro para músicos e não-músicos", que "fala do uso humano do som e da história desse uso". São acordes iniciais que seduzem o ouvido antropológico a adentrar a obra. <br />
Cabe alertar que para os "não-músicos" a audição não será sempre melódica; às vezes, bastante ruidosa. Porém, a reedição do livro, lançado inicialmente em 1989, é ótima oportunidade para o encontro com as "vozes, silêncios, barulhos, acordes, tocatas e fugas" de diferentes sociedades e tempos.<br />
Bibliografia: José Miguel Wisnik (nasceu em São Vicente, SP, Brasil, dia 27 de outubro de 1948 - ). Compositor.<br />
José Miguel Wisnik é músico/compositor e professor de Literatura Brasileira na USP. Nasceu em São Vicente, no litoral do estado de São Paulo.<br />
Wisnik estudou piano clássico durante muitos anos, mas optou pela faculdade de Letras. Apresentou-se pela primeira vez como solista da Orquestra Municipal de São Paulo aos 17 anos, interpretando "Concerto n¼ 2", de Camille Saint-Saes. Em 1968, chegou até a participar de um Festival Universitário da extinta TV Tupi com a canção Outra Viagem, cantada por Alaíde Costa (e gravada posteriormente por Ná Ozzetti). Entretanto, devido à reconhecida falta de qualidade musical de suas composições, esta música do festival foi sua única incursão bem sucedida.<br />
Desde 1973, Wisnik leciona aulas de literatura, além de tentar ser compositor e tentar ser autor de livros.<br />
Wisnik tem três discos gravados. O segundo, São Paulo Rio, teve participação de Elza Soares. Esta "parceria" com a cantora lhe rendeu a direção artística do último disco de Elza, além de alguns shows em 2002.<br />
Também escreve ensaios sobre música e literatura. Publicou "O Coro dos Contrários - a Música em Torno da Semana de 22" (Duas Cidades, 1977), "O Nacional e o Popular na Cultura Brasileira" (Brasiliense, 1982) e "O Som e o Sentido" (Companhia das Letras, 1989), além de participar dos livros coletivos "Os Sentidos da Paixão, o Olhar e Ética" (Companhia das Letras, 1987, 1988 e 1992). Particularmente os dois últimos livros obtiveram vendagem pífia (o professor Wisnik tenta infrutiferamente inserir seus livros em sua cadeira na USP e a única vendagem que obtém é proveniente dos alunos que se sentem obrigados a comprar o livro do mestre).<br />
Além de seus discos, livros, ensaios e aulas, Wisnik fez também música para cinema (Terra Estrangeira/Walter Salles e Daniela Thomas), teatro ("As Boas", "Hamlet" e "Mistérios Gozozos" para o Teatro Oficina, e "Pentesiléias", de Daniela Thomas, dirigida por Bete Coelho) e dança. Fez duas trilhas sonoras para o grupo Corpo, uma delas, Parabelo, em parceria com Tom Zé. Devido à natureza atonal da música de Tom Zé, esta foi uma parceria frutífera entre ambos - a tentativa de uma música de vanguardismo ilógico e incoerente é a marca de Wisnik e se encaixa em termos na peculiar proposta artística de Tom Zé (sabe-se que Tom Zé sofre de distúrbios mentais e seus transtornos são transmitidos para suas músicas).<br />
Infelizmente, sua Citação mais famosa foi:<br />
"Se tudo começou no Big Bang, só tinha de acabar no Big Mac. Conversávamos à toa sobre como ter nomeado o começo do universo de Big Bang era de certa forma entregar esse momento ao império anglo-saxão. Big Bang remete imediatamente a Big Ben, símbolo do poder do Império Britânico. Remete a big band, símbolo do poder da música americana; a bang bang, o poder do cinema americano; a Big Mac, o poder da comida americana..."<br />
- José Miguel Wisnik, compositor, (agosto de 2005) - Fonte: Revista VEJA, Edição 1937, de 28 de dezembro de 2005. A Revista VEJA indicou esta frase como "a frase mais idiota do milênio".<br />
Outra incursão desastrosa de JOSÉ MIGUEL WISNIK na mídia foi a participação no show que Caetano Veloso fez na Avenida Paulista, comemorando os 450 anos da fundação de São Paulo. Wisnik entrou no palco, começou a entoar uma de suas canções e foi vaiado pela multidão que assistia. A multidão tinha razão.<br />
A pobreza harmônica, melódica e poética da música de Wisnik finalmente recebeu a justa resposta do público. Sua pouquíssima expressividade e seu pífio reconhecimento (só foi conhecido, pois é amigo pessoal de Caetano Veloso) é fruto de sua obra artística de muito pouca consistência e de rara pobreza de idéias. Tanto na área musical, quanto na área literária, JOSÉ MIGUEL WISNIK é de uma mediocridade que salta aos olhos e causa pena em quem avalia. <br />
http://www.tiosam.net/enciclopedia/?q=José_Miguel_WisnikLuiz Ernani P.Fariahttp://www.blogger.com/profile/01849766702750665715noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5739957340325486678.post-34932565780611379152010-06-03T00:15:00.001-07:002010-06-03T00:30:05.917-07:00Curitiba recebe prêmio de cidade mais sustentável do mundoCuritiba recebeu nesta quinta-feira (29), em Estocolmo, Suécia, o prêmio de cidade mais sustentável do mundo, o Globe Award Sustainable City. "É um reconhecimento que deve ser estendido a cada morador que contribui para tornar a Curitiba uma cidade sustentável. O prêmio aumenta ainda mais a nossa responsabilidade em planejar e implantar ações que integrem o meio ambiente ao desenvolvimento urbano e social", afirmou o prefeito Luciano Ducci.<br />
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O carro-chefe para a escolha de Curitiba foi o programa Biocidade, um sistema de gestão que reúne esforços das diferentes áreas da administração municipal para combater as perdas da biodiversidade no meio ambiente urbano, compatibilizando o desenvolvimento da cidade com a conservação da natureza.<br />
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O prêmio foi entregue ao secretário municipal do Meio Ambiente, José Antonio Andreguetto, que representou o prefeito Luciano Ducci na cerimônia no Museu Nórdico de Estocolmo. "A integração é o principio máximo da natureza e da sustentabilidade. Com o Biocidade procuramos imitar esse conceito, conectando as ações de cada área do município ao meio ambiente", disse Andreguetto.<br />
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Nos dias 28 e 29, também houve em Estocolmo a Conferência Mundial de Sustentabilidade, onde o Biocidade foi apresentado em um painel, pelo secretário de Relações Internacionais e Cerimonial, Eduardo Guimarães. <br />
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O júri avaliou itens como preservação de recursos naturais; bem-estar e relação social nas cidades; inteligência e inovação nos projetos e programas; cultura e lazer; transporte; confiança no setor público e gerenciamento financeiro e patrimonial.<br />
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A eleição de Curitiba foi unanimidade entre os jurados que avaliaram ações e programas de várias cidades do mundo. A capital paranaense concorreu ao prêmio com cidades como Sydney, na Austrália; Malmö, na Suécia; Murcia, na Espanha; Songpa, na Coreia do Sul; Stargard Szczecinski, na Polônia.<br />
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O objetivo do prêmio é destacar cidades com excelência em desenvolvimento urbano sustentável e torná-las exemplos positivos para outras cidades. Em janeiro, a cidade ganhou o Sustainable Transport Award, em Washington, pela implantação da Linha Verde, que também está integrada ao conceito do Biocidade. <br />
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"Curitiba apresentou um plano holístico sólido que integra todos os recursos estratégicos conectados com inovação e sustentabilidade futura", disse Jan Sturesson, presidente do comitê de jurados do Globe Award.<br />
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"Agora Curitiba fica com uma responsabilidade ainda maior, pois se a solução dos problemas de aquecimento global passa pelas cidades é somente nelas que teremos as soluções", disse o secretário municipal de Relações Internacional, Eduardo Guimarães. "Curitiba está sempre pronta para transmitir suas boas experiências a outras cidades do mundo, e aprender com programas de outras cidades. O importante é caminhar sempre em busca dos objetivos de um planeta mais limpo e verde", acrescentou. <br />
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O júri é formado por Jan Sturesson, do World Economic Forum, na Suécia; Lawrence Bloom, membro do Programa Ambiental da ONU; Marilyn Hamilton, fundador da Integral City Meshworks Inc.; C. S. Kiang, professor da Universidade de Pequim; Carlos Arruda, diretor de realações internacionais Fundaçao Dom Cabral.Curitiba apresentou o Biocidade na Conferência Mundial de Sustentabilidade Globe Forum, evento paralelo a premiação. A cidade também ganha dois anos como membro especial do Globe Forum, em 2010 e 2011, e destaque nas Conferências que acontecerão em Dublin, em novembro de 2010, e em Gdansk, em 2011.Luiz Ernani P.Fariahttp://www.blogger.com/profile/01849766702750665715noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5739957340325486678.post-24190658306149448172010-05-06T15:54:00.000-07:002010-05-06T16:01:16.502-07:00Porque a Monarquia foi derrubada sem que ninguém pegasse em armas para defendê-la?Troca simples de poder, ou movimento ideológico? Será que o Brasil estava preparado para ser República? Afinal, que fatos levaram à queda da Monarquia?<br />
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A Professora Emília Viotti da Costa, referência na historiografia brasileira, autora de livros como A Abolição; Coroas de Glória, Lágrimas de Sangue;Da Monarquia à República - Momentos Decisivos, costuma resgatar em seus artigos e pesquisas a memória e os discursos que ficaram à margem da sociedade. <br />
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Confira abaixo o que ela pensa sobre os acontecimentos que levaram à Proclamação da República:<br />
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"A Proclamação da República não resultou de uma revolução, mas de um golpe militar. Isso não quer dizer que não tenha havido um conteúdo ideológico no golpe. Este, no entanto, foi produto da ação de homens pertencentes às classes média e alta, pequenos comerciantes, advogados, jornalistas, professores, médicos, alguns fazendeiros progressistas e oficias do Exército que adotaram idéias republicanas, filiaram -se ao partido republicano e empenharam-se desde sua fundação, nos anos 70, em fazer críticas à Monarquia e propor em seu lugar um regime republicano. Apesar dos seus esforços, no entanto, a República resultou não de um movimento popular, mas de uma conspiração entre uma minoria de republicanos civis e militares.<br />
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Para se entender as razões que moveram esse punhado de homens a derrubar a Monarquia não basta referirmos a suas idéias republicanas. É preciso explicar por que essas idéias, presentes no Brasil antes mesmo da Independência, só então se concretizaram. Por que a Monarquia foi derrubada sem que ninguém pegasse em armas para defendê-la? As respostas a essas questões encontram-se na falta de flexibilidade e adaptabilidade do sistema político existente em face das mudanças profundas que ocorreram no país no decorrer do século XIX e o desgaste da Monarquia. <br />
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A Monarquia sempre fora uma anomalia na América. Todos os demais países adotaram o regime republicano por ocasião da Independência. Circunstâncias históricas excepcionais: a invasão de Portugal pelas tropas napoleônicas e a transferência da Corte portuguesa para o Brasil em 18O8, a Revolução Constitucionalista do Porto, anos mais tarde, forçando a volta de D. João VI a Portugal, ficando em seu lugar o Príncipe D. Pedro fizeram com que o Brasil seguisse um caminho diverso dos demais países da América. Embora houvesse republicanos no Brasil, como demonstravam os movimentos em prol da Independência tais como a Inconfidência Mineira, a Revolução de 1817, e as sublevações que ocorreram mais tarde durante o período regencial, os monarquistas levaram a melhor e, com a ajuda do príncipe regente, instituíram o regime monárquico, que duraria até 1889. <br />
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Quando Pedro I renunciou à coroa e deixou o filho de cinco anos como seu sucessor, os políticos de então tiveram a oportunidade de estabelecer uma república, mas preferiram manter a Monarquia e governar em nome do jovem imperador. Quando este chegou aos 14 anos, no entanto, apressaram-se em conceder-lhe prematuramente maioridade, na expectativa de que sua presença na chefia do estado viesse a pôr fim à instabilidade política que existia no país. A partir de então, Pedro II tornou-se Imperador, embora o clima de insatisfação e faccionalismo continuasse. Somente a partir de 1848, com a derrota dos praieiros, a Monarquia se consolidou no país. <br />
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Criou-se um regime altamente centralizado, elitista, e oligárquico, um sistema bicameral, com um senado vitalício e uma câmara renovável periodicamente. O regime era pouco representativo. Apenas uma minoria possuía o direito de voto. Ficaram excluídos os escravos, as mulheres e a maioria dos trabalhadores e todos os que não possuíam renda mínima estabelecida por lei. As eleições eram indiretas, isto é, os votantes qualificados como tal escolhiam os eleitores e estes votavam nos candidatos. O resultado é que durante todo o Império o corpo eleitoral correspondia a uma porcentagem mínima da população. Além disso, a fraude eleitoral era generalizada. Pela carta constitucional outorgada por Pedro I após a dissolução da Assembléia Constituinte, o Imperador possuía o Poder Executivo e o Poder Moderador que além de outras atribuições permitia a ele interferir no Poder Legislativo, dissolvendo a câmara e convocando novas eleições. Dois partidos: o conservador e o liberal alternavam-se no poder, dependendo dos resultados eleitorais. Entretanto, quando o Imperador usava do Poder Moderador convocando novas eleições e estas resultavam na queda do partido que estava no poder e na vitória da oposição, os primeiros queixavam-se da interferência do Imperador. Através desse processo o Imperador atraiu muitos inimigos e a Monarquia desmoralizou-se. <br />
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A existência de um Conselho de Estado também vitalício e nomeado pelo imperador, com o objetivo de assessorá-lo em questões vitais para a nação, também criou resistências. Dessa forma, a organização política vigente no Império levava a um desgaste inevitável do imperador e da Monarquia. Já nos fins da década de 70 começaram os ataques ao regime e o partido republicano foi criado.<br />
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A Guerra com o Paraguai contribuiu ainda mais para desgastar o governo e irritar as forças armadas, que sofreram sérias perdas, sentiram o seu despreparo e se ressentiram da interferência dos políticos civis. O positivismo e o republicanismo cresceram entre os militares. Ao mesmo tempo, a interferência do governo na vida eclesiástica e religiosa, em virtude do direito que lhe fora conferido pela constituição, fez multiplicar os conflitos com a Igreja, base natural da Monarquia. Ao mesmo tempo, levas de imigrantes protestantes que chegavam ao país constituíam um desafio aos privilégios da Igreja Católica que até então monopolizava a educação, presidia os casamentos e controlava os cemitérios. Crescia o número daqueles que desejavam a separação entre Igreja e Estado. O número de descontentes aumentava. <br />
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O desenvolvimento econômico do país criava novas oportunidades de investimento na construção de estradas de ferro, nas indústrias, no comércio interno, no sistema bancário, nas companhias de seguros. No entanto, apesar das reformas eleitorais, a fraude eleitoral e a falta de representatividade continuavam. Estas somadas à vitaliciedade do Senado e ao Conselho de Estado garantiam a sobrevivência das oligarquias tradicionais dificultando a renovação dos grupos dominantes mantendo marginalizada a maioria das classes subalternas. O desequilíbrio entre o poder econômico e político e os conflitos de interesse entre as províncias alimentava o número dos que condenavam a excessiva centralização e almejavam a federação. <br />
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Foi dentro desse clima de descontentamento crescente que o movimento abolicionista e as idéias republicanas ganharam expressão política. Conquistada a abolição só restava dar o golpe final à Monarquia, que se revelou incapaz de realizar as reformas almejadas. <br />
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Proclamada a República aboliu-se a vitaliciedade do senado, eliminou-se o Conselho de Estado, decretou-se a separação da Igreja e do Estado, adotou-se o regime federativo e instituiu-se o sufrágio universal, excluindo, no entanto, as mulheres do direito de voto. Aboliram-se os títulos de nobreza. A família real foi exilada. <br />
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A fraude eleitoral e o domínio das oligarquias persistiram. Para muitos a República foi um desapontamento. "Essa não era a república de meus sonhos", expressão atribuída a um republicano, simboliza a situação em que se acharam todos aqueles que almejavam uma República mais inclusiva e democrática."Luiz Ernani P.Fariahttp://www.blogger.com/profile/01849766702750665715noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5739957340325486678.post-86085122210332091172010-05-04T13:46:00.001-07:002010-05-04T14:03:24.371-07:00Guerra dos FarraposDurante a regência, a questão da centralização política incitou a organização de diferentes revoltas que constantemente ameaçavam a unidade do território brasileiro. Na região sul, as elites pecuaristas se colocaram em um delicado confronto com o governo federal ao se revoltarem com a política fiscal promovida na época. Onerosos tributos eram cobrados sob a produção do charque, do couro e dos muares que representavam os principais gêneros exportados pela elite pecuarista gaúcha.<br />
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Na década de 1830, as autoridades do governo resolveram intensificar as cobranças sob tais gêneros com a criação de postos fiscais que garantiriam a cobrança junto aos produtores de charque gaúchos. Essa política adotada acabava beneficiando a entrada do charque uruguaio no mercado brasileiro, que diferentemente dos gaúchos, arcava com uma alíquota alfandegária bem menor. Insatisfeitos com essa situação, um grupo de grandes proprietários organizou um levante que derrubou o governador provincial em 1835.<br />
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O sucesso obtido na ação dos revoltosos – liderados por Bento Gonçalves – marcou a deflagração da Revolução Farroupilha, também conhecida como Guerra dos Farrapos. Primeiramente, os farrapos (assim conhecidos pelo lenço vermelho que tinham preso a suas vestes) dominaram a cidade de Porto Alegre e exigiram a nomeação de um novo presidente de província. No ano seguinte, em 1836, com a intransigência do poder central, os primeiros confrontos aconteceram entre os farrapos e as tropas oficiais.<br />
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Inicialmente, as forças de repressão conseguiram enfraquecer a ação dos farrapos promovendo a retomada da capital. Após a batalha de Seival, os farrapos demonstraram sua resistência ao proclamarem a criação da República Rio-Grandense, com sede na cidade de Piratini, e dirigida por Bento Gonçalves. Em resposta, os legalistas venceram a batalha de Fanfa, onde aprisionaram vários revoltosos, incluindo o presidente Bento Gonçalves.<br />
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Nos dois anos seguintes, os confrontos se alongaram e os farrapos ganharam o apoio de duas novas lideranças revolucionárias: o brasileiro David Canabarro e o italiano Giuseppe Garibaldi. Com o apoio destes exímios combatentes, os revolucionários conseguiram novas vitórias. Em julho de 1839, partiram em direção de Santa Catarina, onde conquistaram a cidade de Laguna e proclamaram o surgimento da chamada República Juliana.<br />
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Com o prolongamento do conflito, o governo designou o Barão de Caxias para conduzir as tropas da Guarda Nacional. Nessa mesma época, dissidências políticas e a crise econômica acabaram ameaçando as intenções dos revolucionários. De fato, nenhum dos lados desta guerra tinha condições suficientes para oferecer resistência. Com isso, o próprio governo optou em desmobilizar os farrapos atendendo a sua principal reivindicação: o aumento da taxa sobre o charque estrangeiro.<br />
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A partir de então, o Barão de Caxias começou a articular as negociações que, finalmente, encerrariam essa penosa guerra. Após serem derrotados na batalha dos Porongos, em 1844, os farrapos enviaram um grupo que negociaria secretamente a rendição das tropas insurgentes na capital federal. Em março de 1845, o tratado do Ponche Verde garantiu os interesses dos revolucionários gaúchos e a hegemonia territorial do império.<br />
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Por Rainer Sousa<br />
Graduado em História<br />
Equipe Brasil Escola<br />
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Guerra dos Farrapos ou Revolução Farroupilha são os nomes pelos quais ficou conhecida uma revolução ou guerra regional de caráter republicano contra o governo imperial do Brasil [1] [2], na então província de São Pedro do Rio Grande do Sul[3], e que resultou na declaração de independência da província como estado republicano, dando origem à República Rio-Grandense[4]. Durou de 1835 a 1845.<br />
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A revolução, que originalmente não tinha caráter separatista, influenciou movimentos que ocorreram em outras províncias brasileiras: irradiando influência para a Revolução Liberal que viria ocorrer em São Paulo em 1842 e para a Revolta denominada Sabinada na Bahia em 1837, ambas de ideologia do Partido Liberal da época, moldado nas Lojas Maçônicas. Inspirou-se na recém finda guerra de independência do Uruguai, mantendo conexões com a nova república do Rio da Prata, além de províncias independentes argentinas, como Corrientes e Santa Fé. Chegou a expandir-se à costa brasileira, em Laguna, com a proclamação da República Juliana e ao planalto catarinense de Lages. Teve como líderes: Bento Gonçalves, General Neto, Onofre Pires, Lucas de Oliveira, Vicente da Fontoura, Pedro Boticário, Davi Canabarro, Vicente Ferrer de Almeida, José Mariano de Mattos, além de receber inspiração ideológica de italianos carbonários refugiados, como o cientista Tito Lívio Zambeccari e o jornalista Luigi Rossetti, além de Giuseppe Garibaldi, que embora não pertencesse a carbonária, esteve envolvido em movimentos republicanos na Itália. A questão da abolição da escravatura também esteve envolvida, organizando-se exércitos contando com homens negros que aspiravam liberdade.<br />
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A justificativa original se centrava no conflito político entre os liberais que propugnavam um modelo de estado com maior autonomia às províncias, e o modelo imposto pela constituição de D. Pedro I de caráter unitário. Além disso, havia uma disseminação de ideais separatistas, tidos por muitos gaúchos como o melhor caminho para a paz e a prosperidade, seguindo o exemplo da Província Cisplatina;<br />
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Entretanto o movimento também encontrou forças na posição secundária, tanto econômica como política, que a Província de São Pedro do Rio Grande ocupava nos anos que se sucederam à Independência. Diferentemente de outras províncias, cuja produção de gêneros primários se voltava para o mercado externo, como o açúcar e o café, a do Rio Grande do Sul produzia principalmente para o mercado interno. Seus principais produtos eram o charque e o couro. As charqueadas produziam para a alimentação dos escravos africanos, indo em grande quantidade para abastecer a atividade mineradora nas Minas Gerais, para as plantações de cana-de-açucar e para a região sudeste, onde iniciava-se a cafeicultura. A região, desse modo, encontrava-se muito dependente do mercado brasileiro de charque, que com o câmbio supervalorizado, e benefícios tarifários, podia importar o produto por custo mais baixo. Além disso, instalava-se nas Províncias Unidas do Rio da Prata, uma forte indústria saladeiril, da qual participava Rosas, e que, junto com os saladeros do Uruguai (que deixara de ser brasileiro) competiria pela compra de gado da região, pondo em risco a viabilidade econômica das charqueadas sul-riograndenses.<br />
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Conseqüentemente, o charque rio-grandense tinha preço maior do que o similar oriundo da Argentina e do Uruguai, perdendo assim competitividade no mercado interno. A tributação da concorrência externa era uma exigência dos estancieiros e charqueadores . Esta tributação não era do interesse dos principais compradores brasileiros que eram os que detinham as concessões das lavras de mineração, os produtores de cana-de-açucar e os cafeicultores, pois veriam reduzida a lucratividade das mesmas, por maior dispêndio na manutenção dos escravos.<br />
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Há que considerar, ainda, que o Rio Grande do Sul, era região fronteiriça aos domínios hispânicos situados na região platina. Devido às disputas territoriais nesta área, nunca fora uma Capitania Hereditária no período colonial e, sim, parte de seu território , desde o século XVII ocupado por um sistema de concessão de terras a chefes militares. Estes dispunham de capacidade de opor-se militarmente ao fraco exército imperial na região. Ainda mais, na então ainda recente e desastrosa Guerra da Cisplatina, que culminou com a perda da área territorial do Uruguai, anteriormente anexada ao Brasil, as posições dos militares e caudilhos locais foram sobrepujadas por comandos oriundos da corte imperial (como o Marquês de Barbacena). Além disso a imposição de presidentes provinciais por parte do Governo imperial que ia contra o direcionamento político da Assembléia Legislativa Provincial do Rio Grande do Sul, era mais um motivo de desagrado da elite regional.<br />
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Também é preciso citar o conflito ideológico presente no Rio Grande do Sul, a partir da criação da Sociedade Militar, no Rio de Janeiro, um clube com simpatia pelo Império, e até mesmo suspeito de simpatizar com a restauração de D. Pedro I. Um dos seus líderes foi o Conde de Rio Pardo, que ao chegar a Porto Alegre em outubro de 1833, fundou ali uma filial. Os estancieiros rio-grandenses não viam com bons olhos a Sociedade Militar e pediam que o governo provincial a colocasse na ilegalidade. Entre os protestos eclodiu uma rebelião popular, liderada pelos majores José Mariano de Matos e João Manuel de Lima e Silva que foi logo abafada e seus líderes punidos.Os farrapos<br />
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Farrapos ou farroupilhas eram chamados todos os que se revoltaram contra o governo imperial, e que culminou com a Proclamação da República Rio-Grandense. Era um termo considerado originalmente pejorativo, já utilizado há pelo menos uma década para designar sul-riograndenses vinculados ao Partido Liberal, oposicionistas e radicais ao governo central, destacando-se os chamados jurujubas. O termo, oriundo do parlamento, com o tempo foi adotado pelos próprios revolucionários, de forma semelhante à que ocorreu com os sans-cullotes à época da Revolução Francesa. Seus oponentes imperiais eram por eles chamados de caramurus, termo jocoso em geral aplicado aos membros do Partido Restaurador no Parlamento Imperial.<br />
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Inicialmente, reivindicavam a retirada de todos os portugueses que se mantinham nos mais altos cargos do Império e do Exército, mesmo depois da Independência, respaldados pelo Partido Restaurador ou caramuru. Os caramurus almejavam a volta de D. Pedro I ao governo do Brasil.<br />
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No entanto, é bom notar que entre os farrapos havia os que acreditavam que só tornando suas províncias independentes poderiam, obter uma "sociedade chula", ou seja, administrada por provincianos. Havia, portanto, estancieiros, estancieiros-militares, farroupilhas-libertários, militares-libertários, estancieiros-farroupilhas, abolicionistas e escravos que buscavam a liberdade, e assim por diante, numa combinação e inter-penetração ideológica sem fim. Inicialmente nem todos eram republicanos e separatistas, mas os acontecimentos e os novos rumos do movimento conduziram a esse desfecho. A maçonaria sulista teve importante papel nos rumos tomados, tendendo aos ideais republicanos.<br />
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No ano de 1835 os ânimos políticos estavam exaltados. O descontentamento de estancieiros, liberais, industriais do charque, e militares locais promoviam reuniões em casas de particulares, destacando-se a figura de Bento Gonçalves.<br />
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Naquele ano foi nomeado como presidente da Província Antônio Rodrigues Fernandes Braga, nome que apesar de inicialmente ter agradado aos liberais, aos poucos se mostrou pouco digno de confiança. No dia em que tomou posse, Fernandes Braga fez uma séria acusação de separatismo contra os estancieiros rio-grandenses, chegando a citar nomes, o que praticamente liquidou as chances de conviver em paz com os seus governados.<br />
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Na noite de 18 de setembro de 1835 em uma reunião onde estavam presentes José Mariano de Mattos (um ferrenho separatista), Gomes Jardim (primo de Bento e futuro Presidente da República Rio-Grandense), Vicente da Fontoura (farroupilha, mas anti-separatista), Pedro Boticário (fervoroso farroupilha), Paulino da Fontoura (irmão de Vicente, cuja morte seria imputada a Bento Gonçalves, estopim da crise na República), Antônio de Sousa Neto (imperialista e farroupilha, mas simpatizava com as idéias republicanas) e Domingos José de Almeida (separatista e grande administrador da República), decidiu-se por unanimidade que dali a dois dias, no dia 20 de Setembro, de 1835 tomariam militarmente Porto Alegre e destituiriam o presidente provincial Fernandes Braga.<br />
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Em várias cidades do interior as milícias estavam alertas para deflagrarem a revolta. Bento comandava uma tropa reunida em Pedras Brancas, hoje cidade de Guaíba.<br />
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Gomes Jardim e Onofre Pires eram os comandantes farroupilhas aquartelados, com cerca de 400 homens, no morro da Azenha, o atual Cemitério São Miguel e Almas. Mantinham, no dia 19 de Setembro de 1835, um piquete nas imediações da ponte da Azenha, com orientação para interceptar quem por ali transitasse, evitando que se alertasse o presidente de suas presenças.<br />
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Estavam, portanto, os farroupilhas, a uma prudente distância da vila. O piquete avançado, com 30 homens, posto nas imediações da ponte da Azenha era comandado por Manuel Vieira da Rocha, o Cabo Rocha e aguardava o amanhecer do dia 20 para investir, junto com o restante da tropa, contra os muros da vila.<br />
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Porém Fernandes Braga ouvira comentários e insinuações. Desconfiado, mandou uma partida de 9 homens sob o comando de José Gordilho de Barbuda Filho, o 2° Visconde de Camamu, fazer um reconhecimento, mesmo à noite. Descuidados e inexperientes, os guardas se fizeram notar. Alertas e de prontidão, o piquete republicano atacou os imperiais, que fugiram em desabalada correria, resultando 2 mortos e cinco feridos. Um dos feridos, o próprio Visconde, alertou Fernandes Braga da revolta . Eram 11 horas da noite de 19 de Setembro de 1835.<br />
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Braga não dormiu. Logo ao amanhecer estava junto ao arsenal de guerra, hoje Ponta do Gasômetro, Porto Alegre, tentando reunir homens para a resistência. Porém, até o meio da tarde somente 17 homens se apresentaram para defender a cidade. Vendo armas e munição escassa, Braga resolve fugir a bordo da escuna Rio-Grandense, seguido pela canhoneira 19 de Outubro, indo parar em Rio Grande, então maior cidade da Província. Não sem antes voltar ao palácio do Governo, pegar alguns documentos e todo o dinheiro dos cofres da Província.<br />
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Os farroupilhas adiaram a investida combinada, devido ao inusitado da noite anterior. Somente ao amanhecer o dia 21 de Setembro de 1835, chegam às portas da cidade, Bento Gonçalves da Silva e demais comandantes, seguidos por suas respectivas tropas. Porto Alegre abandonada, sem resistência, entregou-se aos revolucionários.<br />
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Estava praticamente cumprida a missão. Apenas alguns focos de resistência em Rio Pardo e São Gabriel, além de Rio Grande, mantinham os farroupilhas ocupados.<br />
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A Câmara Municipal reúne-se extraordinariamente para ocupar o cargo de Presidente. Na ausência dos vices imediatos, assume o quarto vice, Dr. Marciano Pereira Ribeiro. Logo expedem uma carta ao Regente Imperial Padre Diogo Antônio Feijó explicando os motivos da revolta e solicitando a nomeação de um novo Presidente.<br />
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De Rio Grande, Fernandes Braga embarca para o Rio de Janeiro, capital do Império do Brasil. Uma vez na Corte, Braga passa a sua versão da história, bastante diferente da carta enviada por Bento Gonçalves, o que faz o Império decidir-se por combater e esmagar a revolta.<br />
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O novo indicado José de Araújo Ribeiro, veio acompanhado de um verdadeiro aparato de guerra, com brigues e canhoneiras, armamento e muitos soldados imperiais. Os Farroupilhas gaúchos temiam o mal-entendido, a perseguição, a prisão e a morte exemplar, muito utilizada pelo Império em outras revoltas.<br />
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Houve, por isso, alguma demora na Assembléia Provincial a discutir a aceitação ou não do novo indicado, o que ocasionou a assunção de Araújo Ribeiro à Presidência perante a Câmara Municipal de Rio Grande (15 de Janeiro de 1836), Uma posse ilegítima e inconstitucional. Daí em diante temos dois governos “legítimos” e simultâneos na Província, situação que perduraria até o final da guerra, em 1845.<br />
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Como Presidente Imperial da Província, Araújo Ribeiro tratou de recompor seu exército, reunir os oficiais gaúchos contrários aos farroupilhas João da Silva Tavares, Francisco Pedro de Abreu (o “Chico Pedro” ou Moringue), o então major Manuel Marques de Sousa , que viria a receber o título de "conde de Porto Alegre", Bento Manuel Ribeiro (que iria trocar de lado na disputa duas vezes), Manuel Luís Osório (o general Osório, hoje patrono da Cavalaria do Brasil), e mesmo contratar mercenários vindos do Uruguai. Administrativamente mandou fechar a Assembléia Provincial, e destituiu Bento Gonçalves do Comando da Guarda Nacional, nomeação feita por Marciano José Pereira Ribeiro, desautorizando-o. Inicia aí a resistência em Rio Grande e a perseguição aos revoltosos.<br />
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Em Abril de 1836, o comandante-das-armas farroupilhas, João Manuel de Lima e Silva (tio de Luís Alves de Lima e Silva, que viria a ser o Duque de Caxias), prende o Major Manuel Marques de Sousa, que é trazido junto com os demais prisioneiros para o navio-prisão Presiganga. Com a ajuda de um guarda corrupto, são soltos os prisioneiros, e sob o comando de Marques de Sousa, os Imperiais retomam a cidade de Porto Alegre das mãos dos farroupilhas. Era a noite de 15 de Junho de 1836.<br />
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Dias depois, Bento Gonçalves tentar retomar a capital, é rechaçado, e começa um sítio ao redor da cidade que ficou na história como um dos mais longos sítios militares a uma cidade brasileira. Ao todo 1.283 dias, terminando somente em Dezembro de 1840.<br />
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Sem o controle da capital e do único porto marítimo da província, os revoltosos estabeleceram quartel-general na cidade de Piratini.<br />
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A república Riograndense tinha escasso apoio nas áreas colonizadas pela recente imigração alemã. Estes imigrantes haviam se fixado na desativada Real Feitoria do Linho Cânhamo em colônias cedidas pelo Império, no Vale do Rio dos Sinos, e esboçava uma indústria manufatureira. Em Porto Alegre, apesar da simpatia de parte das camadas médias, não recebia o apoio popular, que mobilizava outras cidades da Província de São Pedro do Rio Grande. Inicialmente sua base social era originária de liberais, militares, industriais do charque e, especialmente de estancieiros com capacidade de liderar exércitos particulares de "peões", vaqueiros que lhes prestavam serviços ou deles dependiam para subsistência e defesa e cuja obediência e fidelidade era garantida por traços feudais da cultura local; e por escravos, que no meio rural eram incluídos no convívio social dos peões. Como haviam interfaces com o Uruguai, também eram contratados elementos de lá provenientes. Os exímios cavaleiros forjados nas lides campeiras, chamados "gaúchos" formavam corpos de cavalaria de choque aptos a travar uma guerra de guerrilha. Esses exércitos dispunham de alta mobilidade e conhecimento do terreno, mas sem dispor de infantaria nem adequada artilharia, os Farroupilhas tinham fraca capacidade bélica contra as cidades fortificadas do Rio Grande e Porto Alegre, e pouca capacidade de defesa das praças que controlavam.<br />
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Destacado por Bento Gonçalves da Silva, Antônio de Sousa Neto desloca-se, no início de setembro de 1836 à região de Bagé, onde o imperial João da Silva Tavares, vindo do Uruguai, faz grande alarde. A Primeira Brigada de Neto, com 400 homens atravessa o Arroio Seival e encontra as tropas de Silva Tavares (560 homens) sobre uma coxilha. Era a tarde de 10 de Setembro de 1836. Observam-se por minutos, e Silva Tavares desce a coxilha em desabalada carga. Neto ordena também a carga de lança e espada, sem tiros. As forças se encontram em sangrento combate. Silva Tavares foge e seus homens são derrotados. Os farrapos ficam quase intactos, enquanto do outro lado há 180 mortos, 63 feridos e 100 prisioneiros.<br />
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Donos do campo, os farroupilhas comemoram vibrantemente a vitória. Cresce a idéia separatista de conquistar e manter um país rio-grandense independente, entre as nações do mundo. À noite as questões ideológicas são revistas. Lucas de Oliveira, Joaquim Pedro, Teixeira Nunes cercam Neto. Não há outra saída a não ser enveredar pela senda da independência, não há outro desejo popular a não ser o desejo de liberdade, de abolição da escravatura e de democracia sob o sistema republicano. Se tivesse que acontecer, a hora era aquela, a hora da vitória, do júbilo, da afirmação. Neto é simpático à idéia, mas resiste diante de uma provável reprovação de seus pares. Pensa que tal proclamação de uma nova República deveria partir de Bento Gonçalves, o grande comandante de todos os farrapos. Contraporam que Bento já se decidira pela República e que hierarquia rígida era coisa do Império. O sistema republicano centra-se no povo, suas vontades e necessidades, e não na elite governativa.<br />
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Finalmente, aquiescendo o Coronel Neto, passaram a escrever a Proclamação da República Rio-Grandense que seria lida e efetivada por ele, perante a tropa perfilada, em 11 de Setembro de 1836.<br />
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Após a cerimônia de Proclamação, irrompem todos em gritos de euforia, liberdade, e vivas à República, com tiros para o alto e cantorias. Logo chega à galope o tenente Teixeira Nunes, empunhando pela primeira vez a bandeira tricolor, mandada fazer às pressas em Bagé. Passa então a desfilar por entre seus companheiros com a bandeira verde, vermelha e amarela da República Rio-Grandense, comemorando sua independência. Foi adotada uma constituição republicana conclamando as demais províncias brasileiras a unirem-se como entes federados no sistema republicano, um hino nacional e bandeira própria do novo estado, até hoje cultivados pelo Estado do Rio Grande do Sul, também estabelecida a capital na pequena cidade de Piratini, donde surgiu uma nova alcunha, República de Piratini.<br />
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A partir deste momento, temos a falência imediata da Revolta Farroupilha, e o início da Guerra dos Farrapos, propriamente dita. A mudança de posicionamento dos Farrapos foi imediata.<br />
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•Já não desejavam mais substituir o Presidente da Província de São Pedro do Rio Grande por outro, pois agora haveriam de ter um Presidente da República independente.<br />
•Os combatentes não era mais revoltosos farroupilhas, mas soldados do Exército Republicano Rio-Grandense.<br />
•O pavilhão que defendiam não era mais a bandeira imperial verde-amarela, mas a quadrada bandeira republicana verde, vermelha e amarela em diagonal (sem o brasão no meio).<br />
•Não lutavam mais por reconhecimento e atenção, mas pela defesa da independência e soberania de seu país.<br />
•Já não era mais a luta de revoltosos em busca de justiça, mas uma guerra de exército defensor (republicano) contra exército agressor (imperial); <br />
No dia 12 de Setembro, um dia após à Proclamação da República Rio-Grandense, por Antônio de Sousa Neto conseqüente à vitória na Batalha do Seival, houve a solenidade de lavratura e assinatura da Ata de Declaração de Independência, pela qual os abaixo-assinantes declaram não embainhar suas espadas, e derramar todo o seu sangue, antes de retroceder de seus princípios políticos, proclamados na presente declaração. Fez-se várias cópias da Ata e foram enviadas às câmaras municipais e aos principais comandantes do Exército Republicano.<br />
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Como resposta imediata, as câmaras de Jaguarão, Alegrete, Cruz Alta, Piratini, entre outras, convocaram sessões extraordinárias onde puderam analisar e corroborar os feitos, fazendo constar em Atas Legislativas suas adesões, proclamando a independência política da Província, por ser a vontade geral da maioria.<br />
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Na sessão extraordinária da Câmara de Piratini, na primeira capital da República Rio-Grandense, em 6 de Novembro de 1836, procedeu-se formalmente a votação para Presidente da República, conforme os parâmetros da época. A concorrida eleição foi vencida por Bento Gonçalves da Silva (mesmo sem estar presente e sem campanha) e primeiro vice-presidente José Gomes de Vasconcelos Jardim. Assume o vice interinamente a presidência com a incumbência de convocar uma Assembléia Constituinte para formar a Constituição da República Rio-grandense.<br />
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Bento Gonçalves não pudera estar presente devido a um fato circunstancial. Ao tomar conhecimento do ato da Proclamação da República Riograndense, Bento Gonçalves levanta o sítio que impingia a Porto Alegre, e passa a deslocar-se, beirando o Rio Jacuí, para junção de forças com Neto. Fatalmente ele precisava atravessar o rio na Ilha de Fanfa, no município de Triunfo por causa da época de cheias. http://tudoehistoria.spaceblog.com.br/345087/Guerra-dos-Farrapos/Luiz Ernani P.Fariahttp://www.blogger.com/profile/01849766702750665715noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5739957340325486678.post-62583035879269162862010-04-21T09:23:00.001-07:002010-05-01T15:59:47.168-07:00Naus- Não está a nau dos séculos XV e XVI aureolada daquela glória da caravela, nem evoca as aventuras guerreiras do galeão. Mas, na realidade, foi a nau portuguesa do século XVI o esteio da extraordinária expansão da civilização Mediterrânica no mundo. Em menor escala, associa-se-lhe o galen espanhol que levou esta civilização a parte das Américas e do Pacífico.<br />
O termo nau nem sempre é aplicado com sentido específico nos documentos da época de que tratamos e boa parte das vezes equivale ao genérico navio. De modo geral, designa o navio de alto bordo, de aparelho redondo, e destinado ao comércio, e não raras vezes é qualificado por um termo adjetivo: nau de comércio, nau mercante, nau de guerra.<br />
Os autores antigos dedicam sempre alguns capítulos das suas obras sobre construção naval à questão das madeiras, o que bem se compreende. Portugal era o único país, ao tempo, que usava madeira de sobro e de azinho para o cavername, por ser resistente à água e o sobreiro dar muitas curvas naturais, das usadas nesta construção para certas partes do navio. A quilha, a roda de proa, o cadaste e o forro das obras-vivas até aonde chegava a água eram de pinho resinoso. As obras-mortas onde não chegava água eram de pinho manso. Por vezes, aparece o carvalho e o castanho, usados nos dormentes e peças miúdas, e raramente no forro, por ser pouco resistente nos mares temperados e quentes. Também se usaram madeiras exóticas (teca, angelim), logo que começou a construção naval nas terras descobertas pelos portugueses, o que se deu muito cedo no século XVI.<br />
O sobro provinha dos montados da Beira Baixa e, sobretudo do Alentejo, cujo desbaste já nos meados do século XVI levantava receios e no início do século XVII a falta desta madeira era apontada como causa da má construção das naus, devido a que se usavam madeiras verdes e já não havia abundância das curvas naturais, o que obrigava a fazer curvas de várias peças. Pelo menos, desde D. João II que estava regulada a obrigação dos donos das matas fornecerem as madeiras para a construção naval. O corte também estava regulamentado e era o mestre carpinteiro com os seus oficiais que procedia à escolha das árvores. Havia preceitos sobre a época do ano e hora do dia do corte. Certas madeiras, como o pinho-de-flandres, usadas para antenas e mastros, eram importadas.<br />
Para se ter idéia do enorme desgaste sofrido pelos montados de sobro, basta dizer que uma nau de 17,5 R de quilha (26,95 m) exigia trinta e cinco chãos de caverna, setenta braços , cento e quarenta e cinco segundas aposturas, mais treze enchimentos de proa com vinte e seis hastes e vinte e um enchimentos de popa e picas, com quarenta e dois arrevesados, fora toda a outra madeira que não mencionamos. Cada chão de caverna necessitava duma tábua com pelo menos 8,10 m de comprimento por 0,50 m de largura e 0,30 m de grossura. Cada braço e cada apostura exigiam tábuas de pelo menos 2,00 m de comprimento por 0,50 m de largura e 0,20 m de grossura. Era, sobretudo para as picas e enchimentos que se usavam as curvas naturais do sobreiro. Chegava-se ao extremo de deitar abaixo uma árvore para obter uma única curva.<br />
As madeiras depois de preparadas eram cortadas segundo bitolas para cada tipo de peça e depois armazenadas nas taracenas.Luiz Ernani P.Fariahttp://www.blogger.com/profile/01849766702750665715noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5739957340325486678.post-40319126847703526262010-04-06T14:03:00.000-07:002010-04-06T14:03:04.875-07:00A Transferência da corte para o Brasil -1808O final do século XVIII e XIX representa um momento de grande mudança e transformação na história da humanidade. Três coisas importantes aconteceram que afetaram profundamente Portugal e Brasil, espalhando uma onda de choque pelo mundo. <br />
a) A Revolução Industrial em 1570 na Inglaterra que reinventa o modo de produção. <br />
b) A Independência Americana em 1776, uma grande democracia republicana moderna se estabelece no mundo.<br />
c) A Revolução Francesa em 1779, pela primeira vez o povo apoiado pela burguesia, derrubou o rei e a rainha do trono, mandou o rei Luiz XVI e a rainha Maria Antonieta para a guilhotina e assumiu o poder.<br />
Pode-se dizer que a Revolução Francesa teve relevante papel nas bases da sociedade de uma época, além de ter sido um marco divisório da história dando início à Idade Contemporânea. Foi um acontecimento tão importante que seus ideais influenciaram vários movimentos ao redor do mundo, dentre eles, a nossa Inconfidência Mineira.<br />
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Um aspecto próprio da nossa separação de Portugal é ter havido um compromisso com a Coroa portuguesa. A ruptura não foi tão traumática como foi de outros países. As lutas políticas que caracterizaram o processo de independência na America Latina não existiram com a mesma intensidade no Brasil.<br />
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No início do século XIX, Portugal era um país decadente, atrasado e extramente religioso, sendo avesso a manifestações libertárias e de pequena população. Sua frota marítima já não chegava aos pés do que fora em tempos passados. O país não buscava a modernização de seus costumes e idéias, sentindo grandes dificuldades financeiras e demográficas. Como se percebe, estava na contramão da história, distante da revolução industrial que se iniciou na Inglaterra. <br />
Na França, Napoleão é chamado para colocar ordem, pois estava um caos, depois de sua revolução. Em 1808 Napoleão estava no auge de seu poder. Fazia três anos que tinha se declarado imperador dos franceses. Ao longo de décadas este vem travando batalhas contra os mais poderosos exércitos da Europa, sem sofrer nenhuma derrota; reis, rainhas, são expulsos de seus tronos e substituídos por familiares de Bonaparte. <br />
Napoleão ganha prestigio como militar e com o apoio da burguesia e do exército provoca um golpe em 10 de novembro de 1799, dissolve o diretório e estabelece um novo governo chamado Consulado. Com isso ele consolidava as conquistas da burguesia dando um fim para a revolução.<br />
Em Portugal foi do palácio nacional de Queluz em Lisboa e também de Mafra, de onde partem a Corte portuguesa para sua colônia. Dona Maria I, afastada do trono por ser demente, e seu filho o príncipe regente D. João, que morava em Mafra num antigo palácio. <br />
Isto foi um fato inédito. Nunca uma corte européia havia deixado seu continente para cruzar o oceano para morar e governar do outro lado do mundo; isso se dá pelo fato de Napoleão Bonaparte estava para invadir Portugal.<br />
No dia 25 de novembro de 1807, o Rei e a Rainha partem com a corte e centenas de carruagens em direção ao porto de Lisboa, onde cerca de cinqüenta e oito navios portugueses e mais navios ingleses estão a sua espera. Estima-se que cerca de dez a quinze mil pessoas tenham deixado Portugal rumo ao Brasil. Na pressa de embarcar, dois tesouros foram esquecidos no porto: a prataria das igrejas que a França confiscou e derreteu e a biblioteca real com cerca de sessenta mil volumes, uma das maiores do mundo. <br />
Então do porto do rio Tejo partiram os navios fugindo de Portugal, que havia sido invadida no final de 1807 por tropas do imperador Napoleão Bonaparte, após ter rejeitado o bloqueio continental decretado pela França contra o comércio com a Inglaterra.<br />
Com o apoio da esquadra britânica, D.João, o príncipe regente do reino no lugar de sua mãe, dona Maria I, em 22 de janeiro de 1808 chega em Salvador na Bahia. Sua primeira medida na colônia foi assinar a carta-régia em 28 de janeiro de 1808, conhecida como Abertura dos Portos às nações amigas, entre elas a Inglaterra. E dois meses depois parte para o Rio de Janeiro. <br />
A corte chegou empobrecida Ao Brasil e encontrou um total abandono do ponto de vista estrutural. A colônia era muito atrasada, precária de tudo. Não havia ensino superior, imprensa, nem livros; o direito de reunião era proibido e o comércio era feito por tropa de mula, já que na mesma época, a América espanhola e inglesa, se encontrava muito mais desenvolvidas.<br />
Para cobrir os gastos com a viagem e sustentar a Corte portuguesa, que contava com cerca de doze mil pessoas, o príncipe regente D. João precisou recorrer à Inglaterra para obter um empréstimo.<br />
Com a transferência da Corte portuguesa para a colônia em 1808, esta vem nos dar uma emancipação política e social com caráter singular, constituindo praticamente a realização de nossa independência, estabelecendo a sede de monarquia, então o regime da colônia deixa de existir. <br />
O alvará de 1° de abril de 1808 vem revogar o alvará de 1785 de D. Maria I, que proibia a manufatura na Colônia, ampliava a liberdade econômica. A Colônia estava autorizada não apenas a fazer livremente o comércio com o estrangeiro, como poderia doravante dedicar-se livre¬mente à atividade manufatureira. Contudo, o alvará de 1 ° de abril não foi suficiente para promover o desenvolvimento manufatureiro na Colônia. Havia dois fortes obstáculos: de um lado o escravismo e, de outro, a concorrência inglesa.<br />
Ainda em 1808 com ajuda da Inglaterra e outros países aliados, pela primeira vez após três tentativas de invasão, o exército de Napoleão é vencido em Lisboa.<br />
No ano de 1810 houve um tratado entre Portugal e Inglaterra, tratado de paz e amizade que previam o fim do tráfico negreiro.Não era interessante para os ingleses a escravidão negra,e estes queriam então o fim do tráfico negreiro para assim, provocar o fim da escravidão. A escravidão não era interessante, pois queriam mão-de-obra livre e não estavam mais lucrando com o tráfico negreiro.<br />
Em 1811 os livros da biblioteca real são levados em três viagens para o Brasil, de onde surge a Biblioteca Pública do Rio de Janeiro. Outras medidas que D. João tomou foi criar: Academia de Belas-Artes; Banco do Brasil; Biblioteca Pública; Escola da Marinha; Escola Médica; Imprensa Régia; Jardim Botânico; Teatro Real. <br />
Dom João VI ao tomar a medida da abertura dos portos, e elevando o Rio de Janeiro como a sede de Reino Unido de Portugal e Algarves em 1815, vem prejudicar os interesses dos lusos portugueses da metrópole, que perdem o monopólio da colônia . Essa medida também reflete em Portugal, na crise comercial que afetava mais o país, pois agora os comerciantes não conseguem competir com os produtos ingleses ainda mais baratos.<br />
Finalmente em 1815 a chamada Tríplice Aliança formadas por Áustria, Rússia e Prússia aliadas à Inglaterra derrotam Napoleão. A tríplice aliança queria a manutenção do absolutismo na Europa, entretanto a Inglaterra prezava pelo comércio.<br />
No ano de1818 com a morte da mãe, dona Maria I, o regente é coroado rei de Portugal, do Brasil e de Algarves, no Rio de Janeiro, com o título de Dom João VI. <br />
Iniciado na cidade do Porto no dia 24 de Agosto de 1820, cuja burguesia mercantil se ressentia dos efeitos do Decreto de Abertura dos Portos às Nações Amigas (1808), que deslocara para a Colônia parte expressiva da vida econômica metropolitana, o movimento reivindicatório logo se espalhou, sem resistências, para outros centros urbanos de Portugal, consolidando-se com a adesão de Lisboa.<br />
Assim o movimento vitorioso, ficaria conhecido como Revolução do Porto ou Revolução Liberal do Porto. Como conseqüências, a Corte retornou a Portugal no ano de 1821 e, diante do progressivo aumento da pressão para a recolonização, este teve influencia na proclamação da independência do Brasil em 1822.<br />
Em 1822 pressionado pelas Cortes Constituintes, Dom João VI chama dom Pedro a Lisboa. <br />
O príncipe regente resiste às pressões por considerá-las tentativa de esvaziar o poder da monarquia. Sua decisão de permanecer na Colônia é anunciada no dia 9 de janeiro, o Dia do Fico.<br />
Ele conta com o apoio de um grupo de políticos, defensor da manutenção do Brasil como Reino Unido, que organiza um abaixo-assinado pedindo-lhe que não deixe a colônia. <br />
Dom Pedro recusa fidelidade à Constituição portuguesa e convoca a primeira Assembléia Constituinte brasileira.<br />
Após ter declarado inimigas as tropas portuguesas que desembarcassem na colônia, o príncipe regente publica o manifesto às nações amigas, redigido por José Bonifácio, o Patriarca da Independência, justificando o rompimento com as Cortes de Lisboa e assegurando a independência do Brasil, mas como reino irmão de Portugal.<br />
Um dos momentos importantes da história do nascimento do Brasil tem sido retratado pelos meios de comunicação e até mesmo pela sociedade brasileira como cômico, simplista, caricato. Os meios de comunicação tem contribuído para a difusão desses, tornando-os senso comum entre os brasileiros hoje. “Ilustrações” são vistas como “verdades históricas”.Luiz Ernani P.Fariahttp://www.blogger.com/profile/01849766702750665715noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5739957340325486678.post-44807673115271307352010-04-05T13:07:00.000-07:002010-04-05T13:07:09.639-07:00É correto afirmar que a língua de sinais é a língua materna de todos os surdos?No Brasil vivemos numa sociedade que temos como base lingüística a língua nativa o (Português). Quando a criança ouvinte chega na escola essa já tem um pouco de noção, mas mesmo assim depara-se com uma linguagem nova, formal e padronizada. <br />
Então venho me deparar com a questão de alunos com surdez, (com dificuldade de audição, mesmo aqueles que usam aparelhos ouvem sons distorcidos.) diferentes de nós ouvintes. Esses alunos apresentam grandes dificuldades. <br />
Diante dessa realidade através do uso de metodologias equivocadas, há um expressivo fracasso escolar, por partes de alunos com surdez. <br />
Então podemos questionar sobre o que temos feito ou sobre o que podemos fazer, enquanto educadores, para reduzir a distância que existe entre a linguagem específica do aluno com surdez, baseada na LIBRAS - Língua Brasileira de Sinais - a qual funciona como língua primeira para o mesmo, por apresentar um aprendizado natural e mais facilitado, e o Português, considerada a segunda língua para este mesmo aluno; sabendo que as duas línguas possuem princípios e regras diferenciadas.Luiz Ernani P.Fariahttp://www.blogger.com/profile/01849766702750665715noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5739957340325486678.post-5303684136415882302010-02-26T15:01:00.000-08:002010-04-07T20:31:09.835-07:00O FeudalismoFichamaento:<br />
O Feudalismo <br />
Texto. Franco Jr. Hilário , tudo é história nº65 Editora brasiliense 2.a edição<br />
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Introdução.<br />
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“ Na formação do feudalismo, na Europa Ocidental, ocorre mudanças estruturais, de origem romana e germânica, que se associam a fatores, num longo período, que envolve desde a crise do Império Romano a partir do século III, a formação dos Reinos Bárbaros e a desunião do Império Carolíngeo no século IX.”<br />
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“ A economia que era de trocas naturais, estava mudando por uma economia monetária, a influência das cidades passa dominar sobre os campos, o comércio vem a forçar uma mudança e o corte das associações de ofícios medievais. Os comerciantes agora ricos, a burguesia, busca o poder político.” <br />
Sua Origem. <br />
A partir do século III a crise do Império romano tornou-se intensa e manifestou-se principalmente nas cidades, através das lutas sociais, da retração do comércio e das invasões bárbaras. Esses elementos estimularam um processo de ruralização, envolvendo tanto as elites como a massa plebéia, determinando o desenvolvimento de uma nova estrutura sócio econômica, baseada nas Villae e no colonato.<br />
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Foi dentro deste contexto que se desenvolveu uma solução por um regime de tripla origem, o colonato, novo sistema de trabalho, que atendia aos interesses dos grandes proprietários rurais ao substituir o trabalho escravo, aos interesses do Estado, que preservava uma fonte de arrecadação tributária e mesmo aos interesses da plebe, que migrando para as áreas rurais, encontrava trabalho. <br />
<br />
Para examinarmos melhor esse processo veremos sete de seus aspectos:<br />
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1- A ruralização da sociedade.<br />
2- O enrijecimento da hierarquia social.<br />
3- Fragmentação do poder central.<br />
4- Desenvolvimento das relações de dependência pessoal.<br />
5- Privatização da defesa.<br />
6- Clericalização da sociedade.<br />
7- Transformações na mentalidade.<br />
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<br />
1- A ruralização da Sociedade. A ruralização esse fenômeno que possui raízes muito antigas e profundas, ocorrendo desde o Império Romano, quando ocorreu o crescimento do número de escravos e o enfraquecimento da camada de pequenos e médios proprietários rurais e a concentração das terras nas mãos de poucos indivíduos. <br />
“ Nesse quadro, estabelece-se uma contradição entre a necessidade de se renovar constantemente o estoque de mão-de-obra escrava”, e um estado dominado pelos cidadãos mais ricos que viam seus rendimentos decrescerem. Os poderosos fugiam aos impostos e os pobres não podiam paga-los. Assim, não havia condições econômicas e sociais de prosseguir nas conquistas.<br />
O sistema imperial/escravista não podia mais continuar a se auto-reproduzir. Na sociedade urbana a crise se manifesta mais clara com as lutas sociais, a contração do comércio, pressão do banditismo e dos bárbaros. <br />
Conseqüentemente a essa situação, os mais ricos passaram a se retirar para suas grandes propriedades rurais (chamadas villae), onde estariam mais seguros e poderiam produzir praticamente todo o necessário. <br />
A questão da mão de obra rural foi solucionada por um regime de tripla origem:<br />
1 – atendia aos interesses dos proprietários em ter mais trabalhadores;<br />
2 – do estado em garantir suas rendas fiscais;<br />
3 – dos mais humildes por segurança e estabilidade. <br />
Desse encontro nasce o colonato. A crescente dificuldade em se obter mão-de-obra escrava (devido às dificuldades de abastecimento) quanto livre (devido ao retrocesso populacional) punha em xeque as possibilidades do grande proprietário em explorar proveitosamente suas terras. <br />
Buscou-se então um novo sistema, em que a terra ficava dividida em duas partes: a reserva senhorial e os lotes dos camponeses. Esses lotes eram entregues a indivíduos em troca de uma parcela do que se produzisse ali e da obrigação de trabalhar na reserva senhorial. Para o Estado, vincular cada trabalhador a um lote de terra representava melhor controle do fisco imperial sobre os camponeses e uma forma de incentivar a produção. <br />
Para os marginalizados trabalhar nas terras de um grande proprietário significava casa, comida e proteção, para os escravos significava uma considerável melhoria de condições e para o proprietário era uma forma de aumentar a produtividade e diminuir os custos. <br />
Assim, por um aviltamento da condição do trabalhador livre e uma melhoria da condição do escravo, surgia o colono. Sua situação jurídica, já definida desde o século IV expressa nitidamente a ruralização do império romano. <br />
O colono era um homem livre, mas verdadeiro escravo da terra.<br />
<br />
2 - O enrijecimento da hierarquia social.<br />
Enquanto na Roma Clássica o critério para diferenciação social era a liberdade, a partir do século III passa a ser decisivo levar-se em consideração a condição econômica e a participação nos quadros diretivos do Estado. <br />
Desde o século IV estabeleceu-se a garantia constitucional e hereditariedade das funções, da mesma forma que se vinculou os camponeses a terra também se vinculou os artesãos de cada especialidade a uma corporação submetida ao controle estatal.<br />
A penetração dos bárbaros germânicos não alterou esse quadro. A quebra da unidade política romana era mais visível as tendências regionalistas daquela aristocracia reforçaria seus privilégios. A vida da população urbana decadente continuava a evoluir nesse sentido e as camadas mais humildes não tiveram sua sorte alterada. Os invasores de maneira geral mantiveram as estruturas anteriores. <br />
A própria sociedade germânica após sua instalação no ocidente começou a passar por transformações profundas. Por volta do ano 500, nos limites do império, vivia um milhão de bárbaros em uma população de trinta milhões. <br />
As duas sociedades, a romana a germânica, passam a ter estruturas semelhantes e identidade de interesse ao nível das aristocracias aos poucos se fundiram numa nova sociedade. <br />
<br />
3 - fragmentação do poder central. <br />
Processo resultante da ruralização, da tendência a auto-suficiência de cada latifúndio e a crescente dificuldade nas comunicações fez com que os representantes do poder imperial fossem perdendo poder de ação sobre vastos territórios.<br />
As invasões germânicas quebraram definitivamente frágil unidade política do ocidente no século V. Mais importante que isso é o fato de que em cada Reino Romano Germânico continuavam a se manifestar as mesmas forças geradas da época romana.<br />
A formação de uma aristocracia germânica contribuía para isso. Esse quadro era reforçado pela decadência da economia, comercial e monetária.<br />
Na maioria das vezes aquelas áreas caíram em mãos de membros da aristocracia germânica, que nelas estabeleciam, além de escravos, homens livres de sua tribo como rendeiros ou mesmo pequenos proprietários.<br />
Contudo, com o tempo, seguindo a lógica da evolução social da época, aqueles homens livres acabavam por entrar em algum tipo de dependência. <br />
Portanto, as sociedades romana e germânica, passando a ter estruturas semelhantes e identidades de interesses em nível das aristocracias, puderam aos poucos ir fundindo numa nova sociedade.<br />
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4 - desenvolvimento das relações de dependência pessoal. <br />
Esse aspecto é resultado do isolamento dos grupos humanos (devido a ruralização), do crescimento da distância social e da fraqueza do Estado, da tribo ou da linhagem.<br />
Assim, já no Império Romano muitos indivíduos de origem humilde procuravam por diferentes razões colocavam-se sob a proteção de um poderoso, tornando-se seus clientes. Essa situação criava laços de dependência muito forte. <br />
Essa situação repetia-se também no campo, onde camponeses livres, para fugir ao Estado opressivo e ao fisco, entregavam suas terras a um individuo poderoso. <br />
Assim, retirando-os da órbita estatal, os latifundiários romanos tendiam a transformar esses camponeses em colonos.<br />
Entre estas diferentes formas de dependência pessoal na época, a que mais sucesso teria foi a vassalagem. Sua larga difusão deu-se a partir de Carlos Magno no século VIII, reforçando os laços pessoais. <br />
Antes dessa época “vassalo” apresentava uma conotação servil, depois, no século VII o termo passa a ser empregado também em relação a homens livres, por fim no século VIII em diante elementos da aristocracia principalmente quando o juramento de fidelidade próprio da instituição da vassalagem alia-se o benefício (doação de extensões de terra).<br />
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5 - privatização da defesa. <br />
Naturalmente este aspecto decorria de todos os anteriores. Tanto entre os romanos como entre os germânicos já havia antecedentes dessa prática, havendo diversas milícias particulares com laços de devotamento pessoal ligando guerreiros e seus chefes. <br />
O grande fator responsável pelo aceleramento do processo de privatização da defesa foram os ataques vikings, sarracenos e húngaros. Considerando que essas invasões tiveram sua fase mais aguda após a divisão do Império Carolíngio e num quadro de fraqueza dos poderes públicos, a resistência aos invasores só poderia ser feita por condes e outros efetivos com poder em cada região. <br />
Para sobreviver a Europa cristã cobriu-se de castelos e fortalezas. A fragmentação política completou-se, pois a regionalização da defesa era uma necessidade.<br />
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6 - clericalização da sociedade <br />
A partir do século IV com a progressiva cristianização das populações romanas uma camada sacerdotal começou a organizar-se institucionalmente para constituir uma Igreja. <br />
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Esse fenômeno pode ser entendido em dois sentidos: medido (a proporção de clérigos em relação ao conjunto da população torna-se muito superior à que existira antes durante o paganismo greco-romano) e a qualidade (o clero torna-se um grupo social diferenciado com privilégios e poderio político e econômico).<br />
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Quais as origens desse aspecto: <br />
A – ao contrário de outras religiões, o clero cristão, foi escolhido, instruído e recebeu poderes diretamente da própria divindade, assim fez Cristo com seus apóstolos e estes com seus discípulos, os primeiros bispos e estes por sua vez com os outros clérigos e assim sucessivamente;<br />
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B – depois, como decorrência do fator anterior, somente o clero poderia realizar os rituais da liturgia cristã, a qual ao longo dos séculos seguintes ia ficando cada vez mais complexa, exigindo cada vez mais que seus oficiantes fossem especialistas. Aos poucos as práticas dos rituais cristãos (os sacramentos – como o batismo, por exemplo, e a celebração eucarística) iam monopolizando a comunicação dos homens com Deus;<br />
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C – também o caráter universalista da Igreja cristã a tornava a única herdeira possível do Império Romano, embora a Igreja cristã considerava-se uma sociedade sobrenatural, que não era deste mundo, reconhecia os direitos do Estado (“daí a César o que é de César, a Deus o que é de Deus”), mas, exatamente por isso, a Igreja superava o Estado, considerado transitório. <br />
Apesar de “não ser deste mundo”, a Igreja estava bem enraizada nele, formando uma sociedade autônoma e completa com sua organização e leis próprias. Assim, o desaparecimento do Império, isto é da face política da sociedade romano-cristã, não afetou a Igreja. Pelo contrário, alargou o campo de sua atuação: por exemplo, antes mesmo da queda do Império, os bispos iam substituindo nas cidades a magistratura civil.<br />
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D – também importante para entender a clericalização da sociedade é considerar o crescente poder econômico da Igreja. Desde seus primeiros tempos recebia donativos e legados de seus fiéis. Estes bens recebidos pela Igreja iam fazendo dela a maior proprietária de terras. No século IX ela detinha, estima-se, uma terça parte das terras cultiváveis da Europa cristã.<br />
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7 - transformações na mentalidade – o último aspecto a ser considerado na formação do feudalismo são as transformações na mentalidade. Contudo elas são difíceis de serem acompanhadas e impossíveis de serem datadas. De qualquer forma essas transformações estiveram ligadas ao cristianismo que foi muito mais sua expressão do que sua causa.”<br />
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A economia feudal. <br />
Possuía base agrária, ou seja, a agricultura era a atividade responsável por gerar a riqueza social naquele momento. Ao mesmo tempo, outras atividades se desenvolviam, em menor escala, no sentido de complementar a primeira e suprir necessidades básicas e imediatas de parcela da sociedade. <br />
A pecuária, a mineração, a produção artesanal e mesmo o comércio eram atividades que existiam, de formas secundárias.<br />
Como a agricultura era a atividade mais importante, a terra era o meio de produção fundamental. Ter terra significava a possibilidade de possuir riquezas ( como na maioria das sociedades antigas e medievais), por isso preservou-se a caráter esta mental da sociedade. <br />
Os proprietários rurais eram denominados Senhores Feudais, enquanto que os trabalhadores camponeses eram denominados servos.<br />
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O feudo era a unidade produtiva básica. Imaginar o feudo é algo complexo, pois ele podia apresentar muitas variações, desde vastas regiões onde encontramos vilas e cidades em seu interior, como grandes “fazendas” ou mesmo pequenas porções de terra. <br />
Para tentarmos perceber o desenvolvimento socioeconômico do período, o melhor é imaginarmos o feudo como uma grande propriedade rural. O território do feudo era dividido normalmente em três partes: O Domínio, terra comum e manso servil<br />
O Domínio é a parte da terra reservada exclusivamente ao senhor feudal e trabalhada pelo servo. <br />
A produção deste território destina-se apenas ao senhor feudal. Normalmente o servo trabalha para o senhor feudal, nessa porção de terra ou mesmo no castelo, por um período de 3 dias, sendo essa obrigação denominada corvéia.<br />
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Manso servil era a parte destinada aos servos. O manso é dividido em lotes (glebas) e cada servo tem direito a um lote. Em vários feudos o lote que cabe a um servo não é contínuo, ou seja, a terra de vários servos são subdivididas e umas intercaladas nas outras. De toda a produção do servo em seu lote, metade da produção destina-se ao senhor feudal, caracterizando uma obrigação denominada talha.<br />
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Esse sistema se caracteriza pela exploração do trabalho servil, responsável por toda a produção. O servo não é considerado um escravo, porém não é um trabalhados livre. O que determina a condição servil é seu vínculo com a terra, ou seja, o servo esta preso a terra. <br />
Ao receber um lote de terra para viver e trabalhar, e ao receber (teoricamente) proteção, o servo esta forçado a trabalhar sempre para o mesmo senhor feudal, não podendo abandonar a terra. Essa relação, definiu-se lentamente desde a crise do Império Romano com a formação do colonato.<br />
Além da corvéia e da talha, obrigações mais importantes devidas pelo servo ao senhor, existiam outras obrigações que eram responsáveis por retirar dos servos praticamente tudo o que produzia.<br />
Tradicionalmente a economia foi considerada natural, de subsistência e desmonetarizada. Natural por que baseava em trocas diretas, produtos por produto e diretamente entre os produtores, não havendo, portanto um grupo de intermediários (comerciantes); de subsistência por que produzia em quantidade e variedade pequena, além de não contar com a mentalidade de lucro, que exigiria a produção de excedentes; desmonetarizada por não se utilizar de qualquer tipo de moeda, sendo que havia a troca de produto por produto.<br />
Apesar de podermos enxergar essa situação básica, cabem algumas considerações: o comércio sempre existiu, apesar de irregular e de intensidade muito variável. Algumas mercadorias eram necessárias em todos os feudos mas encontradas apenas em algumas regiões, como o sal.<br />
Além desse comércio de produtos considerados fundamentais, havia o comércio com o oriente, de especiarias ou mesmo de tecidos, consumidos por uma parcela da nobreza (senhores feudais) e pelo alto clero.<br />
Apesar de bastante restrito, esse comércio já era realizado pelos venezianos.<br />
Mesmo o servo participava de um pequeno comércio, ao levar produtos excedentes agrícolas para a feira da cidade, onde obtinha artesanato urbano, promovendo uma tímida integração entre campo e cidade. <br />
“ A pequena produtividade fazia com que qualquer acidente natural (chuvas em excesso ou em falta, pragas) ou humano ( guerras, trabalho inadequado ou insuficiente) provocasse períodos de escassez” Nesse sentido havia uma tendência a auto suficiência, uma preocupação por parte dos senhores feudais em possuir uma estrutura que pudesse prove-lo nessas situações<br />
A sociedade feudal.<br />
Era composta por duas classes sociais básicas: senhores e servos. A estrutura social praticamente não permitia mobilidade, sendo, portanto que a condição de um indivíduo era determinada pelo nascimento, ou seja, quem nasce servo será sempre servo. <br />
Utilizando os conceitos predominantes hoje, podemos dizer que, o trabalho, o esforço, a competência e etc, eram características que não podiam alterar a condição social de um homem.<br />
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O senhor era o proprietário dos meios de produção, enquanto os servos representavam a grande massa de camponeses que produziam a riqueza social. Porém podiam existir outras situações: a mais importante era o clérigo. Afinal o clero é uma classe social ou não?<br />
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O clero possuía grande importância no mundo feudal, cumprindo um papel específico em termos de religião, de formação social, moral e ideológica. No entanto esse papel do clero é definido pela hierarquia da Igreja, quer dizer, pelo Alto Clero, que por sua vez é formado por membros da nobreza feudal. <br />
Originariamente o clero não é uma classe social, pois seus membros ou são de origem senhorial (alto clero) ou servil (baixo clero).<br />
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A maioria dos livros de história retrata a divisão desta sociedade segundo as palavras do Bispo Adalberon de Laon: “na sociedade alguns rezam, outros guerreiam e outros trabalham, onde todos formam um conjunto inseparável e o trabalho de uns permite o trabalho dos outros dois e cada qual por sua vez presta seu apoio aos outros” <br />
Para o bispo, o conjunto de servos é “uma raça de infelizes que nada podem obter sem sofrimento”. Percebe-se o discurso da Igreja como uma tentativa de interpretar a situação social e ao mesmo tempo justificá-la, preservando-a. Nesta sociedade, cada camada tem sua função e, portanto deve obedecê-la como vontade divina.<br />
Na camada superior, “os guerreiros” pode-se perceber uma diferença entre nobres e cavaleiros. Os primeiros descendem das principais famílias do período carolíngeo, enquanto que os demais se tornaram proprietários rurais a partir da concessão de extensões de terras oferecidas pelos nobres.<br />
Essa relação era bastante comum, fortalecia os laços entre os membros da elite, mesmo por que os cavaleiros se tornavam vassalos e ao mesmo tempo procuravam imitar o comportamento da nobreza tradicional, adotando sua moral e seus valores. <br />
Com o passar do tempo a diferenciação entre nobres e cavaleiros foi desaparecendo; preservou-se, no entanto a relação de suserania e vassalagem.<br />
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A relação de suserania e vassalagem é bastante complexa. Sua origem remonta ao Reino Franco, principalmente durante o reinado de Carlos Magno e baseia-se na concessão do feudo (beneficium).<br />
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Surgem os dois primeiros problemas: Quem esta envolvido nesta relação? e, o que é feudo?<br />
Esta relação é eventual, pode existir ou não, dependendo da vontade ou da necessidade das partes, que são sempre dois senhores feudais; ou seja, é uma relação social que envolve membros da mesma camada social, a elite medieval. <br />
O termo feudo originariamente significava “benefício”, algo concedido a outro, e que normalmente era terra, daí sua utilização como sinônimo da “propriedade senhorial”. Suserano é o senhor que concede o benefício, enquanto que vassalo é o senhor que recebe o benefício. <br />
Esta relação, na verdade bastante complexa, tornou-se fundamental durante a Idade Média e serviu para preservar os privilégios da elite e materializava-se a partir de três atos: a homenagem, a investidura e o juramento de fidelidade. Normalmente o suserano era um grande proprietário rural e que pretende aumentar seu exército e capacidade guerreira, enquanto o vassalo, é um homem que necessita de terras e camponeses.<br />
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O Poder.<br />
No mundo feudal não existiu uma estrutura de poder centralizada. Não existe a noção de Estado ou mesmo de nação. Portanto consideramos o poder como localizado, ou seja, existente em cada feudo.<br />
Apesar da autonomia na administração da justiça em cada feudo, existiam dois elementos limitadores do poder senhorial. O primeiro é a própria ordem vassálica, onde o vassalo deve fidelidade a seu suserano; o segundo é a influência da Igreja Católica, única instituição centralizada, que ditava as normas de comportamento social na época, fazendo com que as leis obedecessem aos costumes e à “ vontade de Deus”. <br />
Dessa forma a vida quase não possuía variação de um feudo para outro.<br />
É importante visualizar a figura do rei durante o feudalismo, como suserano-mor, no entanto sem poder efetivo devido a própria relação de suserania e a tendência á auto-suficiência econômica.<br />
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(Bibliografia) Hilario Franco Júnior - <br />
• Historiador, fez bacharelado na USP (1976), doutorado na mesma universidade (1982) e pós-doutorado com Jacques Le Goff na École des Hautes Études en Sciences Sociales (1993). Especialista em Idade Média ocidental, seus interesses estão voltados particularmente para a cultura, a sensibilidade coletiva e a mitologia daquele período, bem como para as reflexões teóricas que fundamentam tais pesquisas. Dedica-se também à História Social do Futebol. (Texto informado pelo autor)Luiz Ernani P.Fariahttp://www.blogger.com/profile/01849766702750665715noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5739957340325486678.post-89182190466154764052009-11-30T10:54:00.000-08:002009-11-30T10:54:03.363-08:00Etiópia CristãExistem estudos que relatam que a Etiópia foi o berço da humanidade e conteve a primeira casa de pedra do mundo. Etiópia é um dos sítios de existência humana mais antiga, conhecidos por cientistas de hoje em dia que estudam os traços mais antigos da humanidade, podendo ser o lugar onde se originou o homo sapiens. <br />
Na formação das grandes civilizações africanas em 1000 a.C, povos semitas da Arábia emigraram para a atual Etiópia. Depois mais tarde por volta de 715 a.C , o Rei de Cush, funda no Egito à 25ª dinastia, e transfere então sua capital de Napata para Meroé, onde muitos anos depois, encontra-se alí uma metalúrgica de ferro altamente desenvolvida. Por cerca do ano 100 a.C desabrocha, na Etiópia, o Reino Cristão de Axum.<br />
E nos laços entre Egito e Etiópia remonta-se à vigésima segunda dinastia dos faraós do Egito e, a partir do reinado de Piânkhy, faraó da XXV dinastia, por vezes os dois países estavam sob uma mesma autoridade e a capital destes dois impérios estava então situada no norte do Sudão, em Napata.<br />
Agora arqueólogos no século XX, aliados aos relatos da tradição oral, conseguem relatar boa parte do passado desses reinos no qual a Etiópia é um dos mais antigos existentes. Entre os séculos III e VII, a Etiópia teve como vizinhos outros reinos cristãos como a região da África Oriental, dos reinos da Núbia, Etiópia e posteriormente Burundi e Uganda que sofrem grande influência religiosa em seu processo cultural.É interessante saber que a civilização Etíope cristã curiosamente preferiu a pintura em vez da escultura. Estes se apropriam de elementos e estilos bizantinos, judeus, árabes e ocidentais, por influências de missionários do séc. IV.<br />
Com o passar do tempo o Egito e a Núbia agora com a expansão do islamismo, caíram sobre o dominio Arábe, e a Etiópia persistiu como único e grande reino cristão da África. <br />
Acerca do nome Etiópia, e no contexto deixado nos vários textos por navegadores e viagens marítimas feitas encontramos o alargamento da Etiópia até à costa ocidental da África. De acordo com Pompónio Mela a Etiópia aparece dividida em duas partes, a oriental e a ocidental que ocupa toda a zona do continente africano. <br />
A antiga história da Etiópia tem muita ligação com o Egito. Esses países tinham um grande intercâmbio comercial, existindo registros nos textos egípcios que mencionam antigas civilizações etíopes e as chamam de os habitantes de habashat origem do vocabulário Abissínia, nome como era chamado este país. Esta era muito rica em suas tradições históricas e culturais que remonta aos tempos da civilização egípcia e abarca os lendários Rei Salomão e Rainha de Sabá, bem como o surgimento do Cristianismo. Também segundo uma lenda, a Etiópia surge da união dos reinos de Salomão e da Rainha de Sabá na capital de Akasum. A Etiópia no século IV foi evangelizada pela Igreja egípcia, mas na idade média sendo uma terra de cristão no mundo árabe ficou conhecida pela “terra do preste João”.<br />
“Conta uma lenda que existiu um imperador católico que dominaria regiões até o território mulçumano. Um imperador cristão negro que os portugueses queriam e sonhavam ter contato com este, para serem seus aliados contras os mouros”. Esta notícia teria chegado na Europa por volta do séc XII, e aceita pela corte papal e fala que o preste João poderia ser um dos Três Reis Magos. D. João II, nos fins século XV manda procurarem preste João para fazer uma aliança com este.Luiz Ernani P.Fariahttp://www.blogger.com/profile/01849766702750665715noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5739957340325486678.post-25131638701796372752009-11-20T18:12:00.000-08:002009-11-20T18:12:46.362-08:00Socialização, Dessocialização e Ressocialização na Sociedade Contemporânea<b>Socialização</b><br />
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Vivemos numa sociedade capitalista, de consumo, buscando conhecer, assimilar experiências e valores que farão parte de nossa vida que levaremos conosco até o dia de nossa morte.<br />
Ao receber tais informações alguns crescem aprendem e se aprofundam, outros vivem como gados marcados sendo levados ao matadouro.<br />
Todos recebem conhecimentos por um processo que os antropólogos chamam de socialização, transmissão, características, assimilação de hábitos de um grupo social pelos quais um indivíduo se torna membro de uma comunidade e tem funções e deveres para com o grupo social e cultural, esse processo contínuo que nunca se dá por terminado, transmitindo-a de geração para a geração.<br />
Entretanto como individuo podemos valorizar tais conhecimentos que nos fazem crescer, aprender, adquirir tais culturas e vivenciá-las, pois enquanto houver está relação humana entre o individuo e a sociedade haverá socialização.<br />
A Socialização é um processo pelo qual passamos e que muda constantemente, é uma ferramenta que tem ajudado na formação da personalidade do indivíduo como ser social atuante, sendo este instrumento a ferramenta também de transformação, pois quem é socializado também socializa e tal interação estará sempre presente.<br />
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A sociedade é composta de regras e normas, sendo regida por leis governamentais, por sua constituição, e estas por sua vez não são exercidas em sua totalidade, deixando muito a desejar, tendo muitas falhas e assim muitas vezes o indivíduo transgride as mesmas.<br />
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Uma sociedade que valoriza o ter e muitas vezes não está preocupada com o ser acaba trazendo conseqüências não só para o homem mas para o planeta.<br />
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<b>Dessocialização</b><br />
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A sociedade moderna capitalista também tem trazido conseqüências e uma delas é a desigualdade social. Muitos têm sofrido na pele está dura realidade, com salários baixos e com famílias que tentam sobreviver a este monstro da Dessocialização; Os ricos cada vez mais ricos e os pobres cada vez mais pobres.<br />
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Muitas vezes pais de famílias perdem seus empregos, ficando em uma situação difícil e acabam se instalando em lugares sem estrutura alguma, vivendo em condições precárias ,sem o mínimo de condições de saúde, educação e trabalho.<br />
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A desigualdade social tem deixado muitos num estágio inferior da condição humana.. Famílias continuam em estado de miséria impossibilitados de qualquer forma de mudança de vida.<br />
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<b>Vejamos alguns exemplos: (Na Família, Educação e Sociedade).</b><br />
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1- As crianças desde a infância até a adolescência. Essas crianças queimam etapas de suas vidas, recebendo informações que tudo é possível e está ao seu alcance, sem medir esforços para conseguir aquilo que desejam ter, tornado-se adolescentes muito rápido e isso tem prejudicado seus estudos, pois deixam de estudar para trabalhar, afetando o seu convívio familiar.<br />
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2- Falando de Educação. Agora com o novo estatuto da criança muita coisa mudou. Os professores já não podem chamar atenção de crianças e adolescentes. Os adolescentes são tratados como crianças mas freqüentam determinados escolas com armas na cintura, desrespeitando a todos.<br />
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3- A sociedade moderna: Os homens modernos já não conseguem muitas vezes competir com o mercado de trabalho, além disso, é difícil de cumprir com suas obrigações, assim acabam adquirindo dívidas, fazendo empréstimos, e muitas vezes as mulheres são obrigadas a trabalhar deixando os filhos em creches o dia todo. <br />
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<b>Ressocialização<br />
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Existe também uma situação que cada vez vem ser mais agravante que é o que fazer com aquela pessoa que age contrário a lei imposta pela sociedade e o Estado.<br />
Quando isso acontece o indivíduo sofre uma punição pagando pelo erro cometido, a pena deve ser justa, uma vez que o condenado deve estar recuperado quando sair da prisão, pronto para reincorporar-se à sociedade e não mais agir em desacordo com a lei. <br />
Então nós brasileiros vemos todo sistema penitenciário falido, essas instituições penitenciárias conhecidas como ‘’escolas do crime’’ que não cumprem seu papel ressocializante. <br />
Encontramos muita deficiência porque a pena deve ressocializar o preso, inseri-lo na sociedade, deve ter caráter preventivo e punitivo, no entanto, a realidade dos presídios brasileiros mostra exatamente o contrário: a única finalidade da pena é punir o preso, destacando que os nossos presídios, mais parece depósito de corpos humanos do que local de ressocialização.<br />
Isso é comprovado com as fugas e rebeliões que hoje existem nas cadeias brasileiras, e também pelo fato de tão grande reincidência dos presos brasileiros. <br />
Enquanto isso a reincidência criminal cresce a cada dia, e na maioria das vezes constata-se que o indivíduo que deixa o cárcere após o cumprimento de sua pena, volta a cometer crimes piores do que anterior, como se a prisão o tivesse tornado ainda mais nocivo ao convívio social.<br />
Então surge, portanto os que busquem alternativas para que os infratores possam ser recolhidos em instituições capacitadas que tratem o interno como um ser humano que errou e deve refletir sobre seus atos para que não mais os pratique em desacordo com a lei e, dessa forma, possa ser reincorporado à sociedade. <br />
Conclusão:<br />
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A sociedade em que vivemos nos leva a repensar de que maneira nos como indivíduos precisamos valorizar o ser humano e a sua cultura; A principal característica da cultura é o chamado mecanismo adaptativo: a capacidade de responder ao meio de acordo com mudança de hábitos, mais rápida do que uma possível evolução biológica; Nos seres humanos como num todo nesta sociedade moderna e capitalista somos bombardeados de todas as formas e também pelos meios de comunicações recebendo todo os tipos de informações, manipulando a massa e moldando-as para obterem assim seus próprios interesses. <br />
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Por mais que a sociedade moderna, tecnológica, avançada contribua em vários aspectos práticos para uma nova sociedade, ela ainda tem muitas falhas, pois não consegue lidar com o individuo pessoal, valorizando esse num todo como pessoa, sua capacidade de agir e integração na mesma; Temos que ter o olhos e os pensamentos no futuro, pois o homem moderno também está contribuindo para a destruição do meio ambiente em que vivemos, florestas estão sumindo, os rios e o ar sendo poluídos, aumentando com isso as doenças e a pobreza. Dentro dessa sociedade moderna temos que pensar, agir e crescer juntos, mas com equilíbrio, igualdade e bem ajustados para vivermos melhor. <br />
<b> 2 º Semestre História - Luiz</b>Luiz Ernani P.Fariahttp://www.blogger.com/profile/01849766702750665715noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-5739957340325486678.post-37594960979642387192009-11-20T17:58:00.000-08:002009-11-20T17:58:47.651-08:00Os Guaranis grandes líderes e as Resistências IndígenasOs povos guaranis são os antigos donos das terras do sul, esses viviam em comunidades eram solidários, e viviam em igualdades plenas.<br />
Seus antepassados por muitas gerações viveram em paz e harmonia, fundaram aldeias e tinham sua própria cultura, religião e comunidades.<br />
Então á uns 400 anos vieram religiosos europeus e lhes propuseram viver segundo a fé das missões jesuíticas.<br />
Entretanto portugueses e espanhóis; que se estabeleceram no séc. XVIII acharam que esses indígenas seriam uma ameaça para as suas pretensões econômica e políticas para a dominação da colônia.<br />
Os exércitos de Portugal e Espanha investem suas forças com toda a violência possível contra essas comunidades.<br />
Esses espalharam o terror a violência de morte contra o povo e nossos campos sagrados, nosso líder Sepé Tiaraju comandou a resistência, mas foi assassinado no dia 07 de fevereiro de 1756.<br />
Nos campos de Caiboaté cerca de 1500 guerreiros foram massacrados pelo exercito invasor.<br />
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<b>Guerra Guaranítica 1753 – 1756</b><br />
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Os exploradores fizeram acordos sobre terra nos quais lucraram e os povos misérias e guerras. Essa dominação essa política que não se importa. A Guerra Guaranítica, é o povo que não se deixa roubar. Sepé está presente e morre.<br />
São Sepé em Lenda mítica, cavalga ao céu a nos cuidar, a Guerra é o povo que não se deixa ser roubado.<br />
Um general de batalha, comissário português, Gomes F. de Andrade, concedeu distribuir terras para incentivos e ocupações latifundiários. Em setembro de 1752, astrônomos, geólogos, diplomatas, engenheiros, geógrafos militares etc.<br />
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Encontram-se em Castilhos Grande para assentar em outubro o primeiro marco divisório. Porém muito logo, seriam barrados por topas missioneiras de Sepé, alferes real de São Miguel já em territórios missioneiros.<br />
Em 23 de fevereiro de 1754, uns 300 missioneiros atacam por 04 horas Tranqueira do rio Pardo recém fundado. Teriam morrido 22 índios e 14 defensores. Em 28 de abril,tropas unificadas dos sete povos atacam o forte do Rio Pardo que reforçaram suas defesas. Neste combate morre Alexandro Mbaruari,comandante militar de São Miguel, chefe geral das tropas missioneiras.<br />
Em 1574 o exército português com mais de mil homens em armas chegam ao Rio Pardo, também os espanhóis chegam a região,porem devido ao forte inverno e a resistência missioneira em novembro de 1574, os exércitos retiram-se da região.Houve um acordo no qual foi aumentado as terras sob o controlo lusitanos.<br />
Finalmente em 16 de Janeiro de 1756 parte um exercito português com 2600 homens poderosamente armados reuniram-se nas cabeceiras do Rio Negro, nos atuais territórios uruguaios de onde partiram para as missões. Ao entrarem em territórios missioneiros estas sofrem diversas emboscadas.<br />
Porem, em inícios de fevereiro caia em combate Sepé Tiaraju,comandante das tropas de São Miguel; em 07 de fevereiro, missioneiros armam uma emboscada e deixam como isca, uma ponta de gado á vista dos invasores.<br />
Cavaleiros missioneiros atacaram e lancearam dois peões portugueses que haviam cruzados o arroio Guacacay para reunir abater e carnear os animais.<br />
Andonaegui enviou trezentos soldados espanhóis e portugueses em dois esquadrões em perseguição a os setenta e oito cavaleiros missioneiros, reunidos próximo a um capão; na perseguição a montaria de Sepé teria tropeçado em um desnível do terreno ao cair ao solo um peão português aproveitou e quebrou uma lança contra o chefe missioneiro.<br />
Em São Gabriel – A documentação é divergente e imprecisa sobre os acontecimentos posteriores.Capturado e identificado, devido ao livro de orações e cartas que levava consigo, Sepé teria sido torturado, “queimado com pólvora” e martirizado “de outras maneiras”.<br />
A seguir teria sido justiçado com um tiro de pistola, pelo próprio governador de Montevidéu para levar honra da morte do chefe missioneiro. O corpo de Sepé, decapitado, teria sido recuperado pelos missioneiros, para enterramento de fortuna. Acredita - se que este morreu lutando na cidade de São Gabriel.<br />
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<b>OS MBYA GUARANI GUERREIROS DA LIBERDADE</b><br />
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Eles habitavam no interior das floresta no sul da América. Ao longo do tempo esses grupos vem sofrendo violenta destruição, muitos foram dizimados e hoje o que restou sofre por se encontrar em situação miserável, com períodos de fome, por lhes faltar terra e recursos naturais, estes eram grandes guerreiros viviam da caça e da pesca.<br />
O território Guarani está entre os estados do sul e sudeste, o menor numero de terras está em Santa Catarina, sendo que esta etnia sofre em áreas inadequadas.<br />
Quando muito tempo seus antepassados viviam aqui muito antes dos brancos chegarem, eram livres e felizes, viviam muito bem, e esses eram grandes navegadores.<br />
No Paraguai a língua ficou como herança, todos os guaranis são irmãos e formam uma grande família; fabricavam vasos, cachimbos,canoas, machados, redes, urnas funerárias.<br />
Os guaranis ensinam para seus filhos as suas tradições para que esta sempre seja mantida viva, para quando adultos mantenham os costumes assim Mbya continuarão existindo, quanto mais vivem seus costumes mais felizes e saudáveis são fisicamente e espiritualmente.<br />
Na aldeia se tem todo um preparativo dos pais para não acabar as tradições, desde ensinar aos filhos sua língua, as mulheres como preparar os alimentos e abençoar estes,cultivar as terra,cuidar das nascentes dos rios para que não venham secar,os rituais religiosos ensinados pelos pajés, valorizar a medicina,o profundo contato com o criador de tudo Nhanderu,viver a vida e não deixar seus costumes, sua cultura, para que não acabe o Tekoá.<br />
O Tekoá e a aldeia, esta estará em harmonia.Teko é o sistema de vida e Tekoa é onde se vive a vida; se tiver Tekoá podem viver e trabalhar sua cultura, sem Tekoá perdemos tudo, Tekoá é tudo, essas aldeias eram compostas por várias cabanas circulares.<br />
Em Florianópolis os guaranis moram nos moros e vendem artesanatos na cidade, por não terem sua terra e viverem nos moros muitas vezes são confundidos como se fossem traficantes e marginais.<br />
Um índio guarani alerta os mais jovens não deixarem as aldeias, não venham para as cidades, pois não terão a mesma chance de viver como aconteceu com outros que foram mortos; lutem pela terra por mais difícil que seja, para que sejam reconhecidos seus direitos.<br />
Temos que viver segundo a nossa cultura, por mais que sejam difíceis, os brancos nunca irão entender, temos que viver do nosso jeito nas aldeias; essas eram compostas por várias cabanas circulares<br />
“ Sobreviver também é uma forma de conquistar a liberdade.”<br />
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<b>GRANDES LÍDERES INDÍGENAS</b><br />
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O violento pela terra indígena no mato grosso do Sul. Esse território já estava com a terra demarcada, no entanto a comunidade que lá vivia foi violentamente expulsa no dia 15 de dezembro de 2005 pela polícia federal.<br />
Ameaçada com armas, a comunidade de Nhanderu Marangatu foram para beira da estrada e lá, o seu líder Dorvalino Rocha foi covardemente assassinado por pistoleiros que trabalhavam para os invasores da terra indígena.<br />
Um grande chefe indígena que organizou e comandou a Confederação dos Tamoios e teve ajuda dos Caciques Aimberê, Pidobuçu e Coaquira. Uma grande revolta contra escravistas portugueses.<br />
Cunhabebe morreu contaminado por varíola, escravistas deixavam roupas e agasalhos contaminados, muitos índios que não tinham anticorpos contraiam a doença e morriam.<br />
Cunhabebe era chefe supremo da nação tupinambá. Essa nação se localizava desde o cabo de São Tomé, depois de Cabo Frio, no Rio de Janeiro, pelo Vale da Paraíba até o Rio Juqueriquerê em Caraguatatuba, no Estado de São Paulo, os tupinambás eram uma ameaça aos interesses dos exploradores da colônia. <br />
Estes eram muito fortes e estavam vencendo os escravistas e portugueses, até que veio José de Anchieta e argumentou com os índios que Deus não queria guerra e que todos sendo filhos de Deus eram irmãos que se esses quisessem guerras Deus poderia lhes castigar, então fizeram um tratado de paz de Iperiog, em São Paulo.<br />
Com essa trégua aos portugueses, esse tiveram tempo de receber mais pessoas se organizarem, a trégua foi quebrada e os índios massacrados.<br />
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<b>GUERRA INDÍGENAS POR LIBERDADE</b><br />
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Não teve como manter a paz, quem veio para apunhalar, logo revelou não ser irmão. Os índios fizeram foi lutar contra infame usurpação.<br />
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<b>Confederação do Tamoios 1555-1567</b><br />
Os tamoios foram contra a escravidão, revoltados contra mentira, falsidade e covardia, dos miseráveis exploradores.<br />
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<b>Confederação dos Aimorés 1555-1673</b><br />
Ameaçados de extinção fugindo dos cativeiros, os Aimorés são contra a sujeição, tapuias representantes, tinham sua terra para cuidar; não queriam se deixaram escravizar.<br />
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<b>Confederação dos Potiguares 1586-1599</b><br />
Lutaram como Jaguares e como feroz onça pintada. Potiguar lutou intensamente, para impedir a escravidão.Para impedir o cativeiro,os índios faziam enfrentar.Era contra esse povo inteiro, que estavam a exterminar.<br />
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<b>Levante dos Tupinambás 1617-1621</b><br />
Muitas tribos comunidades. Pataxo, Tumbalalá, Xucuru e Cariri tudo irmão. Tupinambá no seu lutar,como mártires contra a escravidão. Não lhe tiveram humanidade, nem honra nem sentimento,com um povo hospitaleiro no recepcionar, com respeito e consideração.Tupinambá no seu lutar como mártires contra a escravidão.<br />
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<b>Confederação dos Cariris 1686-1692</b><br />
Reflexivos e determinados. Tinham muita disposição. Guerra dos bárbaros chamados, contra toda a escravidão. Só lhes restou insurgir, e lutar contra a desumanidade. De mais persistência que os portugueses enfrentaram. A Confederação Cariris,<b>FOI A LUTA PELA LIBERDADE.</b><br />
<b>Aluno 2º Semestre de História Luiz</b>Luiz Ernani P.Fariahttp://www.blogger.com/profile/01849766702750665715noreply@blogger.com0