segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Etiópia Cristã

Existem estudos que relatam que a Etiópia foi o berço da humanidade e conteve a primeira casa de pedra do mundo. Etiópia é um dos sítios de existência humana mais antiga, conhecidos por cientistas de hoje em dia que estudam os traços mais antigos da humanidade, podendo ser o lugar onde se originou o homo sapiens.
Na formação das grandes civilizações africanas em 1000 a.C, povos semitas da Arábia emigraram para a atual Etiópia. Depois mais tarde por volta de 715 a.C , o Rei de Cush, funda no Egito à 25ª dinastia, e transfere então sua capital de Napata para Meroé, onde muitos anos depois, encontra-se alí uma metalúrgica de ferro altamente desenvolvida. Por cerca do ano 100 a.C desabrocha, na Etiópia, o Reino Cristão de Axum.
E nos laços entre Egito e Etiópia remonta-se à vigésima segunda dinastia dos faraós do Egito e, a partir do reinado de Piânkhy, faraó da XXV dinastia, por vezes os dois países estavam sob uma mesma autoridade e a capital destes dois impérios estava então situada no norte do Sudão, em Napata.
Agora arqueólogos no século XX, aliados aos relatos da tradição oral, conseguem relatar boa parte do passado desses reinos no qual a Etiópia é um dos mais antigos existentes. Entre os séculos III e VII, a Etiópia teve como vizinhos outros reinos cristãos como a região da África Oriental, dos reinos da Núbia, Etiópia e posteriormente Burundi e Uganda que sofrem grande influência religiosa em seu processo cultural.É interessante saber que a civilização Etíope cristã curiosamente preferiu a pintura em vez da escultura. Estes se apropriam de elementos e estilos bizantinos, judeus, árabes e ocidentais, por influências de missionários do séc. IV.
Com o passar do tempo o Egito e a Núbia agora com a expansão do islamismo, caíram sobre o dominio Arábe, e a Etiópia persistiu como único e grande reino cristão da África.
Acerca do nome Etiópia, e no contexto deixado nos vários textos por navegadores e viagens marítimas feitas encontramos o alargamento da Etiópia até à costa ocidental da África. De acordo com Pompónio Mela a Etiópia aparece dividida em duas partes, a oriental e a ocidental que ocupa toda a zona do continente africano.
A antiga história da Etiópia tem muita ligação com o Egito. Esses países tinham um grande intercâmbio comercial, existindo registros nos textos egípcios que mencionam antigas civilizações etíopes e as chamam de os habitantes de habashat origem do vocabulário Abissínia, nome como era chamado este país. Esta era muito rica em suas tradições históricas e culturais que remonta aos tempos da civilização egípcia e abarca os lendários Rei Salomão e Rainha de Sabá, bem como o surgimento do Cristianismo. Também segundo uma lenda, a Etiópia surge da união dos reinos de Salomão e da Rainha de Sabá na capital de Akasum. A Etiópia no século IV foi evangelizada pela Igreja egípcia, mas na idade média sendo uma terra de cristão no mundo árabe ficou conhecida pela “terra do preste João”.
“Conta uma lenda que existiu um imperador católico que dominaria regiões até o território mulçumano. Um imperador cristão negro que os portugueses queriam e sonhavam ter contato com este, para serem seus aliados contras os mouros”. Esta notícia teria chegado na Europa por volta do séc XII, e aceita pela corte papal e fala que o preste João poderia ser um dos Três Reis Magos. D. João II, nos fins século XV manda procurarem preste João para fazer uma aliança com este.

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Socialização, Dessocialização e Ressocialização na Sociedade Contemporânea

Socialização

Vivemos numa sociedade capitalista, de consumo, buscando conhecer, assimilar experiências e valores que farão parte de nossa vida que levaremos conosco até o dia de nossa morte.
Ao receber tais informações alguns crescem aprendem e se aprofundam, outros vivem como gados marcados sendo levados ao matadouro.
Todos recebem conhecimentos por um processo que os antropólogos chamam de socialização, transmissão, características, assimilação de hábitos de um grupo social pelos quais um indivíduo se torna membro de uma comunidade e tem funções e deveres para com o grupo social e cultural, esse processo contínuo que nunca se dá por terminado, transmitindo-a de geração para a geração.
Entretanto como individuo podemos valorizar tais conhecimentos que nos fazem crescer, aprender, adquirir tais culturas e vivenciá-las, pois enquanto houver está relação humana entre o individuo e a sociedade haverá socialização.
A Socialização é um processo pelo qual passamos e que muda constantemente, é uma ferramenta que tem ajudado na formação da personalidade do indivíduo como ser social atuante, sendo este instrumento a ferramenta também de transformação, pois quem é socializado também socializa e tal interação estará sempre presente.

A sociedade é composta de regras e normas, sendo regida por leis governamentais, por sua constituição, e estas por sua vez não são exercidas em sua totalidade, deixando muito a desejar, tendo muitas falhas e assim muitas vezes o indivíduo transgride as mesmas.

Uma sociedade que valoriza o ter e muitas vezes não está preocupada com o ser acaba trazendo conseqüências não só para o homem mas para o planeta.

Dessocialização

A sociedade moderna capitalista também tem trazido conseqüências e uma delas é a desigualdade social. Muitos têm sofrido na pele está dura realidade, com salários baixos e com famílias que tentam sobreviver a este monstro da Dessocialização; Os ricos cada vez mais ricos e os pobres cada vez mais pobres.

Muitas vezes pais de famílias perdem seus empregos, ficando em uma situação difícil e acabam se instalando em lugares sem estrutura alguma, vivendo em condições precárias ,sem o mínimo de condições de saúde, educação e trabalho.

A desigualdade social tem deixado muitos num estágio inferior da condição humana.. Famílias continuam em estado de miséria impossibilitados de qualquer forma de mudança de vida.

Vejamos alguns exemplos: (Na Família, Educação e Sociedade).


1- As crianças desde a infância até a adolescência. Essas crianças queimam etapas de suas vidas, recebendo informações que tudo é possível e está ao seu alcance, sem medir esforços para conseguir aquilo que desejam ter, tornado-se adolescentes muito rápido e isso tem prejudicado seus estudos, pois deixam de estudar para trabalhar, afetando o seu convívio familiar.

2- Falando de Educação. Agora com o novo estatuto da criança muita coisa mudou. Os professores já não podem chamar atenção de crianças e adolescentes. Os adolescentes são tratados como crianças mas freqüentam determinados escolas com armas na cintura, desrespeitando a todos.

3- A sociedade moderna: Os homens modernos já não conseguem muitas vezes competir com o mercado de trabalho, além disso, é difícil de cumprir com suas obrigações, assim acabam adquirindo dívidas, fazendo empréstimos, e muitas vezes as mulheres são obrigadas a trabalhar deixando os filhos em creches o dia todo.

Ressocialização

Existe também uma situação que cada vez vem ser mais agravante que é o que fazer com aquela pessoa que age contrário a lei imposta pela sociedade e o Estado.
Quando isso acontece o indivíduo sofre uma punição pagando pelo erro cometido, a pena deve ser justa, uma vez que o condenado deve estar recuperado quando sair da prisão, pronto para reincorporar-se à sociedade e não mais agir em desacordo com a lei.
Então nós brasileiros vemos todo sistema penitenciário falido, essas instituições penitenciárias conhecidas como ‘’escolas do crime’’ que não cumprem seu papel ressocializante.
Encontramos muita deficiência porque a pena deve ressocializar o preso, inseri-lo na sociedade, deve ter caráter preventivo e punitivo, no entanto, a realidade dos presídios brasileiros mostra exatamente o contrário: a única finalidade da pena é punir o preso, destacando que os nossos presídios, mais parece depósito de corpos humanos do que local de ressocialização.
Isso é comprovado com as fugas e rebeliões que hoje existem nas cadeias brasileiras, e também pelo fato de tão grande reincidência dos presos brasileiros.
Enquanto isso a reincidência criminal cresce a cada dia, e na maioria das vezes constata-se que o indivíduo que deixa o cárcere após o cumprimento de sua pena, volta a cometer crimes piores do que anterior, como se a prisão o tivesse tornado ainda mais nocivo ao convívio social.
Então surge, portanto os que busquem alternativas para que os infratores possam ser recolhidos em instituições capacitadas que tratem o interno como um ser humano que errou e deve refletir sobre seus atos para que não mais os pratique em desacordo com a lei e, dessa forma, possa ser reincorporado à sociedade.
Conclusão:

A sociedade em que vivemos nos leva a repensar de que maneira nos como indivíduos precisamos valorizar o ser humano e a sua cultura; A principal característica da cultura é o chamado mecanismo adaptativo: a capacidade de responder ao meio de acordo com mudança de hábitos, mais rápida do que uma possível evolução biológica; Nos seres humanos como num todo nesta sociedade moderna e capitalista somos bombardeados de todas as formas e também pelos meios de comunicações recebendo todo os tipos de informações, manipulando a massa e moldando-as para obterem assim seus próprios interesses.

Por mais que a sociedade moderna, tecnológica, avançada contribua em vários aspectos práticos para uma nova sociedade, ela ainda tem muitas falhas, pois não consegue lidar com o individuo pessoal, valorizando esse num todo como pessoa, sua capacidade de agir e integração na mesma; Temos que ter o olhos e os pensamentos no futuro, pois o homem moderno também está contribuindo para a destruição do meio ambiente em que vivemos, florestas estão sumindo, os rios e o ar sendo poluídos, aumentando com isso as doenças e a pobreza. Dentro dessa sociedade moderna temos que pensar, agir e crescer juntos, mas com equilíbrio, igualdade e bem ajustados para vivermos melhor.
2 º Semestre História - Luiz

Os Guaranis grandes líderes e as Resistências Indígenas

Os povos guaranis são os antigos donos das terras do sul, esses viviam em comunidades eram solidários, e viviam em igualdades plenas.
Seus antepassados por muitas gerações viveram em paz e harmonia, fundaram aldeias e tinham sua própria cultura, religião e comunidades.
Então á uns 400 anos vieram religiosos europeus e lhes propuseram viver segundo a fé das missões jesuíticas.
Entretanto portugueses e espanhóis; que se estabeleceram no séc. XVIII acharam que esses indígenas seriam uma ameaça para as suas pretensões econômica e políticas para a dominação da colônia.
Os exércitos de Portugal e Espanha investem suas forças com toda a violência possível contra essas comunidades.
Esses espalharam o terror a violência de morte contra o povo e nossos campos sagrados, nosso líder Sepé Tiaraju comandou a resistência, mas foi assassinado no dia 07 de fevereiro de 1756.
Nos campos de Caiboaté cerca de 1500 guerreiros foram massacrados pelo exercito invasor.

Guerra Guaranítica 1753 – 1756

Os exploradores fizeram acordos sobre terra nos quais lucraram e os povos misérias e guerras. Essa dominação essa política que não se importa. A Guerra Guaranítica, é o povo que não se deixa roubar. Sepé está presente e morre.
São Sepé em Lenda mítica, cavalga ao céu a nos cuidar, a Guerra é o povo que não se deixa ser roubado.
Um general de batalha, comissário português, Gomes F. de Andrade, concedeu distribuir terras para incentivos e ocupações latifundiários. Em setembro de 1752, astrônomos, geólogos, diplomatas, engenheiros, geógrafos militares etc.

Encontram-se em Castilhos Grande para assentar em outubro o primeiro marco divisório. Porém muito logo, seriam barrados por topas missioneiras de Sepé, alferes real de São Miguel já em territórios missioneiros.
Em 23 de fevereiro de 1754, uns 300 missioneiros atacam por 04 horas Tranqueira do rio Pardo recém fundado. Teriam morrido 22 índios e 14 defensores. Em 28 de abril,tropas unificadas dos sete povos atacam o forte do Rio Pardo que reforçaram suas defesas. Neste combate morre Alexandro Mbaruari,comandante militar de São Miguel, chefe geral das tropas missioneiras.
Em 1574 o exército português com mais de mil homens em armas chegam ao Rio Pardo, também os espanhóis chegam a região,porem devido ao forte inverno e a resistência missioneira em novembro de 1574, os exércitos retiram-se da região.Houve um acordo no qual foi aumentado as terras sob o controlo lusitanos.
Finalmente em 16 de Janeiro de 1756 parte um exercito português com 2600 homens poderosamente armados reuniram-se nas cabeceiras do Rio Negro, nos atuais territórios uruguaios de onde partiram para as missões. Ao entrarem em territórios missioneiros estas sofrem diversas emboscadas.
Porem, em inícios de fevereiro caia em combate Sepé Tiaraju,comandante das tropas de São Miguel; em 07 de fevereiro, missioneiros armam uma emboscada e deixam como isca, uma ponta de gado á vista dos invasores.
Cavaleiros missioneiros atacaram e lancearam dois peões portugueses que haviam cruzados o arroio Guacacay para reunir abater e carnear os animais.
Andonaegui enviou trezentos soldados espanhóis e portugueses em dois esquadrões em perseguição a os setenta e oito cavaleiros missioneiros, reunidos próximo a um capão; na perseguição a montaria de Sepé teria tropeçado em um desnível do terreno ao cair ao solo um peão português aproveitou e quebrou uma lança contra o chefe missioneiro.
Em São Gabriel – A documentação é divergente e imprecisa sobre os acontecimentos posteriores.Capturado e identificado, devido ao livro de orações e cartas que levava consigo, Sepé teria sido torturado, “queimado com pólvora” e martirizado “de outras maneiras”.
A seguir teria sido justiçado com um tiro de pistola, pelo próprio governador de Montevidéu para levar honra da morte do chefe missioneiro. O corpo de Sepé, decapitado, teria sido recuperado pelos missioneiros, para enterramento de fortuna. Acredita - se que este morreu lutando na cidade de São Gabriel.

OS MBYA GUARANI GUERREIROS DA LIBERDADE

Eles habitavam no interior das floresta no sul da América. Ao longo do tempo esses grupos vem sofrendo violenta destruição, muitos foram dizimados e hoje o que restou sofre por se encontrar em situação miserável, com períodos de fome, por lhes faltar terra e recursos naturais, estes eram grandes guerreiros viviam da caça e da pesca.
O território Guarani está entre os estados do sul e sudeste, o menor numero de terras está em Santa Catarina, sendo que esta etnia sofre em áreas inadequadas.
Quando muito tempo seus antepassados viviam aqui muito antes dos brancos chegarem, eram livres e felizes, viviam muito bem, e esses eram grandes navegadores.
No Paraguai a língua ficou como herança, todos os guaranis são irmãos e formam uma grande família; fabricavam vasos, cachimbos,canoas, machados, redes, urnas funerárias.
Os guaranis ensinam para seus filhos as suas tradições para que esta sempre seja mantida viva, para quando adultos mantenham os costumes assim Mbya continuarão existindo, quanto mais vivem seus costumes mais felizes e saudáveis são fisicamente e espiritualmente.
Na aldeia se tem todo um preparativo dos pais para não acabar as tradições, desde ensinar aos filhos sua língua, as mulheres como preparar os alimentos e abençoar estes,cultivar as terra,cuidar das nascentes dos rios para que não venham secar,os rituais religiosos ensinados pelos pajés, valorizar a medicina,o profundo contato com o criador de tudo Nhanderu,viver a vida e não deixar seus costumes, sua cultura, para que não acabe o Tekoá.
O Tekoá e a aldeia, esta estará em harmonia.Teko é o sistema de vida e Tekoa é onde se vive a vida; se tiver Tekoá podem viver e trabalhar sua cultura, sem Tekoá perdemos tudo, Tekoá é tudo, essas aldeias eram compostas por várias cabanas circulares.
Em Florianópolis os guaranis moram nos moros e vendem artesanatos na cidade, por não terem sua terra e viverem nos moros muitas vezes são confundidos como se fossem traficantes e marginais.
Um índio guarani alerta os mais jovens não deixarem as aldeias, não venham para as cidades, pois não terão a mesma chance de viver como aconteceu com outros que foram mortos; lutem pela terra por mais difícil que seja, para que sejam reconhecidos seus direitos.
Temos que viver segundo a nossa cultura, por mais que sejam difíceis, os brancos nunca irão entender, temos que viver do nosso jeito nas aldeias; essas eram compostas por várias cabanas circulares
“ Sobreviver também é uma forma de conquistar a liberdade.”

GRANDES LÍDERES INDÍGENAS

O violento pela terra indígena no mato grosso do Sul. Esse território já estava com a terra demarcada, no entanto a comunidade que lá vivia foi violentamente expulsa no dia 15 de dezembro de 2005 pela polícia federal.
Ameaçada com armas, a comunidade de Nhanderu Marangatu foram para beira da estrada e lá, o seu líder Dorvalino Rocha foi covardemente assassinado por pistoleiros que trabalhavam para os invasores da terra indígena.
Um grande chefe indígena que organizou e comandou a Confederação dos Tamoios e teve ajuda dos Caciques Aimberê, Pidobuçu e Coaquira. Uma grande revolta contra escravistas portugueses.
Cunhabebe morreu contaminado por varíola, escravistas deixavam roupas e agasalhos contaminados, muitos índios que não tinham anticorpos contraiam a doença e morriam.
Cunhabebe era chefe supremo da nação tupinambá. Essa nação se localizava desde o cabo de São Tomé, depois de Cabo Frio, no Rio de Janeiro, pelo Vale da Paraíba até o Rio Juqueriquerê em Caraguatatuba, no Estado de São Paulo, os tupinambás eram uma ameaça aos interesses dos exploradores da colônia.
Estes eram muito fortes e estavam vencendo os escravistas e portugueses, até que veio José de Anchieta e argumentou com os índios que Deus não queria guerra e que todos sendo filhos de Deus eram irmãos que se esses quisessem guerras Deus poderia lhes castigar, então fizeram um tratado de paz de Iperiog, em São Paulo.
Com essa trégua aos portugueses, esse tiveram tempo de receber mais pessoas se organizarem, a trégua foi quebrada e os índios massacrados.

GUERRA INDÍGENAS POR LIBERDADE

Não teve como manter a paz, quem veio para apunhalar, logo revelou não ser irmão. Os índios fizeram foi lutar contra infame usurpação.

Confederação do Tamoios 1555-1567
Os tamoios foram contra a escravidão, revoltados contra mentira, falsidade e covardia, dos miseráveis exploradores.

Confederação dos Aimorés 1555-1673
Ameaçados de extinção fugindo dos cativeiros, os Aimorés são contra a sujeição, tapuias representantes, tinham sua terra para cuidar; não queriam se deixaram escravizar.

Confederação dos Potiguares 1586-1599
Lutaram como Jaguares e como feroz onça pintada. Potiguar lutou intensamente, para impedir a escravidão.Para impedir o cativeiro,os índios faziam enfrentar.Era contra esse povo inteiro, que estavam a exterminar.

Levante dos Tupinambás 1617-1621
Muitas tribos comunidades. Pataxo, Tumbalalá, Xucuru e Cariri tudo irmão. Tupinambá no seu lutar,como mártires contra a escravidão. Não lhe tiveram humanidade, nem honra nem sentimento,com um povo hospitaleiro no recepcionar, com respeito e consideração.Tupinambá no seu lutar como mártires contra a escravidão.

Confederação dos Cariris 1686-1692
Reflexivos e determinados. Tinham muita disposição. Guerra dos bárbaros chamados, contra toda a escravidão. Só lhes restou insurgir, e lutar contra a desumanidade. De mais persistência que os portugueses enfrentaram. A Confederação Cariris,FOI A LUTA PELA LIBERDADE.
Aluno 2º Semestre de História Luiz

A conquista da América A questão do outro

Introdução:

Tzevtan Todorov, os conquistadores espanhóis pertencem, historicamente, a um período de transição “entre uma Idade Média dominada pela religião e a época moderna, que coloca os bens materiais no topo de sua escala de valores”.

A conquista, na prática, foi marcada por esses dois aspectos: os cristãos vêm ao Novo Mundo imbuídos de religião e levam, em troca, metais preciosos e riquezas.

Como se observa, os espanhóis chegaram à América certos da superioridade de sua civilização e dos seus valores. Os outros eram bárbaros, pagãos. Canibais, que não conheciam a escrita, a tração animal, nem, é claro, o único e verdadeiro Deus.
Realizavam cultos estranhos – muitas vezes, com sacrifícios a deuses desconhecidos. Por fim, falavam outra língua, tornando ainda mais incompreensíveis seus hábitos, costumes e crenças.
Quero falar da descoberta do outro que o eu faz do outro um assunto imenso, que buscaremos dialogar “ eu e outro”.Todorov um antropólogo buscara essa problematização do outro exterior sendo que poderemos falar de tudo e mesmo assim não concluí-la.
Qual analise detalhada com visão alternativa a saber que um povo tem do outro,quando esses interagem e estabelecem contatos entre dois povos e culturas.
O trabalho do franco- búlgaro Todorov foi sempre marcado pela relação entre o “ eu e o outro”, analisando relatos da época e período histórico, esta análise feita tem por base a conquista América central (México e Caribe) pelos espanhóis século XVI.
Análise sociológica, limitada transformando o texto uma mensagem moralista de caráter meramente panfletário.
Tentar transformar exemplos do passado para a atualidade assumir críticos de um conhecimento e de valores atuais, globais transformam esse ensaio num trabalho condicionado politicamente e definitivo muito datado.

I “ Descobrir ”

Vamos analisar os motivos de Colombo, de uma viagem aventureira que definiram como modelo da conquista, o outro como desconhecido, e o eu identidade única.
Todorov demonstra “de que lado esta!”, isto é o lado dos opressores conquistador civilizado.
Nesse capítulo mostra mulher maia, casada, atirada aos cães por recusar ser seduzida pelos conquistadores. Também são analisadas as intenções de Colombo antes e depois da conquista de novos territórios, sua paixão pela natureza e sua profunda religiosidade.
A questão base é que contato com os habitantes desses territórios que se estabeleceu um relacionamento que acabaria por condicionar os 200 anos seguintes.
Esses habitantes não eram considerados como seres humanos. Como provam os escritores de Colombo e os relatos dos cronistas das Índias.
Todorov neste capitulo desenvolve esquemas de comunicação, verbal e não verbal, novas linguagens, traduções contatos e o estabelecimento relações quer humanas quer institucionais.

II “ Conquistar”

Neste capítulo são analisados as primeiras conseqüências, fatos que levaram eficácia da conquista do México por Cortez, e todo contato estabelecido entre as culturas e civilizações diferentes.
O autor desenvolve perspectivas do outro perante os invasores espanhóis e o complexos jogos de poder e hierárquicos que condicionaram toda sociedade Asteca e dos povos que habitam o México.

III “ Amar”

Aqui somos transportados pelo autor a patamares onde são introduzidos níveis de compreensão, admiração, respeito á uma sociedade Asteca desenvolvida e rica. Mas tais sentimentos acabarão em aniquilação e destruição, este irá percorrer ponta final do livro onde são detalhadas questões de genocídio direto e indireto da população indígena.

IV “ Conhecer ”

Um capítulo interessante pois define a relação com os outros em que são definidos níveis estabelecidos:
a) Valores morais: Juízo de valor (bom-mau, amor - ódio)
b) Aproximação ou afastamento (identidade – ignorância)
c) Conhecimento ou indiferença

Conclusão:
O livro de Todorov, “ trabalha muito com a questão da identidade e do reconhecimento do outro num determinado período histórico que é a descoberta da América e a criação do novo mundo. Mas será que o europeu realmente criou o novo mundo ou simplesmente transpôs para a América todo o seu imaginário, a sua utopia, claro devidamente adaptada as realidades locais.
Além da violência física, outros mecanismos foram utilizados para subjugar as populações indígenas. Dentre estes, pode-se mencionar: a aculturação pela conversão forçada à fé cristã e aos hábitos europeus, a queima de livros e a destruição de objetos, templos e ídolos da cultura indígena, bem como a constante
renomeação, com signos espanhóis, das terras e locais “descobertos”.
Cristóvão Colombo, por exemplo, relata em seus diários de navegação seu gosto por atribuir nomes “justos” aos locais por onde passava.

A América antes de tudo, se transforma no paraíso terrestre e ao se transformar nisso ela perde o que lhe é característico, pois assume os desejos de outrem; É importante “lembrar” que para dominar é necessário conhecer o outro para impor sua ideologia.

Autores e personagens históricos analisados por Todorov para este ensaio:
Cristovão Colombo ¬ Hernan Corés ¬¬Bartolomeu de Las Casas Vascos de Quironga Gonzalo Guerreiro Bernardino de Sahagun Diego Duran La Machine¬ Índia Alvar Númez¬ Cabeça de Vaca.

Época Tema
Século XVI A Conquista da America
Lugar: Mesoamérica: México – Caribe
Filme Ridley Scott: 1492 A Conquista do Paraíso.
Géraid Depardieu Sigourney Wearver
Musica: Vangelis Produção: Spetra Nova
Extras:A vida de Cristovão Colombo;Galeria de fotos; Biografias
Aluno 2º Semestre História Luiz

O Paraíso Destruído

O PARAÍSO DESTRUÍDO
Bartolomeu de Las Casas
Brevissima Relação da destruição das Índias
RESUMO:

“O Sobreviventes desaparecem na montanha ou na mata. Moscas zumbem em cidades mortas.” Com essa frase podemos perceber o quanto bárbaro foi o genocídio que ocorreu na América com a presente colonização espanhola. Milhares e milhares de índios espalhados sobre o sol escaldante da mesoamerica, entre 300 e 1200 d.c

Sabe-se que os colonizadores subjugavam os indígenas sob o pretexto destes serem inferiores, e de lhes “conduzir à salvação”, mas o que percebe-se, é que estes não pensavam nos nativos como algo mais além de objetos com a finalidade de satisfazer as suas necessidades.

A obra de Las Casas consiste, na verdade, não somente de um relato histórico, mas principalmente de uma desesperada denúncia das crueldades realizadas contra os povos nativos das Américas pelos colonizadores Espanhóis.

Outro aspecto a ser ressaltado no processo de colonização das Américas, é a imposição violenta da religião do colonizador, também citada pelo Frei, que em determinada passagem diz que nem mesmo Deus exigiria a imposição de uma religião estrangeira a um povo pacífico que vivia serenamente em seu próprio país, principalmente pela forma violenta e por derramamento de sangue.

Frei Bartolomé de Las Casas, em todo seu escrito alerta as atrocidades cometida no novo mundo, impressionante na vida desse homem sua determinação, sua posição, suas idéias centrais que são vividas densamente que esse as abraçou e não se afastou mais delas.





O que aconteceu no passado reflete hoje no presente, em uma nova versão, os massacres comandados por espanhóis não muda em nada das sofisticações das armas que hoje podemos presenciar:

Em vez de espadas, cães, cavalos e canhões, foram substituídos por Fuzis AR 15 uma máquina de extermínio, granadas, metralhadoras e helicópteros.

A ganância dos conquistadores é a mesma das trinta e duas famílias que tem o comando político em El Salvador ou conselho diretivo da United Fruit Co... que possui milhões de acres de terra na Guatemala deixando 90 mil camponeses indígenas sem recurso financeiro e sem emprego.

Da lha Espanhola

Bartolomeu explica várias questões sociais sobre os índios: suas crenças e suas relações com a terra onde viviam, e paralelamente vai trançando críticas aos costumes e atitudes rudes dos colonizadores, assim ele abraça com todo o coração a causa dos selvagens.

Essa colonização se deu de uma forma sanguinária e e sem escrúpulos. Os europeus exterminaram aproximadamente 15 milhões de índios ? isso durante o breve período e a contagem precária de Bartolomeu ?, para sacar-lhes o ouro, a prata e todo e qualquer tipo de riqueza e enviar para a metrópole européia.

De acordo com os escritos de Las Casas, os índios eram criaturas extremamente meigas e pacíficas, sem nenhum motivo para fazer mal aos espanhóis, esses ao chegarem numa tribo, esfolarem as crianças nas pedras ou talhar as mulheres grávidas.

Através de descrições chocantes e realistas, o missionário registra as cenas depravadas da expansão colonizadora, produto da corrida imperialista e selvagem dos países europeus.

O livro é realmente pesado, Via-se que os missionários tinham, não a função de ensinar as palavras de Cristo para que os índios assimilassem e adquirissem o catolicismo, mas de batizar e encaminhar rapidamente as almas indígenas para o céu enquanto suas gargantas eram dilaceradas e seus membros amputados pelos europeus.



Dos reinos que havia na ilha

Os espanhóis chegaram na ilha tomaram as mulheres e filhos dos índios para lhes servirem e usar mal e a comer seus víveres adquiridos por seus suores e trabalhos, não se contentando com o que os índios de bom grado lhes davam, tomavam suas mulheres. E tudo chegou a tão grande temeridade e dissolução que um capitão espanhol teve a ousadia de violar pela força a mulher do maior rei e senhor de toda esta ilha.

Depois de muitos outros abusos, violências e tormentos a que os submetiam, os índios começaram a perceber que esses homens não podiam ter descido do céu.

Das duas ilhas, de São João e da Jamaica

“E ainda hoje em dia, outra coisa não fazem (os espanhóis) ali se não despedaçar, matar, afligir, atormentar e destruir este povo ... A ilha de São João e de Jamaica, ambas muito grandes e muito férteis estão desoladas ... quanto à grande terra firme,estamos certos de que nossos espanhóis, por suas crueldades e execráveis ações, despovoaram e desolaram mais de dez

reinos, maiores que toda a Espanha.” Bartolomeu de Las Casas



A passagem acima foi escrita por Frei Bartolomé de Las Casas que testemunhou as práticas da colonização espanhola na América na primeira metade do século XVI. Las Casas esteve em Santo Domingos, no México e no Peru, sendo que se tornou um crítico das ações espanholas na América.



A destruição das culturas nativas está relacionada com a implantação de forma de exploração do trabalho indígena que permitiam aos espanhóis se apropriaram de diversas riquezas, dentre elas ouro e prata.

Bartolomeu de Las Casas

“De 1484 até o ano em que morreu, em 1566, com oitenta e dois anos de idade, las Casas levou adiante sua luta cada vez mais radical. Ardente e incansável, de temperamento combativo e turbulento, suas atitudes agitaram a metrópole e a colônia. Fez dezenas de denúncias, protestos, pedidos, exigindo que os indígenas fossem encarados como os verdadeiros proprietários das terras.”

Las Casas conta toda a história desde o primeiro desembarque de Colombo. Dispunha dos arquivos e das memórias do Descobridor e de uma impressionante documentação em primeira mão.

Diferentemente da maior parte de seus opositores, que tiravam conclusões baseadas em abstrações,

ele viveu muito tempo nas Índias Ocidentais. Em cada etapa, acumulou provas do desastre, endereçou relatos, petições e súplicas, denunciou os crimes da escravidão e da destruição das estruturas indígenas tradicionais. Bradou que a única justificativa cristã para a descoberta do Novo Mundo era a emancipação e a conversão pacífica das populações que o habitavam.

O autor dispunha dos arquivos e das memórias de Cristóvão Colombo e de uma impressionante documentação em primeira mão

Apesar de sua fé inabalável nas graças da divina providência, perdeu. Viu populações indígenas desaparecerem sob seus olhos nas ilhas do Caribe; e outras, de terra firme (Venezuela, Colômbia), serem deportadas para substituir as primeiras. Viu guerras alastrarem-se e países empobrecerem.

Pregou no deserto, com uma liberdade na medida do seu desespero: “Por onde elas se travam ou travarão, contra infiéis como os habitantes dessas Índias, essas guerras foram, são e serão injustas, iníquas e tirânicas, e são condenadas por toda a lei natural, humana e divina; qualquer guerra que partir dos indígenas contra qualquer espanhol ou cristão que antes lhe tenha feito o mesmo é absolutamente justa.

E queira Deus que eu morra segundo a mesma justiça que recebem essas pessoas hoje, numa guerra cruel. Eles têm esse direito e sempre o terão, até o dia do juízo final.”

Tem razão Frei Bartolomé de Las Casas, ao afirmar que a história da conquista e colonização da América, foi uma obra escrita com sangue.. Comportando-se como verdadeiros tiranos, os espanhóis cegos pela cobiça e pela avareza, não mediram esforços para alcançar os seus objetivos coloniais.

Bartolomeu de Las Casas, foi um homem do seu tempo, com os olhos no futuro. Antropólogo, um teólogo. O Apóstolo dos índios, "procurador e protetor universal de todos os povos indígenas, como se autodenominava, foi um cronista privilegiado, o qual vivenciou como poucos a "cruenta e insana" desgraça dos povos ameríndios, frente à exploração espanhola nos tempos da colonização.
Aluno 2ºSemestre História. Luiz

África Negra História e Civilizações

Fichamento

Elikia M’Bokolo
ÁFRICA NEGRA HISTÓRIA E CIVILIZAÇÕES
Tomo I (até o século XVIII)


Introdução..

A proposta do livro é nos mostrar a construção do continente africano longe de uma África analisada e construída somente a partir do século colonial.

Os historiadores colaboravam de maneira bem menor com outros saberes para compreender à história africana, a partir do séc. VII através de inovações metodológicas, como valorizar as fontes orais e teóricas bem como formular perguntas constantemente renovadas ao passado africano; o historiador passa a ter domínio na produção (do saber histórico) da Historiografia da África.

O movimento da história se da na combinação de processos de continuidade, adaptações e rupturas. A particularidade relativa da África reside na natureza dos objetos que melhor dão contas desses processos. Hoje eles são amplos e de nada escapa á investigação do historiador: ecologia e demografia; técnicas e culturas, crenças e mentalidades; povoamento e práticas indefinidas. Esses objetos tratam da África e das Áfricas.

AS HERANÇAS AFRICANAS

O objetivo de analisar o que herdou os africanos é designar todos os períodos do passado, o conhecimento da humanidade e das suas obras na África, produzindo dados e fatos. Isto só foi possível graças as obras dos pré historiadores, dos panteologistas, dos biólogos, dos geneticistas, dos lingüistas e dos antropológicos físicos, nos povoamentos antigos e nos períodos menos antigos através da exumação, de coleta de acumulação de dados.

Este trabalho quer revelar o que teria sido errado calar pois não quer mostrar somente os debates entre os especialistas sobre a África mas também a memória coletiva dos africanos sobre o seu próprio passado.

O CONHECIMENTO ADQUIRIDO: UMA OUTRA ÁFRICA A REDESCOBRIR

Já é fato comprovado por especialistas que na África deve ter surgido a humanidade. Mesmo que sendo esse fato sólido não se pode isentar novas interrogações; para que esse não se feche em si mesmo deixando de redescobrir outras Áfricas.

a ) A anterioridade africana.

Hoje o historiador “Cheik Anta Diop” levanta uma polêmica sobre á “anterioridade da África” quer nos mostrar que existe uma África anterior “origem das civilizações” e que teria sido “Mãe” que transmite seus conhecimentos como é demonstrado por inúmeras derivações de fontes primárias (Afrocentrismo); a reapropriação de todos os preconceitos que europeus e outros... pretendiam exercer a sua superioridade, hoje “anterioridade africana” se impõe no processo de hominização.

b) A África e o processo de Hominização.

Houve na África processos onde o clima mudou tornando-se mais seco que provocou mudança no habitat, uma evolução diferente da floresta de uma parte a outra do Vale do Rift, esta floresta tropical passou a ser savana. Com isso os antepassados dos homens (Australopithecus) deixam de poder contar com as arvores para fugir dos predadores, foram obrigados a endireitar-se para poder ver o que se passava em seu redor.

Os antepassados do homem apresentam características físicas e mentais diferentes das do homem atual. Evolução ocorreu através de um longo processo (hominização) que chegou até ao Homo Sapiens Sapiens; O processo de evolução física e intelectual do homem, desde os primeiros hominídeos (primatas semelhantes ao homem) até ao homem atual (Homo Sapiens Sapiens).

Nos mais variados lugares encontraram restos paleontológicos: Na África, nas Américas, Europa e Ásia; sendo que no continente Africano encontramos sítios de inumeráveis fósseis sendo as coleções mais completas até hoje encontradas.

UM CONTINENTE ABERTO

Este sempre foi um continente aberto, estabeleceu relações continuas com outras partes do mundo,e comércio pelo mediterrâneo, mas o que se gerou em torno desse continente foram teorias e preconceitos europeus, querendo esses sempre desestabilizá-lo.

ÁFRICA NEGRA E O MUNDO MEDITERRÂNICO

Houve muitas relações que cobriram o resto da África, através de migrações dos povos, por grandes eixos ligando a África Negra ao Mediterrâneo, tais como o vale do Nilo e o mar vermelho, as rotas transsarianas e as relações entre essas eram visíveis e antigas; havendo entre esses trocas culturais e práticas sociais, a escrita, práticas e costumes religiosos, conquistas militares, relações comerciais e econômicas recíprocas. Onde circulava produtos de toda espécies e gêneros comerciais: incensos, óleos, perfumes, madeiras, espécies de animais e até escravos, fontes de domínio das navegações marítimas.

CONCLUSÃO:

Se queremos entender a África através de seu processo histórico, teremos que observar que essa é um continente aberto, e tão menos obscuro, como se foi construído essa imagem no passado.

A História Tradicional e Colonial não pode defini - lá como acaba: Por séculos se tem roubada sua identidade pelo eurocentrismo, mas devemos hoje valorizar as fontes orais como metodologia eficiente que nos faz repensar na sua anterioridade.

Se olharmos verá que o passado se faz vivo tanto no presente como se construirá o futuro desse continente, que é o berço da civilização.

Especialistas produzindo dados e fatos científicos nos mostram que na África se deu um processo de hominização evolucionista, de onde surge os primeiros seres humanos.

Então veremos que é um erro, não podemos encerra- lá debaixo de nenhum processo historiográfico, pois há muitas Áfricas a serem descobertas; na África foi encontrado os maiores números de fósseis completos de um processo de evolução física e intelectual do homem, desde os primeiros hominídeos (primatas semelhantes ao homem) até ao homem atual (Homo Sapiens Sapiens).

Sendo assim a África “ Mãe” quer dividir com a humanidade, seus saberes intelectuais científicos, culturais, religiosos etc. Mostrado-se ao contrário daquela do século XVI que foi colonizada por europeus; uma África de tradição, uma África não desenvolvida, marginalizada, inferior, levada pelos preconceitos de “outros” que querem exercer sobre ela sua superioridade.
Aluno 2ºSemestre História Luiz

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

O vídeo como ferramenta de ensino da história

José Luís O. de Sá
Acadêmico de História da UEM
O discurso, bem como o debate sobre a utilização de novas técnicas de ensino, tais como ferramentas audiovisuais, multimídia, hipertextos e a informática, vêm se tornando cada vez mais comuns nos meios acadêmicos. E isso pode ser observado em vários eventos que envolvem aplicações da informática e/ou vídeo na educação, ensino e pesquisa em história e nas demais áreas das ciências humanas. No entanto, a prática cotidiana do ensino e educação da história, excetuando-se alguns profissionais de vanguarda, ainda se encontra presa aos métodos convencionais e talvez até obsoletos. Essa situação infelizmente ocorre em todos os níveis do ensino, do fundamental e secundário ao universitário, sobretudo no contexto da nossa história, a brasileira.
O ensino da história no Brasil de maneira geral é aplicado de forma desvinculada dos acontecimentos atuais e do dia-a-dia, reproduzindo apenas datas e fatos, reverenciando os grandes acontecimentos e personagens de um passado remoto, afastando do aluno o interesse por uma história que ele não considera própria. Além disso, trata-se a história como se fosse uma ciência natural, propondo e defendendo verdades únicas absolutas. É preciso buscar uma renovação dessa prática atual, aplicando os novos paradigmas nos quais a história é considerada como um processo que não é morto nem estático, e sim, dinâmico e complexo, sem verdades absolutas e irrefutáveis, e assim também suponho que deva ser o seu ensino.
Neste contexto, faz-se necessária uma nova dinâmica didática que venha formar e fortalecer uma ligação entre presente e passado, o hoje e o ontem, deixando claro o vínculo do processo histórico com a vida real, fazendo com que o aluno se sinta parte integrante da história. E uma das ferramentas que o educador pode usar para atingir este objetivo é a imagem, pois ela pode abrir uma porta entre muitas outras. Uma das melhores e mais completas maneiras da utilização da imagem no processo de aprendizagem da história é o vídeo.
É impossível não deixar de reconhecer o alcance e a popularidade atualmente adquiridos pelos meios audiovisuais, principalmente pela televisão, a qual se tornou o elemento central da vida cultural, intelectual, formativa e informativa do homem moderno. Por isso, tomar a imagem como elemento essencial do universo contemporâneo, e portanto, estudar e utilizar as imagens como algo integrante do processo de educação, faz parte do trabalho do profissional em educação, e, obviamente, também do professor de história.

De acordo com esta perspectiva, torna-se indispensável a aplicação de uma abordagem interdisciplinar e livre de preceitos ultrapassados e apoiados apenas no texto. Nesse campo, encontram-se de forma indissociável educação, história e comunicação, cabendo aqui o cinema.
Estudar as novas teorias da comunicação, refletir sobre a função da educação e do educador, pensar a relação entre cinema e história são etapas necessárias nesse trabalho que parece ter se expandido bastante, mas, talvez, não o necessário para acompanhar as necessidades da sociedade contemporânea.
Particularmente no caso do ensino da história, é necessário analisar o aspectos únicos da disciplina. A história, apesar de estar ligada ao presente, como todas as outras áreas do conhecimento, tem claramente como objeto de estudo o passado, seja este remoto ou imediato. Isso por si só já favorece a utilização didática e pedagógica dos meios audiovisuais, seja do cinema, da televisão ou de documentários produzidos especialmente para determinados fins. E é neste momento que o videocassete mostra sua utilidade, pois, através do vídeo é possível levar para a sala de aula imagens que documentam boa parte da história do século XX. E esse potencial pode e deve ser aproveitado pelo historiador tanto na pesquisa com no ensino. Além disso, vídeos e filmes, sejam didáticos ou não, podem proporcionar ao professor de história a possibilidade de levar ao aluno uma nova forma de discurso na construção do saber histórico.
Na reflexão, mesmo que ligeira, sobre as implicações das relações da trilogia imagem, história e educação acabamos na conclusão inicial de que toda imagem é histórica, na medida em que ela é produto de seu tempo e carrega consigo, mesmo que de forma indireta, na maioria das vezes inconsciente para quem a produziu, as tendências, as ideologias, as mentalidades, os costumes, os rituais e os universos simbólicos do período em que foi produzida, bem como relata a visão da classe ou grupo de pensamento de quem produziu o trabalho audiovisual. Com isso, pode-se inferir que toda imagem é um documento histórico e que obviamente é passível de ser utilizada didaticamente e portanto gerar um debate. No entanto, quanto à aplicação didática, mesmo que teoricamente se mostre correta, deve ser aplicada de forma relativa e com cautela, levando em consideração vários pontos, tais como: os objetivos a serem alcançados, a temática proposta, a profundidade a ser abordada, o público alvo e muitos outros elementos que envolvem tal problemática.
Mas, dentro dessa perspectiva, apenas a história do século XX (e parte do século XIX, se considerássemos a fotografia) poderia ser contemplada, visto que a produção cinematográfica (e mais recentemente de vídeo) só se desenvolveu de modo mais sistemático a partir do início deste século. No entanto, existe, no interior da produção global, um grande número de filmes, vídeos e programas de televisão que possui como temática acontecimentos históricos, cujo referente temporal não se limita a esse século e pode, então, remontar às origens do homem, na pré-história, como é o caso de “A guerra do fogo”; ou à Antigüidade, como, por exemplo, em “Spartacus” ou em “O manto sagrado”; ou ao mundo medieval nos filmes como “O nome da Rosa”, “Giordano Bruno”, “O poço e o pêndulo” e tantos outros; como podemos perceber os exemplos são inúmeros. Esses filmes atuam como portadores de discursos contemporâneos à sua produção sobre um passado qualquer, sejam eles reconstruções históricas, ficções ou não, ou ainda documentários.
Quantas implicações isso não poderia trazer para o trabalho diário do ensino da história? O aumento da utilização direta dos documentos históricos por meio de audiovisuais na prática do ensino-aprendizagem, proporcionado pelas facilidades da informática e das novas tecnologias de comunicação, pode auxiliar a necessária transformação da estrutura do ensino da história, incorporando a idéia de que a história é uma disciplina viva e elaborada a partir do presente, não de forma aleatória e desvinculada do processo histórico real, e, sendo assim, ela pode ser construída pelos próprios estudantes no processo da aprendizagem. Ao “aluno”, não caberá mais apenas o papel de assimilar discursos prontos, seja do professor, do livro, do filme, ou de outro meio qualquer, mas sim, de construir a sua própria visão sobre o passado e sobre o presente, por meio da análise, da dis-cussão e do questionamento das diversas fontes existentes sobre esse passado e dos discursos que foram sendo elaborados ao longo do tempo sobre ele. A função do educador de história deslocaria-se do domínio do passar informações, tais como datas, nomes e acontecimentos, para o do orientar e estimular o processo de desco-berta do passado realizado pelos alunos. Não apenas dialogando com o aluno so-bre o saber, e sim o educador e o aluno dialogando com o saber. Mesmo porque, a situação atual não é a mesma de outrora, em que o professor tinha o privilégio de ser o único, em sua classe, a deter o conhecimento que lecionava. Hoje, os conhe-cimentos estão sendo difundidos a todo momento pelos meios de comunicação tele-visiva, livros mais acessíveis, pela internet e por outras vias alternativas de comu-nicação. E isso coloca o ensino tradicional da história, que ainda é dominante nas nossas escolas, em crise, evidenciada pela necessidade urgente de transformação.

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Minhas Resenhas Filmens e Livros




ESCRITORES DA LIBERDADE

“ Alunos reúnem seus diários e publicam um livro que se transforma nesse filme maravilhoso, mostrando que quando se quer pode-se fazer a diferença.”

O filme retrata uma realidade em que jovens adolescentes “ terríveis”, freqüentam uma instituição de “ ensino médio” , quando numa situação social e violenta uma jovem professora novata, Erin Gruwell (Interpretada por Hilary Swank), entra em cena em um momento conturbado, essa vem para ensinar Literatura e Língua Inglesa.
A Senhora G, como passa a ser chamada pelos alunos, utiliza o método tradicional de ensino e nas não consegue atingir os alunos que se motivação apresentam sérios problemas de disciplina, muitos desses estão envolvidos com o tráfico de drogas e gangues.
A professora novata acaba por adotar alguns métodos de ensino, ainda que sem o consentimento da diretora do colégio.
Erin Gruwell entrega aos seus alunos um caderno para que esses relatem ocorridos diários de suas vidas, desde seus conflitos até problemas de família; essa indica algumas leituras de diferentes obras de episódios da humanidade, como o livro “ O Diário de Anne Frank”; para que esses compreendam as barbáries que ainda poderiam acontecer pelo caminho que esses estavam trilhando.
Então com o passar do tempo, esses começam se engajar em seus escritos, relatando nos diários e começam interagir trocando experiência de vida, passam a viver dia a dia, superando suas próprias rotinas.
Assim se libertando dos laços “ turbulentos”, eles reuniram os diários em um livro, que foi com uma série de dificuldade publicado nos Estados Unidos em 1999.
Projetos inovadores como esse se tratando de estabelecimentos de estudo com poucos recursos sofre resistências, dificuldades pedagógicas, em nosso País que são imensas as dificuldades no ensino, seria sem duvida superado desde que houvesse esforços e engajamentos próprios.
Falar de educação é falar de um compromisso que deve acompanhar o educador em todas as suas jornadas. O exemplo de Erin Gruwell mostra-nos exatamente isso, o dever do professor para consigo mesmo de ir além do que lhe é exigido, buscando propiciar aos seus alunos uma formação verdadeiramente humana, nas mais variadas dimensões.

O filme “Escritores da liberdade” traz em seu enredo importantes reflexões sobre a educação, bem como a importância do papel do educador no ambiente em que atua.

“Escritores da Liberdade” é uma fabulosa história de vida que nos mostra como as palavras podem emancipar as pessoas e de que forma a educação, a cultura e o conhecimento são as bases para que um mundo melhor realmente aconteça e se efetive.

Ficha Técnica
Escritores da Liberdade
(Freedom Writers)
País/Ano de produção: EUA/Alemanha, 2007
Duração/Gênero: 123 min., Drama
Direção de Richard LaGravenese
Roteiro de Richard LaGravenese, Erin Gruwell, Freedom Writers
Elenco: Hillary Swank, Patrick Dempsey, Scott Glenn, Imelda Staunton, April Lee Hernandez, Kristin Herrera, Jacklyn Ngan, Sergio Montalvo, Jason Finn, Deance Wyatt.

domingo, 20 de setembro de 2009

Um pouco sobre Varnhagen e sua obra

Filho da portuguesa Maria Flávia de Sá Magalhães e de Ludwig Wilhelm Varnhagen, um engenheiro militar alemão contratado pela Coroa para construir os altos fornos da Real Fábrica de Ferro de Ipanema, na região de Sorocaba, na então Capitania de São Paulo, estudou no Real Colégio Militar da Luz, em Lisboa, e iniciou a carreira militar à época das Guerras Liberais, como voluntário nas tropas de D. Pedro IV de Portugal que lutavam contra D. Miguel I de Portugal.
Escreveu Notícia do Brasil, seu primeiro trabalho de história, entre 1835 e 1838. Suas pesquisas na matéria levam-no a localizar o túmulo de Pedro Álvares Cabral na Igreja da Graça, em Santarém. Foi admitido como sócio-correspondente na Academia de Ciências de Lisboa. Formou-se como engenheiro militar em 1839, na Real Academia de Fortificação.
Retornou ao Brasil em 1840, entrando para o Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro em 1841, exercendo o cargo de primeiro-secretário. Em 1844 obteve a nacionalidade brasileira, podendo ser admitido na carreira diplomática. Serviu na legação de Lisboa e na de Madrid, obtendo reconhecimento como historiador com a publicação da História Geral do Brasil em dois volumes (1854-1857). Foi destacado para o Paraguai (1858), tendo servido ainda na Venezuela, em Nova Granada (atual Colômbia), no Equador, no Chile, no Peru e nos Países Baixos.
Fonte: Wikipédia
Um Olhar Crítico sobre a História de Varnhagem
Varnhagen é o responsável pela construção da identidade do Brasil no século XIX. Sua obra História Geral do Brasil foi construída a luz do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro sobre o patrocínio do próprio imperador D. Pedro II. Desse modo, a obra de Varnhagen consiste em um manual que cujo objetivo era construir a imagem do Brasil sobre a óptica do colonizador português. Seus escritos mostram uma obra completamente voltada para os valores do homem branco que, segundo ele, era o responsável pelo processo de civilização do território brasileiro.
Varnhagen construiu, a partir de documentação oficial, a estruturação da História do Brasil a partir de 1500 até meados do século XIX. Nesta perspectiva, sua obra faz grande exaltação ao colonizador, com narrativas factuais e a transformação de simples personagens em grandes heróis. Sua História Geral do Brasil apresenta um conjunto de informações muito detalhadas onde, em vários momentos, se prolonga em minúcias e temáticas cuja importância não era tão relevante. Na sua visão lusitana da colonização são feitas "honrarias" ao português porque ele teria trazido a civilização para o Brasil, dando a um povo selvagem e bárbaro fé, lei e rei. Ou seja, tornando-os homens civilizados conforme os padrões europeus. Entretanto, sua História Geral do Brasil não valorizou a contribuição dos índios para a cultura brasileira – que eram apontados por ele apenas como selvagens ou bárbaros – e negou “totalmente” o papel do negro em nossa história. Em outras palavras, a história construída por Varnhagen era totalmente voltada para a exaltação do branco colonizador.
Por: Francisco Vilanova

domingo, 6 de setembro de 2009

Darcy Ribeiro

VIDA, OBRA, PENSAMENTO
Fábio Pereira

Biografia*

Darcy Ribeiro nasceu em Minas (1922), no centro do Brasil. Formou-se em Antropologia em São Paulo (1946) e dedicou seus primeiros anos de vida profissional ao estudo dos índios do Pantanal, do Brasil Central e da Amazônia. Neste período fundou o Museu do Índio e criou o Parque Indígena do Xingu. Escreveu uma vasta obra etnográfica e de defesa da causa indígena.

Nos anos seguintes (1955) dedicou-se à educação primária e superior. Criou a Universidade de Brasília e foi Ministro da Educação. Mais tarde foi Ministro-Chefe da Casa Civil e coordenava a implantação das reformas estruturais, quando sucedeu o golpe militar de 64, que o lançou no exílio.

Viveu em vários países da América Latina onde, conduzindo programas de reforma universitária, com base nas idéias que defende em A universidade necessária. Foi assessor do presidente Salvador Allende, do Chile, e Velasco Alvarado, do Peru. Escreveu neste período os cinco volumes de seus Estudos de Antropologia da Civilização (O processo civilizatório, As Américas e a Civilização, O dilema da América Latina, Os Brasileiros: 1. Teoria do Brasil, e Os índios e a Civilização), que têm 96 edições em diversas línguas. Neles propõe uma teoria explicativa das causas do desenvolvimento desigual dos povos americanos.

Ainda no exílio, começou a escrever os romances Maíra e O mulo, e já no Brasil escreveu dois outros: Utopia selvagem e Migo. Publicou Aos trancos e barrancos, que é um balanço crítico da história brasileira de 1900 a 1980. Publicou também uma coletânea de ensaios insólitos: (Sobre o óbvio), e um balanço de sua vida intelectual: Testemunho. Edita juntamente com Berta G. Ribeiro a Suma Teológica brasileira. Seu último livro, publicado pela Biblioteca Ayacucho, em espanhol, e pela Editora Vozes, em Português, é A fundação do Brasil, um compêncio de textos históricos dos séculos XVI e XVII, comentados por Carlos Moreira, e precedidos de um longo ensaio analítico sobre os primórdios do Brasil.

Retornando ao Brasil em 1976, voltou a dedicar-se à educação e à política. Elegeu-se vice-governador do estado do Rio de Janeiro, foi secretário da Cultura e Coordenador do Programa de Educação, com o encargo de implantar 500 CIEPs que são grandes escolas de turno completo para 1000 crianças e adolescentes. Criou, então, a Biblioteca Pública Estadual, a Casa França-Brasil, a Casa Laura Alvin, o Centro Infantil de Cultura de Ipanema. E o Sambódromo, em que colocou 200 salas de aula para fazê-lo funcionar também como uma enorme escola primária.

Elegeu-se senador da República, função que exerce defendendo vários projetos, entre eles, uma lei de trânsito para defender os pedestres contra a selvageria dos motoristas; uma lei dos transplantes que, invertendo as regras vigentes, torna possível usar órgãos dos mortos para salvar os vivos; uma lei contra o uso vicioso da cola de sapateiro que envenena e mata milhares de crianças. Combate energicamente no Congresso para que a Lei de Diretrizes e Bases da Educação seja mais democrática e mais eficaz. Publica pelo Senado a revista Carta, onde os principais problemas do Brasil e do mundo são analisados e discutidos. Foi eleito membro da Academia Brasileira de Letras.

Conta entre suas façanhas maiores haver contribuído para o tombamento de 98 quilômetros de belíssimas praias e encostas, além de mais de mil casas do Rio antigo. Colaborou na criação do Memorial da América Latina, edificado em São Paulo com projeto de Oscar Niemeyer. Gravou um disco na série mexicana "Vozes da América". E mereceu títulos de Doutor Honoris Causa da Sorbonne e das Universidades de Montevidéu, Copenhague e da Venezuela Central.




ESTUDOS DE ANTROPOLOGIA DA CIVILIZAÇÃO

Com livro O Processo Civilizatório, publicado em 1972, Darcy Ribeiro trouxe para o âmbito de nossas discussões, os grandes problemas da evolução das sociedades humanas. Ele dá início aos estudos sobre antropologia das civilizações. Sua motivação é de tornar compreensível a formação dos povos americanos. Com argumentos novos e críticos busca compor um esquema coerente e lógico da história da humanidade. Segundo Darcy, esta tarefa foi requisito prévio indispensável ao estudo da formação dos povos americanos.

Ele analisa o surgimento das formações sócio-culturais que se impuseram desde 10.000 anos, com o objetivo de entender as causas do desenvolvimento sócio-econômico desigual e quais as perspectivas para os povos ditos atrasados.

Segundo Darcy, tornava-se necessário a formulação de um esquema das etapas evolutivas para, assim, ser possível uma tipologia para poder classificar os diversos agrupamentos que se uniram para formar as sociedades nacionais americanas de hoje. Pergunta-nos:

Como classificar, uns em relação aos outros, os povos indígenas que variavam desde altas civilizações até hordas pré-agrícolas e que reagiram à conquista segundo o grau de desenvolvimento que haviam alcançado? Como situar em relação àqueles povos e aos europeus, os africanos desgarrados de grupos em distintos graus de desenvolvimento para serem transladados à América como mão-de-obra escrava? Como classificar os europeus que regeram a conquista? Os ibérios que chegaram primeiro e os nórdicos que vieram depois - sucedendo-os no domínio de extensas áreas - configuravam o mesmo tipo de formação sociocultural? Finalmente, como classificar e relacionar as sociedades nacionais americanas por seu grau de incorporação aos moldes de vida da civilização agrária-mercantil e, já agora, da civilização industrial? (1972, p.02)

Nesta perspectiva, Darcy Ribeiro surge ganhando uma projeção mundial, atuando intensamente nas discussões dos grandes problemas da evolução da humanidade.

Como vimos, em sua teoria evolucionista, Darcy busca compor um discurso que nos explique e nos ajude a perceber para onde estamos caminhando, que futuro podemos ter. Uma coisa ele deixa claro: não somos iguais; nisto parece comungar com o idéia de Simón Bolívar de que, nós, latino-americanos, constituímos um pequeno gênero humano.

Posterior ao seu trabalho "O Processo Civilizatório", Darcy Ribeiro escreveu As Américas e a civilização, publicado primeiro na Espanha em 1969, pois Darcy, neste período, se encontrava no exílio.

Tentar descrever a significação desta obra na verdade nos parece uma missão nada simples. Com o objetivo central de classificação dos povos americanos ele realiza um trabalho de proporções inigualáveis. Justifica:

Nosso estudo é uma tentativa de integração das abordagens antropológica, sociológica, econômica, histórica e política em um esforço conjunto para compreender a realidade americana de nossos dias. Cada uma dessas abordagens ganharia em unidade se isolada das demais, mas perderia em capacidade explicativa. Acresce, ainda, que existem demasiados estudos parciais desse tipo, quando não agrupados em obras de conjunto, ao menos dispersos em artigos, abordando os diversos problemas de que tratamos aqui. O que nos falta são esforços por integrá-los orgânicamente, a fim de verificar que contribuições podem oferecer às ciências sociais para o conhecimento da realidade que vivemos e para determinar as perspectivas de desenvolvimento que temos pela frente. (1970, pp. 03-04)

Encontramos aqui uma investigação combatente, questionadora dos fatores culturais, sociais e econômicos que precederam a formação das etnias nacionais americanas. Com este estudo Darcy Ribeiro buscava compreender o motivo do atraso das sociedades americanas; ele está convencido de que as teorias da história não nos explicam. Analisa ainda, as causas do desenvolvimento desigual das sociedades americanas. Dirá:

¿Por qué Haiti, que era la región más rica, más valioso del mundo, fue la madre de Norteamérica, que vivía de vender trigo? Para Haiti los negros producían su alimento, el más valioso del mundo, la mercancía más valiosa del mundo que era el azúcar. Entonces cuando visiten Francia y anden por los valles del Loira con aquellos grandes castillos bellíssimos, verán el oro divino de aquí, de Haiti. (1996. p. 22)

Neste livro, Darcy faz uma extensa análise antropológica dos fatores sociais, culturais e econômicos do período de formação das etnias nacionais. Desde a expansão européia, passando por uma profunda análise dos "Povos-Testemunhas" (os meso-americanos e andinos), ele segue delineando as transformações que deram origem aos "Povos Novos" (Brasil, Cuba, Venezuela). Estes povos, segundo Darcy:

Son nuevos en el sentido de que fueron hechos por haberse deshecho sus matrices. Sus indígenas fueron desindianizados, sus negros desafricanizados, sus europeos deseuropeizados, todo lo cual hace una cosa nueva que no tiene pasado glorioso y está volcado hacia el futuro. Son pueblos construídos con proletariado externo y parten de la inmensa dificultad de componer con gente desenraizada un gente nueva, un ser nuevo en la história. (1996, p. 23)

Os povos que migraram para as terras do Novo Mundo, Darcy os denominou Povos-Transplantados. Constituíram um número elevado de europeus que, juntamente com suas famílias, vieram parar aqui a fim de reconstruir suas vidas. Buscavam uma vida melhor, conquistar aqui o que em suas terras estavam impedidos de ter e ser. Darcy os caracteriza como:

Os Povos-Transplantados contrastam com as demais configurações sócio-culturais das Américas por seu perfil caracteristicamente europeu, expresso na paisagem que plasmaram, no tipo racial predominantemente caucasóide, na configuração cultural e, ainda, no caráter mais maduramente capitalista de sua economia, fundada principalmente na tecnologia industrial moderna e nacapacidade integradora de sua população no sistema produtivo e a maioria dela na vida social, política e cultural da nação. Por isto mesmo, êles se defrontam com problemas nacionais e sociais diferentes e têm uma visão do mundo também distinta dos povos americanos das outras categorias. (1970, p.456)

Outro ponto importante são as profundas diferenças que existiam entre os povos. Segundo Darcy não só são decorrentes das matrizes culturais predominantemente latina e católica, num caso, anglo-saxônica e protestante, no outro, como também decorrem do grau de desenvolvimento sócio-econômico.

Darcy segue mostrando os fatores de diferenciação consequentes do processo de formação étnico-nacional dos Povos-Transplantados. Dirá:

Na verdade, só historicamente e pelo exame acurado do processo civilizatório global no qual todos êstes povos se viram envolvidos e dos vários fatôres intervenientes na formação de cada uma dêles é que poderemos explicar sua forma e sua performance. Isto é o que nos propomos fazer com respeito aos Povos-Transplantados pelo exame, tanto da composição racial e cultural dos seus contingentes formadores, quanto do seu modo de aliciamento, de associação e de fusão em novas entidades étnico-nacionais. (1970, p.457)

O terceiro volume dos Estudos de Antropologia da Civilização, O dilema latino-americano, é um estudo sobre as diferentes situações entre as Américas. Darcy focaliza os contrastes existentes entre as Américas, ou seja, a convivência da riqueza e da pobreza. Neste sentido ele propõe novas tipologias para as classes sociais e para as estruturas de poder na América Latina.

Segundo Darcy:

Faltava ainda uma teoria da cultura, capaz de dar conta da nossa realidade, em que o saber erudito é tantas vezes espúrio e o não-saber popular alcança, contrastantemente, atitudes críticas, mobilizando consciências para movimentos profundos de reordenação social. Como estabelecer a forma e o papel da nossa cultura erudita, feita à criatividade popular, que mescla as tradições mais díspares para compreender essa nossa nova versão do mundo e de nós mesmos? Para dar conta dessa necessidade é que escrevi O dilema da América Latina. Ali, proponho novos esquemas das classes sociais, dos desempenhos políticos, situando-os debaixo da pressão hegemônica norte-americana em que existimos, sem nos ser, para sermos o que lhes convém a eles. (1996, p. 16)

No seu livro Os brasileiros: Teoria do Brasil publicado em 1965, Darcy inicia uma etapa, onde ele passa a aplicar à realidade brasileira as categorias e conceitos novos construídos nas obras anteriores. Começa explicar concretamente a complexa situação brasileira. Ao que nos parece, ocorre uma ruptura bastante clara com o cientificismo que marcava as obras daquele período.

Outro livro dos estudos Os índios e a civilização publicado em 1970, segundo Darcy Ribeiro, foi o resultado dos dados colhidos durante os dez anos em que passou no convívio com os índios nas diversas aldeias em que viveu. Para Darcy foi importante a troca de experiências com indigenistas, etnólogos e também com missionários. Outra ajuda de grande importância foi o acesso aos arquivos valiosos do Serviço de Proteção aos Índios, órgão no qual trabalhou como etnólogo.

No prefácio da obra explica:

O tema deste livro é o estudo do processo de transfiguração étnica, tal como êle pode ser reconstituído com os dados da experiência brasileira; e a apreciação crítica dos ingentes esforços para salvar povos que não foram salvos. Como alguns dêsses povos conseguiram sobreviver às compulsões a que estiveram sujeitos - e alguns outros ainda não experimentaram o contato com a civilização - confiamos que tanto as análises como as denúncias aqui contidas ajudem a definir formas mais justas e adequadas de relações com os índios, capazes de abrir-lhes pespectivas de sobrevivência e um destino melhor. (1970, p. 03)

Darcy define claramente a temática e os objetivos deste livro. Segundo ele é um estudo do processo de transfiguração étnica. Numa perspectiva crítica busca interpretar as pesquisas de forma sempre elevadas reconstituindo assim, os dados da experiência brasileira.

Após uma visão geral da situação das populações indígenas no final do século XIX e início do século XX, ele passa a refletir criticamente os ingentes esforços para atender os povos desprotegidos da América Latina. Daí passa a focalizar globalmente o que chama "o processo de transfiguração étnica". De maneira nova e original reconstitui a história natural das relações dos índios e os civilizados.

Com este livro, os "Estudos de Antropologia da Civilização", um conjunto de quase 2 mil páginas, Darcy Ribeiro encerra os escritos "preliminares" de seu grande projeto: tornar o Brasil explicável. Responder a pergunta: Por que o Brasil não deu certo?. Temos assim, um conjunto dos fundamentos teóricos que tornaram possível, o que segundo ele, foi o desafio maior que já se propôs, o livro: O povo brasileiro: A formação e o sentido do Brasil.

O POVO BRASILEIRO

Entender o sentido do que hoje somos mais que simples desafio parece se constituir num longo e minucioso trabalho. A reflexão sobre nossa formação nos envia às nossas origens, à história que como brasileiros fomos construindo. A realidade com a qual nos deparamos traz reflexões e pontos de vista oriundos de outros contextos que, para a nossa formação histórica, não são suficientes para nos explicar como povo.

Dentro desse desafio de nos tornar explicáveis Darcy Ribeiro propõe um conjunto teórico a partir da nossa contexto histórico. Ribeiro reune um conjunto de pesquisas que culminam em uma teoria do Brasil até então inédita. Subjacente à descrição desta teoria, está sua preocupação em entender por que caminhos passamos que nos levaram a distâncias sociais tão profundas no processo de formação nacional.

Retomando nossa história, Darcy começa a descrever como foi acontecendo a gestação do Brasil e dos brasileiros como povo. Nessa reconstituição ele enfatiza a confluência, ou seja, fala da união ocorrida entre portugueses, índios e negros, matrizes étnicas do brasileiro.

Um povo novo que, no dizer de Darcy, se enfrentam e se fundem, fazendo surgir, "num novo modelo de estruturação societária". Para ele, essa mestiçagem fez nascer um novo gênero humano. Nova gente, mestiça na carne e no espírito.

Segundo Darcy essa gente fez-se diferente:

Novo porque surge como uma etnia nacional, diferenciada culturalmente de suas matrizes formadoras, fortemente mestiça, dinamizada por uma cultura sincrética e singularizada pela redefinição de traços culturais delas oriundos. Também novo porque se vê a si mesmo e é visto como uma gente nova, um novo gênero humano diferente de quantos existam. Povo novo ainda, porque é um novo modelo de estruturação societária, que inaugura uma forma singular de organização sócio-econômico, fundada num tipo renovado de escravismo e numa servidão continuada ao mercado mundial. Novo, inclusive, pela inverossímil alegria e espantosa vontade de felicidade, num povo tão sacrificado, que alenta e comove a todos os brasileiros. (1996, p. 19)

Ao contrário do que se podia imaginar, um conjunto tão variado de matrizes formadoras não resultou num conjunto multiétnico. Diz:

... apesar de sobreviverem na fisionomia somática e no espírito dos brasileiros os signos de sua múltipla ancestralidade, não se diferenciaram em antagônicas minorias raciais, culturais ou regionais, vinculadas a lealdades étnicas próprias e disputantes de autonomia frente à nação. (1996, p. 20)

Com pequena exceção a grupos que sobrevivem de maneira isolada, que mantendo seus costumes, mas que, segundo Darcy, não podem afetar a macroetnia em que se encontram.

Dessa unidade étnica básica, ele não quer propor uma uniformidade entre os brasileiros, ele esclarece está questão distinguindo três forças diversificadoras: a ecológica, a econômica e a imigração. Estas formam os fatores que tornaram presente os diferentes modos de ser dos brasileiros, espalhados nas diversas regiões do território brasileiro.

Comenta:

A urbanização, apesar de criar muitos modos citadinos de ser, contribuiu para ainda mais uniformizar os brasileiros no plano cultural, sem, contudo, borrar suas diferenças. A industrialização, enquanto gênero de vida que cria suas próprias paisagens humanas, plasmou ilhas fabris em suas regiões. As novas formas de comunicação de massa estão funcionando ativamente como difusoras e uniformizadoras de novas formas e estilos culturais. (1996, p. 21)

Propõe assim que, apesar das diferentes matrizes racionais nas quais se formaram os brasileiros, também por questões culturais e por situações regionais, "os brasileiros se sabem, se sentem e se comportam como uma só gente, pertencente a uma mesma etnia". Formamos uma etnia nacional única, um só "povo incorporado".

Ressalta que este mesmo processo ocorreu consolidar os antagonismos sociais de caráter traumático. Diz:

A mais terrível de nossas heranças é esta de levar sempre conosco a cicatriz de torturador impressa na alma e pronta a explodir na brutalidade racista e classista. Ela é que encandesce, ainda hoje, em tanta autoridade brasileira predisposta a torturar, seviciar e machucar o pobres que lhes caem às mãos. (1996, p.120)

Para Darcy formamos a maior presença neo-latina no mundo. Somos uma "nova Roma". Segundo ele, melhor, porque racialmente lavada em sangue índio, em sangue negro. Esta nossa singularidade nos condena a nos inventarmos a nós mesmos e desafiados a construir uma sociedade inspirada na propensão indígena para o convívio cordial e para a reciprocidade e a alegria saudável do negro extremamente alterativo.

Será nesta perspectiva que nas linhas a seguir buscaremos esboçar, segundo os termos de Darcy Ribeiro, as principais articulações de como os brasileiros se vieram fazendo a si mesmos chegando a ser o que hoje somos.



1. Novo Mundo

Nesta parte Darcy trata das características iniciais do território brasileiro, das terras encontradas pelos portugueses que desembarcaram pela primeira vez no ano 1500 do calendário europeu. Estas terras que se encontravam povoadas por um grande número de povos indígenas que viviam por toda superfície do Brasil.

Segundo Darcy: "Eram, tão-só, uma miríade de povos tribais, falando línguas do mesmo tronco, dialetos de uma mesma língua, cada um dos quais, ao crescer, se bipartia, fazendo dois povos que começavam a se diferenciar e logo se desconheciam e se hostilizavam" (1996, p. 29).

Essas tribos aqui encontradas eram na sua maioria do tronco tupi, cerca de um milhão de índios. Elas se encontravam nos primeiros passos da revolução agrícola na escala da evolução cultural. Já conseguiam domesticar diversas plantas. Diz:

Além da mandioca, cultivavam o milho, a batata-doce, o cará, o feijão, o amendoim, o tabaco, a abóbora, o urucu, o algodão, o carauá, cuias e cabaças, as pimentas, o abacaxi, o mamão, a erva-mate, o guaraná, entre muitas outras plantas. Inclusive dezenas de árvores frutíferas, como o caju, o pequi etc. Faziam, para isso, grandes roçados na mata, derrubando as árvores com seus machados de pedra e limpando o terreno com queimadas. (1996, p. 32)

Com o cultivo da terra garantiam a subsistência do ano inteiro. É importante lembrar que as aldeias possuíam uma estrutura igualitária de convivência. Mas, por colonização de suas terras, as tribos se chocavam em guerra umas com as outras.

Além dos povos tupi, outros povos indígenas participaram da formação do povo brasileiro, como os Paresi, os Bororos, os Xavantes, os Kayapós, os Kaigangs e os Tapuias.

Ao contrário do modelo constituído pelas tribos indígenas na ilha Brasil, os portugueses invasores possuíam relações sociais baseadas na estratificação das classes, tinham uma velha experiência como civilização urbana. Com eles veio a Igreja católica que exerceu uma grande influência no processo de formação sócio-cultural do povo brasileiro. Na visão de Darcy, a Igreja exerceu um forte poder de mando, influenciando na vida dos indígenas e negros.

No contexto mundial Portugal entrava na disputa pelos novos mundos, animada pelas forças transformadoras da revolução mercantil. Diz Darcy:

Esse complexo do poderio português vinha sendo ativado, nas últimas décadas, pelas energias transformadoras da revolução mercantil, fundada especialmente na nova tecnologia, concentrada na nau oceânica, com suas novas velas de mar alto, seu leme fixo, sua bússola, seu astrolábio e, sobretudo, seu conjunto de canhões de guerra.

Era a humanidade mesma que entrava noutra instância de sua existência, na qual se extinguiriam milhares de povos, com suas línguas e culturas próprias e singulares, para dar nascimento às macroetnias maiores e mais abrangentes que jamais se viu. (1996, p.38)

Era a superação da estado feudal, o processo civilizatório no seu momento mercantil.

Para Darcy além de protagonizarem o inferno da expansão territorial político-econômico, se entitularam propagadores da unidade dos homens num só cristandade. Diz:

Eles se davam ao luxo de propor-se motivações mais nobres que as mercantis, definindo-se como os expansores da cristandade católica sobre os povos existentes e por existir no além-mar. Pretendiam refazer o orbe em missão salvadora, cumprindo a tarefa suprema do homem branco, para isso destinado por Deus: juntar todos os homens numa só cristandade, lamentavelmente dividida em duas caras, a católica e a protestante. (1996, p.39)

Para o índio que passava a conviver com aquela situação nova não foi nada simples compreender o que representava aqueles acontecimentos novos. O fato é que deste choque de culturas, como quisemos tornar mais claro no primeiro capítulo, surgiram concepções que os índios estupefatos por certo tempo sustentaram, como a de que os recém chegados eram deuses.

Para Darcy, de início, os índios ali na praia recebendo aqueles indivíduos tão estranhos estavam espantados. Seriam até mesmo gente de seu deus Maíra. Comenta:

Provavelmente seriam pessoas generosas, achavam os índios. Mesmo porque, no seu mundo, mais belo era dar que receber. Ali, ninguém jamais espoliara ninguém e a pessoa alguma se negava louvor por sua bravura e criatividade. Visivelmente, os recém-chegados, saídos do mar, eram feios, fétidos e infectos. Não havia como negá-lo. É certo que, depois do banho e da comida, melhoraram de aspecto e de modos. Maiores teriam sido as esperanças do que os temores daqueles primeiros índios. (1996, p. 42)

Como sabemos, a grande decepção não demorou para acontecer. Os indígenas perceberam que os recém chegados do mar não passavam de enganadores, mentirosos, lhes traziam pequenos utensílios e em troca lhes tiravam a alegria de viver, lhes enchiam de doenças que os dizimava ao milhares.

Darcy aponta para as duas perspectivas de mundo que se chocavam. Para os conquistadores essa nova terra era um espaço de exploração em ouro e glórias, na visão dos índios, (1996, pp. 44-45) "o mundo era um luxo de se viver, tão rico de aves, de peixes, de raízes, de frutas, de flores, de sementes, que podiam dar as alegrias de caçar, de pescar, de plantar e colher a quanta gente aqui viesse ter". Enquanto os brancos não mediam esforços para alcançar as riquezas que lhes interessavam, os índios acreditavam que a vida era dádiva de deuses bons. Na perspectiva de Darcy os brancos para os índios, eram aflitos demais. Para os brancos, a vida era uma sofrida obrigação em todos estavam condenados ao trabalho e subordinados ao lucro, enquanto que, para os índios, "a vida era uma tranquila função de existência, num mundo dadivoso e numa sociedade solidária".

Darcy preocupa-se em estudar o processo civilizatório, tendo em vista situar as nações germinais dos povos latino-americanos. Comenta:

Somos um rebento mutante, ultramarino, da Civilização Ocidental Européia, na sua versão iber-americana. Produto da expansão européia sobre as Américas, que destruindo milhares de povos modelou com o que restou deles uns poucos novos povos, multiformemente refeitos. Todos configurados como extensões da metrópole que regeu a colonização, impondo sua língua e suas singularidades. (1995, p. 11)

2. Gestação Étnica

A partir desse ponto Darcy vai desenvolvendo sua visão sobre as condições em que os brasileiros foram se formando, o que denominou cunhadismo. O cunhadismo, segundo ele, era a prática indígena que tornou possível incorporar estranhos às comunidades. Consistia em se oferecer uma moça índia como esposa aos recém-chegados. A partir de então, o estranho estabelecia uma relação de parentesco com os índios dessa família. Esse processo acabou influenciando decisivamente no processo de formação do brasileiro.

Para o colonizador essa prática tornou-se a condição de possibilidade para o processo de pilhagem nas terras conquistadas e também a própria condição da conquista das terras. Pois contavam com um enorme contingente de índios que segundo determinava o sistema de parentesco dos índios, deveriam pôr-se a serviço do parente.

Diz Darcy:

Como cada europeu posto na costa podia fazer muitíssimos desses casamentos, a instituição funcionava como uma forma vasta e eficaz de recrutamento de mão-de-obra para os trabalhados pesados de cortar paus-de-tinta, transportar e carregar para os navios, de caçar e amestrar papagaios e soíns.

A função do cunhadismo na sua nova inserção civilizatória foi fazer surgir a numerosa camada de gente mestiça que efetivamente ocupou o Brasil. É crível até que a colonização pudesse ser feita através do desenvolvimento dessa prática. Tinha o defeito, porém, de ser acessível a qualquer europeu desembarcado junto às aldeias indígenas. Isso efetivamente ocorreu, pondo em movimento um número crescente de navios e incorporando a indiada ao sistema mercantil de produção. Para Portugal é que representou uma ameaça, já que estava perdendo sua conquista para armadores franceses, holandeses, ingleses e alemães, cujos navios já sabiam onde buscar sua carga. (1996, p. 82)

Por fim, à medida em que a demanda de mão-de-obra foi aumentando, tiveram de passar da utilização do sistema de cunhadismo às guerras de captura dos índios.

Outras instituições que tiveram grande influência na gestação étnica do Brasil foram as donatarias e as reduções, onde os índios viviam submetidos às ordens dos missionários.

Na concepção de Darcy o Brasil tem sido, ao longo dos séculos, um terrível moinho de gastar gentes. O fato é que se gastaram milhões de índios, milhões de africanos e milhões de europeus. Comenta:

Foi desindianizando o índio, desafricanizando o negro, deseuropeizando o europeu e fundindo suas heranças culturais que nos fizemos. Somos, em consequência, um povo síntese, mestiço na carne e na alma, orgulhoso de si mesmo, porque entre nós a mestiçagem jamais foi crime ou pecado. Um povo sem peias que nos atenham a qualquer servidão, desafiado a frorescer, finalmente, como uma civilização nova, autônoma e melhor. (1995, p.13)

Nossa matriz negra foi responsável por remarcar o amálgama racial e cultural brasileiro com suas cores mais fortes. Pelo fato de aprenderem o português com que os capatazes lhes gritavam e que com o tempo passavam a se comunicar entre si, acabaram conseguindo aportuguesar o Brasil. Diz:

Nossa matriz africana é a mais abrasileirada delas. Já na primeira geração, o negro, nascido aqui, é um brasileiro. O era antes mesmo do brasileiro existir, reconhecido e assumido como tal. O era, porque só aqui ele saberia viver, falando como sua língua do amo. Língua que não só difundiu e fixou nas áreas onde mais se concentrou, mas amoldou, fazendo do idioma o Brasil um português falado por bocas negras, o que se constata ouvindo o sotaque de Lisboa e o de Luanda. (1995, p. 14)

A condição de vida do negro é descrita por Darcy como uma situação espantosa. Relata a violência permanente pela qual foram obrigados a viver. Pergunta-se: como conseguiram permanecer humanos? Como sobreviver sobre tanta pressão, trabalhando dezoito horas por dia todos os dias do ano? A triste conclusão é de que seu destino era morrer de estafa que era sua morte natural.

Para Darcy:

Nenhum povo que passasse por isso como sua rotina de vida, através de séculos, sairia dela sem ficar marcado indelevelmente. Todos nós, brasileiros, somos carne da carne daqueles pretos e índios supliciados. Todos nós brasileiros somos, por igual a mão possessa que os supliciou. A doçura mais terna e a crueldade mais atroz aqui se conjugaram para fazer de nós a gente sentida e sofrida que somos e a gente insensível e brutal, que também somos. Descendentes de escravos e de senhores de escravos seremos sempre servos da marginalidade destilada e instalada em nós, tanto pelo sentimento da dor intencionalmente produzida para doer mais, quanto pelo exercício da brutalidade sobre homens, sobre mulheres, sobre crianças convertidas em pasto de nossa fúria. (1996, p. 120)

Darcy assinala com grande lamento que "nossos patrícios negros" sofreram e ainda sofrem o drama de sua penosa ascensão de escravo a assalariado e a cidadão, sobre a dureza do preconceito racial.

3. Processo Sociocultural

Segundo a visão de nosso autor, o processo de formação do povo brasileiro foi marcado constantemente por situações de conflitos. Caracteriza o entendido entrechoque dos contingentes índios, negros e brancos dentro do quadro de conflitos não puros. Pois, segundo entende, sempre ocorreu uma mescla entre uns e outros.

Para Darcy uma nova situação se impôs com a chegada do dominador europeu, tendo em vista que este queria buscar de todas as formas impor uma hegemonia nessas terras.

Os conflitos interétnicos que aqui existiam, sem maiores consequências, agora de maneira mais ampla, é surpreendido por uma nova situação de guerra irreconciliável.

Nesse confronto, as forças que se chocam são muito desiguais. Comenta:

De um lado, sociedades tribais, estruturadas com base no parentesco e outras formas de sociabilidade, armadas de uma profunda identificação étnica, irmanadas por um modo de vida essencialmente solidário. Do lado oposto, uma estrutura estatal, fundada na conquista e dominação de um território, cujos habitantes, qualquer que seja a sua origem, compõem uma sociedade articulada em classes, vale dizer, antagonicamente opostas mas imperativamente unificadas para o cumprimento de metas econômicas socialmente irresponsáveis. A primeira das quais é a ocupação do território. Onde quer que um contingente etnicamente estranho procure, dentro desse território, manter seu próprio modo tradicional de vida, ou queira criar para si um gênero autônomo de existência, estala o conflito cruento. (1996, p.169)

Entre os momentos conflitivos Darcy aponta para os conflitos entre os invasores. Dizendo que entre colonos e jesuítas houve uma longa guerra sem quartéis, marcada por componentes classistas, racistas e étnicos, situa as motivações de colonização dos jesuítas num plano distinto ao da colonização espanhola e portuguesa.

Um outro enfrentamento altamente conflitivo é o que se deu por consequências predominantemente raciais. Entre as três matrizes vemos um sentimento de preconceito. Darcy diz que para o negros de ontem e de hoje, a liberdade passa a ser uma difícil e utópica busca. Por ela, são forçados a luta constante a fim de alcançarem uma situação de vida mais digna. Diz:

As lutas são inevitavelmente sangrentas, porque só à força se pode impor e manter a condição de escravos. Desde a chegada do primeiro negro, até hoje, eles estão na luta para fugir da inferioridade que lhes foi imposta originalmente, e que é mantida através de toda a sorte de opressões, dificultando extremamente sua integração na condição de trabalhadores comuns, iguais aos outros, ou de cidadãos com os mesmos direitos. (1996, p. 173)

Outra situação é a de caráter fundamentalmente classista, que configura a luta entre proprietários e as massas trabalhadoras. Darcy, ao que parece, vê essas lutas identificando-a como o recrutamento de mão-de-obra para a produção mercantil.

No processo de formação sociocultural do Brasil, Darcy vê a organização do que ele chama de empresas. A empresa escravista, ele a vê como a principal, latifundiária e monocultora que foi sempre altamente especializada e essencialmente mercantil. Outra, já como forma alternativa de colonização, foi a empresa jesuítica. Esta estava fundada na mão-de-obra servil dos índios. Uma terceira, que tinha um alcance social bastante considerável, foram as múltiplas microempresas de produção de gêneros de subsistência e de criação de gado, baseada em diferentes formas de aliciamento de mão-de-obra. Estas incorporam os mestiços de europeus com índios e negros dando corpo ao que viria a ser o grosso do povo brasileiro.

Darcy diz que essas empresas, cada qual com seus fins específicos, atuaram para garantir o êxito do empreendimento colonial português no Brasil.

Uma quarta empresa foi constituída pelo núcleo portuário de banqueiros armadores e comerciantes de importação e exportação. Formavam o componente predominante da economia colonial e o mais lucrativo dela.

Ainda sobre o processo de formação sociocultural, Darcy elabora uma visão de conjunto do processo de urbanização brasileira. Segundo ele, o Brasil nasceu já como uma civilização urbana, separada em conteúdos rurais e citadinos. Comenta:

Essas cidades e vilas, grandes e pequenas, constituíam agências de uma civilização agrário-mercantil, cujo papel fundamental era gerir a ordenação colonial da sociedade brasileira, integrando-a no corpo de tradições religiosas e civis da Europa pré-indústrial e fazendo-a render proventos à Coroa portuguesa. Como tal, eram centros de imposição das idéias e das crenças oficiais e de defesa do velho corpo de tradições ocidentais, muito mais que núcleos criadores de uma tradição própria. (1996, p. 197)

Ele elabora um quadro da questão agrária brasileira, onde comenta as dimensões espantosas dos latifúndios, a questão do monopólio da terra e a monocultura. Relaciona o temível êxodo rural com o inchaço das cidades em consequência causando a miserabilização da população urbana. Para Darcy formou-se um modelo político-econômico que estratifica a população brasileira. Diz:

A estratificação social gerada historicamente tem também como característica a racionalidade resultuante de sua montagem como negócio que a uns privilegia e enobrece, fazendo-os donos da vida, e aos demais subjuga e degrada, como objeto de enriquecimento alheio. Esse caráter intencional do empreendimento faz do Brasil, ainda hoje, menos uma sociedade do que uma feitoria, porque não estrutura a população para o prenchimento de suas condições de sobrevivência e de progresso, mas para enriquecer uma camada senhorial voltada para atender às solicitações exógenas. (1996, p. 212)

Sobretudo, a distância social entre ricos e pobres é, para Darcy, uma condição extremamente espantosa, somando-se a isso a discriminação sofrida pelos negros, mulatos e índios. O problema racial constitui-se num sério problema no Brasil. De maneira mais seria é aquele que pesa sobre os negros, a mais árdua foi e, ainda é, a conquista de um lugar e de um papel de participante legítimo na sociedade nacional. Comenta:

A nação brasileira, comandada por gente dessa mentalidade, numca fez nada pela massa negra que a construira. Negou-lhe a posse de qualquer pedaço de terra para viver e cultivar, de escolas em pudesse educar seus filhos, e de qualquer ordem de assistência. Só lhes deu, sobejamente, discriminação e repressão. Grande parte desses negros dirigiu-se às cidades, onde encontra um ambiente de convivência social menos hostil. Constituíram, originalmente, os chamados bairros africanos, que deram lugar às favelas. Desde então, elas vêm se multiplicando, como a soluçào que o pobre encontra para morar e conviver. Sempre debaixo da permanente ameaça de serem erradicados e expulsos. (1996, p. 222)

Ainda hoje, comenta haver a mentalidade assimilacionista que leva os brasileiros a supor e desejar que os negros desapareçam pela branqueação progressiva. Para Darcy a característica distintiva do racismo brasileiro é que ele não incide sobre a origem racial das pessoas, mas sobre a cor de sua pele.

Para ele, a possibilidade de existência de uma democracia racial está vinculada com a prática de uma democracia social, onde negros e brancos partilhem das mesmas oportunidades sem qualquer forma de desigualdade.

Darcy avalia o processo de estruturação como uma configuração diferente de quantas haja, segundo ele só explicável em termos, históricas. Comenta:

Composta como uma constelação de áreas culturais, a configuração histórico-cultural brasileira conforma uma cultura nacional com alto grau de homogeneidade. Em cada uma delas, milhões de brasileiros, através de gerações, nascem e vivem toda a sua vida encontrando soluções para seus problemas vitais, motivações e explicações que se lhes afiguram como o modo natural e necessário de exprimir sua humanidade e sua brasilidade. Constituem, essencialmente, partes integrantes de uma sociedade maior, dentro da qual interagem como subculturas, atuando entre si de modo diverso do que o fariam em relação a estrangeiros. Sua unidade fundamental decorre de serem todas elas produto do mesmo processo civilizatório que as atingiu quase ao mesmo tempo; de terem se formado pela multiplicação de uma mesma protocélula étnica e de haverem estado sempre debaixo do domínio de um mesmo centro reitor, o que não enseja definições étnicas conflitivas. (1996, p. 254)

Para Darcy, os brasileiros são hoje, um dos povos mais homogêneos linguística e culturalmente. Fala-se, como diz, uma mesma língua, sem dialetos.

Como mestiços "na carne e no espírito" temos o desafio de firmar nosso potencial, nossos modos distintos entre todos os povos. Devemos forjar um verdadeiro conceito de povo que englobe a todos sem distinção, em todos os direitos que devem assistir a cada cidadão brasileiro.

Nesse país mestiço, o povo brasileiro segundo Darcy, veio formando-se como uma nova Roma. A maior presença neo-latina no mundo, ainda em ser, forja-se como a grande presença do futuro.

CONCLUSÃO

No conjunto da obra de Darcy Ribeiro reconhecemos uma clara contribuição para o pensamento latino-americano, a qual Darcy escreveu uma vasta obra sobre indígenas, negros e mestiços no processo de formação do povo brasileiro. Sua obra surge como um espelho em que nós brasileiros podemos nos identificar, nos reconhecer. Nela encontra-se um esforço que ilumina o processo de desenvolvimento humano, social e cultural do nosso povo e de toda a América Latina. Acredito que seja indispensável o conhecimento da obra de Darcy Ribeiro para uma profunda tomada de consciência a partir de uma visão de conjunto do Brasil e da América Latina.

A obra de Ribeiro abre-se ainda para uma nova perspectiva onde identificamos o brasileiro com características revalorizadas peculiarmente. Assim, há uma consciência que ainda estamos construindo, o que, para Darcy, é um dos grandes desafios que enfrentamos: o de inventar o humano, com propriedades diferentes, mais solidários e fraternas.

Como uma descrição de aventuras, Darcy fala do processo de formação do povo fazendo-se a si mesmo. Expõe sua grande convicção sobre a formação de um novo gênero humano, a partir do estudo dos componentes novos da transfiguração, resultado do choque entre índios, negros e europeus. Daí lança sua denúncia, "o Brasil sempre foi um moinho gastando gente", "endossando" a boca do europeu, enriquecendo-o com a exploração do Brasil. Na angústia por entender porque o Brasil não deu certo do ponto de vista de seu povo, dá um importante exemplo de compromisso com este povo, sobretudo, através de sua sensibilidade com os índios, com os quais se comoveu e se identificou. Destes, emocionado, diz haver ganhado dignidade.

Por fim, identificamos em Darcy, de forma inconfundível, os traços fortes dos grandes pensadores latino-americanos, como: Simón Bolívar e José Martí, principalmente no que tange a construção a idéia de uma "nação latino-americana" mais humana, como uma nova civilização, mais "generosa, porque aberta à convivência com todos as raças e todos as culturas".

*Biografia: trecho extraída do livro O Brasil como Problema de Darcy Ribeiro publicado pela editora Francisco Alves).

BIBLIOGRAFIA

RIBEIRO, Darcy. O processo Civilizatório: Etapas da Evolução Sócio-Cultural. 10º ed., Petrópolis: Vozes, 1987.
_____________. As Américas e a Civilização: Processo de Formação e Causas do Desenvolvimento Cultural Desigual dos Povos Americanos. Rio de Janeiro: Editora Civilização Brasileira, 1970.
_____________. O Dilema da América Latina: Estruturas de Poder e Forças Insurgentes. 5º ed., Petrópolis: Vozes, 1988.
_____________. Os Brasileiros: 1. Teoria do Brasil. Editora Paz e Terra, 1972.
_____________. Os Índios e a Civilização: A Integração das Populações Indígenas no Brasil Moderno. Rio de Janeiro: Editora Civilização Brasileira, 1970.
_____________. O Brasil como Problema. 2º ed., Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1995.
_____________. O Povo Brasileiro: A formação e o sentido do Brasil. 2º ed., São Paulo: Companhia das Letras, 1996
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sinopse: Esta história é baseada no caso Lambrakis, como foi originalmente apresentada na obra Z, de Vassili Vassilikos. Em 1965, Lambrakis, um professor de medicina, é assassinado quando saía de uma manifestação de paz em praça pública, a investigação sobre sua morte acabou por revelar uma rede de escândalos, corrupção e ilegalidades na polícia e no governo na qual o líder do partido de oposição se tornou Premier. Porém, em 1967, um golpe militar derrubou o governo legal. O filme revive o assassinato e a investigação numa tentativa de demonstrar como o mecanismo da corrupção fascista pode se esconder atrás da máscara da lei e da ordem.

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Relatório Filme - A Rainha Margot

• Sinopse No século XVI um casamento de conveniência é celebrado com o intuito de manter a paz. A união entre a católica Marguerite de Valois, a rainha Margot (Isabelle Adjani), e o nobre protestante Henri de Navarre (Daniel Auteuil) tinha como meta unir duas tendências religiosas. O objetivo do casamento foi tão político que os noivos não são obrigados a dormirem juntos. As intrigas palacianas vão culminar com a Noite de São Bartolomeu, na qual milhares de protestantes foram mortos. Após isto Margot acaba se envolvendo com um protestante que está sendo perseguido. • Informações Técnicas Título no Brasil: A Rainha Margot Título Original: La Reine Margot País de Origem: França Gênero: Drama Tempo de Duração: 143 minutos Ano de Lançamento: 1994 Site Oficial: Estúdio/Distrib.: Direção: Patrice Chéreau • Elenco Isabelle Adjani .... Margot Daniel Auteuil .... Henri de Navarre Jean-Hugues Anglade .... Charles IX Vincent Perez .... La Môle Virna Lisi .... Catharina de Médici Dominique Blanc .... Henriette de Nevers Pascal Greggory .... Anjou Claudio Amendola .... Coconnas Miguel Bosé .... Guise Asia Argento .... Charlotte de Sauve Julien Rassam .... Alençon Thomas Kretschmann .... Nançay Jean-Claude Brialy .... Coligny Jean-Philippe Écoffrey .... Condé O Confronto entre huguenotes e católicos. A partir de 1550, até ao século XVII, começou-se a designar os protestantes em França por "huguenotes", principalmente os calvinistas que se caracterizavam pela crença em que todo o ser humano estava predestinado e que Deus destinou algumas almas para a salvação e outras para o mal. O termo designava no século XVI os cristãos "reformados" de Genebra, calvinistas. As crenças calvinistas radicam ainda no trabalho ser uma ordem de Deus e o sucesso material um favor por ele concedido, indo de encontro às crenças medievais de que a pobreza é uma virtude e a usura um mal diabólico, contribuindo desta forma para o crescimento do capitalismo. Assim, surgiu a célebre guerra dos huguenotes, mais conhecidas por Guerras de Religião, travadas em França no século XVI entre os protestantes e os católicos. O filme retrata a França em 1572, quando do casamento da católica Marguerite de Valois e o protestante Henri de Navarre, que procurava minimizar as disputas religiosas, mas acaba servindo de estopim para um violento massacre de protestantes conhecido como a "noite de São Bartolomeu" , que teve a conivência do rei da França Carlos IX, irmão de Margot. O filme, que retrata esse trágico acontecimento, é baseado num romance de Alexandre Dumas. A noite de São Bartolomeu, massacre de mais de 3 mil protestantes, ocorrido em 24 de agosto de 1572, marca as sangrentas lutas religiosas que atrasaram a consolidação do absolutismo francês. Esse acontecimento caracteriza a fase final da dinastia Valois, que governava a França desde a idade média. O casamento forçado entre Margot, irmã de Carlos IX (rei da França) e o protestante Henrique de Navarra (Bourbon), não paralisou as lutas religiosas entre católicos e protestantes. Com a noite de São Bartolomeu, ressurgia o combate, estimulado pelo papa, envolvendo várias regiões européias. São Bartolomeu é uma das cenas mais chocantes, onde temos a chance de olhar de uma maneira realista o confronto que pôs fim á vida de milhares de pessoas em uma das épocas mais conturbadas da história;vemos também no decorrer da trama política de Cathérine de Médici(responsável pela Noite de São Bartolomeu),o romance entre a Rainha Margot que é casada com Henrique Navarro e Lerác de La molê seu amante huguenote que são enredados na teia política de Cathérine de Médici em sua luta contra os huguenotes,nos conflitos de disputas pela coroa entre os irmãos de Margot com seu irmão mais velho o Rei Carlos em meio á crimes,traições,intrigas,incestos,paixões e um amor que resistiu á morte. Conclusão: É um filme de época. Não devemos comparar com os filmes de produções em Hollywood! É um filme até interessante. Para entendê-lo necessita ser assistido pelo menos umas três vezes, tem vários detalhes que vale a pena observar melhor. É um filme muito interessante pelo seu contexto histórico, mas que deixa muito á desejar pela mudança na adaptação da história original de Dumas, onde Margot é quase retratada como uma prostituta o que tira muito do brilho do filme. O casamento não foi realizado na catedral. O noivo protestante não deveria entrar na Notre Dame, nem assistir à missa. Diante do portal ocidental da catedral, foi construído um palco sobre o rio Sena, no qual celebrou-se o casamento. Margarida não respondeu com um "sim" à pergunta, se desejava desposar Henrique, mas fez simplesmente um aceno positivo com a cabeça. Como era comum na época, o casamento tinha motivação exclusivamente política. No século 16, o maior esteio da França não era o rei, mas sim a Igreja. E ela estava inteiramente infiltrada pela nobreza católica. Uma reforma do clero significaria, ao mesmo tempo, o constrangimento do poder dos príncipes. Há quem fale de setenta mil a cem mil mortos. Segundo relatos, os cadáveres boiaram nos rios durante meses, de modo que ninguém comia peixe. Quem deve ter ficado muito feliz com o massacre foi o papa Gregório XIII, que cunhou uma medalha comemorativa da data e encarregou Giorgio Vasari de pintar um mural celebrando o massacre.

História

História (do grego antigo historie, que significa testemunho, no sentido daquele que vê) é a ciência que estuda o Homem e sua ação no tempo e no espaço, concomitante à análise de processos e eventos ocorridos no passado. Por metonímia, o conjunto destes processos e eventos. A palavra história tem sua origem nas «investigações» de Heródoto, cujo termo em grego antigo é Ἱστορίαι (Historíai). Todavia, será Tucídides o primeiro a aplicar métodos críticos, como o cruzamento de dados e fontes diferentes.
O estudo histórico começa quando os homens encontram os elementos de sua existência nas realizações dos seus antepassados. Esse estudo, do ponto de vista europeu, divide-se em dois grandes períodos: Pré-História e História.
Os historiadores usam várias fontes de informação para construir a sucessão de processos históricos, como, por exemplo, escritos, gravações, entrevistas (História oral) e achados arqueológicos. Algumas abordagens são mais frequentes em certos períodos do que em outros e o estudo da História também acaba apresentando costumes e modismos (o historiador procura, no presente, respostas sobre o passado, ou seja, é influenciado pelo presente). (veja historiografia e História da História).
Os eventos anteriores aos registos escritos pertencem à Pré-História e as sociedades que co-existem com sociedades que já conhecem a escrita (é o caso, por exemplo, dos povos celtas da cultura de La Tène) pertencem à Proto-História.
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Ciências Sociais

As ciências sociais são um ramo do conhecimento científico que estuda os aspectos sociais do mundo humano. Diferenciam-se das artes e das humanidades pela preocupação metodológica. Os métodos das ciências sociais, como a observação participante e o survey, podem ser utilizados nas mais diversas áreas do conhecimento, não apenas na grande área das humanidades e artes, mas também nas ciências sociais aplicadas, nas ciências da terra, nas ciências agrárias, nas ciências biomédicas etc. Embora polêmica, é comum a distinção entre método quantitativo e método qualitativo.
As disciplinas do currículo mínimo das ciências sociais são: antropologia, sociologia, ciência política, metodologia científica e economia social.
As ciências sociais germinaram na Europa do século XIX, mas foi no século XX, em decorrência das obras de Karl Marx, Emile Durkheim e Max Weber que as ciências sociais se desenvolveram. O carro-chefe foi a sociologia: neologismo cunhado pelo francês Augusto Comte, seu primeiro professor.
Durkheim e seus pares se esmeraram na busca de regras de método que elevassem ao status científico o conhecimento sobre a sociedade. Marx, ao contrário, mal visto pelos seus pares, foi encontrar na classe trabalhadora sua identidade. As atrocidades das relações de trabalho da época fizeram com que ele atribuísse a esse grupo social, assim definido em relação ao sistema econômico capitalista, ora a força da transformação da sociedade, ora apenas uma peça do complexo quebra-cabeças da história. No meio-termo entre o academicismo e o militantismo, está a participação de Weber, para quem a ciência e a política são duas vocações distintas. Distintas, mas comensuráveis: ele próprio teórico da burocracia e do processo de modernização, contribuiu para a burocratização e modernização da Alemanha, ocupando cargos políticos.
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Sociologia

Mas por que o carro-chefe foi a sociologia e não a ciência política, tão antiga como o nome de Maquiavel, ou a antropologia, também anterior? A resposta há de estar no momento histórico de consolidação do novo currículo do ensino superior europeu durante o curto período de plena vigência do movimento intelectual conhecido como positivismo. Então, a nova disciplina, sociologia, veio renovar as outras duas já vigentes. Assim, um discípulo de Durkheim, Marcel Mauss, deu o tom da renovação da antropologia na França. Em um contexto diferente, o polaco Bronislaw Malinowski também contribuiu para a renovação da antropologia através do método funcionalista, que marcou uma ruptura com o viés colonialista dos estudos antropológicos até então desenvolvidos na Inglaterra.
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Antropologia

Antropologia (cuja origem etimológica deriva do grego άνθρωπος anthropos, (homem / pessoa) e λόγος (logos - razão / pensamento) é a ciência preocupada em estudar o homem e a humanidade de maneira totalizante, ou seja, abrangendo todas as suas dimensões [1]. A divisão clássica da Antropologia distingue a Antropologia Cultural da Antropologia Biológica. Cada uma destas, em sua construção abrigou diversas correntes de pensamento.
Pode-se afirmar que há poucas décadas a antropologia conquistou seu lugar entre as ciências. Primeiramente, foi considerada como a história natural e física do homem e do seu processo evolutivo, no espaço e no tempo. Se por um lado essa concepção vinha satisfazer o significado literal da palavra, por outro restringia o seu campo de estudo às características do homem físico. Essa postura marcou e limitou os estudos antropológicos por largo tempo, privilegiando a antropometria, ciência que trata das mensurações do homem fóssil e do homem vivo.
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É Justo tirar uma vida inocente?

Lutero

Lutero

Lutero no seu Tempo e o Filme

Lutero Título original: (Luther) Lançamento: 2003 (Alemanha) (EUA) Direção: Eric Till Atores: Joseph Fiennes , Alfred Molina , Bruno Ganz , Jonathan Firth , Peter Ustinov Duração: 112 minutos • título original:Luther • gênero: Biografia, Drama, História • duração:01 hs 52 min • ano de lançamento:2003 • site oficial:http://www.lutherthemovie.com/ • estúdio:NFP teleart / Eikon Film / Thrivent Financial for Lutherans • distribuidora:Casablanca Filmes • direção: Eric Till • roteiro:Bart Gavigan e Camille Thomasson • produção:Dennis A. Clauss, Brigitte Rochow, Christian P. Stehr e Alexander Thies • música:Richard Harvey • fotografia:Robert Fraisse • direção de arte:Christian Schaefer, Ralf Schreck e Václav Vohlídal • figurino:Ulla Gothe • edição:Clive Barrett • efeitos especiais:CA Scanline Production GmbH / Die Nefzers / R.S.G. Effecti Speciali S.r.l. Atores: Joseph Fiennes (Martim Lutero), Alfred Molina (Johann Tetzel),Bruno Ganz (Johann von Staupitz),Jonathan Firth (Girolamo Aleandro),Peter Ustinov (Friedrich),Claire Cox (Katharina Lutero),Uwe Ochsenknecht (Leo X),Benjamin Sadler (Georg Spalatin),Jochen Horst (Prof. Andreas Karlstadt),Torben Liebrecht (Imperador Charles V), Mathieu Carrière (Cardeal Jakob Cajetan), Marco Hofschneider (Ulrich),Maria Simon (Hanna)Herb Andress (Gunter),Lars Rudolph (Philip Melanchtlon). Lutero no seu Tempo e o Filme Início do século XVI. O Sacro Império abrange principalmente os Estados Germânicos, divididos em grandes Principados*. Em seu interior predomina o trabalho servil na terra ao mesmo tempo em que algumas cidades vivem de um comércio próspero. Apesar do termo “Império”, a situação esta longe da existência de um poder absolutista, ao contrário do que ocorre em Portugal e na Espanha. Antes da Reforma Protestante (1517), com Martinho Lutero (aliás, ele sentiu-se vocacionado ao ministério em sua juventude), vários jovens sérios e questionadores se levantaram, criticando a situação da Igreja de sua época. Os escritos e idéias de um homem de Deus, chamado John Wycliffe (professor da Universidade de Oxford na Inglaterra), que viveu de 1328 a 1384, influenciaram enormemente a vida de um jovem de menos de 20 anos, de nome Jonh Huss, que vivia em outro país, a Boêmia, na cidade de Praga (hoje, República Checa). Jonh Huss (1373 – 1415) continuou seus estudos e tornou-se reitor da Universidade de Praga. Pregava firmemente, contra a baixa moralidade dos líderes religiosos, e alcançou grande apoio do povo. Foi condenado à fogueira pelo Papa. Mas as idéias de John Huss influenciaram a Martinho Lutero (foi chamado por seus inimigos de "Huss Saxão ou Huss Alemão"), que viveu anos depois e provocou transformações serias na Igreja Cristã. Outro homem, cujas idéias influenciaram muito a Martinho Lutero, foi um rapaz de Florença, chamado Savonarola. Em 1519, assumiu o trono Carlos V, que era rei dos Países Baixos desde 1515 e rei da Espanha desde 1516. Pretendendo unificar seus vastos domínios e a instaurar uma monarquia universal católica, o Imperador foi obrigado a enfrentar os príncipes germânicos, contrários a centralização do poder. As disputas políticas envolvendo a tendência centralizadora do imperador e os interesses dos príncipes foi uma constante desde a formação do Sacro Império. Esta situação de disputa política foi aproveitada por Lutero, que atraiu os Príncipes para suas idéias reformistas, na medida em que o imperador era católico, e por sua vez pretendia utilizar o apoio da Igreja Católica para reforçar sua autoridade. Parcela significativa da burguesia também apoiou as teorias de Lutero, que reforçava o individualismo. Lançado como superprodução, com boa fotografia, figurinos, atores famosos, esse filme peca por tentar abarcar todo o processo de nascimento da Fé Luterana e conseqüentemente da Reforma, o que tornou o filme cansativo. O Lutero que nos é apresentado não tem bom senso germânico e nem impressiona pela sua religiosidade. Parece que falta fé! A narrativa parece descrever a história de um personagem político. O modo de atuar parece ser genuinamente americano, não tem a densidade psicológica do cinema alemão. O filme fica a dever, não espelha o sentimento revolucionário da Reforma! Não adianta falar apenas de "Lutero", porque ele não foi o único a participar dessa Revolução da Reforma Protestante, teve outros momentos (na qual o filme não mostra) que contribuíram para a Igreja Católica fazer a Contra Reforma. O filme foi bom até um certo ponto, mas eu acredito que Lutero foi muito mais além do que o filme quer mostrar.O filme é, definitivamente, incompleto. O final ficou bastante a desejar, tão decepcionante. Como fecho de análise desse filme o grande mérito de Lutero é valorizar, sobretudo, o aspecto religioso, sem fugir do social que intervinha sobre todo o contexto da época, gerado, principalmente, pelo jugo da igreja Romana sobre o povo, valorizado pela Revolta dos Camponeses. O próprio Lutero procurou conciliar as facções, e não conseguindo, condenou a rebelião dos camponeses. Cabe destacar que a repressão dos latifundiários sobre os camponeses foi executada com crueldade. O filme relata a vida de Martinho Lutero, um jovem alemão burguês que após quase ser atingido por um raio acreditou ter recebido um chamado divino e por isso juntou-se a um mosteiro. Sendo educado num monastério, tornou-se um monge completo de ideologias e com essas idéias lutou para transformar a igreja católica, pois criticava suas regras e a validade das indulgências (documento com o perdão dos pecados), que eram vendidos pela igreja. Martin Lutero carregou consigo, durante algum tempo, um extremo desejo de se tornar padre. Em 1507 chegou a Enfurt, na Alemanha para trabalhar como professor de Teologia na Universidade de Wittemberg que fora fundada pelo Príncipe Frederico III. Sua falta de satisfação em sua primeira missa, Lutero obteve um desequilíbrio emocional. Na verdade, dúvidas que pairavam em sua mente, começaram a ganhar força. A partir deste momento, tais questionamentos sobre a postura da Igreja Católica começaram a incomodar os conceitos de Lutero, que acreditava na existência de um caminho "gratuito" ao amor de Cristo e da salvação. No filme Lutero é enviado a Roma e aparece transitando pelas ruas, o espectador tem uma clara imagem da deplorável condição social da maioria das pessoas, consideradas súditos do rei e devotos do papa. Essa condição social pode ser expressa em dois termos: ignorância e superstição. Essas condições as desejadas pelo papado para configurar seus projetos de domínio das consciências humanas. A ignorância deixava as pessoas na incapacidade de visualizar a forma correta de aproximar-se de Deus; a superstição permitia ao papado extorqui-las com ameaças do fogo infernal. Devido à condição social das pessoas, naquele período da História e da corrupção do papado, o ambiente para uma execução reformadora dos procedimentos da Igreja e dos meios de alcançar a salvação, estava plenamente configurado. O último impulso para dar início ao movimento reformador foi determinado pela presença do representante papal, oferecendo os benefícios das indulgências. As cenas projetadas, que exibem essa condição social, impressionam ao apresentar multidões de famintos e esfarrapados, vítimas anônimas da exploração clerical, depositando nos cofres papais suas míseras moedinhas, para poderem eles e seus queridos falecidos se livrar das assaduras eternas do inferno. O próprio Lutero segue, em cena, uma longa fila para apreciar com reverência o crânio de João Batista, e na condição de penitente, ascende de joelhos sobre os degraus da “Escada de Pilatos”, aquela que, segundo o papado, Jesus subiu durante seu julgamento e que foi levada por anjos até seu lugar, em Roma. Logicamente, esses objetos como todas as relíquias dessa época eram fraudulentos, levantando em Lutero um sentimento de cólera. Em Roma o novo papa Leão X, ( Uwe Ochdenknecht ), decide financiar a construção da nova basílica de São Pedro, por intermédio da venda de indulgências que, na Alemanha, fica a cargo do monge dominicano John Tetzel. Tetzel participava do processo de inquisição da Igreja. Deslocou-se da Espanha para Wittenberg, com intuito de trazer aos fiéis uma "esperança divina", visto que o julgamento de Deus estaria próximo. Tetzel proferiu um discurso aos fiéis da região com direito a imagens do purgatório para que os "verdadeiros tementes a Deus" pudessem conhecer o seu poder, recomendando assim, a compra da "passagem" ou livramento do purgatório. Alguns moradores da região "adquiriram" seu livramento após serem convencidos pela Igreja. Essas pessoas se encontraram com Lutero, que por sua vez, se mostrava piamente contra as indulgências, mencionando que tudo não passava de papéis com dizeres de meros homens. Martin Lutero Condena ensinos errados, alegava ainda, que somente o amor de Cristo era capaz de providenciar paz de espírito, o alcance deste amor era oferecido por meio da Bíblia, gratuitamente.Pregava salvação em Cristo e não a igreja. A Igreja Católica centralizava seu poder sobre os fieis privando-os de possuírem um exemplar da bíblia, sob alegação que jamais poderiam entendê-la, devido a sua complexidade. Diziam ainda que o papel de ensinar as orientações de Deus era uma responsabilidade exclusiva da Igreja Católica, "comandada" pelo Papa. Lutero prega 95 Teses pessoalmente na porta da Catedral de Wittemberg. Fiéis da região passaram a ler o que havia nos papéis afixados. Em seguida, os escritos de Martin foram publicados em grande escala, atingindo assim, um maior número de pessoas, inclusive o Papa obteve rápido acesso deste material. Mais tarde Lutero é conduzido ao papa e afirmou suas teses, e suas obras são queimadas. Assim que a Igreja tomara conhecimento dos pensamentos de Lutero com respeito às "verdades" do catolicismo, o Papa Leão X designou um de seus cardeais para conversar pessoalmente sobre o assunto. Lutero respeitou tal solicitação e conversou com um representante oficial do Papado. Nesta ocasião, muitos achavam que Martin revogaria suas afirmações em respeito à Santa Igreja. Alguns de seus companheiros mais achegados o aconselharam a não desafiar Leão X, com receio à ser condenado como um herege frente a "Santa Igreja". O próprio Cardeal jamais esperava ouvir a reafirmação de Lutero sobre tudo o que já havia escutado por meio de outras pessoas e, sobretudo, pro meio de suas teses. A partir deste momento, Lutero deixou de ser considerado católico, definitivamente. Martin Lutero não ficou livre das intenções da Igreja em julgá-lo pela elaboração das 95 teses. Leão X queria um "julgamento" em Roma. O Príncipe Frederico não concordou com as intenções da Igreja e conseguiu um acordo com seu sucessor, Carlos V para que tal situação ocorresse em Wittemberg. O Imperador disse ainda seria montado um esquema de segurança para Lutero, com intuito de acompanhá-lo até os limites da região. Esta segunda parte do acordo não foi realizada por Carlos V. Foi neste momento que Frederico demonstrou seu verdadeiro apreço por Lutero, providenciando alguns de seus homens para o "capturarem" antes da Igreja. Lutero ficou escondido em nos arredores da Universidade, foi também neste momento que Lutero tomou a decisão de traduzir a Bíblia para a língua alemã. Enquanto estava escondido, Lutero ganhou tempo para traduzir a Palavra de Deus para língua alemã. Desta forma, ele esperava poder oferecer o acesso da bíblia a muitas outras pessoas que estavam verdadeiramente interessadas. Um dos exemplares fora dedicado especialmente ao Príncipe Frederico, que o aceitou de muito bom grado. Katharine Von Bora, uma freira que havia lido todo material de Lutero e queria muito o conhecer pessoalmente. Katharine foi além, casou-se com Martinho e teve filhos. Nos registros da História se encontra a rebelião armada de camponeses que ocorreu no ano 1525, na Alemanha, ou seja, pouco depois da Dieta de Worms. A causa desse levante era a situação social e econômica à qual estavam submetidos os camponeses. (A Dieta de Worms (em Alemão: Wormser Reichstag) foi uma reunião de cúpula oficial, governamental e religiosa, chefiada pelo imperador Carlos V que teve lugar na cidade de Worms (Alemanha), entre os dias 28 de Janeiro e 25 de Maio de 1521 ) Dieta de Worms é sobretudo conhecida pelas decisões que dizem respeito a Martinho Lutero e os efeitos subsequentes na Reforma Protestante. Lutero foi convocado à Dieta para desmentir suas 95 teses, no entanto ele as defendeu e pediu a reforma da Igreja Católica, entre 16 e 18 de Abril de 1521. O Feudalismo os havia reduzido a um estado de virtual “escravidão”, sem proteção das leis. Dessa forma, estimulados pela rebelião religiosa propiciada por Lutero, os camponeses ficaram mais fortes e decididos nas suas pretensões, e a Reforma se tingiu com a cor da política e o movimento social. O próprio Lutero procurou conciliar as facções, e não conseguindo, condenou a rebelião dos camponeses. Cabe destacar que a repressão dos latifundiários sobre os camponeses foi executada com crueldade. No filme, as escassas cenas de ambiente de prosperidade espiritual promovida pelo movimento de Lutero se observam na reunião dos príncipes que apóiam a causa luterana, celebrada antes do encontro com o rei Carlos V. A outra é na atitude de humildade diante do rei Carlos V, na Dieta de Ausburgo, confirmando sua decisão de não seguir as tradições católicas, ainda que essa atitude lhes custasse a própria vida.Assim sendo foi alcançada liberdade religiosa. Era o “protesto” dos príncipes, embora nas cenas permaneçam excluídas e nem sequer se faça menção da “Confissão de Ausburgo”, que contém a declaração da doutrina da salvação mediante a fé em Cristo Jesus. Ninguém duvida que Lutero tenha sido o grande reformador da Igreja; mas, que ele e só ele tenha efetuado essa obra, é, no mínimo, ignorar o papel desempenhado por dois movimentos que o precederam, cuja função foi a de aplainar sua estrada de atuação. Esses dois movimentos foram a Pré-reforma e o Humanismo. Sobre o filme na sua apresentação plena, podemos no entanto, é preciso destacar, em síntese, que o movimento de Lutero, embora tenha sido levado pelos ventos da reivindicação político-social, permitiu que o cristianismo ou os seguidores de Cristo e seu evangelho bíblico tivessem a oportunidade de conhecer o verdadeiro processo de redenção: a justificação pela fé. *Um principado é um território governado por um príncipe. É distinto de um reino, normalmente porque tem um tamanho modesto, outras vezes porque não tem soberania total.

Meus Filmes

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A Queda! As últimas horas de Hitler

Adolf Hitler era um mostro! Um indivíduo que marcou de sangue o século XX. Uma das mais desprezíveis figuras da história da humanidade. Porém, mesmo com tudo isso, não podemos receber com pedras nas mãos um projeto que humanize (um pouco, diga-se de passagem) sua figura. Até porque ele era um ser humano, ou seja, era capaz de sorrir em determinados momentos e até mesmo demonstrar afeição por uma mulher. Atitudes como estas são comuns para todo ser humano, independente de seu caráter. Uma coisa não tem nada haver com a outra. O que há de mais importante em “A Queda!” é justamente sua imparcialidade. Mesmo tendo Hitler como protagonista o longa consegue não se expor, no sentido que em momento algum defende seus ideais. Ou seja, qualquer crítica que venha receber (de anti-semita, por exemplo) é injusta. Trata-se de um dos melhores filmes já feitos que tiveram como base a 2ª Guerra Mundial (e olha que foram muitos). Não é um filme baseado em Hollywood e sim nos acontecimentos reais. Talvez por isto o filme tenha incomodado tanto. Por não ter um protagonista judeu, por não citar o exército norte-americano e por diversas outras situações. “Der Untergang” (título original) é história. Uma reconstituição dos últimos dias do Império Nazista. O longa se passa entre os dias 30 de abril e 8 de maio de 1945. Este período abrange o último aniversário de Hitler, seu casamento com Eva Braun, seu suicídio e o cessar fogo completo entre a Alemanha e as tropas vencedoras da União Soviética. O 3º Reich durou 12 anos (1933/45) e sucumbiu em apenas 12 dias, e são justamente esses últimos momentos que o filme retrata. Baseado nos livros “Der Untergang” (“No Banker de Hitler: Os Últimos Dias do 3º Reich”), de Joachim Fest, e “Bis zur letzten Stunde” (“Até a Hora Final: A Última Secretária de Hitler”), de Traudl Junge e Melissa Müller, “A Queda!” conta com uma competente direção de Oliver Hirschbiegel. O cineasta contou com a ajuda de uma equipe técnica em total sintonia e com a presença de atores de primeira grandeza no cinema europeu. O maior deles é Bruno Ganz (“Pão e Tulipas” e “Sob o Domínio do Mal”), que dá vida justamente a Adolf Hitler. Como a mais detestável figura do século passado, Ganz surge com a maior performance artística deste século!!! Tudo bem que estamos no início do século, mas sua interpretação vai ser difícil de ser superada nos próximos anos. O ator está impecável como Hitler. Ele não apenas se parece com o comandante alemão, ele consegue convencer que é Hitler. Durante os 156 minutos de projeção vocês se esquece que se trata de um filme e acompanha como se fosse um documentário, como se aquele indivíduo sendo filmado fosse realmente o pai dos nazistas. O mais impressionante em relação a performance de Bruno Ganz é o fato deste não ter sido indicado a nenhum prêmio. Meus elogios em relação a atuação de Ganz podem soar um pouco exagerados, mas pensem no desafio (físico e psíquico) que é interpretar uma figura como Adolf Hitler. Para terem uma idéia do que o ator passou para compor o personagem, saibam que Ganz se preocupou em como falar como Hitler na intimidade, longe dos discursos políticos às multidões. Segundo historiadores, o ditador falava muito baixo, e para tentar ser o mais verdadeiro possível, o ator ouviu insistentemente a única gravação sonora (sem imagens) que existe de Hitler, que foi feita na Finlândia, durante uma visita ao marechal e barão Carl Gustav Emil Mannerheim. Para aumentar o tom documental do longa e deixar o espectador ainda mais atordoado com a forma em que o carisma de Hitler tampava os olhos da população alemã na época, o diretor termina seu filme com um depoimento de Traudl Junge, retirado do documentário “Eu Fui Secretária de Hitler”. “A Queda! As Últimas Horas de Hitler” foi o filme mais caro já realizado na Alemanha (€ 13,5 milhões) e por lá foi assistido por 4,5 milhões de pessoas. O filme também fez bastante sucesso nos Estados Unidos, onde arrecadou mais de US$ 4,5 milhões, tendo sido lançado em poucas salas, e na Inglaterra, onde foi o filme de língua alemã com maior renda de toda a história, com £ 1,3 milhões arrecadados. O sucesso internacional do filme foi tanto que lhe deu uma indicação ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro (perdeu para “Mar Adentro”) e lhe garantiu distribuição em Israel, país com cerca de 280 mil sobreviventes do Holocausto. O distribuidor Nurit Shani, dono de uma rede de cinemas do país, afirmou que 91% dos presentes a uma exibição prévia de “A Queda!” aprovaram a exibição do filme em Israel. Em contrapartida o Centro de Direitos Humanos Judaico afirmou que prefere que as pessoas evitem assistir ao longa. Já vocês, leitores da Confraria, não devem deixar de assistir a esta comovente obra-prima. Trata-se de um dos melhores filmes de guerra já feitos e que conta ainda com uma atuação inesquecível de Bruno Ganz.

Davi de Michelangelo

Davi de Michelangelo

renascimento e o “Davi” de Michelangelo Bunarroti

No século XIV ao XVI o mundo passou por grandes mudanças em múltiplas áreas. Na religião, nas ciências, nas relações comerciais, sociais e políticas. O espírito de descontentamento levedava, por assim dizer, os centros do saber da época numa exacerbada crítica as aventuras vigentes nas sociedades. As cruzadas abriram caminho para contatos comerciais com o Oriente, favorecendo o fluxo de mercadorias e o crescimento do comércio. Começaram, por esse tempo, a se formar as cidades ou burgos como resultados das atividades comerciais. A figura do rei surge a partir da necessidade de unificação da moeda (entre outras coisas) para minimizar distorções no comércio realizado entre os produtores dos feudos. O senhor feudal mais poderoso de uma região, recorrido para aliviar as tensões, se encarregava não ó da moeda, mas da proteção dos feudos menores. A centralização do poder desses senhores mudará a política da Europa, essa instituição, que se forja por uma busca de unificação e normatização nas relações, chamaremos de estado moderno. A sociedade, sensivelmente transformada pela peste negra e a guerra dos cem anos passa a exigir a abolição dos laços de dependência social e da regras corporativas; há também uma falta de mão de obra, resultado da peste e da guerra. Os indivíduos se sentem como tal e competem entre si, o que determinará o sucesso será segundo Maquiavel, quatro fatores: acaso, engenho, astúcia e riqueza. Neste contexto a educação será imperativa. A capacidade criativa da personalidade humana, sua inventividade técnica na exploração da agricultura, dos mineiros, a criação da imprensa e de novos tipos de papel e de tintas, a metalurgia, da construção naval e navegações, de armamentos e guerra dão um ritmo acelerado às descobertas, inclusive de novas terras, ampliando as fontes de riquezas a novas veias de trabalho por um lado por outro lado, e por outro dando uma noção mais precisa sobre o tamanho do globo terrestre, o que por si só já representa uma quebra enorme do paradigma eclesiástico de que a terra era o centro do universo, resultando na exaltação da a capacidade do homem em vencer desafios e romper com limites impostos. Diante dessas circunstancias as experiências e a observação atenta e metódica da natureza valoriza a razão como critério de verdade cientifica. O homem, aplicado ao desenvolvimento pessoal, se torna o centro é o antropocentrismo que se afigura no cenário de um novo mundo. Características comuns do renascimento. • Resgate estético da cultura greco-romana, a busca da perfeição na confecção de escultura e pinturas. • O antropocentrismo, a valorização das capacidades artísticas e intelectuais dos seres humanos. • A ênfase da ciência e da razão, trazendo explicações racionais para aquilo que é natural e social. • A valorização dos conjuntos de princípios que valorizavam as ações humanas e valores morais tais como: respeito, justiça, honra, amor, liberdade, solidariedade e outros. O renascimento é então, por sua visão crítica á ordem vigente, e em especial ao papel da igreja romana sobre a sociedade, um movimento de revalorização da antiguidade greco-romana. Atribuíram ao período que se localizava entre o renascimento e a antiguidade o nome de era medieval. Tempo no qual se atravancou o desenvolvimento do homem, e este por mais de mil anos sob a regência da igreja (representante de Deus na terra), como uma espécie de marionete da religião. O obscurantismo, ou idade das trevas (termo cunhado por Petrarca) como ficou conhecido o período, também representou, por assim dizer, a morte do homem desafia e vence a interferência dos deuses no destino humano e se liberta como de um cativeiro. Foi um tempo caracterizado pela expressão de novas idéias técnicas, valorização da escrita, das ciências, das artes, pela busca da beleza e do conhecimento. É sob essas circunstancias que nasce no dia 6 de março de 1475, Miguel Ângelo di Lodovico Buonarroti. Foi um dos maiores representantes do renascimento. • Nascido em 6 de Março de 1475 na cidade de Crapese Itália. • Morte 18 de Fevereiro de 1564 em Roma na Itália. • Nacionalidade Italiana. • Ocupação: Escultor, arquiteto, engenheiro, poeta e pintor. • Movimento estético: Renascimento e maneirismo. • Conhecido por: Davi, teto da capela sistina e Pieta. Principais obras de Michelangelo • A fresco da capela sistina. • Criação de Adão. • Julgamento final. • Martírio de São Pedro. • Conversão de São Paulo. • Cúpula da basílica de São Pedro. • Esculturas: Davi, Leda, Moisés, e Pietá. • Retratos da família Médici. • Livro de poesias: Coletânea de rimas. • A Madona dos degraus (relevo). Sua arte se destacava pela perfeição das formas, a matemática das proporções, o uso do claro e do escuro (luz e sombra) que deixa suas pinturas quase tocáveis, embora considerasse a pintura uma arte limitada, preferia a escultura. Usava os trabalhos que fazia para expressar suas idéias. Na capela cistina, por exemplo, em volta das cenas de personagens bíblicos, cujos contextos são nitidamente de ética paternalista israelita, de moral rigorosa e juízo severo, ele as descreve com certo humor e irreverência. Estão lá apenas para mostrar a beleza e a perfeição do corpo humano, homens de corpos atléticos, às vezes gordos, mas sinuosamente delicados no rosto, corpo e posições. As mulheres são igualmente atléticas, tanto que nus só se diferenciam pela presença dos genitais masculinos e dos seios. Provavelmente isso se deva a valorização do período greco-romano, mostrava o homem como a mais perfeita obra da natureza, nos mínimos detalhes tanto nas pinturas como nas esculturas, desde a posição dos pés até os cabelos. Agora, se considerarmos que essas obras foram feitas num tempo em que as pessoas raramente ficavam nuas, às vezes até para se banhar, dá para fazer uma idéia do impacto das mesmas. Dentro das principais obras de Michelangelo, temos a estatua de Davi, a qual especificará para entender esse período tão importante. David ou Davi é uma das esculturas mais famosas do artista renascentista Michelangelo. O trabalho retrata o herói bíblico com realismo anatômico impressionante, sendo considerada uma das mais importantes obras do renascimento e do próprio autor. Essa escultura não foi feita por acaso. A historia de um rapaz, talvez adolescente em franco desenvolvimento, enfrentar um gigante e vencê-lo com uma funda e cinco pedras já é impressionante de imediato. Se o gigante fosse o mais preparado e experiente guerreiro do exercito filisteu tornaria o caso ainda chocante, e essa era a realidade no relato bíblico. Some-se a isso a crença de que alguns povos antigos entendiam que pessoas muito altas ou fortes fosse fruto da relação dos deuses (ou anjos) com as mulheres, tidos por isso como semi-deuses ou filhos dos deuses. O quadro começa a fazer sentido, o adolescente ou jovem, o que, aliás, explica a desproporção dos pés, mãos e cabeça. No período da puberdade está formando sua própria moral, seus princípios, sua ética é um contestador nato. Embora não seja um adulto já se sente capaz para enfrentar o mundo. Confia nas suas capacidades para desafiar grandes inimigos e vencê-los. Assim o movimento renascentista se encontra representado no jovem Davi que, com a funda para projetar sua munição contra o gigante o derruba e lhe corta a cabeça com uma espada. A funda no movimento pode ser tipificadas nas projeções das idéias nas mais variadas áreas do saber, nas novas práticas comerciais, no novo cenário político etc. O gigante talvez seja um símbolo apropriado da divindade (ou da igreja que a representava) desafiada e contestada em seu domínio cristão milenar. É praticamente impossível esgotar o assunto sobre Michelangelo por isso nos detemos somente sobre sua importância sobre o renascimento que foi um período muito importante para todos para eles e para nós, mesmo ficando somente no renascimento foi necessário que direcionássemos a uma obra especifica, pois não seria possível em tão pouco tempo realizar um trabalho tão ampla sobre Michelangelo. Demos à preferência a estatua de Davi que no ver do grupo tipifica de forma esplendida o renascimento se não sua totalidade, mas bastante elucidativa. O renascimento estava latente na vida de Michelangelo, até na forma de lutar pelos seus ideais, mesmo, aos 13 anos se impôs e foi para a escola de arte de Domenico Ghirlandaio, em pouco tempo foi aperfeiçoar-se no jardim do mecenas Lourenço, saindo dali quando Lourenço morreu. No ano de 1501 Michelangelo volta a Florença e então esculpi a estatua de Davi que levou aproximadamente 4 anos para ficar pronta. Grupo de Alunos do 3º Semestre de História Bibliografia - Pesquisada. Martindale, Andrew. O mundo da arte /o renascimento. Editora EXPED. Richmond, Robin. Michelangelo. Rio de Janeiro. Editora Salamandra Consultoria editorial. Site.www.sua pesquisa.com (18/03/2010 às 19:02h)

Pintura Renascimento

Pintura Renascimento

Fichamento " Uma Arte"

1808 - Laurentino Gomes

Eu sou Povo!

http://www.youtube.com/watch?v=LwYqDVndp7Y

SANKOFA

A palavra, da língua dos povos akan da África Continental, sobretudo Gana e parte da Costa do Marfim, tem uma conotação simbólica muito forte de recuperação e valorização das referências culturais africanas. A referência não deve ser entendida como uma volta ao passado, mas como fundamento de para construção de uma identidade própria, viva,tanto no presente como na perspectiva de um futuro melhor para os filhos e descendentes desse sofrido continente. A África foi vitima do maior holocausto que o mundo já conheceu, desdobrado em dois momentos: O tráfico escravista árabe dos séculos VIII e IX e o mercantilismo europeu dos séculos XV e XIX. Além do objetivo imediato ( A casa de mão de obra cativa). O holocausto europeu dos últimos 500 anos também visou à aniquilação da identidade dos filhos da África e a sua integração ao modelo ocidental. Considerado universal. Ambos os Objetivos deixaram de ser alcançados devido a resistência dos povos que foram alvos do racismo. A noção comum de racismo como um fenômeno reativo apenas à cor da pele escamoteia sua natureza mais profunda, que reside na tentativa de de desarticular um grupo humano por mio da negação de sua existência e de sua personalidade coletiva. Reduzir o africano e seus descentes à condição de “negros”, identificados apenas pela epiderme, retira deles o referencial histórico e cultural próprio. Assim sua própria condição humana é roubada. Esse processo de desumanizar os povos negros tem origem em uma história muito remota de conflito e dominação. O escravismo e o colonialismo europeus. Estes fizeram questão de identificar os africanos como negros ou kaffirs, desvinculando-os simbolicamente de sua terra. Europeus brancos intitularam-se afrikaaners presumindo-se dono dessa terra no lugar dos nativos. No contexto americano, o mesmo processo presumiu anular a auto-imagem dos africanos como gente livre e soberana vivendo em sua terra natal. Nomeando-os “ negros” nigerss, coons ou crioulos, o dominador negava-lhes a referência da terra, cultura,e história, assim reduzindo sua identidade à cor, que passara a simbolizar sua condenação à inferioridade e à escravidão. América chamada “Latina”, sofrem hoje a falta de referência histórica que lhes permitirá construir uma auto-imagem digna de respeito e auto-estima. A identidade “ negra” é calcada nas desgastadas categoria de ritmo, esporte,vestuário,e culinária.

História e Cultura Afro-brasileira- Sankofa


1)- De muitas maneiras tem se tentado impedir uma historiografia africana verdadeira e mundial; por mitos do colonialismo e o eurocentrismo, é o que iremos citar exemplos de alguns desses: A) Desarticulação de um grupo humano.Querer reduzir os africanos a condições de “negros” negar sua própria existência, retirando a sua história e cultura, roubando sua condição humana.
B) O escravismo Árabe, o mercantilismo europeu (caça de mão de obra cativa) o holocausto nos últimos quinhentos anos tentou aniquilar os filhos da África.
C) Na América “latina” hoje os “negros sofrem por lhe faltarem uma identidade e auto-estima, essa é vista pela suas categorias de ritmos: Esportes, vestuários, danças e culinárias. A “cultura negra”, definida pelos padrões da elite dominante da sociedade. Portanto muito pouco na atividade intelectual, técnica e tecnológica, científica, política, religiosa e econômica, são mais atributos de pessoas brancas exclusivo da ocidental.
D) Muitos na sociedade recebem e transmitem essa imagem implícita pela elite, e exclui o “negro”, criança, jovens e adultos, que se reproduz e lhe falta possibilidade profissional , social e econômica.
E) Há uma distorção na história dos africanos.Esses são representados como tribais , primitivos, raça inferior.Vejamos um exemplo Hegel: a África seria “uma terra da criancice, que ficou lá longe do dia da história”. “Os negros tem o sentimentos morais fracos, inexistentes”,conclui ele.
F) Outro exemplo na África antiga são as ruínas de Momomatapa, localizada no Grande Zimbábue. A construção cidade murada, império que durou trezentos anos.Muro de 250 metros extensão e quinze mil toneladas de granitos, contento cada metro 4.500 blocos de granito. À África já foi atribuída por historiadores e estudiosos a povos exógenos (são forças do exterior da Terra que alteram a paisagem) e até a extraterrestres.
G) Muitas conquistas africanas se perderam, a tradição, os costumes, as histórias por falta da escrita e pelo uso da tradição oral; também pelo holocausto sofrido, devastação de centros africanos por séculos destruídos, jovens levados a cativeiros, e o pouco que restou foram saqueados e queimados da biblioteca de Alexandria, por gregos , macedônios por não falar de romanos, então assim prevaleceu a imagem do selvagem atrasado e ignorante! E muito mais ocorreu, hieróglifos em papiros, material perecível que se destruía facilmente,sendo que é um contraste da escrita cuneiforme da antiga Suméria , ou Babilônia, registrado em matérias duráveis como pedra ou barro, contrabando de artes e artefatos, símbolos do poder político científico e religiosos levados para museus europeus.
H) Outro fator relevante foi o enfoque que europeus deram sobre tudo o que os antropólogos examinavam; grupos de uma conjuntura como se este estivesse sempre naquela condição de tribais e primitivos.

2)- Sankofa, palavra língua akan da África ocidental, sobretudo Gama é Costa do Marfim, com conotação simbólica forte, buscando recuperar a valorização das culturas Africanas. Sankofa pertence conjunto de símbolos gráficos de origem akan chamado adinka.(adeus) Sankofa significa, voltar as suas raízes e construir sobre elas o desenvolvimento, o progresso e a prosperidade de sua comunidade. Em todos os aspectos da realização humana. O ideogramas. * É uma estilização do pássaro que virá a cabeça para trás, sempre podemos retificar os nossos erros. Mesmo conceito do bando do rei e do bastão do lingüista: A sabedoria aprende com o passado para construir o presente e o futuro*ideogramas (símbolo gráfico para representar uma palavra)

3) A- podemos ver que há indícios na área da medicina que os médicos egípcios operavam tumores cerebrais, removiam cataratas. Médico do povo banyoro, conhecimentos de cesarianas e procedimentos, técnicas como: assepsia,anestesia,hemóstase, cauterização etc. Portanto não é exato atribuir a Hipócrates como sendo o “Pai da medicina”, a saber que no Egito o cientista Imhotep, cerca de 2800 a.C domina técnicas básicas da medicina, vacinação,farmacologia, assepsia, hemóstase e cauterização. “Datada de 2.600 a.C., o papiro Smith, contém capítulos sobre doenças intestinais, helmintíase, oftalmologia, dermatologia, ginecologia, obstetria, diagnóstico de gravidez, odontologia, e o tratamento cirúrgico de abscessos, tumores, fraturas e queimaduras”. Fonte: http://afrobrasileira.multiply.com/journal/item/8 Mãe África e Civilização- Elisa Larkin Nascimento

B- Além da medicina, os hieróglifos em papiros, material perecível se destruía fácil, sendo que é um contraste da escrita cuneiforme da antiga Suméria , ou Babilônia, registrado em matérias duráveis como pedra ou barro.
4)- A importância está em como vemos e aprendemos com a história, o Brasil é um País que tem um povo miscigenado, portanto todos devemos buscar o direito em comum de resgatarmos juntos também o passado,(indígena e negro), só lembrando que no caso dos Africanos esses foram esmagados, isso interrompeu no desenvolvimento do seu continente e sua história; fazendo que esses venham se empenhar,buscar suas raízes. Quanto a nós isso não nos desvincula dos africanos por todo mundo, a identidade afro-brasileira alarga uma identidade coletiva possibilitando a todos contribuir para o crescimento da nação.

Indícos de tribo perdido (Peru)

http://video.msn.com/video.aspx?mkt=pt-BR&vid=ebcf0a82-3d74-45c7-9b8a-d6228e60ef82A tribo perdida A tribo perdida

A conquista do Paraiso

Lançado no aniversário de 500 anos da descoberta da América, o filme gira em torno de Cristovão Colombo (Gerard Depardieu) e da chegada dos europeus ao Novo Mundo. A história acompanha desde os preparativos, com o navegador visionário recorrendo à coroa espanhola, até o terrível impacto da descoberta e do início da colonização sobre a população nativa. As dificuldades e temores da navegação, a perseverança de Colombo e o desafio da terra desconhecida fazem parte da aventura, que não descarta a brutalidade que envolveu os fatos.

1492 A Conquista do Paraiso

http://www.youtube.com/watch?v=cH-DYRNTIR4

Império Romano

http://www.youtube.com/watch?v=sLdoSf3Kth4

Behaviorismo - Walden Two: A Visão de Skinner

Walden Two: a visão de Skinner
Um modo pelo qual Skinner tentou transmitir sua ideia da sociedade experimental, ou em experimentação, foi descrevendo-a em seu romance Walden Two. Como ficção, o livro oferece ilustrações concretas de como uma sociedade em experimentação poderia ser. Como um ensaio que defende as virtudes de uma sociedade em experimentação, ele é indireto, porque Skinner passa seu ponto de vista através de diálogos entre seus personagens. Para apreciar o livro em toda sua extensão, é necessario interpretá-lo à luz das concepções de Skinner
Interpretação de Walden Two
O livro começa com dois professores universitários de meia-idade, Burris e Castle, decidindo visitar uma comunidade experimental localizada em uma fazenda no meio-oeste americano. Eles de defrontam com um povoado lozalizado em um pequeno pedaço de terra com um aprazível plano urbanístico, de aproximadamente mil habitantes. Os dias que lá passam são denominados pelas conversas com Frazier, o criador da comunidade, que ainda lá vive, mas que então tem uma influência apenas marginal no que diz respeito a seu funcionamento.
Uma maneira de Lê-lo é como se o livro fosse uma batalha entra Frazier e Castle para conquistar a adesão de Burris. Castle, descrito como uma pessoa confortável em seu papel acadêmico, um filósofo com excesso de peso e verbalmente beligerante, é a personificação do mentalismo. Frazier, homem de ação, é descrito como vigoroso e combativo, excessivamente autoconfiante. Ele representa a esperança em um mundo novo baseado na tecnologia comportamental. Burris, pouco à vontade em seu papel de acadêmico, descontente com a vida que leva, está aberto à persuasão. Pode-se dizer que nenhuum dos três representa Skinner, embora possamos imaginar que as discussões que acontece mentre eles, especialmente entre Frazier e Burris, poderiam se assemelhar às discussões de Skinner consigo próprio.
À medida que Frazier lhes mostra a comunidade Walden Two, Burris e Castle conhecem vários aspectos daquela cultura, suas práticas relativas à economia, governo, educação casamento e lazer. Frazier explica que as práticas são baseadas em princípios comportamentais. Castle aponta problemas e usa argumentos mentalistas que Frazier refuta. Burris vacila. Uma após a outra, as objeções à ideia de uma sociedade em experimentação são levantadas - a maioria por Castle, algumas por Burris - e respondidas.
Cada um dos aspectos de Walden Two é retratado como funcionando melhor que no Estados Unidos, de modo geral. Não há necessidade de dinheiro; as pessoas ganham crédito de trabalho por realizarem terefas úteis - mais crédito por hora em tarefas trabalhosas (como lavar janelas), menos crédito em tarefas agradáveis (como ensinar). O governo é tão sensível às manifestações de seus cidadãos que as eleições ficaram obsoletas. Ensina-se às crianças como se auto-educarem, de forma que necessitam apenas de uma leve orientação dos professores. As pessoas desfrutam de períodos enormes de lazer e os usam de maneira produtiva. O vestuário é variado. As interações sociais são diretas e carinhosas. Acima de tudo, todo mundo está contente. Burris passa eventualmente por um tipo de conversão, deixa Castle em sua viagem de volta à universidade, e retorna a Walden Two para ficar.
Walden Two é um utopia?
Claro, Walden Two parece bom demais pra ser verdade. O Livro tem sido frequentemente classificado como uma obra utópica de Thomas More, Utopia. Várias ficções desse tipo já foram escritas, em geral sobre uma comunidade pequena e isolada, onde a vida é de longe muito melhor do que no mundo que vivemos. Sob um ponto de vista superficial, Walden Two se encaixa nesse modelo.
Skinner, porém, negou que o livro fosse utópico, afirmando de pretendia descrever a ideia básica de uma sociedade experimental (em experimentação). Os detalhes concretos da economia, do governo, da vida social, e assim por diante foram incluídos somente como ilustração. Ao contrario do que ocorre em ficções utópicas típicas, nas quais esses pormenores são o ponto focal do livro, Walden Two vai além dos detalhes e mostra um método - o metódo experimental. Tomar os pormenores como recomendações de Skinner é uma interpretação equivocada do livro. Na verdade, a própria lógica da postura de Skinner, impediria que ele tivesse qualquer ideia definida acerca dos detalhes de Walden Two, porque esses detalhes deveriam evoluir com o tempo de experimentação e de seleção. Quem sabe se o sistema de crédito de trabalho, o sistema de governo por meio de consultas constantes à população ou o autodidatismo fuuncionariam? Em uma sociedade em experimentação, esses aspectos poderiam ser testados, modificados e conversavados ou descartados.
Ao longo dos anos, utópico ganhou significados adicionais como "inviável" ou "inexequível", e a obra Walden Two poderia ser chamada de utópica nesse sentido, Poder-se-ia dizer que experimentar em uma comunidade de mil pessoas é possivel, mas nunca poderia ser feito em um país com 300 milhões de pessoas, ou até mesmo em uma comunidade como Walden Two tivesse sucesso, ela sobreviveria como uma pequena ilha encerrada em si mesma. No livro, Skinner imaginou outras comunidade, semelhantes a Walden Two, brotando pelo país. Estava implícito que eventualmente, se um numero suficientemente grande de pessoas vivessem em tais comunidade, elas comecariam a influenciar o país.
É dificil saber se as suposições de Skinner se mostrarão correstas, pois as tantativas de instalar tais comunidades tiveram pouco sucesso. Uma delas, Twin Oaks, inicida na década de 1960 nos Estados Unidos, sobreviveu até a décadas de 1990; porém notícias recentes indicam que a prática da experimentação foi abandonada. Uma comunidade mexicana, Los Horcones, reteve a prática de experimentação, mas é muito pequena para ter muito influência.
Talvez o crescimento de prática de experimentação cultural não devesse ficar restrita a pequenas comunidade. Poderíamos argumentar que vários governos norte-americanos, emt todos os seus níveis, têm demonstrado uma tendência crescente, desde a crise de 1929, no sentido de realizarem experimentações com praticas culturais. Os jornais frequentemente descrevem projetos-piloto que testem novos modos de lidar com a coleta de lixo urbano, o uso de drogas, a gravidez na adolescência e o desemprego. Práticas empregadas em outras sociedades são taduzidas pa análise e possivel adoção. Um pessimista poderia apontar para o poder de grupos de interesse militantes que se opões à mudança, enquanto um otimista poderia dizer que, apesar de tudo, estamos caminhando leta e pausadamente em uma direção a uma sociedade em experimentação. Skinner provavelmente insistiria que devêssemos agir mais rápida e sistematicamente no trato de nossos problemas (comportamentais), antes que seja tarde demais.

O Prof. João Claudio Todorov fala sobre o Behaviorismo e a Análise do Comportamento

http://www.youtube.com/watch?v=PKe_b1LsU4k

Uma Verdade Inconveniente

http://www.youtube.com/watch?v=vcUhA7hG-Wc

A Historia das Coisas (Dublado)

http://www.youtube.com/watch?v=U8m4aNj0Rjk

Revolução Industrial

http://www.youtube.com/watch?v=tdBDGVI3-9o

O amor doentio de Hollywood por Che Guevara

http://www.youtube.com/watch?v=9nqncTVPc8k

Burrhus Frederic Skinner

Burrhus Frederic Skinner

Entrevista de B. F. Skinner a revista Veja (em 1974)

VEJA – EDITORA ABRIL – nº 316 – 25 DE SETEMBRO DE 1974PÁGINAS 3 a 6.ENTREVISTA: B. F. SKINNERUM PENSAMENTO POLÊMICOPARA ALGUNS, UM CHARLATÃO,E PARA OUTROS,MAIS IMPORTANTE QUE FREUD
Por Hugo Estenssoro
Dificilmente o nome de B. F. Skinner poderá provocar, no leigo, emoções de qualquer espécie. No mundo cientifico, porém, e especialmente no campo da psicologia, Skinner é sinônimo de polêmica virulenta. Polêmica sem amenidades nem deferências, na qual os campos estão brutalmente divididos em preto e branco.Para a maioria dos membros da Associação Psicológica Americana, de acordo com uma enquête feita em 1970, B. F. Skinner tornou-se a figura mais importante das ciências da mente no século XX – relegando Sigmund Freud ao segundo lugar. Fora dos Estados Unidos, todavia, ele é considerado um pseudocientista, capaz até mesmo de poluir a reputação da autentica pesquisa. Seus admiradores e seguidores vêem nele um ousado pensador arquitentando o mundo melhor do amanhã. Seus detratores o acusam de charlatão com suspeitas, e perigosas, feições fascistas.A controvertida carreira de B. F. (Burhus Frederick) Skinner começou obscuramente em 1948, com a publicação de um romance utópico, “Walden Two”(que com o tempo se converteria em livro recomendado nas universidades e mesmo num best seller de 23 edições). E somente cinco anos depois, com “Science and Human Behavior”, ele se elevaria ao posto de principal porta-voz da escola psicológica “behaviorista”, cujo objetivo é “considerar apenas os fatos que podem ser objetivamente observados no comportamento das pessoas em relação com seu meio ambiente”.Sete livros após, já com ampla reputação, instalado na cátedra de psicologia Edgar Pierce da Universidade de Harvard, Skinner escreveria o mais debatido de seus trabalhos: “Beyond Freedom and Dignity”(1972). Desafiadoramente, o titulo propunha justamente o que os críticos de Skinner haviam denunciado como resultado mais nocivo de suas teorias: um mundo (feliz, segundo Skinner, mas de pesadelo, segundo seus críticos) de homens controlados por manipulações psicológicas, “além da liberdade e da dignidade”. Embora aclamada em algumas publicações especializadas, a obra causou incontrolável revolta e uma avalancha de criticas esmagadoras – especialmente em um longo ensaio de Noam Chomski, um dos mais importantes pensadores americanos da atualidade. E Skinner decidiu publicar um novo livro pra se justificar. Sob o discreto título de “About Behaviorism”, ele começa por enunciar as vinte criticas mais freqüentemente feitas a suas idéias – e passa em seguida a refuta-las.É isso que faz, também, em parte na seguinte entrevista realizada em seu despojado escritório em Harvard. Aos 69 anos, Skinner conserva um orgulho sensitivo e nervoso que se reflete visivelmente em seu físico – ao mesmo tempo grande e frágil. Suas respostas têm sempre uma pontinha de impaciência.O homem, eliminadoDo campo das idéias
VEJA – Que fatores o levaram a formular suas teorias psicológicas?
SKINNER – O ponto de partida, acredito, foi a investigação das formas em que o comportamento – ao longo da escala zoológica – é afetado pelo meio ambiente. Minhas pesquisas, nesta direção têm ocupado mais de quarenta anos de minha vida. Passando de meios ambientes simples para outros gradualmente mais complexos, tentei observar como estes fatores afetam o comportamento animal. E, de maneira lenta mas segura, consegui progredir a ponto de explicar que o comportamento animal – tanto o humano quanto o de outras espécies – é totalmente definido pelo código genético das espécies. Isso se prova, naturalmente, através da evolução das espécies ao longo de milhões de anos, e da historia individual de cada membro de uma determinada espécie durante sua vida – a que deve somar-se, ainda, o meio ambiente em que se desenvolveram suas características individuais.
VEJA – Não seria uma visão relativamente tradicional de homem?
SKINNER – Só se considerarmos a questão superficialmente. A concepção tradicional de homem, na maior parte dos sistemas de idéias, é a de que ele mesmo se torna responsável por tudo o que faz. Certos sentimentos que ele exprime, os processos mentais eu o levam ao nível das idéias, e assim por diante. Estes conceitos, porém, têm sido superados pelo pensamento e pela ciência do nosso tempo. A “pessoa” que reside “dentro” do homem tem sido substituída pela história ambiental do individuo. Não mais falamos num ser originador, mas na sua história em relação ao ambiente ou se preferir, o mundo. Isso significa, naturalmente, que o homem como um ser criativo, tem sido eliminado do campo das idéias. Equivale a dizer que a visão tradicional do “homem autônomo”, dono de si mesmo, tem sido rejeitada. Na realidade, a idéia de autonomia do homem não passa de silogismo incorreto: dizer que uma pessoa age como quer agir não é uma verdadeira explicação de seu comportamento. Pois ainda não sabemos por que ela quis agir desta e não daquela maneira. Isso nos leva diretamente a examinar o meio ambiente como causa, como fonte de controle.Divagações sobre a lutaPela liberdade
VEJA – Seria esta, então, a origem de seu conceito pouco ortodoxo sobre a liberdade humana: o meio ambiente como fonte de controle do comportamento?
SKINNER – No caso da liberdade, acredito que a chamada “luta pela liberdade” tem sido, ao longo da nossa historia, a soma dos esforços do homem para escapar das condições adversas do meio ambiente. Isto é, das condições de vida perigosas, punitivas, irritantes, ou, para usar um termo geral, das condições adversas que determinam nossa conduta e nossas decisões. Não gostamos, por exemplo, de estar sujeitos a castigos – justos ou não – e portanto fugimos deles, ou nos comportamos de maneira que possamos evita-lo. E, quando conseguimos faze-lo, acreditamos ser livres e ter tomado a decisão de acordo com nossos desejos mais profundos. Mas o que temos descoberto em nossos estudos é que, quando uma pessoa está fazendo supostamente deseja fazer, na realidade não está fazendo o que quer. E, sim, está sendo forçada a fazê-lo por uma série de condicionamentos específicos. Nas experiências de laboratório feitas por mim, na década de 30, as conclusões eram claras: quando um determinado tipo de comportamento é castigado, as probabilidades de que esse tipo de comportamento se repita não se reduzidas de maneira alguma. Apenas se consegue, simplesmente, dar razoes ao sujeito da experiência para tratar de evitar o castigo não repetindo seus atos. É este o ponto de partida dos conceitos propostos no meu livro “Além da Liberdade e da Dignidade”. Nele eu assinalo que, se continuarmos a castigar nosso semelhantes em nome do conceito de “homem autônomo”, simplesmente estaremos perpetuando o sistema de provocar tipos de comportamento desejáveis através de técnicas punitivas. O problema é que temos medo de procurar soluções diferentes – soluções que implicariam a aceitação de que é o meio ambiente a raiz causal do comportamento e não a moral tradicional.
VEJA – Seus críticos assinalam que seu sistema de controle do comportamento apresenta um grave problema: se é tão efetivo, ou mais, quanto as causas tradicionais do nosso comportamento, há perigo de quem usará esse sistema e para que fins.
SKINNER – A questão, realmente, não é quem poderia usar o sistema. O que devemos perguntar-nos é: sob que condições o homem pode usar e abusar do poder, qualquer que seja a sua origem? Portanto, o objeto de nossa investigação deverá ser o todo da nossa estrutura cultural, pois ela torna possível que o poder, inerente à ciência do comportamento, seja usado desta ou daquela maneira. O meu ideal é um novo tipo de cultura e não um novo tipo de pessoa. O fator essencial está em estabelecer condições estruturais que tornem impossível, para qualquer pessoa, obter um poder absoluto. Tradicionalmente, historicamente, temos nos oposto aos tiranos e déspotas através de um sistema de controle do controle – o que é uma solução aceitável até certo ponto. Afinal, é esta a base da teoria da democracia. O povo controla seus governantes através de seus votos, ao mesmo tempo que os governantes controlam o povo através das leis. O problema, na minha opinião, é que esse sistema cultural pode não ser permanentemente viável, pois não estamos considerando a evolução das estruturas deste sistema e sua capacidade de enfrentar emergências futuras.
VEJA – Poderia nos dar alguns exemplos concretos da “tecnologia do comportamento” proposta pelo senhor para a criação de uma estrutura cultural controlada cientificamente?
SKINNER – O melhor exemplo é, sem duvida, o que podemos tirar do nosso sistema educativo. Normalmente, no esquema tradicional do processo educacional, da escola primaria até o ingresso na universidade, o estudante assiste às aulas só porque não ousa fazer o contrario, ou então é punido. Nossa educação é obrigatória, não damos ao estudante razões positivas para estudar; o resultado é que ele foge da aula sempre que pode. Seu objetivo é sair da escola o mais rapidamente. Mas também parece possível dar aos estudantes razões positivas, e não punitivas, para assistir às aulas. Organizar, por exemplo, um sistema de recompensas de maneira que o estudante deseje ir todos os dias à escola e aproveite sua educação. Este objetivo pode ser obtido de diversas formas. E a primeira, naturalmente, é encontrar os fatores que podem impulsioná-lo a procurar tal satisfação no estudo. Por exemplo, comida especial na hora do lanche. Ou privilégios de outras espécies, capazes de assegurar que o estudante vira a obter todos os benefícios, desde que guarde um comportamento satisfatório tato do ponto de vista pessoal como da comunidade na qual ele vive e viverá.
VEJA – O senhor é conhecido, entre outras coisas, pela sua famosa “maquina de ensinar”. Poderia explicar-nos os seus princípios gerais?
SKINNER – Embora tenha sido eu mesmo quem a batizou assim, o nome “maquina de ensinar” tem causado certa confusão. Por outra parte, se maquinas que cosem ou lavam são chamadas, respectivamente, maquinas de coser e de lavar, não vejo porque não seguir usando o termo. Feita essa observação, entre parênteses, minha “maquina de ensinar” consiste, muito simplesmente, em programar o material didático de maneira que o estudante seja recompensado pelos seus esforços não no fim do curso ou de seus estudos – o que é causa de baixa produtividade –, mas em cada uma das etapas de sua aprendizagem. Isto é, ao aprender uma lição, o aluno não é recompensado pelos seus esforços um mês depois, quando recebe a nota X, mas enquanto está trabalhando na lição. Se um aluno pode ver a resposta de um problema matemático apenas quando terminou de resolvê-lo, ele é estimulado por vários fatores: o triunfo de ter resolvido o problema corretamente ou o descobrimento da resposta correta. Se ele fica esperando a nota do professor, eu pode ter um valor punitivo, ele não tem verdadeiras razoes positivas para se interessas por problemas matemáticos. É fundamental entender que o organismo humano, em relação com o seu comportamento, é reforçado pela sua capacidade de efetividade.Para as crianças, umEstimulo positivo
VEJA – Poderia descrever a metodologia de suas pesquisas?
SKINNER – Bem, eu não faço mais pesquisas pessoalmente. Limito-me a usar o material produzido por gente mais jovem. Acho que já dei minha contribuição e estou em idade de tirar conclusões. De qualquer modo, uma experiência típica, das usadas no meu trabalho, pode ser descrita como um espaço determinado, sob completo controle do laboratorista. Este espaço contém fontes de estímulo que podem ser aplicadas ou retiradas: correntes elétricas, temperaturas variáveis, sistemas de alimentação, e assim por diante. Naturalmente, há também instrumentos para registrar as modalidades de comportamento. E, por fim, temos o que se chama “operandum”. Isto é, algo que o sujeito da experiência possa operar: uma chave, uma alavanca, ou outra coisa apropriada. O equipamento – num laboratório moderno – é altamente desenvolvido. Em termos gerais, nosso interesse fundamental está em saber a freqüência com que um organismo efetua este ou aquele ato, e assim medir a probabilidade de um determinado tipo de comportamento acontecer. A um nível superior, em pesquisas feitas com crianças (num programa em que as ensinamos a ler), elas, por exemplo, escutam uma gravação com determinadas instruções. Na página aberta de seu livro, suponhamos, poderia haver o desenho de um rato e, ao lado, duas palavras: “rato” e “mato”, unidas ao desenho com duas linhas A crianças deve marcar uma das linhas com uma caneta especial e, se a anotação for correta – aquela que leva a palavra rato -, a linha ganhará uma cor especial. Isto serve como um “reforço” imediato ao desejo de aprender da criança. O que nos leva, outra vez, ao sistema de “educação programada” desenvolvido por mim, do qual falamos anteriormente: o estudante sabe imediatamente se está certo ou não, o que cria um estimulo positivo.Os perigos do sistemaPunitivo
VEJA – Mas sistemas “punitivos” em prática não são igualmente efetivos? Afinal, os produtos do sistema educacional britânico vêm, invariavelmente, desses sistemas – e têm, uma média respeitável de capacidade profissional e intelectual.
SKINNER – Em certa medida são efetivos, sem dúvida alguma. O problema não é sua eficiência, mas o fato de que, ao lado de sua eficácia, esses sistemas proporcionam também efeitos indesejáveis. Por exemplo, quando alguém consegue se revoltar contra eles, não é sem trauma: e daí surgem os atos de violência, o crime, a apatia social. E isso pode ser visto em todo lugar entre os estudantes de hoje. Escapam da escola sempre que podem fazê-lo, atacam seus professores ou vandalizam a sala de aula – ou simplesmente tornam-se apáticos e não fazem nada. Só reagem a motivações negativas, como evitar um castigo. Não acredito que esta seja a melhor maneira de fazer as coisas. Se usarmos, ao contrario, “reforços positivos”, além de proporcionar educação – radicalmente oposta. O estudante passa a gostar de seus estudos.
VEJA – Ao contrário das condições de laboratório, o meio ambiente do nosso dia-a-dia é infinitamente complexo. Há alguma possibilidade de controlá-lo efetivamente?
SKINNER – Ocorre que nosso meio ambiente, em boa medida, já está controlado por muitos fatores, todos eles muito efetivos, mesmo se nem sempre o percebemos. Mas vamos para os exemplos: o meio ambiente industrial e comercial é controlado pelo sistema de incentivos – salários, negociações entre os empregados e empregadores, promoções. A mesma coisa na escola, com o sistema de diplomas, o uso da disciplina e outros métodos. A família, ao mesmo tempo, controla o meio ambiente íntimo da criança. Tais controles, naturalmente, não servem sempre para nossos propósitos. Mas é importante reconhecer que eles existem. Só assim podemos modificá-los de acordo com nossas necessidades e para nosso beneficio.
VEJA – Mas todos esses controles são independentes e, na maioria dos casos, conflitivos. Será possível chegar a coordená-los no meio de sua infinita complexidade?
SKINNER – É possível, sim, até certo ponto. Por exemplo, não é possível que os pais de uma criança comum sejam capazes de estabelecer condições de precisão absoluta – como num laboratório. Mas podemos lhes fornecer suficientes informações e conselhos para que consigam certos controles-chaves capazes de fazê-los dirigir sua criança a um comportamento ideal. O controle de um meio ambiente, com o propósito de provocar determinado comportamento, não precisa ser exato como o mecanismo de um relógio. Podemos obter resultados satisfatórios com ajustes de caráter apenas geral. Justamente, um dos grandes – e mais comuns – mal-entendidos a respeito de minhas idéias é o de que eu estou sugerindo o estabelecimento de controles de comportamento. Ora, nada menos certo: eu estou apenas advogando por uma racionalização e planejamento dos controles existentes, de acordo com a ciência do comportamento que estamos tentando desenvolver. Não que eu queira abolir a liberdade – no conceito humanista da palavra. Limito-me a assinalar que, na realidade, essa liberdade é ilusória, e essa ilusão tem conseqüências muito graves: não nos permite controlar os elementos que nos controlam.
VEJA – Um dos aspectos mais perturbadores de suas idéias é o papel do artista e do criador numa sociedade de comportamento controlado. Será possível produzir arte – ou arte original – nas condições impostas por uma sociedade deste tipo?
SKINNER – Certamente que sim. Você me faz essa pergunta em função do mal-entendido de que falei anteriormente: nossa sociedade atual não está livre de controles. Simplesmente não tem o tipo de controles – cientificamente organizados – que nos permitiriam uma sociedade melhor. Ora, se nossos artistas podem produzir obras de arte sob influência dos controles existentes, que não são os melhores possíveis, por que não poderão produzir grande arte sob controles de outro tipo, melhores?Um povo à beiraDa fome
VEJA – Algumas pessoas citam sistemas comunistas como exemplos de sociedades de “comportamento controlado”. Qual a sua opinião a respeito?
SKINNER – Os comunistas, pelo menos aqueles países que hoje são nominalmente comunistas, não praticam o que pregam. Mesmo assim, teoricamente, são sociedades de comportamento controlado. Mas, como eu disse referindo-me a outro tipo, oposto, de sociedade, a capitalista, a existência de controles não significa grande coisa. Todas as sociedades têm controles: a questão consiste, repito, em usar esses controles em nosso beneficio. Os controles das sociedades comunistas diferem dos controles dos países capitalistas só na direção oposta. Mas encontram-se no mesmo nível, em termos da ciência do comportamento, que os controles capitalistas. Há só uma diferença importante, e no plano teórico. Se um país como a União Soviética chegasse a realizar suas promessas mais idealísticas, haveria uma catástrofe. Kruschev prometeu ao povo soviético casa, comida e roupas gratuitas para 1980. Se isso jamais chegar a converter-se em realidade, os soviéticos não terão qualquer incentivo para trabalhar. Será o pólo oposto do caso da sociedade inglesa na época do próprio Karl Marx. Acreditava-se então que, para que o povo trabalhasse efetivamente, levando a produção ao Máximo, era necessário mantê-lo constantemente a beira da fome. Talvez essa situação extrema de controle negativo tenha influenciado Marx em sua concepção de um sistema sem incentivos imediatos (porque trabalhar “para o bem comum” não é um incentivo suficiente).
Postado por Ítalo Sobrinho

Skinner Condicionamento operante em pombos

http://www.youtube.com/watch?v=PT6qEaVIII4

Bandeira

Macunaíma

http://www.youtube.com/watch?v=SmhLlAGr8jc

Sérgio Buarque de Holanda

http://www.youtube.com/watch?v=W87JUujtrKU

Raizes do Brasil 1

http://www.youtube.com/watch?v=L5i6bTR5imE

Raizes do Brasil 2

http://www.youtube.com/watch?v=VlCtlKhVGEo

Raizes do Brasil 3

http://www.youtube.com/watch?v=sOJ0pKcl690

Olhos Azuis

http://www.youtube.com/watch?v=o_pS05t7liw

Olhos Azuis parte 2

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Olhos Azuis Parte 3

http://www.youtube.com/watch?v=MYpuQAx6jn4

Modos de Sentir