sexta-feira, 17 de abril de 2009

Alternativa ao agrotôxico (Saúde também é História)

Acaba de ser publicada uma pesquisa do Programa de Análise de Resíduos de Agrotóxicos em Alimentos, da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), com 17 alimentos oriundos de plantações submetidas ao uso de agrotóxicos. O resultado não deixa dúvidas sobre os perigos que estão incidindo sobre a saúde da população brasileira, por conta disso.

A constatação resultante das amostras (alface, batata, morango, tomate, maçã, banana, mamão, cenoura, laranja, abacaxi, arroz, cebola, feijão, manga, pimentão, repolho e uva) submetidas a exame é a existência de resíduos de agrotóxicos acima do permitido pela Anvisa, e o seu uso não autorizado para determinadas culturas. Segundo os dados, o líder de contaminação é o pimentão, vindo em seguida uva e cenoura. É certo que se registrou uma diminuição da contaminação, quando comparada com os dados de 2007, mas continua preocupante, em virtude dos danos provocados à saúde pública. O próprio Ministério da Saúde reconhece que os agrotóxicos são a segunda causa de intoxicação apresentada pela população brasileira, depois dos medicamentos.

Evidentemente, esses alimentos poderão ser consumidos, se forem descontaminados através do uso de uma solução composta por detergente e bicarbonato de sódio, depois de muito bem lavados. Mas, essa providência é tomada por pouquíssimas pessoas: seja por falta de informação, seja por não se querer perder tempo (no caso de restaurantes e hotéis inescrupulosos).

O que se necessita fazer, na verdade, é tomar uma medida radical de substituição dos agrotóxicos por defensivos agrícolas naturais, tanto por causa da saúde imediata da população, como devido aos danos que os produtos químicos causam ao meio ambiente. Isso exige a busca de alternativas consideradas saudáveis e eficazes no controle de pragas e doenças.

Na verdade, essas alternativas – defensivos agrícolas naturais - existem e podem ser utilizadas, cumprindo não apenas uma função sanitária, mas atuando também como fertilizantes agrícolas. Aqui mesmo, no Ceará, há anos assistimos à luta desigual travada pelo pesquisador José Júlio da Ponte para que seja adotado um produto retirado da mandioca - a manipueira – pesquisado por ele, e comprovadamente de alta eficácia para o combate de diversas pragas. Uma das vantagens é que, além de a mandioca ser altamente difundida no Brasil, os custos da produção são ínfimos.

Há várias outras pesquisas na mesma direção (produção de defensivos agrícolas naturais), inclusive a do pesquisador Antonio Souza Nascimento sobre o combate à mosca-das-frutas – todas necessitando o apoio do governo para se viabilizarem. Para isso, é preciso também vontade política das autoridades e disposição para enfrentar o poderoso lobby dos agrotóxicos. Espera-se que a opção seja pela saúde do povo brasileiro e pela proteção do meio ambiente.

quarta-feira, 15 de abril de 2009

História e Memória: Algumas Observações

HISTÓRIA E MEMÓRIA: ALGUMAS OBSERVAÇÕES
Raimundo Nonato Pereira Moreira •
RESUMO
O texto faz uma breve análise das relações entre História e Memória a partir das obras de Peter Burke,
Henry Rousso e Jacques Le Goff.
Palavras-Chave: Memória - História - Representações.
A Memória, no sentido primeiro da expressão, é a presença do passado. A
memória é uma construção psíquica e intelectual que acarreta de fato uma representação
seletiva do passado, que nunca é somente aquela do indivíduo, mas de um indivíduo
inserido num contexto familiar, social, nacional. Na perspectiva de Maurice Halbwachs
(1877-1945), toda memória é “coletiva”. Ou ainda, conforme Henry Rousso, “seu
atributo mais imediato é garantir a continuidade do tempo e permitir resistir à
alteridade, ao ‘tempo que muda’, as rupturas que são o destino de toda vida humana;
em suma, ela constitui – eis uma banalidade – um elemento essencial da identidade, da
percepção de si e dos outros”.(ROUSSO, 1998, pp.94-95).
Como lembrou Jacques Le Goff, foram os gregos antigos quem fizeram da
Memória uma deusa, de nome Mnemosine. Ela era a mãe das nove musas procriadas no
curso de nove noites passadas com Zeus. Mnemosine lembrava aos homens a
recordação dos heróis e dos seus grandes feitos, preside a poesia lírica. Deste modo, o
poeta era um homem possuído pela memória, um adivinho do passado, a testemunha
inspirada nos “tempos antigos”, da idade heróica e, por isso, da idade das origens.
Portanto, na mitologia grega, as musas dominavam a ciência universal e
inspiravam as chamadas artes liberais. As nove filhas de Mnemosine eram: Clio
(história), Euterpe (música), Talia (comédia), Melpômene (tragédia), Terpsícore
(dança), Erato (elegia), Polínia (poesia lírica), Urânia (astronomia) e Calíope
(eloqüência). Assim, de acordo com essa construção mítica, a história é filha da
memória. Entretanto, os cerca de vinte e cinco séculos de existência da historiografia
demonstram uma relação ambígua e tensa entre Mnemosine e Clio...
• Doutorando pela Universidade de Campinas (UNICAMP), professor do curso de Licenciatura em
História das Faculdades Jorge Amado e da Universidade Estadual da Bahia (UNEB).
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As últimas três décadas do século XX foram marcadas, entre inúmeras outras
transformações ocorridas na História, por uma reavaliação das complexas relações que
vinculam e que separam a história e a memória. Se há trinta anos atrás uma obra como
La mémoire collective (1950), de Maurice Halbwachs, não despertou um interesse
maior na comunidade dos historiadores, na década seguinte o quadro apresentou
alterações substanciais. Esse movimento de reavaliação dos elos entre a história e a
memória foi o resultado de um questionamento dos historiadores à visão tradicional
acerca dos campos supracitados, como veremos nos parágrafos seguintes.
Segundo Peter Burke (2000), a visão tradicional das relações entre a história e a
memória se apresentava sob uma forma relativamente simples: a função do historiador
era ser o guardião da memória dos acontecimentos públicos, quando escritos para
proveitos dos autores, para lhes proporcionar fama, e também em proveito da
posteridade, para aprender com o exemplo deles. Assim, para Cícero (106 a.C. -43
a.C.), a história era a vida da memória. Na mesma perspectiva, Heródoto (c. 484 a.C. -
425 a.C.), Jean Froissart (c. 1337-1410) e o Conde de Clarendon (1609-1674)
afirmaram que escreviam para manter viva a memória dos grandes fatos e feitos
notáveis.
Todavia, a explicação tradicional, na qual a memória reflete o que aconteceu na
verdade e a história espelha a memória, parece demasiado simplista na
contemporaneidade. A história e a memória passaram a se revelar cada vez mais
complexas. Lembrar o passado e escrever sobre ele não se apresentam como as
atividades inocentes que julgávamos até bem pouco tempo atrás. Tanto as histórias
quanto as memórias não mais parecem ser objetivas. Num caso como no outro, os
historiadores aprenderam a considerar fenômenos com a seleção consciente ou
inconsciente, a interpretação e a distorção.
Nos dois casos, passam a ver o processo de seleção, interpretação e distorção
como condicionado, ou pelo menos influenciado, por grupos sociais. Não é
obra de indivíduos isolados.(BURKE, 2000, p.69-70).
Coube a Maurice Halbwachs pesquisar mais detidamente o que denominou
“estrutura social da memória”, ainda na década de 1920. Segundo o sociólogo francês,
as memórias são construções dos grupos sociais. Embora sejam os indivíduos que
lembram, no sentido literal da expressão, são os grupos sociais que determinam o que é
“memorável” e as formas pelas quais será lembrado. Portanto, os indivíduos se
identificam com os acontecimentos públicos relevantes para o seu grupo. “Lembram
muito o que não viveram diretamente. Um artigo de noticiário, por exemplo, às vezes se
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torna parte da vida de uma pessoa. Daí, pode-se descrever a memória como uma
reconstrução do passado”.(BURKE, 2000, p.70).
Halbwachs estabeleceu uma clivagem entre a memória coletiva, pensada como
uma reconstrução social, e a história escrita, por ele considerada, sob os cânones
tradicionais, objetiva. Entretanto, muitos estudos históricos recentes tratam a memória
não como produto coletivo, mas de grupos sociais. Sob essa ótica, existiriam “memórias
sociais” dos senadores romanos, dos mandarins chineses, dos monges beneditinos, dos
professores universitários, etc. Por outro lado, tornou-se um lugar comum na
historiografia contemporânea sustentar que os amantes de Clio, em diferentes épocas e
lugares, consideraram diversos aspectos do passado como memoráveis (batalhas,
política, religião, economia) e apresentaram o passado de maneiras muitos distintas,
concentrando-se em fatos ou estruturas, em grandes personagens ou pessoas comuns,
conforme o ponto de vista do seu grupo social.(BURKE, 2000).
Não obstante, conforme Peter Burke, os historiadores se interessam ou precisam
se interessar pela memória, considerando dois pontos de vista: como fonte histórica e
como fenômeno histórico. Sob o primeiro aspecto, além de estudarem a memória com
fonte para a história, os historiadores devem elaborar uma crítica da reminiscência, nos
moldes da operação de análise dos documentos históricos. Na verdade, essa tarefa
começou a ser cumprida em parte nos anos sessenta, quando alguns historiadores
contemporâneos passaram a entender a relevância da história oral.
Mesmo os que trabalham com períodos anteriores têm alguma coisa a
aprender com o movimento da história oral, pois precisam estar conscientes
dos testemunhos e tradições embutidos em muitos registros históricos.
(BURKE, 2000, p.72).
No que tange ao segundo aspecto, os historiadores devem estar interessados no
que o autor denomina “história social do lembrar”. Partindo-se da premissa de que a
memória social, como a individual, é seletiva, faz-se necessário identificar os princípios
de seleção e observar como os mesmos variam de lugar para lugar, ou de um grupo para
o outro, e como se transformam na passagem do tempo. “As memórias são maleáveis, e
é necessário compreender como são concretizadas, e por quem, assim como os limites
dessa maleabilidade”.(BURKE, 2000, p.73).
Finalmente, cabe-nos ressaltar que as últimas linhas do texto canônico de
Jacques Le Goff, já citado no corpo deste trabalho, devem ser profundamente refletidas
por todos os interessados nos vínculos entre a história e a memória: “A memória, onde
cresce a história, que por sua vez a alimenta, procura salvar o passado para servir o
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presente e o futuro. Devemos trabalhar de forma que a memória coletiva sirva para
libertação e não para a servidão dos homens”.(LE GOFF, 1994, p.477).

A Especificidade da Prática Antropológica? O que é Antropologia?

a)A Especificidade da Prática Antropológica? b) O que é Antropologia?

1.a Como definir a abordagem antropológica de base?
2.a Quais as influências da Antropologia sobre outras disciplinas?
3. O que é Antropologia? Quais algumas das suas subdivisões?
4. Como se desenvolveu a Antropologia?
5. Qual a diferença entre o papel do missionário e do antropólogo?
6. Quando surgiu a Antropologia como ciência e profissão? Fale de Boas e Malinowski.
7. Descrever a observação participante.
8. Fale do etnocentrismo.
9. Desde a década de 30 até o presente quais alguns dos antropólogos e suas linhas de pesquisa que ajudaram a desenvolver a Antropologia?
10. Qual o interesse recente dos antropólogos?


Respostas:

1 a - Observação direta dos comportamentos sociais a partir de uma relação humana.
2 a - Em impregnar-se dos temas de uma sociedade, seus ideais, suas angústias.
3- Ciência social (e natural), cuja função de enorme alcance é quase um campo sem fronteiras. Subdivisões: Física, estuda a genética humana, fisiologia e biologia; Arqueologia, pesquisa origem e evolução da raça humana da biológica a social; lingüística, deriva do estudo de línguas não escritas e contribui para Psicologia, História e natureza do conhecimento humano.
4- Com o estudo dos povos sem tradição escrita, obrigando antropólogos a tentar entender língua, economia, religião, mitologia, leis como partes de um todo e não como fragmentos estanques, tornando-se generalista ao invés de especialista.
5- Missionário ensinava ideologia e fé européias a povo não-europeu, pragmático, procura conhecer povo para mudá-lo e dominá-lo. Antropólogo aprende o que o povo tem a ensinar a si e a sua sociedade.
6- No começo do século XX, com Boas nos EUA participando da 1ª grande expedição antropológica com finalidade científica, para quem Antropologia devia ser rigorosamente científica; e Malinowski foi o criador do método científico fundamental na antropologia, a observação participante, vivendo 4 anos nas Ilhas Trobriand estudou aspectos da vida dos melanésios como práticas econômicas e de trocas, relações familiares, religião, mito e poesia.
7- Requer longo período de convivência com povo estudado, implica em observar a outra cultura, envolvendo-se na vida diária do povo, aprendendo sua língua e aceitando seus costumes.
8- Crença firme na verdade da própria cultura de alguém. Idéia de que a própria cultura ou crença de cada um são a verdade ou a maneira superior de lidar com o mundo. Antropologia ensinou que é falso, pois culturas são iguais, nenhuma possui o monopólio da verdade e que todas merecem respeito.
9- Sapir com a lingüística; Mead com personalidade e cultura; Firth na Antropologia econômica; Lévi-Strauss com a análise estrutural do parentesco.
10-Pelo fenômeno urbano, envolvendo instituições urbanas com igrejas, fábricas, escolas de samba, povos ignorados pelas outras ciências sociais como favelados, mendigos, pichadores, etc.

terça-feira, 14 de abril de 2009

O Universo da Guerra dos Bárbaros no Brasil

O UNIVERSO DA GUERRA DOS BÁRBAROS NO BRASIL
Juarez Donizete Ambires


PUNTONI, Pedro. A guerra dos bárbaros. São Paulo, Fapesp/Hucitec/Edusp, 2002.


O livro de Pedro Puntoni, cujo título, em sua inteireza, é A guerra dos bárbaros: povos indígenas e a colonização do sertão nordeste do Brasil, 1650-1720, é pesquisa de erudição e seriedade, que recupera um tema de nossa história ainda pouco estudado e pertencente ao nosso colonial, fato que certamente ajudou, de algum modo, a vitimar o assunto, por conta do algo de infenso que se sente, em nosso século XIX, e mesmo depois, quanto a muitos dos acontecimentos relacionados ao período que antecede a criação de nossa nacionalidade.
Sabendo disto, Puntoni exalta o que sobre seu tema já se escreveu, mas vê-se na
contingência de apontar-lhe o parcial, o limitado da incursão, como é o caso do que a
respeito produziu Câmara Cascudo (p. 13), que se achou, por razões várias, na recorrência de circunscrever o motivo às proporções que ele alcançou no Rio Grande do Norte, sua terra natal, à ocasião dos fatos apenas Capitania do Rio Grande.
Noutra vertente, mas ainda buscando historiadores, o mesmo Puntoni chegará, para
exemplo e por fim, a Capistrano de Abreu (p. 14), voz, em nossa historiografia, de conhecimento e respeitabilidade, que, se pouco trata o tema, carrega o mérito, entretanto, de apontar o século XVII como cronologia de interesse, que necessita de se construir pela via da produção histórica, cuja consecução ele – Capistrano – gostaria de empreender.
O aludido desejo, outros historiadores, no entanto, é que o vêm concretizando e um
deles é Puntoni, estudioso que, com sua pesquisa, nos informa sobre um episódio de
guerra em nossa história e, na extensão, sobre um empreendimento de facetas e finalidades.
Assim, em seu trabalho, o pesquisador enfoca o literal de um combate que, sem o
mínimo subterfúgio, buscou o extermínio de tribos índias sublevadas (p. 45) que abalavam, na visão de autoridades e colonizadores, a seguridade da colônia no seu plano interno.
Na geografia da colônia, esse interior correspondeu ao da nossa atual região Nordeste
e nela, às dimensões de seu sertão, à época dividido em duas etapas: o chamado “sertão de fora” – mais próximo ao litoral – e o “sertão de dentro” – espaço abrangente que se estendia da Bahia ao Ceará (p. 26), contendo uma população índia numerosa e diversificada em seus grupos e designações, descendentes muitas delas dos nomes dos chefes lideres das investidas contra o colono que buscava o controle da região, por conta de questões econômicas e estratégicas.
Sempre presentes, as expectativas dos metais e pedras preciosas encaminharam colonos
e aventureiros para os espaços do interior da colônia (p. 29) e, já no século XVI, uma dinâmica de entradas havia se estabelecido, vivendo-a bandeirantes de procedências diversas.
Os acha mentos tardios, por sua vez, permitiram o estabelecimento de um hábito que,
na geografia em questão, atrelou a si gado e criadores que, apesar da adversidade da
natureza dos sítios, perceberam o seu potencial para o criatório extensivo e dele se valeram, associando o fato às lutas contra os habitantes autóctones e o seu extermínio, para a implantação dos chamados currais, estrutura que se valia de mão-de-obra pouco numerosa, mas, na contrapartida, de vastas extensões de terra que iam sendo constituição do latifúndio em meio à caatinga, cuja forragem, embora não fosse a ideal,açambarcadas para a permitia a franca passagem dos homens e animais, dispensando ainda qualquer preparo prévio para a sua utilização (p. 24).
A posse do sertão longínquo, buscar também pela necessidade de um caminho terrestre
que ligasse o Estado do Brasil ao do Maranhão e Grão-Pará (p. 27), espaços entre si de comunicação demorada e dificultosa pela via marítima, devido aos ventos e correntes adversas que, ainda hoje, são uma constante nesse litoral norte.
Mesmo achada em fins do século XVII (1695) a via terrestre ambicionada (p. 28), havia
a prerrogativa de tentar mantê-la isenta do perigo que era o selvagem sublevado, também com alguma constância presente no, à época, “Caminho do Brasil”, não bastassem os seus assaltos a localidades, nem sempre distantes do litoral (p. 102).
Em terceira instância, ainda para exemplo, a exploração do “salitre” (nitrato de prata),para a fabricação da “pólvora negra”, levou a tentativas de ocupação de pontos estratégicos do mesmo sertão, como é o caso do médio São Francisco (p. 30) ou sertão da Jacobina,geografia onde colonos e também missionários estiveram, partilhando um anseio de controle do indígena, nem sempre se valendo, contudo e para tanto, de procedimentos em grande divergência.
Acuados, assim, pelo gado e ainda outros empreendimentos menores, viram-se os
índios da vasta região (potiguares, janduís, cariris, guaianases, tarairiús e muitos outros)
na contingência de revides que, apesar de vitoriosos várias vezes e – em alguns casos por anos a fio, não possuíram graus profundos de tencionalidade ou organização, já havendo em Cascudo (p. 79) a defesa da idéia de que os mesmos índios nunca se movimentaram em confederações, tal como quiseram alguns estudiosos.
A sublevação tencionalmente organizada de índios, nessa época e nesse contexto, é,
segundo Puntoni, contructo de uma historiografia européia e de uma documentação oficial que teimaram em ver os povos elencados como unidade histórica e cultural não só em oposição ao mundo cristão litorâneo, mas a índios aliados (p. 77), os chamados “tupis”que, no imaginário do colonizador, são o contraponto ao “tapuia” (p. 66), o índio que se nega ao submeti mento e simboliza, por isto, a barbárie, o mal e um lugar que é, na visão até de missionários, o espaço da solidão e do medo: o sertão (p. 39).
Interessados na extinção do suposto perigo, articulam-se autoridades do reino e colonos,patrocinando companhias de emboscada, compostas quase sempre de marginais e
criminosos, geralmente aliciados por bandos e editais (p. 191).
Outra atuação no combate ao indígena será a constituição de “terços” (p. 182), grupos
militarizados, movidos a soldo que, sob o comando de um capitão, desenvolviam combates a grupos sublevados em pontos diversos do interior da região referida.
Versado, contudo, nesse trabalho e sempre requisitado para tal foi, em diversos episódios,o paulista, habitante da capitania mais ao sul, que se tornara, como se o disse, um especialista nas práticas de enfrentamento ao índio (p. 196), mormente o sublevado que, com sua atitude, gerava um pretexto para a “guerra justa”, motivo mais que favorável ao colonizador e seus interesses, nas paragens mais ao norte.
Impelido por seu cotidiano, o mesmo paulista assimilara os modos de vida de povos
índios e os introduzira em suas práticas de bugreiro, lançando mão, para exemplo, até das táticas de guerra do próprio insubordinado e o submetendo, fato que indica sua exemplar adaptação ou, nas palavras de Puntoni, “o seu estilo militar perfeitamente adequado às condições ecológicas do sertão” (p. 196).
Noutros termos, há também o indicativo da conveniência, para autoridades constituídas,do uso dessa sua prestação de serviços que tem em Domingos Jorge Velho e seus asseclas, entre outros, representação gabaritada (ironias à parte) que, ao longo da segunda metade do século XVII e primeiras décadas do XVIII, foi impondo a ordem do colonizador ao indígena do interior nordestino, sempre a vítima maior, como nos revela a pesquisa de Puntoni, merecedora da atenção de leitores mesmo quando ainda não era livro.

Professor do Colegiado de Letras do Centro Universitário Fundação Santo André.G

sexta-feira, 10 de abril de 2009

A História dos blogs

A história dos blogsA História dos blogs - Autor: Caio Novaes - Ano:2007/2008

Em meados de 1997, Jorn Barger, que foi autor de um dos primeiros FAQ - Frequently Asked Questions da história da internet, foi pioneiro em desenvolver um sistema onde uma pessoa poderia relatar tudo o que achasse realmente interessante na internet, e para nomear esse sistema foi utilizado o termo “weblog”.

O primeiro weblog da história ainda mantém sua forma original, podendo ser vista no site de seu criador, cujo endereço é http://robotwisdom.com, mesmo com o layout sendo considerado precário até mesmo para época, o weblog rapidamente se tornou uma sensação.

Muitas pessoas pronunciavam o “weblog” da forma que elas achavam mais conveniente, até que Peter Merholz pronunciou a palavra como se estivesse dividindo ela em duas partes, “wee-blog”, que futuramente foi encurtada, até se tornar simplesmente “Blog”.

A moda dos Blogs começou mesmo no ano de 1999, quando muitos blogueiros começaram a construir blogs para tratar sobre diversos assuntos, alguns para fazer um “diário virtual”, outros para fazer humor, política, e assim por diante, mesmo com conhecimentos intermediários em linguagens de programação e design, os blogueiros se sentiam importantes com seus blogs, eles o tratavam como jóias raras e mostravam para todo mundo como se os assuntos apresentados ali fossem algo do interesse de todos.

Nesta época, os posts, nome dado às informações adicionadas periodicamente ao blog, eram apenas links, ou seja, eram apenas pontes para um outro site, e quando um blog usava um link de outro blog, ele apontava o pioneiro como sendo o “dono do link”, com isso os blogs passaram a se autodivulgar, pois as pessoas queriam conhecer quem foi o blog que achou determinado link que estava linkado em outro blog e assim foi até que começou a surgir uma certa concorrência, os blogs mais interessantes começaram a ter muitos acessos, e acabou-se criando uma disputa, foi quando os blogueiros começaram a fazer links cada vez mais interessantes, eles não colocavam mais qualquer coisa em seus blogs, eles pesquisavam assuntos do interesse de um maior número de pessoas, e escreviam de maneira correta, eliminando palavras abreviadas usadas em chat como “vc” e escrevendo “você” por exemplo, fazendo de tudo para tentar induzir um leitor de sites a se tornar um leitor diário ou semanal do seu próprio blog.

No final do ano de 1999, tudo ficou mais fácil para pessoas que não sabiam nem o básico de linguagem de programação, ou seja, não eram expert no assunto, porém gostariam de ter um blog. Os Blogs se tornaram uma preciosa fonte de renda para empresas, que começaram a investir em sua automatização, ou seja, a partir de um template pronto e um backoffice uma pessoa leiga no assunto poderia muito bem desenvolver um blog, este backoffice seria como uma ferramenta de texto comum que ao digitar algo o sistema transformaria tudo em código Html automaticamente.

Uma das pioneiras a desenvolver um sistema para automatizar a publicação de blogs foi a empresa Blogger, uma empresa que soube como facilitar a publicação de artigos com uma interface muito simples que qualquer leigo poderia muito bem aprender e desvendar em 20 ou 30 minutos todas as suas ferramentas, sendo assim, muitas pessoas com idade acima de 12 anos já conseguiam facilmente criar o seu próprio blog, e como o custo de criação, edição e atualização era zero, o sistema de blogs se popularizou rapidamente.

Com estes sistemas totalmente gratuitos oferecidos por diversas empresas, às pessoas começaram a fazer do blog, um diário virtual, onde deixaram de colocar apenas links de sites e/ou outros blogs interessantes para escrever apenas sobre sua vida, como se fosse sua agenda pessoal que agora ficara disponível na internet, isso irritou e muito a comunidade dos antigos blogueiros, pois eles condenavam essa prática de transformar os blogs em simples “diários virtuais”, para os blogueiros mais antigos, o que caracterizava os blogs eram os links, pois era uma maneira de um blog interagir com outro sobre assuntos que talvez fosse interessante para um maior número de pessoas.

Logo no começo do ano 2000, a empresa blogger decidiu fazer de cada post uma página da web, ou seja, cada post do seu blog teria uma página só, definida por um endereço do tipo www.seublog.com.br/ano_mes_dia.html, essa inovação foi denominada “permalink” e foi muito útil para que outros interessantes sistemas fossem criados, como por exemplo o sistema de comentários, que utiliza o permalink do post para diferenciar um post do outro.

Com essa nova ferramenta de interação, ou seja, com o sistema de comentários, os blogueiros se tornaram mais escritores do que simplesmente blogueiros. Seus textos deixaram de ser apenas um texto jogado na internet para ser algo comentado por pessoas muitas vezes criticas e diretas que denunciavam até mesmo um simples erro de português, como se o seu blog tivesse a obrigação de passar uma informação seguindo os padrões de um livro, por exemplo, com direito a revisões e tudo antes de publicar um post.

No ano de 2004, surgiu uma novidade no mundo dos blogs, o feed, que nada mais é que uma ferramenta que lhe dá a oportunidade de “assinar” um blog, utilizando o endereço feed de qualquer blog é possível visualizá-lo utilizando um programa ou um leitor de feed qualquer, e tem mais, você pode repetir o processo com quantos blogs quiser, basta você ir adicionando os blogs para acompanhar as atualizações deles no mesmo lugar sem ter que visitar todos os endereços.

Os blogs rapidamente se tornaram um dos sistemas mais utilizados da internet, para se ter uma idéia, em 1999 o número de blogs não passava de 50, já no ano de 2001 eram contabilizados milhares de blogs e em 2003 eles atingiram a assombrosa média de 3 milhões de blogs, neste mesmo ano os blogs se tornaram uma febre no Brasil, e graças a esse crescimento muitas empresas decidiram traduzir seus sistemas de blogs para a língua portuguesa, oferecendo todas as ferramentas de seus sistemas originais porém adaptados para uma versão em português e de acordo com estudos, hoje são mais de 50 milhões de blogs espalhados pela rede.

Atualmente muitas empresas utilizam blogs para divulgar produtos através de um marketing viral ou simplesmente anunciando o produto via banner ou publieditoriais e outras fazem uma varredura nos blogs para saber as vontades e preferências de seus futuros consumidores para que assim possam desenvolver produtos cada vez mais ajustados ao perfil do seu consumidor.

A História dos blogs - Autor: Caio Novaes - Ano:2007/2008

quarta-feira, 1 de abril de 2009

O Egito Antigo - Fichamento

O Egito Antigo


Reino unificado

O Egito representa o primeiro reino unificado, conhecido pela sua história muito bem documentada, sofrendo desordens, descentralização, domínio estrangeiro, este sempre preservou e deu continuidade a essa unificação sendo estável, mantendo suas características essenciais.

O Povoamento do Egito

Esta é uma questão discutida por muitas décadas, a teoria mais corrente diz que por mudanças climáticas e ecológicas no norte da África, por ser o deserto do Saara região de savana, habitado por caçadores, pescadores,criadores de gados e agricultores, saíram dessa região e foram habitar as margens do rio Nilo, pois este não dependia das águas da chuva para existir, atraindo estes e outros povos para a região.

Houve uma reunião em 1974 no Cairo dedicado a questão do povoamento, não chegaram a nenhuma conclusão. Sem fruto algum, os fatos não correspondem aos dados que temos atualmente.

Irrigação

A partir do ano entre 3.300 e 3000 houve queda de chuva, então a agricultura e a pecuária, que antes tinha uma grande extensão de cada lado do rio agora passou a ser centralizado no vale do Nilo, no delta, formado pelo rio ao desembocar no mediterrâneo.

Esta terra arava e de pastos contém pântanos, vales entre desertos, então se desenvolveu um modelo de irrigação, sendo assim a agricultura nunca cessou no País.

Agricultura

A água do Nilo e dos reservatórios bastava para regar campos e hortas, o sistema hidráulico de irrigação por tanques era o responsável pela formação da agricultura e das aldeias economicamente independentes, esta irrigação foi um elemento de peso para o Egito como um reino centralizado.



Economia e Sociedade

As atividades agrícolas eram o setor fundamental da economia antiga, a vida agrícola se desenvolvia segundo um circulo bastante curto, pouco mais de meio ano apenas, nos demais meses era possível ter uma abundante mão-de-obra para atividades artesanais da aldeia, para trabalhar na irrigação e nas grandes obras estatais, como construções de templos palácios, sepulcros.

Os egípcios também tinham criação de animais (gado, aves, gado menor como ovelhas, cabras e porcos).

A agricultura e a criação eram complementadas pela pesca, onde boa parte dos peixes era secada ao sol. Eles praticavam a caça e por fim coletavam papiro para alimentação e para produção de fibras de múltiplas utilidades.

O Egito era um dos formigueiros humanos do mundo antigo ( 200 habitantes por Km ), em virtude de sua extraordinária fertilidade renovada pelas cheias do Nilo de onde dependia a vida agrícola. Quando esta faltava ou era insuficiente ocorria a fome, e muitas pessoas morriam.

Vários setores também faziam parte da economia: O artesanato, (fabricação de tijolos e de vasilhames); produção de vinho de uva e de tâmara; fiação e tecelagem do linho, industrias de couro; utilização de papiros etc.

O comercio exterior era feito por terra e sobre tudo por mar sempre controlado em sua quase totalidade pelo estado, sendo este um dos traços mais visíveis da economia egípcia.

Toda a concentração das riquezas ficava sobre o controle do rei e dos tempos que redistribuíam a mesma nos níveis superiores ( Aristocracia burocrática, sacerdotal e militar) e nos níveis inferiores para os artesões e para os trabalhadores públicos.

Portanto pode-se concluir que quase na sua totalidade a economia do Egito era controlada pelo poder monárquico.

A base de mão-de-obra do Egito eram os camponeses que viviam em aldeias e pagavam impostos ao estado. Outra mão-de-obra eram os trabalhadores permanentes que eram controlados para obra públicas criando as “ cidades operarias”. Ainda outra classe trabalhadora era os



“escravos”, mas a economia egípcia nunca foi escravista no sentido como foi a Grécia e Roma.

A Composição da Sociedade Egípcia

No vértice da hierarquia social o rei era considerado um deus, o intermediário entre o povo e outros deuses. Este tinha diversas esposas legítimas e numerosas concubinas.

A família real, os sacerdotes, os funcionários da alta hierarquia e as grandes famílias provinciais formavam a aristocracia.No reino unificado esta aristocracia foi formada de funcionários públicos, os governadores das províncias governavam o Egito.Só na 12 dinastia o poder retornou ao rei, acabando com esta aristocracia através do confisco de suas terras, porém sacerdotes, militares e funcionários públicos cercavam e ameaçavam o reino faraônico.

Aspecto da Vida Intelectual

O pensamento dos antigos egípcios tem seu caráter pré-filosófico e mítico. O raciocínio egípcio se baseava na acumulação de exemplos concretos se não em teorias gerais. Este raciocínio se esforçava em preservar a estrutura político-social vigente e a ordem cósmica,através de uma ética de rituais adequadas; este mesmo raciocínio oferecia regras ou receitas funcionais às diversas atividades.Portanto o pensamento egípcio estava interessado em preservar os estado das coisas,sendo pois, conservador e conformista, preservando sua estabilidade estrutural básica.

No raciocínio egípcio o mito explicava o mundo e os acontecimentos relacionados a ele, entendendo seu passado e seu futuro, e no poder criador da palavra e, por extensão, das imagens, dos gestos, dos símbolos em geral.

Os pensadores, os letrados, eram compostos por uma minoria (que deixaram as únicas fontes de escritas disponíveis para o estudo das opiniões e idéias do antigo Egito),estavam direta ou indiretamente comprometidos com o Estado faraônico.

Outra característica central do pensamento egípcio era a diversidade de aproximações, esgotando todos os aspectos do mundo divino ou visível, através de justaposições de imagens variadas e, para ele complementares.



A Religião

No antigo Egito a religião era a superposição e organização das divindades dos nomos, porque em cada santuário o deus local era visto como uma divindade suprema e criadora e quando ocorreu a unificação do país sentiu-se a necessidade de se explicar relação entre os deuses e hierarquizá-los.

Um aspecto muito importante da religião egípcia eram as crenças funerárias , pois acreditavam na sobrevivência após a morte. O morto era imaginado renascendo na própria tumba, que era a sua casa na eternidade, na qual recebia oferendas de comida e bebida e da qual poderia escapar por algum tempo em forma de pássaro. As crenças a vida após a morte fizeram dos túmulos egípcios os mais ricos da História humana em todos os aspectos o que foi de grande importância como fontes históricas.

Língua, Escrita e Literatura

A língua egípcia é considerada africana, com alguma influência semítica.

A escrita hieroglífica comportava signos numerosos utilizados como pictograma que é um símbolo que representa um objeto ou conceito por meio de desenhos figurativos; fonogramas que é um sinal gráfico que representa um som.

Os hieróglifos continuaram ao longo de toda a historia antiga do pais, sendo utilizados em templos, em tumulos, etc.Entretanto para um ditado ou uma escrita rápida ele não servia e foi uma forma simples da escrita hieroglífica, o hierático, que também foi simplicado e deu origem à escrita demótica.

Os textos conservados na literatura egípcia são os religiosos e funerários: textos das pirâmides,dos sarcófagos, dos Livros dos mortos, hinos a diversas divindades;outros textos são os feitos dos reis e biografias de oficiais e funcionários.

Existia também a literatura profana, como os romances curtos, poesias líricas,sátiras,etc.

A ciência faraônicaconsistiu em coletâneas de conhecimentos empíricos diversos: receitas de medicamentos,fórmulas geométricas e trigonométricas para a agrimensura e construção, etc.


Artes Plásticas

No Egito a noção de arte não era uma atividade que se autojusticava : arquitetos, escultores ou pintores viam-se como funcionários ou artesãos,que produziam objetos funcionais para uso religioso, funerário ou de outro tipo. A arte girava em todos os seus aspectos em torno dos deuses, do rei-deus e da corte.

O que podemos notar que todo o Egito girava em torno do faraó, mas o autor Ciro Flamarion S. Cardoso quis também demonstrar como era vida do povo no Egito e sua cultura.


Luiz Ernani Pereira de Faria História 1 Semestre A Manhã

Endoculturação

Endoculturação


Hoje vivemos numa sociedade moderna tecnológica, capitalista.
O ser humano entra num processo de aprender e conhecer, assimilar valores ilimitados, experiências que irão se completar com a sua morte.
Ao receber tais conhecimentos penso eu que alguns crescem e aprendem naturalmente no dia-a-dia. Por outro lado também podemos ver que outros recebem informações mas vivem como gados marcados indo para o matadouro.
Somos capazes de obter conhecimentos ilimitados através de um processo que os antropólogos chamam de endocunturação, ou seja transmissão da cultura de geração para geração.
Vejo que por um lado tem seu valor, fazendo que o homem como indivíduo dentro da sociedade possa receber tais valores e crescer dentro da mesma, reafirmando a diversidade dos processos de transmitir a sociedade e viver sua cultura e se manifestar por parte dos membros que a constituem.
Agora, por outro lado tal avanço tem trazido também conseqüências com toda a sua modernidade; Vejamos alguns exemplos: ( Quero citar três desses exemplos: Na família na educação e na sociedade).

1- As crianças desde a infância até a adolescência. As crianças estão queimando etapas de suas vidas e se tornando adolescentes muito rápidos, isso tem prejudicado seus estudos, pois muitos deixam de estudar para trabalhar, como isso também tem afetado o seu convívio familiar.

2- Falando de Educação: Agora com o novo estatuto da criança muita coisa mudou, os professores já não podem sequer chamar atenção delas... Adolescentes são tratados como crianças freqüentam escolas com armas na cintura, desrespeitando a todos.

3- A sociedade moderna, tecnológica, consumista: Os homens modernos já não conseguem muitas vezes cumprir com suas obrigações, assim acabam adquirindo dívidas devido a situação as mulheres são obrigadas a deixarem seus lares para trabalhar; Deixando seus filhos em creches o dia todo. Se alguma coisa acontece a uma criança, coitado dos profissionais que prestam tais serviços, esses profissionais trabalham sobre pressão e até mesmo com medo.

Então, por mais que a sociedade moderna contribui em vários aspectos práticos para uma nova sociedade, temos que ter os olhos e os pensamentos no futuro. O homem moderno está também contribuindo para a destruição do meio ambiente em que vivemos, florestas estão sumindo, os rios e o ar sendo cada vez mais poluídos, aumentando com isso as doenças e a pobreza; Dentro dessa sociedade cultural moderna que possamos pensar e crescer, mas com equilíbrio e bem ajustados, para vivermos melhor.
Luiz Ernani História 1 Semestre A Unicastelo

O Pensamento Selvagem - Fichamento

O PENSAMENTO SELVAGEM



A ciência do concreto: Buscando seguir os passos do autor por esse caminho fascinante que nos leva pouco a pouco entender a forma como este vê o chamado assim selvagem.
Podemos dar mais um passo e outro e aos poucos, obter uma visão mais clara. O pensamento selvagem se dá pela forma de como assim “ este” se relaciona com o seu meio natural.
De acordo com Levi-Strauss, este difere da nossa maneira de ver e pensar
e abordar o nosso conhecimento.

O homem civilizado: Segundo o pensamento do homem civilizado, o qual se utiliza das línguas às quais faltam termos para exprimir conceitos para pensamentos abstratos, que os índios eram munidos de uma pobreza intelectual imensa,pois não sabiam dar nomes às coisas que o cercavam e sim somente das coisas que lhe eram úteis, necessárias.

Sendo que o universo é o objeto do pensamento como meio de satisfazer tanto as necessidades do homem civilizado como do indígena, logo o que importa é o desejo de conhecimento.

Conhecimento indígena do seu universo: Foi constatado, através de inúmeras observações, de vários pesquisadores que conviveram com várias tribos, que cada um vivia no seu universo e este amplamente conhecido nos seus mínimos detalhes, com um alto grau de observação e experimentação bem como uma classificação de diversos temas no mundo vegetal e animal.Tudo lhe interessava,não somente o que lhe servia, mas também o que existia, pois poderia ser conhecido.

Modelo de Colônia Organizada: Ora está exigência de ordem constitui numa base fundamental, para uma sociedade em que vive altamente organizada, intelectual em qualquer que seja a classificação que esta abrangia, na ciência, na medicina, da botânica, da química, na religião, na sua cultura ambiental.

Conhecimento mágico e cientifico: São dois modos de conhecimentos desiguais quanto aos resultados teóricos e práticos, mas não devido à espécie de operações mentais que ambas supõem e que diferem menos na natureza que na função dos tipos de fenômenos aos quais são aplicados.
Luiz Ernani. História 1 Semestre A Unicastelo

A Capital da Solidão

Texto Resumo
Quem não se lembra do refrão: “moro em Jaçanã, se eu perder esse trem que sai agora às 11 horas, só amanhã de manhã”. Segundo Roberto Pompeu de Toledo, esta música famosa de Adoniram Barbosa, “Trem das Onze” é um clássico e foi no ano 2000 que ela foi escolhida pela população de São Paulo, em um concurso realizado pela Rede Globo, como sendo a música que mais representa a cidade.
As finalistas foram Trem das onze e Sampa, a primeira de Adoniram Barbosa e a segunda de Caetano Veloso.
O autor mostra que são músicas diferenciadas mas que levam seus traços em comum: o não elogio a cidade. Se o concurso fosse feito no Rio, certamente a cidade maravilhosa seria elogiada pela beleza do sol, do mar, e o céu azul sobre o Cristo do Corcovado.
As músicas falam de sentimentos estranhos que os poetas deixam fluir. Sampa, diz que alguma coisa “acontece ao cruzar a Avenida Ipiranga com a São João”, um cruzamento representando aqui o coração de uma grande cidade agitada e perturbadora, como também a música vencedora Trem das onze, fala de São Paulo mas de um bairro paulistano Jaçanã pobre distante e longe, ressaltando o sotaque e as gírias típicas e o tipo de samba diferente da cidade carioca.
Outro fator que ele explicita e que está presente na música é o homem dividindo sua fidelidade entre a amada e sua mãe, dizendo que não pode ficar mais nem um minuto por que se perder o trem que sai às onze horas só haverá outro no dia seguinte, e confessa que sua “Mãe não dorme enquanto não chegar”.


Eleita trem das onze a música que representa a cidade, talvez a identificação tenha a ver com aspectos da composição, como sotaque ou o bairro Jaçanã.
Porém o que fica evidente para o autor,é que o trem, que é o título da música, leva novamente também a idéia e semelhança sugeridas pelos cruzamentos das avenidas, pois o trem é uma máquina em movimento, como é a cidade representada, “cidade mutação, máquina”.
Percebe-se que as duas canções faz com que olhemos para a cidade à distância,sua agitação bem como a perturbação da maior cidade da América Latina.
O autor revela que São Paulo não provoca admiração como outros lugares no sentido de bom e suave, mas sim espanto, superado pela sua grandeza urbana.
Entretanto, como ele diz, nem sempre foi assim,pois desde o seu nascimento distante como vila do interior, longe das grandes metrópoles de sua época, quase ameaçada de extinção pelos seus moradores, por falta recurso e falta de futuro, nos três primeiros séculos, a vila foi de isolamento e solidão.
Só a partir de 1872 começou a mudar seu curso pela riqueza que o café veio lhe proporcionar, uma vez que se encontrava bem atrás das demais capitais brasileiras.
São Paulo, foi um lugar de especulação, pois seu desenvolvimento era incerto,e,como cita o autor era tão obscura que nasceu escondida. Não se pode conhecer a sua história sem antes olhar para a serra do Mar , muralha de 800 metros de altura, degrau de acesso ao planalto onde se desenvolveu sua grande distância escondida, hoje se locomovem milhares de automóveis formando grandes congestionamentos do Brasil se não o maior da América do Sul.
Os viajantes sobre rodas podem avistar as belezas das paisagens da mata Atlântica, das cachoeiras que se podem apreciar quando o tempo está bom.
Em suma, para Roberto Pompeu de Toledo, São Paulo, teve seu desenvolvimento atípico, explosivo, transformando-se de uma vila de pequenos moradores numa região com um aglomerado de gente vinda de diferentes partes do mundo, podendo ser bem representada pelas canções Sampa e Trem das onze.
Sampa que nos lembra o quanto ela é perturbadora, agitada, sedutora pela sua grandeza, promissora de um futuro rico e opressora e divertida como em Trem das onze.
Luiz 2º Semestre História

Literatura Infantil

Literatura Infantil

Drogas

Drogas

Curitiba Imagem

Curitiba Imagem

Brasil Contra a Violência

Brasil Contra a Violência

Linguagem Sinais

Linguagem Sinais

Multiplicadores Surdos - Prevenção HIV, Aids, DST

Pernambuco

A Escola da Ponte

Meus Filmes

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Z Costas Gravas

sinopse: Esta história é baseada no caso Lambrakis, como foi originalmente apresentada na obra Z, de Vassili Vassilikos. Em 1965, Lambrakis, um professor de medicina, é assassinado quando saía de uma manifestação de paz em praça pública, a investigação sobre sua morte acabou por revelar uma rede de escândalos, corrupção e ilegalidades na polícia e no governo na qual o líder do partido de oposição se tornou Premier. Porém, em 1967, um golpe militar derrubou o governo legal. O filme revive o assassinato e a investigação numa tentativa de demonstrar como o mecanismo da corrupção fascista pode se esconder atrás da máscara da lei e da ordem.

Meus Filmes

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Relatório Filme - A Rainha Margot

• Sinopse No século XVI um casamento de conveniência é celebrado com o intuito de manter a paz. A união entre a católica Marguerite de Valois, a rainha Margot (Isabelle Adjani), e o nobre protestante Henri de Navarre (Daniel Auteuil) tinha como meta unir duas tendências religiosas. O objetivo do casamento foi tão político que os noivos não são obrigados a dormirem juntos. As intrigas palacianas vão culminar com a Noite de São Bartolomeu, na qual milhares de protestantes foram mortos. Após isto Margot acaba se envolvendo com um protestante que está sendo perseguido. • Informações Técnicas Título no Brasil: A Rainha Margot Título Original: La Reine Margot País de Origem: França Gênero: Drama Tempo de Duração: 143 minutos Ano de Lançamento: 1994 Site Oficial: Estúdio/Distrib.: Direção: Patrice Chéreau • Elenco Isabelle Adjani .... Margot Daniel Auteuil .... Henri de Navarre Jean-Hugues Anglade .... Charles IX Vincent Perez .... La Môle Virna Lisi .... Catharina de Médici Dominique Blanc .... Henriette de Nevers Pascal Greggory .... Anjou Claudio Amendola .... Coconnas Miguel Bosé .... Guise Asia Argento .... Charlotte de Sauve Julien Rassam .... Alençon Thomas Kretschmann .... Nançay Jean-Claude Brialy .... Coligny Jean-Philippe Écoffrey .... Condé O Confronto entre huguenotes e católicos. A partir de 1550, até ao século XVII, começou-se a designar os protestantes em França por "huguenotes", principalmente os calvinistas que se caracterizavam pela crença em que todo o ser humano estava predestinado e que Deus destinou algumas almas para a salvação e outras para o mal. O termo designava no século XVI os cristãos "reformados" de Genebra, calvinistas. As crenças calvinistas radicam ainda no trabalho ser uma ordem de Deus e o sucesso material um favor por ele concedido, indo de encontro às crenças medievais de que a pobreza é uma virtude e a usura um mal diabólico, contribuindo desta forma para o crescimento do capitalismo. Assim, surgiu a célebre guerra dos huguenotes, mais conhecidas por Guerras de Religião, travadas em França no século XVI entre os protestantes e os católicos. O filme retrata a França em 1572, quando do casamento da católica Marguerite de Valois e o protestante Henri de Navarre, que procurava minimizar as disputas religiosas, mas acaba servindo de estopim para um violento massacre de protestantes conhecido como a "noite de São Bartolomeu" , que teve a conivência do rei da França Carlos IX, irmão de Margot. O filme, que retrata esse trágico acontecimento, é baseado num romance de Alexandre Dumas. A noite de São Bartolomeu, massacre de mais de 3 mil protestantes, ocorrido em 24 de agosto de 1572, marca as sangrentas lutas religiosas que atrasaram a consolidação do absolutismo francês. Esse acontecimento caracteriza a fase final da dinastia Valois, que governava a França desde a idade média. O casamento forçado entre Margot, irmã de Carlos IX (rei da França) e o protestante Henrique de Navarra (Bourbon), não paralisou as lutas religiosas entre católicos e protestantes. Com a noite de São Bartolomeu, ressurgia o combate, estimulado pelo papa, envolvendo várias regiões européias. São Bartolomeu é uma das cenas mais chocantes, onde temos a chance de olhar de uma maneira realista o confronto que pôs fim á vida de milhares de pessoas em uma das épocas mais conturbadas da história;vemos também no decorrer da trama política de Cathérine de Médici(responsável pela Noite de São Bartolomeu),o romance entre a Rainha Margot que é casada com Henrique Navarro e Lerác de La molê seu amante huguenote que são enredados na teia política de Cathérine de Médici em sua luta contra os huguenotes,nos conflitos de disputas pela coroa entre os irmãos de Margot com seu irmão mais velho o Rei Carlos em meio á crimes,traições,intrigas,incestos,paixões e um amor que resistiu á morte. Conclusão: É um filme de época. Não devemos comparar com os filmes de produções em Hollywood! É um filme até interessante. Para entendê-lo necessita ser assistido pelo menos umas três vezes, tem vários detalhes que vale a pena observar melhor. É um filme muito interessante pelo seu contexto histórico, mas que deixa muito á desejar pela mudança na adaptação da história original de Dumas, onde Margot é quase retratada como uma prostituta o que tira muito do brilho do filme. O casamento não foi realizado na catedral. O noivo protestante não deveria entrar na Notre Dame, nem assistir à missa. Diante do portal ocidental da catedral, foi construído um palco sobre o rio Sena, no qual celebrou-se o casamento. Margarida não respondeu com um "sim" à pergunta, se desejava desposar Henrique, mas fez simplesmente um aceno positivo com a cabeça. Como era comum na época, o casamento tinha motivação exclusivamente política. No século 16, o maior esteio da França não era o rei, mas sim a Igreja. E ela estava inteiramente infiltrada pela nobreza católica. Uma reforma do clero significaria, ao mesmo tempo, o constrangimento do poder dos príncipes. Há quem fale de setenta mil a cem mil mortos. Segundo relatos, os cadáveres boiaram nos rios durante meses, de modo que ninguém comia peixe. Quem deve ter ficado muito feliz com o massacre foi o papa Gregório XIII, que cunhou uma medalha comemorativa da data e encarregou Giorgio Vasari de pintar um mural celebrando o massacre.

História

História (do grego antigo historie, que significa testemunho, no sentido daquele que vê) é a ciência que estuda o Homem e sua ação no tempo e no espaço, concomitante à análise de processos e eventos ocorridos no passado. Por metonímia, o conjunto destes processos e eventos. A palavra história tem sua origem nas «investigações» de Heródoto, cujo termo em grego antigo é Ἱστορίαι (Historíai). Todavia, será Tucídides o primeiro a aplicar métodos críticos, como o cruzamento de dados e fontes diferentes.
O estudo histórico começa quando os homens encontram os elementos de sua existência nas realizações dos seus antepassados. Esse estudo, do ponto de vista europeu, divide-se em dois grandes períodos: Pré-História e História.
Os historiadores usam várias fontes de informação para construir a sucessão de processos históricos, como, por exemplo, escritos, gravações, entrevistas (História oral) e achados arqueológicos. Algumas abordagens são mais frequentes em certos períodos do que em outros e o estudo da História também acaba apresentando costumes e modismos (o historiador procura, no presente, respostas sobre o passado, ou seja, é influenciado pelo presente). (veja historiografia e História da História).
Os eventos anteriores aos registos escritos pertencem à Pré-História e as sociedades que co-existem com sociedades que já conhecem a escrita (é o caso, por exemplo, dos povos celtas da cultura de La Tène) pertencem à Proto-História.
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Ciências Sociais

As ciências sociais são um ramo do conhecimento científico que estuda os aspectos sociais do mundo humano. Diferenciam-se das artes e das humanidades pela preocupação metodológica. Os métodos das ciências sociais, como a observação participante e o survey, podem ser utilizados nas mais diversas áreas do conhecimento, não apenas na grande área das humanidades e artes, mas também nas ciências sociais aplicadas, nas ciências da terra, nas ciências agrárias, nas ciências biomédicas etc. Embora polêmica, é comum a distinção entre método quantitativo e método qualitativo.
As disciplinas do currículo mínimo das ciências sociais são: antropologia, sociologia, ciência política, metodologia científica e economia social.
As ciências sociais germinaram na Europa do século XIX, mas foi no século XX, em decorrência das obras de Karl Marx, Emile Durkheim e Max Weber que as ciências sociais se desenvolveram. O carro-chefe foi a sociologia: neologismo cunhado pelo francês Augusto Comte, seu primeiro professor.
Durkheim e seus pares se esmeraram na busca de regras de método que elevassem ao status científico o conhecimento sobre a sociedade. Marx, ao contrário, mal visto pelos seus pares, foi encontrar na classe trabalhadora sua identidade. As atrocidades das relações de trabalho da época fizeram com que ele atribuísse a esse grupo social, assim definido em relação ao sistema econômico capitalista, ora a força da transformação da sociedade, ora apenas uma peça do complexo quebra-cabeças da história. No meio-termo entre o academicismo e o militantismo, está a participação de Weber, para quem a ciência e a política são duas vocações distintas. Distintas, mas comensuráveis: ele próprio teórico da burocracia e do processo de modernização, contribuiu para a burocratização e modernização da Alemanha, ocupando cargos políticos.
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Sociologia

Mas por que o carro-chefe foi a sociologia e não a ciência política, tão antiga como o nome de Maquiavel, ou a antropologia, também anterior? A resposta há de estar no momento histórico de consolidação do novo currículo do ensino superior europeu durante o curto período de plena vigência do movimento intelectual conhecido como positivismo. Então, a nova disciplina, sociologia, veio renovar as outras duas já vigentes. Assim, um discípulo de Durkheim, Marcel Mauss, deu o tom da renovação da antropologia na França. Em um contexto diferente, o polaco Bronislaw Malinowski também contribuiu para a renovação da antropologia através do método funcionalista, que marcou uma ruptura com o viés colonialista dos estudos antropológicos até então desenvolvidos na Inglaterra.
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Antropologia

Antropologia (cuja origem etimológica deriva do grego άνθρωπος anthropos, (homem / pessoa) e λόγος (logos - razão / pensamento) é a ciência preocupada em estudar o homem e a humanidade de maneira totalizante, ou seja, abrangendo todas as suas dimensões [1]. A divisão clássica da Antropologia distingue a Antropologia Cultural da Antropologia Biológica. Cada uma destas, em sua construção abrigou diversas correntes de pensamento.
Pode-se afirmar que há poucas décadas a antropologia conquistou seu lugar entre as ciências. Primeiramente, foi considerada como a história natural e física do homem e do seu processo evolutivo, no espaço e no tempo. Se por um lado essa concepção vinha satisfazer o significado literal da palavra, por outro restringia o seu campo de estudo às características do homem físico. Essa postura marcou e limitou os estudos antropológicos por largo tempo, privilegiando a antropometria, ciência que trata das mensurações do homem fóssil e do homem vivo.
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É Justo tirar uma vida inocente?

Lutero

Lutero

Lutero no seu Tempo e o Filme

Lutero Título original: (Luther) Lançamento: 2003 (Alemanha) (EUA) Direção: Eric Till Atores: Joseph Fiennes , Alfred Molina , Bruno Ganz , Jonathan Firth , Peter Ustinov Duração: 112 minutos • título original:Luther • gênero: Biografia, Drama, História • duração:01 hs 52 min • ano de lançamento:2003 • site oficial:http://www.lutherthemovie.com/ • estúdio:NFP teleart / Eikon Film / Thrivent Financial for Lutherans • distribuidora:Casablanca Filmes • direção: Eric Till • roteiro:Bart Gavigan e Camille Thomasson • produção:Dennis A. Clauss, Brigitte Rochow, Christian P. Stehr e Alexander Thies • música:Richard Harvey • fotografia:Robert Fraisse • direção de arte:Christian Schaefer, Ralf Schreck e Václav Vohlídal • figurino:Ulla Gothe • edição:Clive Barrett • efeitos especiais:CA Scanline Production GmbH / Die Nefzers / R.S.G. Effecti Speciali S.r.l. Atores: Joseph Fiennes (Martim Lutero), Alfred Molina (Johann Tetzel),Bruno Ganz (Johann von Staupitz),Jonathan Firth (Girolamo Aleandro),Peter Ustinov (Friedrich),Claire Cox (Katharina Lutero),Uwe Ochsenknecht (Leo X),Benjamin Sadler (Georg Spalatin),Jochen Horst (Prof. Andreas Karlstadt),Torben Liebrecht (Imperador Charles V), Mathieu Carrière (Cardeal Jakob Cajetan), Marco Hofschneider (Ulrich),Maria Simon (Hanna)Herb Andress (Gunter),Lars Rudolph (Philip Melanchtlon). Lutero no seu Tempo e o Filme Início do século XVI. O Sacro Império abrange principalmente os Estados Germânicos, divididos em grandes Principados*. Em seu interior predomina o trabalho servil na terra ao mesmo tempo em que algumas cidades vivem de um comércio próspero. Apesar do termo “Império”, a situação esta longe da existência de um poder absolutista, ao contrário do que ocorre em Portugal e na Espanha. Antes da Reforma Protestante (1517), com Martinho Lutero (aliás, ele sentiu-se vocacionado ao ministério em sua juventude), vários jovens sérios e questionadores se levantaram, criticando a situação da Igreja de sua época. Os escritos e idéias de um homem de Deus, chamado John Wycliffe (professor da Universidade de Oxford na Inglaterra), que viveu de 1328 a 1384, influenciaram enormemente a vida de um jovem de menos de 20 anos, de nome Jonh Huss, que vivia em outro país, a Boêmia, na cidade de Praga (hoje, República Checa). Jonh Huss (1373 – 1415) continuou seus estudos e tornou-se reitor da Universidade de Praga. Pregava firmemente, contra a baixa moralidade dos líderes religiosos, e alcançou grande apoio do povo. Foi condenado à fogueira pelo Papa. Mas as idéias de John Huss influenciaram a Martinho Lutero (foi chamado por seus inimigos de "Huss Saxão ou Huss Alemão"), que viveu anos depois e provocou transformações serias na Igreja Cristã. Outro homem, cujas idéias influenciaram muito a Martinho Lutero, foi um rapaz de Florença, chamado Savonarola. Em 1519, assumiu o trono Carlos V, que era rei dos Países Baixos desde 1515 e rei da Espanha desde 1516. Pretendendo unificar seus vastos domínios e a instaurar uma monarquia universal católica, o Imperador foi obrigado a enfrentar os príncipes germânicos, contrários a centralização do poder. As disputas políticas envolvendo a tendência centralizadora do imperador e os interesses dos príncipes foi uma constante desde a formação do Sacro Império. Esta situação de disputa política foi aproveitada por Lutero, que atraiu os Príncipes para suas idéias reformistas, na medida em que o imperador era católico, e por sua vez pretendia utilizar o apoio da Igreja Católica para reforçar sua autoridade. Parcela significativa da burguesia também apoiou as teorias de Lutero, que reforçava o individualismo. Lançado como superprodução, com boa fotografia, figurinos, atores famosos, esse filme peca por tentar abarcar todo o processo de nascimento da Fé Luterana e conseqüentemente da Reforma, o que tornou o filme cansativo. O Lutero que nos é apresentado não tem bom senso germânico e nem impressiona pela sua religiosidade. Parece que falta fé! A narrativa parece descrever a história de um personagem político. O modo de atuar parece ser genuinamente americano, não tem a densidade psicológica do cinema alemão. O filme fica a dever, não espelha o sentimento revolucionário da Reforma! Não adianta falar apenas de "Lutero", porque ele não foi o único a participar dessa Revolução da Reforma Protestante, teve outros momentos (na qual o filme não mostra) que contribuíram para a Igreja Católica fazer a Contra Reforma. O filme foi bom até um certo ponto, mas eu acredito que Lutero foi muito mais além do que o filme quer mostrar.O filme é, definitivamente, incompleto. O final ficou bastante a desejar, tão decepcionante. Como fecho de análise desse filme o grande mérito de Lutero é valorizar, sobretudo, o aspecto religioso, sem fugir do social que intervinha sobre todo o contexto da época, gerado, principalmente, pelo jugo da igreja Romana sobre o povo, valorizado pela Revolta dos Camponeses. O próprio Lutero procurou conciliar as facções, e não conseguindo, condenou a rebelião dos camponeses. Cabe destacar que a repressão dos latifundiários sobre os camponeses foi executada com crueldade. O filme relata a vida de Martinho Lutero, um jovem alemão burguês que após quase ser atingido por um raio acreditou ter recebido um chamado divino e por isso juntou-se a um mosteiro. Sendo educado num monastério, tornou-se um monge completo de ideologias e com essas idéias lutou para transformar a igreja católica, pois criticava suas regras e a validade das indulgências (documento com o perdão dos pecados), que eram vendidos pela igreja. Martin Lutero carregou consigo, durante algum tempo, um extremo desejo de se tornar padre. Em 1507 chegou a Enfurt, na Alemanha para trabalhar como professor de Teologia na Universidade de Wittemberg que fora fundada pelo Príncipe Frederico III. Sua falta de satisfação em sua primeira missa, Lutero obteve um desequilíbrio emocional. Na verdade, dúvidas que pairavam em sua mente, começaram a ganhar força. A partir deste momento, tais questionamentos sobre a postura da Igreja Católica começaram a incomodar os conceitos de Lutero, que acreditava na existência de um caminho "gratuito" ao amor de Cristo e da salvação. No filme Lutero é enviado a Roma e aparece transitando pelas ruas, o espectador tem uma clara imagem da deplorável condição social da maioria das pessoas, consideradas súditos do rei e devotos do papa. Essa condição social pode ser expressa em dois termos: ignorância e superstição. Essas condições as desejadas pelo papado para configurar seus projetos de domínio das consciências humanas. A ignorância deixava as pessoas na incapacidade de visualizar a forma correta de aproximar-se de Deus; a superstição permitia ao papado extorqui-las com ameaças do fogo infernal. Devido à condição social das pessoas, naquele período da História e da corrupção do papado, o ambiente para uma execução reformadora dos procedimentos da Igreja e dos meios de alcançar a salvação, estava plenamente configurado. O último impulso para dar início ao movimento reformador foi determinado pela presença do representante papal, oferecendo os benefícios das indulgências. As cenas projetadas, que exibem essa condição social, impressionam ao apresentar multidões de famintos e esfarrapados, vítimas anônimas da exploração clerical, depositando nos cofres papais suas míseras moedinhas, para poderem eles e seus queridos falecidos se livrar das assaduras eternas do inferno. O próprio Lutero segue, em cena, uma longa fila para apreciar com reverência o crânio de João Batista, e na condição de penitente, ascende de joelhos sobre os degraus da “Escada de Pilatos”, aquela que, segundo o papado, Jesus subiu durante seu julgamento e que foi levada por anjos até seu lugar, em Roma. Logicamente, esses objetos como todas as relíquias dessa época eram fraudulentos, levantando em Lutero um sentimento de cólera. Em Roma o novo papa Leão X, ( Uwe Ochdenknecht ), decide financiar a construção da nova basílica de São Pedro, por intermédio da venda de indulgências que, na Alemanha, fica a cargo do monge dominicano John Tetzel. Tetzel participava do processo de inquisição da Igreja. Deslocou-se da Espanha para Wittenberg, com intuito de trazer aos fiéis uma "esperança divina", visto que o julgamento de Deus estaria próximo. Tetzel proferiu um discurso aos fiéis da região com direito a imagens do purgatório para que os "verdadeiros tementes a Deus" pudessem conhecer o seu poder, recomendando assim, a compra da "passagem" ou livramento do purgatório. Alguns moradores da região "adquiriram" seu livramento após serem convencidos pela Igreja. Essas pessoas se encontraram com Lutero, que por sua vez, se mostrava piamente contra as indulgências, mencionando que tudo não passava de papéis com dizeres de meros homens. Martin Lutero Condena ensinos errados, alegava ainda, que somente o amor de Cristo era capaz de providenciar paz de espírito, o alcance deste amor era oferecido por meio da Bíblia, gratuitamente.Pregava salvação em Cristo e não a igreja. A Igreja Católica centralizava seu poder sobre os fieis privando-os de possuírem um exemplar da bíblia, sob alegação que jamais poderiam entendê-la, devido a sua complexidade. Diziam ainda que o papel de ensinar as orientações de Deus era uma responsabilidade exclusiva da Igreja Católica, "comandada" pelo Papa. Lutero prega 95 Teses pessoalmente na porta da Catedral de Wittemberg. Fiéis da região passaram a ler o que havia nos papéis afixados. Em seguida, os escritos de Martin foram publicados em grande escala, atingindo assim, um maior número de pessoas, inclusive o Papa obteve rápido acesso deste material. Mais tarde Lutero é conduzido ao papa e afirmou suas teses, e suas obras são queimadas. Assim que a Igreja tomara conhecimento dos pensamentos de Lutero com respeito às "verdades" do catolicismo, o Papa Leão X designou um de seus cardeais para conversar pessoalmente sobre o assunto. Lutero respeitou tal solicitação e conversou com um representante oficial do Papado. Nesta ocasião, muitos achavam que Martin revogaria suas afirmações em respeito à Santa Igreja. Alguns de seus companheiros mais achegados o aconselharam a não desafiar Leão X, com receio à ser condenado como um herege frente a "Santa Igreja". O próprio Cardeal jamais esperava ouvir a reafirmação de Lutero sobre tudo o que já havia escutado por meio de outras pessoas e, sobretudo, pro meio de suas teses. A partir deste momento, Lutero deixou de ser considerado católico, definitivamente. Martin Lutero não ficou livre das intenções da Igreja em julgá-lo pela elaboração das 95 teses. Leão X queria um "julgamento" em Roma. O Príncipe Frederico não concordou com as intenções da Igreja e conseguiu um acordo com seu sucessor, Carlos V para que tal situação ocorresse em Wittemberg. O Imperador disse ainda seria montado um esquema de segurança para Lutero, com intuito de acompanhá-lo até os limites da região. Esta segunda parte do acordo não foi realizada por Carlos V. Foi neste momento que Frederico demonstrou seu verdadeiro apreço por Lutero, providenciando alguns de seus homens para o "capturarem" antes da Igreja. Lutero ficou escondido em nos arredores da Universidade, foi também neste momento que Lutero tomou a decisão de traduzir a Bíblia para a língua alemã. Enquanto estava escondido, Lutero ganhou tempo para traduzir a Palavra de Deus para língua alemã. Desta forma, ele esperava poder oferecer o acesso da bíblia a muitas outras pessoas que estavam verdadeiramente interessadas. Um dos exemplares fora dedicado especialmente ao Príncipe Frederico, que o aceitou de muito bom grado. Katharine Von Bora, uma freira que havia lido todo material de Lutero e queria muito o conhecer pessoalmente. Katharine foi além, casou-se com Martinho e teve filhos. Nos registros da História se encontra a rebelião armada de camponeses que ocorreu no ano 1525, na Alemanha, ou seja, pouco depois da Dieta de Worms. A causa desse levante era a situação social e econômica à qual estavam submetidos os camponeses. (A Dieta de Worms (em Alemão: Wormser Reichstag) foi uma reunião de cúpula oficial, governamental e religiosa, chefiada pelo imperador Carlos V que teve lugar na cidade de Worms (Alemanha), entre os dias 28 de Janeiro e 25 de Maio de 1521 ) Dieta de Worms é sobretudo conhecida pelas decisões que dizem respeito a Martinho Lutero e os efeitos subsequentes na Reforma Protestante. Lutero foi convocado à Dieta para desmentir suas 95 teses, no entanto ele as defendeu e pediu a reforma da Igreja Católica, entre 16 e 18 de Abril de 1521. O Feudalismo os havia reduzido a um estado de virtual “escravidão”, sem proteção das leis. Dessa forma, estimulados pela rebelião religiosa propiciada por Lutero, os camponeses ficaram mais fortes e decididos nas suas pretensões, e a Reforma se tingiu com a cor da política e o movimento social. O próprio Lutero procurou conciliar as facções, e não conseguindo, condenou a rebelião dos camponeses. Cabe destacar que a repressão dos latifundiários sobre os camponeses foi executada com crueldade. No filme, as escassas cenas de ambiente de prosperidade espiritual promovida pelo movimento de Lutero se observam na reunião dos príncipes que apóiam a causa luterana, celebrada antes do encontro com o rei Carlos V. A outra é na atitude de humildade diante do rei Carlos V, na Dieta de Ausburgo, confirmando sua decisão de não seguir as tradições católicas, ainda que essa atitude lhes custasse a própria vida.Assim sendo foi alcançada liberdade religiosa. Era o “protesto” dos príncipes, embora nas cenas permaneçam excluídas e nem sequer se faça menção da “Confissão de Ausburgo”, que contém a declaração da doutrina da salvação mediante a fé em Cristo Jesus. Ninguém duvida que Lutero tenha sido o grande reformador da Igreja; mas, que ele e só ele tenha efetuado essa obra, é, no mínimo, ignorar o papel desempenhado por dois movimentos que o precederam, cuja função foi a de aplainar sua estrada de atuação. Esses dois movimentos foram a Pré-reforma e o Humanismo. Sobre o filme na sua apresentação plena, podemos no entanto, é preciso destacar, em síntese, que o movimento de Lutero, embora tenha sido levado pelos ventos da reivindicação político-social, permitiu que o cristianismo ou os seguidores de Cristo e seu evangelho bíblico tivessem a oportunidade de conhecer o verdadeiro processo de redenção: a justificação pela fé. *Um principado é um território governado por um príncipe. É distinto de um reino, normalmente porque tem um tamanho modesto, outras vezes porque não tem soberania total.

Meus Filmes

Meus Filmes

A Queda! As últimas horas de Hitler

Adolf Hitler era um mostro! Um indivíduo que marcou de sangue o século XX. Uma das mais desprezíveis figuras da história da humanidade. Porém, mesmo com tudo isso, não podemos receber com pedras nas mãos um projeto que humanize (um pouco, diga-se de passagem) sua figura. Até porque ele era um ser humano, ou seja, era capaz de sorrir em determinados momentos e até mesmo demonstrar afeição por uma mulher. Atitudes como estas são comuns para todo ser humano, independente de seu caráter. Uma coisa não tem nada haver com a outra. O que há de mais importante em “A Queda!” é justamente sua imparcialidade. Mesmo tendo Hitler como protagonista o longa consegue não se expor, no sentido que em momento algum defende seus ideais. Ou seja, qualquer crítica que venha receber (de anti-semita, por exemplo) é injusta. Trata-se de um dos melhores filmes já feitos que tiveram como base a 2ª Guerra Mundial (e olha que foram muitos). Não é um filme baseado em Hollywood e sim nos acontecimentos reais. Talvez por isto o filme tenha incomodado tanto. Por não ter um protagonista judeu, por não citar o exército norte-americano e por diversas outras situações. “Der Untergang” (título original) é história. Uma reconstituição dos últimos dias do Império Nazista. O longa se passa entre os dias 30 de abril e 8 de maio de 1945. Este período abrange o último aniversário de Hitler, seu casamento com Eva Braun, seu suicídio e o cessar fogo completo entre a Alemanha e as tropas vencedoras da União Soviética. O 3º Reich durou 12 anos (1933/45) e sucumbiu em apenas 12 dias, e são justamente esses últimos momentos que o filme retrata. Baseado nos livros “Der Untergang” (“No Banker de Hitler: Os Últimos Dias do 3º Reich”), de Joachim Fest, e “Bis zur letzten Stunde” (“Até a Hora Final: A Última Secretária de Hitler”), de Traudl Junge e Melissa Müller, “A Queda!” conta com uma competente direção de Oliver Hirschbiegel. O cineasta contou com a ajuda de uma equipe técnica em total sintonia e com a presença de atores de primeira grandeza no cinema europeu. O maior deles é Bruno Ganz (“Pão e Tulipas” e “Sob o Domínio do Mal”), que dá vida justamente a Adolf Hitler. Como a mais detestável figura do século passado, Ganz surge com a maior performance artística deste século!!! Tudo bem que estamos no início do século, mas sua interpretação vai ser difícil de ser superada nos próximos anos. O ator está impecável como Hitler. Ele não apenas se parece com o comandante alemão, ele consegue convencer que é Hitler. Durante os 156 minutos de projeção vocês se esquece que se trata de um filme e acompanha como se fosse um documentário, como se aquele indivíduo sendo filmado fosse realmente o pai dos nazistas. O mais impressionante em relação a performance de Bruno Ganz é o fato deste não ter sido indicado a nenhum prêmio. Meus elogios em relação a atuação de Ganz podem soar um pouco exagerados, mas pensem no desafio (físico e psíquico) que é interpretar uma figura como Adolf Hitler. Para terem uma idéia do que o ator passou para compor o personagem, saibam que Ganz se preocupou em como falar como Hitler na intimidade, longe dos discursos políticos às multidões. Segundo historiadores, o ditador falava muito baixo, e para tentar ser o mais verdadeiro possível, o ator ouviu insistentemente a única gravação sonora (sem imagens) que existe de Hitler, que foi feita na Finlândia, durante uma visita ao marechal e barão Carl Gustav Emil Mannerheim. Para aumentar o tom documental do longa e deixar o espectador ainda mais atordoado com a forma em que o carisma de Hitler tampava os olhos da população alemã na época, o diretor termina seu filme com um depoimento de Traudl Junge, retirado do documentário “Eu Fui Secretária de Hitler”. “A Queda! As Últimas Horas de Hitler” foi o filme mais caro já realizado na Alemanha (€ 13,5 milhões) e por lá foi assistido por 4,5 milhões de pessoas. O filme também fez bastante sucesso nos Estados Unidos, onde arrecadou mais de US$ 4,5 milhões, tendo sido lançado em poucas salas, e na Inglaterra, onde foi o filme de língua alemã com maior renda de toda a história, com £ 1,3 milhões arrecadados. O sucesso internacional do filme foi tanto que lhe deu uma indicação ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro (perdeu para “Mar Adentro”) e lhe garantiu distribuição em Israel, país com cerca de 280 mil sobreviventes do Holocausto. O distribuidor Nurit Shani, dono de uma rede de cinemas do país, afirmou que 91% dos presentes a uma exibição prévia de “A Queda!” aprovaram a exibição do filme em Israel. Em contrapartida o Centro de Direitos Humanos Judaico afirmou que prefere que as pessoas evitem assistir ao longa. Já vocês, leitores da Confraria, não devem deixar de assistir a esta comovente obra-prima. Trata-se de um dos melhores filmes de guerra já feitos e que conta ainda com uma atuação inesquecível de Bruno Ganz.

Davi de Michelangelo

Davi de Michelangelo

renascimento e o “Davi” de Michelangelo Bunarroti

No século XIV ao XVI o mundo passou por grandes mudanças em múltiplas áreas. Na religião, nas ciências, nas relações comerciais, sociais e políticas. O espírito de descontentamento levedava, por assim dizer, os centros do saber da época numa exacerbada crítica as aventuras vigentes nas sociedades. As cruzadas abriram caminho para contatos comerciais com o Oriente, favorecendo o fluxo de mercadorias e o crescimento do comércio. Começaram, por esse tempo, a se formar as cidades ou burgos como resultados das atividades comerciais. A figura do rei surge a partir da necessidade de unificação da moeda (entre outras coisas) para minimizar distorções no comércio realizado entre os produtores dos feudos. O senhor feudal mais poderoso de uma região, recorrido para aliviar as tensões, se encarregava não ó da moeda, mas da proteção dos feudos menores. A centralização do poder desses senhores mudará a política da Europa, essa instituição, que se forja por uma busca de unificação e normatização nas relações, chamaremos de estado moderno. A sociedade, sensivelmente transformada pela peste negra e a guerra dos cem anos passa a exigir a abolição dos laços de dependência social e da regras corporativas; há também uma falta de mão de obra, resultado da peste e da guerra. Os indivíduos se sentem como tal e competem entre si, o que determinará o sucesso será segundo Maquiavel, quatro fatores: acaso, engenho, astúcia e riqueza. Neste contexto a educação será imperativa. A capacidade criativa da personalidade humana, sua inventividade técnica na exploração da agricultura, dos mineiros, a criação da imprensa e de novos tipos de papel e de tintas, a metalurgia, da construção naval e navegações, de armamentos e guerra dão um ritmo acelerado às descobertas, inclusive de novas terras, ampliando as fontes de riquezas a novas veias de trabalho por um lado por outro lado, e por outro dando uma noção mais precisa sobre o tamanho do globo terrestre, o que por si só já representa uma quebra enorme do paradigma eclesiástico de que a terra era o centro do universo, resultando na exaltação da a capacidade do homem em vencer desafios e romper com limites impostos. Diante dessas circunstancias as experiências e a observação atenta e metódica da natureza valoriza a razão como critério de verdade cientifica. O homem, aplicado ao desenvolvimento pessoal, se torna o centro é o antropocentrismo que se afigura no cenário de um novo mundo. Características comuns do renascimento. • Resgate estético da cultura greco-romana, a busca da perfeição na confecção de escultura e pinturas. • O antropocentrismo, a valorização das capacidades artísticas e intelectuais dos seres humanos. • A ênfase da ciência e da razão, trazendo explicações racionais para aquilo que é natural e social. • A valorização dos conjuntos de princípios que valorizavam as ações humanas e valores morais tais como: respeito, justiça, honra, amor, liberdade, solidariedade e outros. O renascimento é então, por sua visão crítica á ordem vigente, e em especial ao papel da igreja romana sobre a sociedade, um movimento de revalorização da antiguidade greco-romana. Atribuíram ao período que se localizava entre o renascimento e a antiguidade o nome de era medieval. Tempo no qual se atravancou o desenvolvimento do homem, e este por mais de mil anos sob a regência da igreja (representante de Deus na terra), como uma espécie de marionete da religião. O obscurantismo, ou idade das trevas (termo cunhado por Petrarca) como ficou conhecido o período, também representou, por assim dizer, a morte do homem desafia e vence a interferência dos deuses no destino humano e se liberta como de um cativeiro. Foi um tempo caracterizado pela expressão de novas idéias técnicas, valorização da escrita, das ciências, das artes, pela busca da beleza e do conhecimento. É sob essas circunstancias que nasce no dia 6 de março de 1475, Miguel Ângelo di Lodovico Buonarroti. Foi um dos maiores representantes do renascimento. • Nascido em 6 de Março de 1475 na cidade de Crapese Itália. • Morte 18 de Fevereiro de 1564 em Roma na Itália. • Nacionalidade Italiana. • Ocupação: Escultor, arquiteto, engenheiro, poeta e pintor. • Movimento estético: Renascimento e maneirismo. • Conhecido por: Davi, teto da capela sistina e Pieta. Principais obras de Michelangelo • A fresco da capela sistina. • Criação de Adão. • Julgamento final. • Martírio de São Pedro. • Conversão de São Paulo. • Cúpula da basílica de São Pedro. • Esculturas: Davi, Leda, Moisés, e Pietá. • Retratos da família Médici. • Livro de poesias: Coletânea de rimas. • A Madona dos degraus (relevo). Sua arte se destacava pela perfeição das formas, a matemática das proporções, o uso do claro e do escuro (luz e sombra) que deixa suas pinturas quase tocáveis, embora considerasse a pintura uma arte limitada, preferia a escultura. Usava os trabalhos que fazia para expressar suas idéias. Na capela cistina, por exemplo, em volta das cenas de personagens bíblicos, cujos contextos são nitidamente de ética paternalista israelita, de moral rigorosa e juízo severo, ele as descreve com certo humor e irreverência. Estão lá apenas para mostrar a beleza e a perfeição do corpo humano, homens de corpos atléticos, às vezes gordos, mas sinuosamente delicados no rosto, corpo e posições. As mulheres são igualmente atléticas, tanto que nus só se diferenciam pela presença dos genitais masculinos e dos seios. Provavelmente isso se deva a valorização do período greco-romano, mostrava o homem como a mais perfeita obra da natureza, nos mínimos detalhes tanto nas pinturas como nas esculturas, desde a posição dos pés até os cabelos. Agora, se considerarmos que essas obras foram feitas num tempo em que as pessoas raramente ficavam nuas, às vezes até para se banhar, dá para fazer uma idéia do impacto das mesmas. Dentro das principais obras de Michelangelo, temos a estatua de Davi, a qual especificará para entender esse período tão importante. David ou Davi é uma das esculturas mais famosas do artista renascentista Michelangelo. O trabalho retrata o herói bíblico com realismo anatômico impressionante, sendo considerada uma das mais importantes obras do renascimento e do próprio autor. Essa escultura não foi feita por acaso. A historia de um rapaz, talvez adolescente em franco desenvolvimento, enfrentar um gigante e vencê-lo com uma funda e cinco pedras já é impressionante de imediato. Se o gigante fosse o mais preparado e experiente guerreiro do exercito filisteu tornaria o caso ainda chocante, e essa era a realidade no relato bíblico. Some-se a isso a crença de que alguns povos antigos entendiam que pessoas muito altas ou fortes fosse fruto da relação dos deuses (ou anjos) com as mulheres, tidos por isso como semi-deuses ou filhos dos deuses. O quadro começa a fazer sentido, o adolescente ou jovem, o que, aliás, explica a desproporção dos pés, mãos e cabeça. No período da puberdade está formando sua própria moral, seus princípios, sua ética é um contestador nato. Embora não seja um adulto já se sente capaz para enfrentar o mundo. Confia nas suas capacidades para desafiar grandes inimigos e vencê-los. Assim o movimento renascentista se encontra representado no jovem Davi que, com a funda para projetar sua munição contra o gigante o derruba e lhe corta a cabeça com uma espada. A funda no movimento pode ser tipificadas nas projeções das idéias nas mais variadas áreas do saber, nas novas práticas comerciais, no novo cenário político etc. O gigante talvez seja um símbolo apropriado da divindade (ou da igreja que a representava) desafiada e contestada em seu domínio cristão milenar. É praticamente impossível esgotar o assunto sobre Michelangelo por isso nos detemos somente sobre sua importância sobre o renascimento que foi um período muito importante para todos para eles e para nós, mesmo ficando somente no renascimento foi necessário que direcionássemos a uma obra especifica, pois não seria possível em tão pouco tempo realizar um trabalho tão ampla sobre Michelangelo. Demos à preferência a estatua de Davi que no ver do grupo tipifica de forma esplendida o renascimento se não sua totalidade, mas bastante elucidativa. O renascimento estava latente na vida de Michelangelo, até na forma de lutar pelos seus ideais, mesmo, aos 13 anos se impôs e foi para a escola de arte de Domenico Ghirlandaio, em pouco tempo foi aperfeiçoar-se no jardim do mecenas Lourenço, saindo dali quando Lourenço morreu. No ano de 1501 Michelangelo volta a Florença e então esculpi a estatua de Davi que levou aproximadamente 4 anos para ficar pronta. Grupo de Alunos do 3º Semestre de História Bibliografia - Pesquisada. Martindale, Andrew. O mundo da arte /o renascimento. Editora EXPED. Richmond, Robin. Michelangelo. Rio de Janeiro. Editora Salamandra Consultoria editorial. Site.www.sua pesquisa.com (18/03/2010 às 19:02h)

Pintura Renascimento

Pintura Renascimento

Fichamento " Uma Arte"

1808 - Laurentino Gomes

Eu sou Povo!

http://www.youtube.com/watch?v=LwYqDVndp7Y

SANKOFA

A palavra, da língua dos povos akan da África Continental, sobretudo Gana e parte da Costa do Marfim, tem uma conotação simbólica muito forte de recuperação e valorização das referências culturais africanas. A referência não deve ser entendida como uma volta ao passado, mas como fundamento de para construção de uma identidade própria, viva,tanto no presente como na perspectiva de um futuro melhor para os filhos e descendentes desse sofrido continente. A África foi vitima do maior holocausto que o mundo já conheceu, desdobrado em dois momentos: O tráfico escravista árabe dos séculos VIII e IX e o mercantilismo europeu dos séculos XV e XIX. Além do objetivo imediato ( A casa de mão de obra cativa). O holocausto europeu dos últimos 500 anos também visou à aniquilação da identidade dos filhos da África e a sua integração ao modelo ocidental. Considerado universal. Ambos os Objetivos deixaram de ser alcançados devido a resistência dos povos que foram alvos do racismo. A noção comum de racismo como um fenômeno reativo apenas à cor da pele escamoteia sua natureza mais profunda, que reside na tentativa de de desarticular um grupo humano por mio da negação de sua existência e de sua personalidade coletiva. Reduzir o africano e seus descentes à condição de “negros”, identificados apenas pela epiderme, retira deles o referencial histórico e cultural próprio. Assim sua própria condição humana é roubada. Esse processo de desumanizar os povos negros tem origem em uma história muito remota de conflito e dominação. O escravismo e o colonialismo europeus. Estes fizeram questão de identificar os africanos como negros ou kaffirs, desvinculando-os simbolicamente de sua terra. Europeus brancos intitularam-se afrikaaners presumindo-se dono dessa terra no lugar dos nativos. No contexto americano, o mesmo processo presumiu anular a auto-imagem dos africanos como gente livre e soberana vivendo em sua terra natal. Nomeando-os “ negros” nigerss, coons ou crioulos, o dominador negava-lhes a referência da terra, cultura,e história, assim reduzindo sua identidade à cor, que passara a simbolizar sua condenação à inferioridade e à escravidão. América chamada “Latina”, sofrem hoje a falta de referência histórica que lhes permitirá construir uma auto-imagem digna de respeito e auto-estima. A identidade “ negra” é calcada nas desgastadas categoria de ritmo, esporte,vestuário,e culinária.

História e Cultura Afro-brasileira- Sankofa


1)- De muitas maneiras tem se tentado impedir uma historiografia africana verdadeira e mundial; por mitos do colonialismo e o eurocentrismo, é o que iremos citar exemplos de alguns desses: A) Desarticulação de um grupo humano.Querer reduzir os africanos a condições de “negros” negar sua própria existência, retirando a sua história e cultura, roubando sua condição humana.
B) O escravismo Árabe, o mercantilismo europeu (caça de mão de obra cativa) o holocausto nos últimos quinhentos anos tentou aniquilar os filhos da África.
C) Na América “latina” hoje os “negros sofrem por lhe faltarem uma identidade e auto-estima, essa é vista pela suas categorias de ritmos: Esportes, vestuários, danças e culinárias. A “cultura negra”, definida pelos padrões da elite dominante da sociedade. Portanto muito pouco na atividade intelectual, técnica e tecnológica, científica, política, religiosa e econômica, são mais atributos de pessoas brancas exclusivo da ocidental.
D) Muitos na sociedade recebem e transmitem essa imagem implícita pela elite, e exclui o “negro”, criança, jovens e adultos, que se reproduz e lhe falta possibilidade profissional , social e econômica.
E) Há uma distorção na história dos africanos.Esses são representados como tribais , primitivos, raça inferior.Vejamos um exemplo Hegel: a África seria “uma terra da criancice, que ficou lá longe do dia da história”. “Os negros tem o sentimentos morais fracos, inexistentes”,conclui ele.
F) Outro exemplo na África antiga são as ruínas de Momomatapa, localizada no Grande Zimbábue. A construção cidade murada, império que durou trezentos anos.Muro de 250 metros extensão e quinze mil toneladas de granitos, contento cada metro 4.500 blocos de granito. À África já foi atribuída por historiadores e estudiosos a povos exógenos (são forças do exterior da Terra que alteram a paisagem) e até a extraterrestres.
G) Muitas conquistas africanas se perderam, a tradição, os costumes, as histórias por falta da escrita e pelo uso da tradição oral; também pelo holocausto sofrido, devastação de centros africanos por séculos destruídos, jovens levados a cativeiros, e o pouco que restou foram saqueados e queimados da biblioteca de Alexandria, por gregos , macedônios por não falar de romanos, então assim prevaleceu a imagem do selvagem atrasado e ignorante! E muito mais ocorreu, hieróglifos em papiros, material perecível que se destruía facilmente,sendo que é um contraste da escrita cuneiforme da antiga Suméria , ou Babilônia, registrado em matérias duráveis como pedra ou barro, contrabando de artes e artefatos, símbolos do poder político científico e religiosos levados para museus europeus.
H) Outro fator relevante foi o enfoque que europeus deram sobre tudo o que os antropólogos examinavam; grupos de uma conjuntura como se este estivesse sempre naquela condição de tribais e primitivos.

2)- Sankofa, palavra língua akan da África ocidental, sobretudo Gama é Costa do Marfim, com conotação simbólica forte, buscando recuperar a valorização das culturas Africanas. Sankofa pertence conjunto de símbolos gráficos de origem akan chamado adinka.(adeus) Sankofa significa, voltar as suas raízes e construir sobre elas o desenvolvimento, o progresso e a prosperidade de sua comunidade. Em todos os aspectos da realização humana. O ideogramas. * É uma estilização do pássaro que virá a cabeça para trás, sempre podemos retificar os nossos erros. Mesmo conceito do bando do rei e do bastão do lingüista: A sabedoria aprende com o passado para construir o presente e o futuro*ideogramas (símbolo gráfico para representar uma palavra)

3) A- podemos ver que há indícios na área da medicina que os médicos egípcios operavam tumores cerebrais, removiam cataratas. Médico do povo banyoro, conhecimentos de cesarianas e procedimentos, técnicas como: assepsia,anestesia,hemóstase, cauterização etc. Portanto não é exato atribuir a Hipócrates como sendo o “Pai da medicina”, a saber que no Egito o cientista Imhotep, cerca de 2800 a.C domina técnicas básicas da medicina, vacinação,farmacologia, assepsia, hemóstase e cauterização. “Datada de 2.600 a.C., o papiro Smith, contém capítulos sobre doenças intestinais, helmintíase, oftalmologia, dermatologia, ginecologia, obstetria, diagnóstico de gravidez, odontologia, e o tratamento cirúrgico de abscessos, tumores, fraturas e queimaduras”. Fonte: http://afrobrasileira.multiply.com/journal/item/8 Mãe África e Civilização- Elisa Larkin Nascimento

B- Além da medicina, os hieróglifos em papiros, material perecível se destruía fácil, sendo que é um contraste da escrita cuneiforme da antiga Suméria , ou Babilônia, registrado em matérias duráveis como pedra ou barro.
4)- A importância está em como vemos e aprendemos com a história, o Brasil é um País que tem um povo miscigenado, portanto todos devemos buscar o direito em comum de resgatarmos juntos também o passado,(indígena e negro), só lembrando que no caso dos Africanos esses foram esmagados, isso interrompeu no desenvolvimento do seu continente e sua história; fazendo que esses venham se empenhar,buscar suas raízes. Quanto a nós isso não nos desvincula dos africanos por todo mundo, a identidade afro-brasileira alarga uma identidade coletiva possibilitando a todos contribuir para o crescimento da nação.

Indícos de tribo perdido (Peru)

http://video.msn.com/video.aspx?mkt=pt-BR&vid=ebcf0a82-3d74-45c7-9b8a-d6228e60ef82A tribo perdida A tribo perdida

A conquista do Paraiso

Lançado no aniversário de 500 anos da descoberta da América, o filme gira em torno de Cristovão Colombo (Gerard Depardieu) e da chegada dos europeus ao Novo Mundo. A história acompanha desde os preparativos, com o navegador visionário recorrendo à coroa espanhola, até o terrível impacto da descoberta e do início da colonização sobre a população nativa. As dificuldades e temores da navegação, a perseverança de Colombo e o desafio da terra desconhecida fazem parte da aventura, que não descarta a brutalidade que envolveu os fatos.

1492 A Conquista do Paraiso

http://www.youtube.com/watch?v=cH-DYRNTIR4

Império Romano

http://www.youtube.com/watch?v=sLdoSf3Kth4

Behaviorismo - Walden Two: A Visão de Skinner

Walden Two: a visão de Skinner
Um modo pelo qual Skinner tentou transmitir sua ideia da sociedade experimental, ou em experimentação, foi descrevendo-a em seu romance Walden Two. Como ficção, o livro oferece ilustrações concretas de como uma sociedade em experimentação poderia ser. Como um ensaio que defende as virtudes de uma sociedade em experimentação, ele é indireto, porque Skinner passa seu ponto de vista através de diálogos entre seus personagens. Para apreciar o livro em toda sua extensão, é necessario interpretá-lo à luz das concepções de Skinner
Interpretação de Walden Two
O livro começa com dois professores universitários de meia-idade, Burris e Castle, decidindo visitar uma comunidade experimental localizada em uma fazenda no meio-oeste americano. Eles de defrontam com um povoado lozalizado em um pequeno pedaço de terra com um aprazível plano urbanístico, de aproximadamente mil habitantes. Os dias que lá passam são denominados pelas conversas com Frazier, o criador da comunidade, que ainda lá vive, mas que então tem uma influência apenas marginal no que diz respeito a seu funcionamento.
Uma maneira de Lê-lo é como se o livro fosse uma batalha entra Frazier e Castle para conquistar a adesão de Burris. Castle, descrito como uma pessoa confortável em seu papel acadêmico, um filósofo com excesso de peso e verbalmente beligerante, é a personificação do mentalismo. Frazier, homem de ação, é descrito como vigoroso e combativo, excessivamente autoconfiante. Ele representa a esperança em um mundo novo baseado na tecnologia comportamental. Burris, pouco à vontade em seu papel de acadêmico, descontente com a vida que leva, está aberto à persuasão. Pode-se dizer que nenhuum dos três representa Skinner, embora possamos imaginar que as discussões que acontece mentre eles, especialmente entre Frazier e Burris, poderiam se assemelhar às discussões de Skinner consigo próprio.
À medida que Frazier lhes mostra a comunidade Walden Two, Burris e Castle conhecem vários aspectos daquela cultura, suas práticas relativas à economia, governo, educação casamento e lazer. Frazier explica que as práticas são baseadas em princípios comportamentais. Castle aponta problemas e usa argumentos mentalistas que Frazier refuta. Burris vacila. Uma após a outra, as objeções à ideia de uma sociedade em experimentação são levantadas - a maioria por Castle, algumas por Burris - e respondidas.
Cada um dos aspectos de Walden Two é retratado como funcionando melhor que no Estados Unidos, de modo geral. Não há necessidade de dinheiro; as pessoas ganham crédito de trabalho por realizarem terefas úteis - mais crédito por hora em tarefas trabalhosas (como lavar janelas), menos crédito em tarefas agradáveis (como ensinar). O governo é tão sensível às manifestações de seus cidadãos que as eleições ficaram obsoletas. Ensina-se às crianças como se auto-educarem, de forma que necessitam apenas de uma leve orientação dos professores. As pessoas desfrutam de períodos enormes de lazer e os usam de maneira produtiva. O vestuário é variado. As interações sociais são diretas e carinhosas. Acima de tudo, todo mundo está contente. Burris passa eventualmente por um tipo de conversão, deixa Castle em sua viagem de volta à universidade, e retorna a Walden Two para ficar.
Walden Two é um utopia?
Claro, Walden Two parece bom demais pra ser verdade. O Livro tem sido frequentemente classificado como uma obra utópica de Thomas More, Utopia. Várias ficções desse tipo já foram escritas, em geral sobre uma comunidade pequena e isolada, onde a vida é de longe muito melhor do que no mundo que vivemos. Sob um ponto de vista superficial, Walden Two se encaixa nesse modelo.
Skinner, porém, negou que o livro fosse utópico, afirmando de pretendia descrever a ideia básica de uma sociedade experimental (em experimentação). Os detalhes concretos da economia, do governo, da vida social, e assim por diante foram incluídos somente como ilustração. Ao contrario do que ocorre em ficções utópicas típicas, nas quais esses pormenores são o ponto focal do livro, Walden Two vai além dos detalhes e mostra um método - o metódo experimental. Tomar os pormenores como recomendações de Skinner é uma interpretação equivocada do livro. Na verdade, a própria lógica da postura de Skinner, impediria que ele tivesse qualquer ideia definida acerca dos detalhes de Walden Two, porque esses detalhes deveriam evoluir com o tempo de experimentação e de seleção. Quem sabe se o sistema de crédito de trabalho, o sistema de governo por meio de consultas constantes à população ou o autodidatismo fuuncionariam? Em uma sociedade em experimentação, esses aspectos poderiam ser testados, modificados e conversavados ou descartados.
Ao longo dos anos, utópico ganhou significados adicionais como "inviável" ou "inexequível", e a obra Walden Two poderia ser chamada de utópica nesse sentido, Poder-se-ia dizer que experimentar em uma comunidade de mil pessoas é possivel, mas nunca poderia ser feito em um país com 300 milhões de pessoas, ou até mesmo em uma comunidade como Walden Two tivesse sucesso, ela sobreviveria como uma pequena ilha encerrada em si mesma. No livro, Skinner imaginou outras comunidade, semelhantes a Walden Two, brotando pelo país. Estava implícito que eventualmente, se um numero suficientemente grande de pessoas vivessem em tais comunidade, elas comecariam a influenciar o país.
É dificil saber se as suposições de Skinner se mostrarão correstas, pois as tantativas de instalar tais comunidades tiveram pouco sucesso. Uma delas, Twin Oaks, inicida na década de 1960 nos Estados Unidos, sobreviveu até a décadas de 1990; porém notícias recentes indicam que a prática da experimentação foi abandonada. Uma comunidade mexicana, Los Horcones, reteve a prática de experimentação, mas é muito pequena para ter muito influência.
Talvez o crescimento de prática de experimentação cultural não devesse ficar restrita a pequenas comunidade. Poderíamos argumentar que vários governos norte-americanos, emt todos os seus níveis, têm demonstrado uma tendência crescente, desde a crise de 1929, no sentido de realizarem experimentações com praticas culturais. Os jornais frequentemente descrevem projetos-piloto que testem novos modos de lidar com a coleta de lixo urbano, o uso de drogas, a gravidez na adolescência e o desemprego. Práticas empregadas em outras sociedades são taduzidas pa análise e possivel adoção. Um pessimista poderia apontar para o poder de grupos de interesse militantes que se opões à mudança, enquanto um otimista poderia dizer que, apesar de tudo, estamos caminhando leta e pausadamente em uma direção a uma sociedade em experimentação. Skinner provavelmente insistiria que devêssemos agir mais rápida e sistematicamente no trato de nossos problemas (comportamentais), antes que seja tarde demais.

O Prof. João Claudio Todorov fala sobre o Behaviorismo e a Análise do Comportamento

http://www.youtube.com/watch?v=PKe_b1LsU4k

Uma Verdade Inconveniente

http://www.youtube.com/watch?v=vcUhA7hG-Wc

A Historia das Coisas (Dublado)

http://www.youtube.com/watch?v=U8m4aNj0Rjk

Revolução Industrial

http://www.youtube.com/watch?v=tdBDGVI3-9o

O amor doentio de Hollywood por Che Guevara

http://www.youtube.com/watch?v=9nqncTVPc8k

Burrhus Frederic Skinner

Burrhus Frederic Skinner

Entrevista de B. F. Skinner a revista Veja (em 1974)

VEJA – EDITORA ABRIL – nº 316 – 25 DE SETEMBRO DE 1974PÁGINAS 3 a 6.ENTREVISTA: B. F. SKINNERUM PENSAMENTO POLÊMICOPARA ALGUNS, UM CHARLATÃO,E PARA OUTROS,MAIS IMPORTANTE QUE FREUD
Por Hugo Estenssoro
Dificilmente o nome de B. F. Skinner poderá provocar, no leigo, emoções de qualquer espécie. No mundo cientifico, porém, e especialmente no campo da psicologia, Skinner é sinônimo de polêmica virulenta. Polêmica sem amenidades nem deferências, na qual os campos estão brutalmente divididos em preto e branco.Para a maioria dos membros da Associação Psicológica Americana, de acordo com uma enquête feita em 1970, B. F. Skinner tornou-se a figura mais importante das ciências da mente no século XX – relegando Sigmund Freud ao segundo lugar. Fora dos Estados Unidos, todavia, ele é considerado um pseudocientista, capaz até mesmo de poluir a reputação da autentica pesquisa. Seus admiradores e seguidores vêem nele um ousado pensador arquitentando o mundo melhor do amanhã. Seus detratores o acusam de charlatão com suspeitas, e perigosas, feições fascistas.A controvertida carreira de B. F. (Burhus Frederick) Skinner começou obscuramente em 1948, com a publicação de um romance utópico, “Walden Two”(que com o tempo se converteria em livro recomendado nas universidades e mesmo num best seller de 23 edições). E somente cinco anos depois, com “Science and Human Behavior”, ele se elevaria ao posto de principal porta-voz da escola psicológica “behaviorista”, cujo objetivo é “considerar apenas os fatos que podem ser objetivamente observados no comportamento das pessoas em relação com seu meio ambiente”.Sete livros após, já com ampla reputação, instalado na cátedra de psicologia Edgar Pierce da Universidade de Harvard, Skinner escreveria o mais debatido de seus trabalhos: “Beyond Freedom and Dignity”(1972). Desafiadoramente, o titulo propunha justamente o que os críticos de Skinner haviam denunciado como resultado mais nocivo de suas teorias: um mundo (feliz, segundo Skinner, mas de pesadelo, segundo seus críticos) de homens controlados por manipulações psicológicas, “além da liberdade e da dignidade”. Embora aclamada em algumas publicações especializadas, a obra causou incontrolável revolta e uma avalancha de criticas esmagadoras – especialmente em um longo ensaio de Noam Chomski, um dos mais importantes pensadores americanos da atualidade. E Skinner decidiu publicar um novo livro pra se justificar. Sob o discreto título de “About Behaviorism”, ele começa por enunciar as vinte criticas mais freqüentemente feitas a suas idéias – e passa em seguida a refuta-las.É isso que faz, também, em parte na seguinte entrevista realizada em seu despojado escritório em Harvard. Aos 69 anos, Skinner conserva um orgulho sensitivo e nervoso que se reflete visivelmente em seu físico – ao mesmo tempo grande e frágil. Suas respostas têm sempre uma pontinha de impaciência.O homem, eliminadoDo campo das idéias
VEJA – Que fatores o levaram a formular suas teorias psicológicas?
SKINNER – O ponto de partida, acredito, foi a investigação das formas em que o comportamento – ao longo da escala zoológica – é afetado pelo meio ambiente. Minhas pesquisas, nesta direção têm ocupado mais de quarenta anos de minha vida. Passando de meios ambientes simples para outros gradualmente mais complexos, tentei observar como estes fatores afetam o comportamento animal. E, de maneira lenta mas segura, consegui progredir a ponto de explicar que o comportamento animal – tanto o humano quanto o de outras espécies – é totalmente definido pelo código genético das espécies. Isso se prova, naturalmente, através da evolução das espécies ao longo de milhões de anos, e da historia individual de cada membro de uma determinada espécie durante sua vida – a que deve somar-se, ainda, o meio ambiente em que se desenvolveram suas características individuais.
VEJA – Não seria uma visão relativamente tradicional de homem?
SKINNER – Só se considerarmos a questão superficialmente. A concepção tradicional de homem, na maior parte dos sistemas de idéias, é a de que ele mesmo se torna responsável por tudo o que faz. Certos sentimentos que ele exprime, os processos mentais eu o levam ao nível das idéias, e assim por diante. Estes conceitos, porém, têm sido superados pelo pensamento e pela ciência do nosso tempo. A “pessoa” que reside “dentro” do homem tem sido substituída pela história ambiental do individuo. Não mais falamos num ser originador, mas na sua história em relação ao ambiente ou se preferir, o mundo. Isso significa, naturalmente, que o homem como um ser criativo, tem sido eliminado do campo das idéias. Equivale a dizer que a visão tradicional do “homem autônomo”, dono de si mesmo, tem sido rejeitada. Na realidade, a idéia de autonomia do homem não passa de silogismo incorreto: dizer que uma pessoa age como quer agir não é uma verdadeira explicação de seu comportamento. Pois ainda não sabemos por que ela quis agir desta e não daquela maneira. Isso nos leva diretamente a examinar o meio ambiente como causa, como fonte de controle.Divagações sobre a lutaPela liberdade
VEJA – Seria esta, então, a origem de seu conceito pouco ortodoxo sobre a liberdade humana: o meio ambiente como fonte de controle do comportamento?
SKINNER – No caso da liberdade, acredito que a chamada “luta pela liberdade” tem sido, ao longo da nossa historia, a soma dos esforços do homem para escapar das condições adversas do meio ambiente. Isto é, das condições de vida perigosas, punitivas, irritantes, ou, para usar um termo geral, das condições adversas que determinam nossa conduta e nossas decisões. Não gostamos, por exemplo, de estar sujeitos a castigos – justos ou não – e portanto fugimos deles, ou nos comportamos de maneira que possamos evita-lo. E, quando conseguimos faze-lo, acreditamos ser livres e ter tomado a decisão de acordo com nossos desejos mais profundos. Mas o que temos descoberto em nossos estudos é que, quando uma pessoa está fazendo supostamente deseja fazer, na realidade não está fazendo o que quer. E, sim, está sendo forçada a fazê-lo por uma série de condicionamentos específicos. Nas experiências de laboratório feitas por mim, na década de 30, as conclusões eram claras: quando um determinado tipo de comportamento é castigado, as probabilidades de que esse tipo de comportamento se repita não se reduzidas de maneira alguma. Apenas se consegue, simplesmente, dar razoes ao sujeito da experiência para tratar de evitar o castigo não repetindo seus atos. É este o ponto de partida dos conceitos propostos no meu livro “Além da Liberdade e da Dignidade”. Nele eu assinalo que, se continuarmos a castigar nosso semelhantes em nome do conceito de “homem autônomo”, simplesmente estaremos perpetuando o sistema de provocar tipos de comportamento desejáveis através de técnicas punitivas. O problema é que temos medo de procurar soluções diferentes – soluções que implicariam a aceitação de que é o meio ambiente a raiz causal do comportamento e não a moral tradicional.
VEJA – Seus críticos assinalam que seu sistema de controle do comportamento apresenta um grave problema: se é tão efetivo, ou mais, quanto as causas tradicionais do nosso comportamento, há perigo de quem usará esse sistema e para que fins.
SKINNER – A questão, realmente, não é quem poderia usar o sistema. O que devemos perguntar-nos é: sob que condições o homem pode usar e abusar do poder, qualquer que seja a sua origem? Portanto, o objeto de nossa investigação deverá ser o todo da nossa estrutura cultural, pois ela torna possível que o poder, inerente à ciência do comportamento, seja usado desta ou daquela maneira. O meu ideal é um novo tipo de cultura e não um novo tipo de pessoa. O fator essencial está em estabelecer condições estruturais que tornem impossível, para qualquer pessoa, obter um poder absoluto. Tradicionalmente, historicamente, temos nos oposto aos tiranos e déspotas através de um sistema de controle do controle – o que é uma solução aceitável até certo ponto. Afinal, é esta a base da teoria da democracia. O povo controla seus governantes através de seus votos, ao mesmo tempo que os governantes controlam o povo através das leis. O problema, na minha opinião, é que esse sistema cultural pode não ser permanentemente viável, pois não estamos considerando a evolução das estruturas deste sistema e sua capacidade de enfrentar emergências futuras.
VEJA – Poderia nos dar alguns exemplos concretos da “tecnologia do comportamento” proposta pelo senhor para a criação de uma estrutura cultural controlada cientificamente?
SKINNER – O melhor exemplo é, sem duvida, o que podemos tirar do nosso sistema educativo. Normalmente, no esquema tradicional do processo educacional, da escola primaria até o ingresso na universidade, o estudante assiste às aulas só porque não ousa fazer o contrario, ou então é punido. Nossa educação é obrigatória, não damos ao estudante razões positivas para estudar; o resultado é que ele foge da aula sempre que pode. Seu objetivo é sair da escola o mais rapidamente. Mas também parece possível dar aos estudantes razões positivas, e não punitivas, para assistir às aulas. Organizar, por exemplo, um sistema de recompensas de maneira que o estudante deseje ir todos os dias à escola e aproveite sua educação. Este objetivo pode ser obtido de diversas formas. E a primeira, naturalmente, é encontrar os fatores que podem impulsioná-lo a procurar tal satisfação no estudo. Por exemplo, comida especial na hora do lanche. Ou privilégios de outras espécies, capazes de assegurar que o estudante vira a obter todos os benefícios, desde que guarde um comportamento satisfatório tato do ponto de vista pessoal como da comunidade na qual ele vive e viverá.
VEJA – O senhor é conhecido, entre outras coisas, pela sua famosa “maquina de ensinar”. Poderia explicar-nos os seus princípios gerais?
SKINNER – Embora tenha sido eu mesmo quem a batizou assim, o nome “maquina de ensinar” tem causado certa confusão. Por outra parte, se maquinas que cosem ou lavam são chamadas, respectivamente, maquinas de coser e de lavar, não vejo porque não seguir usando o termo. Feita essa observação, entre parênteses, minha “maquina de ensinar” consiste, muito simplesmente, em programar o material didático de maneira que o estudante seja recompensado pelos seus esforços não no fim do curso ou de seus estudos – o que é causa de baixa produtividade –, mas em cada uma das etapas de sua aprendizagem. Isto é, ao aprender uma lição, o aluno não é recompensado pelos seus esforços um mês depois, quando recebe a nota X, mas enquanto está trabalhando na lição. Se um aluno pode ver a resposta de um problema matemático apenas quando terminou de resolvê-lo, ele é estimulado por vários fatores: o triunfo de ter resolvido o problema corretamente ou o descobrimento da resposta correta. Se ele fica esperando a nota do professor, eu pode ter um valor punitivo, ele não tem verdadeiras razoes positivas para se interessas por problemas matemáticos. É fundamental entender que o organismo humano, em relação com o seu comportamento, é reforçado pela sua capacidade de efetividade.Para as crianças, umEstimulo positivo
VEJA – Poderia descrever a metodologia de suas pesquisas?
SKINNER – Bem, eu não faço mais pesquisas pessoalmente. Limito-me a usar o material produzido por gente mais jovem. Acho que já dei minha contribuição e estou em idade de tirar conclusões. De qualquer modo, uma experiência típica, das usadas no meu trabalho, pode ser descrita como um espaço determinado, sob completo controle do laboratorista. Este espaço contém fontes de estímulo que podem ser aplicadas ou retiradas: correntes elétricas, temperaturas variáveis, sistemas de alimentação, e assim por diante. Naturalmente, há também instrumentos para registrar as modalidades de comportamento. E, por fim, temos o que se chama “operandum”. Isto é, algo que o sujeito da experiência possa operar: uma chave, uma alavanca, ou outra coisa apropriada. O equipamento – num laboratório moderno – é altamente desenvolvido. Em termos gerais, nosso interesse fundamental está em saber a freqüência com que um organismo efetua este ou aquele ato, e assim medir a probabilidade de um determinado tipo de comportamento acontecer. A um nível superior, em pesquisas feitas com crianças (num programa em que as ensinamos a ler), elas, por exemplo, escutam uma gravação com determinadas instruções. Na página aberta de seu livro, suponhamos, poderia haver o desenho de um rato e, ao lado, duas palavras: “rato” e “mato”, unidas ao desenho com duas linhas A crianças deve marcar uma das linhas com uma caneta especial e, se a anotação for correta – aquela que leva a palavra rato -, a linha ganhará uma cor especial. Isto serve como um “reforço” imediato ao desejo de aprender da criança. O que nos leva, outra vez, ao sistema de “educação programada” desenvolvido por mim, do qual falamos anteriormente: o estudante sabe imediatamente se está certo ou não, o que cria um estimulo positivo.Os perigos do sistemaPunitivo
VEJA – Mas sistemas “punitivos” em prática não são igualmente efetivos? Afinal, os produtos do sistema educacional britânico vêm, invariavelmente, desses sistemas – e têm, uma média respeitável de capacidade profissional e intelectual.
SKINNER – Em certa medida são efetivos, sem dúvida alguma. O problema não é sua eficiência, mas o fato de que, ao lado de sua eficácia, esses sistemas proporcionam também efeitos indesejáveis. Por exemplo, quando alguém consegue se revoltar contra eles, não é sem trauma: e daí surgem os atos de violência, o crime, a apatia social. E isso pode ser visto em todo lugar entre os estudantes de hoje. Escapam da escola sempre que podem fazê-lo, atacam seus professores ou vandalizam a sala de aula – ou simplesmente tornam-se apáticos e não fazem nada. Só reagem a motivações negativas, como evitar um castigo. Não acredito que esta seja a melhor maneira de fazer as coisas. Se usarmos, ao contrario, “reforços positivos”, além de proporcionar educação – radicalmente oposta. O estudante passa a gostar de seus estudos.
VEJA – Ao contrário das condições de laboratório, o meio ambiente do nosso dia-a-dia é infinitamente complexo. Há alguma possibilidade de controlá-lo efetivamente?
SKINNER – Ocorre que nosso meio ambiente, em boa medida, já está controlado por muitos fatores, todos eles muito efetivos, mesmo se nem sempre o percebemos. Mas vamos para os exemplos: o meio ambiente industrial e comercial é controlado pelo sistema de incentivos – salários, negociações entre os empregados e empregadores, promoções. A mesma coisa na escola, com o sistema de diplomas, o uso da disciplina e outros métodos. A família, ao mesmo tempo, controla o meio ambiente íntimo da criança. Tais controles, naturalmente, não servem sempre para nossos propósitos. Mas é importante reconhecer que eles existem. Só assim podemos modificá-los de acordo com nossas necessidades e para nosso beneficio.
VEJA – Mas todos esses controles são independentes e, na maioria dos casos, conflitivos. Será possível chegar a coordená-los no meio de sua infinita complexidade?
SKINNER – É possível, sim, até certo ponto. Por exemplo, não é possível que os pais de uma criança comum sejam capazes de estabelecer condições de precisão absoluta – como num laboratório. Mas podemos lhes fornecer suficientes informações e conselhos para que consigam certos controles-chaves capazes de fazê-los dirigir sua criança a um comportamento ideal. O controle de um meio ambiente, com o propósito de provocar determinado comportamento, não precisa ser exato como o mecanismo de um relógio. Podemos obter resultados satisfatórios com ajustes de caráter apenas geral. Justamente, um dos grandes – e mais comuns – mal-entendidos a respeito de minhas idéias é o de que eu estou sugerindo o estabelecimento de controles de comportamento. Ora, nada menos certo: eu estou apenas advogando por uma racionalização e planejamento dos controles existentes, de acordo com a ciência do comportamento que estamos tentando desenvolver. Não que eu queira abolir a liberdade – no conceito humanista da palavra. Limito-me a assinalar que, na realidade, essa liberdade é ilusória, e essa ilusão tem conseqüências muito graves: não nos permite controlar os elementos que nos controlam.
VEJA – Um dos aspectos mais perturbadores de suas idéias é o papel do artista e do criador numa sociedade de comportamento controlado. Será possível produzir arte – ou arte original – nas condições impostas por uma sociedade deste tipo?
SKINNER – Certamente que sim. Você me faz essa pergunta em função do mal-entendido de que falei anteriormente: nossa sociedade atual não está livre de controles. Simplesmente não tem o tipo de controles – cientificamente organizados – que nos permitiriam uma sociedade melhor. Ora, se nossos artistas podem produzir obras de arte sob influência dos controles existentes, que não são os melhores possíveis, por que não poderão produzir grande arte sob controles de outro tipo, melhores?Um povo à beiraDa fome
VEJA – Algumas pessoas citam sistemas comunistas como exemplos de sociedades de “comportamento controlado”. Qual a sua opinião a respeito?
SKINNER – Os comunistas, pelo menos aqueles países que hoje são nominalmente comunistas, não praticam o que pregam. Mesmo assim, teoricamente, são sociedades de comportamento controlado. Mas, como eu disse referindo-me a outro tipo, oposto, de sociedade, a capitalista, a existência de controles não significa grande coisa. Todas as sociedades têm controles: a questão consiste, repito, em usar esses controles em nosso beneficio. Os controles das sociedades comunistas diferem dos controles dos países capitalistas só na direção oposta. Mas encontram-se no mesmo nível, em termos da ciência do comportamento, que os controles capitalistas. Há só uma diferença importante, e no plano teórico. Se um país como a União Soviética chegasse a realizar suas promessas mais idealísticas, haveria uma catástrofe. Kruschev prometeu ao povo soviético casa, comida e roupas gratuitas para 1980. Se isso jamais chegar a converter-se em realidade, os soviéticos não terão qualquer incentivo para trabalhar. Será o pólo oposto do caso da sociedade inglesa na época do próprio Karl Marx. Acreditava-se então que, para que o povo trabalhasse efetivamente, levando a produção ao Máximo, era necessário mantê-lo constantemente a beira da fome. Talvez essa situação extrema de controle negativo tenha influenciado Marx em sua concepção de um sistema sem incentivos imediatos (porque trabalhar “para o bem comum” não é um incentivo suficiente).
Postado por Ítalo Sobrinho

Skinner Condicionamento operante em pombos

http://www.youtube.com/watch?v=PT6qEaVIII4

Bandeira

Macunaíma

http://www.youtube.com/watch?v=SmhLlAGr8jc

Sérgio Buarque de Holanda

http://www.youtube.com/watch?v=W87JUujtrKU

Raizes do Brasil 1

http://www.youtube.com/watch?v=L5i6bTR5imE

Raizes do Brasil 2

http://www.youtube.com/watch?v=VlCtlKhVGEo

Raizes do Brasil 3

http://www.youtube.com/watch?v=sOJ0pKcl690

Olhos Azuis

http://www.youtube.com/watch?v=o_pS05t7liw

Olhos Azuis parte 2

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Olhos Azuis Parte 3

http://www.youtube.com/watch?v=MYpuQAx6jn4

Modos de Sentir